Coleção pessoal de AndreAnlub
Sua boca é a mais linda, a mais contundente. Boca que se exprime, se nutre e declama poesias. Boca dos meus sonhos, meus beijos, desejos e fantasias.
Uma nebulosa me persuade, fico com receio de satisfazer meu arroubo, mas meus pés nesse solo quente que arde, não conseguem permanecer sem meu voo.
De toda a imensidão do planeta, só quero estar nesse mar belo de Iemanjá, Iracema, Otelo. Mar de perfeitos sonhos, folclores, tesouros e viços. Mar dos nautas, vikings, corsários e navegadores fenícios. Mar de amores lendários, imaginários, antigos. Amores concretos, ambíguos e de interminável poesia que em toda alma habita.
Tenho a alma transbordando nesse doce momento, um palpável amor que vai ao alto firmamento. Devoção é promessa que nunca se viu abalável; amparo é a certeza de jamais ser recusável. Em meus sonhos um querubim me confidencia: "Por trás dessa máscara negra há um mortal amável." Derramarei meu deleite ao máximo desatino e seguirei suas pegadas pelas areias quentes do destino.
Não implores perdão, é tarde; não implores misericórdia, Ainda é cedo. Meu exército está a caminho, já estou bem perto, a um passo, do teu coração.
Veio assim de repente, como essa brisa gostosa que corta o vale. Uma lembrança recente, que se faz nascente, no amor que ainda insiste em você.
Não se sabe se o perfume se espalhou, pelos bosques coloridos e imagéticos. Na nossa aldeia, logo, logo, deflagrou. O colírio, canto lírico e poético.
Na sombra da lua, no radiopaco do dia, estrela cadente e ardente cometa. Burlesco amor, se viu - se vê, nossa nostalgia.
A vida pode ser farpa entre unha e carne, um bambu que não quebra com o vento que varre, ou estrelas que brigam com o raiar de um dia.
A Via Láctea tem cem bilhões de planetas; e eu estou aqui, muito feliz, radiante, satisfeito por ter feito contato com você.
Aves que voam no além-mar, sentindo a salinidade existente; liberdade de tocar a epiderme da vida. Aves migratórias de voos extensos, atravessam continentes com suas asas enérgicas; a brisa é sua amiga e confidente. O homem aqui embaixo; Plantado! Confinado na inveja.
A taça fina, que ao rodar do dedo canta. Ouço o som mais doce e apaixonado, junto ao seu cálice que me acompanha. Fecho os olhos, embarco e me entrego.