Chuva que Cai
VENDAVAL EM CANTILENA PROSA
Cai no cerrado, ó chuva, e nos beirados
Sussurrando sons que o apavorar fiança
Em pingos d’água numa enfada dança
Purgando áridas angustias e pecados
Temporal no sertão, e tão agitados
Escoam nas planícies numa pujança
Deitando melancolias numa trança
De saudades e suspiros desolados
Do teu copioso gotejar, o luzidio
Relampejar, eriçando em arrepio
Que agita a tempestade tão furiosa
Troa lá fora, em um agravo vitupério
Estrondeando e envolto em mistério
De um vendaval em cantilena prosa...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/11/2020, 20’51” – Triângulo Mineiro
A chuva cai lá fora, mas aqui dentro também chove. Minhas lágrimas, caem ao ritmo das gotas da chuva, as trovoadas pesam a cada instante o que se assemelha ao meu peito carregado de dor. Se não fosse tão doloroso seria belo a um texto qualquer. Sinto que estou perdendo o ar aos poucos, ao mesmo tempo o vento se torna forte. Parece que esse tormento nunca vai acabar, nem aqui e nem lá fora.
Lá fora a chuva cai.
Impiedosa e solene.
Intempéries?!
O tempo. A vida.
Um conjuga o outro.
Cai a chuva.
Bate o vento.
As gotículas atrofiam o olhar.
Esse olhar que deixa a chuva cair.
Esse momento que parece um redemoinho.
Tempo! Vida?
Pois...
É Dezembro. É Natal.
É tempo de solenidade.
Traz a vida pura saudade.
Tempo audaz.
Saudade inevitável.
Nascimento do salvador.
Que atenua um pouco a dor.
Na noite cai a chuva
Cai lentamente sobre o cinza urbano
No lúgubre cintilar dos faróis acesos
Contorno sombrio e profano
Perdidos na manada de metal
Na incerteza da vida
Na escuridão da noite
Contando cada real
Viajando pelo irreal, o irracional
O consentimento da escravidão
Cravado em cada centímetro moral
A vida acaba, voa passarinho
Voa livre, livre da selva de metal
Voa livre, de volta ao teu ninho
Assim como a chuva cai, ao brilho do sol ou das estrelas, caem as lagrimas envolvidas pelo brilho de um sorriso.
INSATISFAÇÃO
Pela manhã o silencio dos homens
Faz frio e a chuva cai
Proporciona prazer o som que
o gotejar produz ao tocar as folhas
das arvores e os telhados das casas
As nuvens no céu são densas
quase não se pode enxergar os montes
O cão ladra, uiva
talvez sentido o cheiro do cio
Os pássaros surpreendem
voam e cantam como se fosse
um dia ensolarado de primavera
E o homem que percebe tudo isso, murmura
A única coisa que cai do céu é a chuva. Você vai ter que correr atrás dos seus sonhos. Você vai ter que acreditar em sua força interior.
Num dia de chuva
Cai champanhe lá de cima
Entre as lágrimas soltas
Da cor da real ardósia
Já florida na serra.
“Notas de saudade”
Chorar eu choro
E quando a chuva cai
Acho que é você chorando daí também.
Dentro da gente
Tem gente
Que já não está mais aqui.
Tem saudade que só pode ser curada
Na prece
Tem lembrança que faz a gente despertar lágrima.
Tem conselho que a gente queria
Só mais uma vez escutar.
Tem coisas que a gente queria
Só para aquela feição confessar
Tem gente que vai,
Mas fica no coração.
A chuva cai de mansinho mas por vezes faz um barulho que parece ser brinquedo, batendo em lata, até na hora de dormir, chuva dedilhando seus dedos de cristal ,parece mulher lavando louça no quintal. Deixando roupa limpa no varal, regando flores sem parar, chuva chuva de noite deixe eu descansar. Chorando lágrimas, e ao redor da casa deixando a lenha molhada, chuva, chuva que barulho sem cessar. Tá nervosa tá agitada, chuva vá descansar.
Lá fora a chuva caí Não vejo mais O teu olhar Já não agüento mais Ficar sem te ver Lá fora a chuva caí Não vejo mais O teu olhar Já não agüento mais Ficar sem te ver Vou te procurar aonde for E acabar de vez com essa dor No fim do arco-íris vai estar Toda paz do nosso amor ..
Chuva de Letras
Lá fora a chuva cai,
aqui dentro a chuva é mais intensa
chuva de pensamentos, sentimentos...
que caem no papel,
pela nuvem carregada
da ponta de minha caneta
molhando os olhos de quem lê.
Cai chuva, cai idéias
na enchorrada que bravamente
corre em encontro ao oceano literário.
A chuva cai pra regar a terra ,o amor existe pra amançar as feras ,eu estou aqui por uma fatalidade mera ,trra,fera ,mera ,será que que ela me ama como eu amo ela?!
SONETO XIII
E a chuva cai la fora
E traz consigo a solidão
Uma dor que nao vai embora
Algo que não tem explicaçao
Por que fazer sofrer
Pra que fazer chorar
Será que nao fiz merecer
Nao foi suficiente te amar
Por amar voçe mais que eu
Tive que fazer o que fiz
Foi o que ela respondeu
Pra te ver feliz
Nem todos merecem uma segunda chance .
A chuva caí e leva minha lagrimas. As quais nem o tempo,
nem outros momentos podem apagar. E meus olhos não as conseguem esconder quando começa a chover. Pois lembro daquele dia, no qual você me dizia, que por mim morreria,
que ainda me amava e só a mim queria. Mas foi só ilusão,você machucou meu coração. Eu que pensava que dessa vez era pra sempre, mas nisso você nem pensou. Apenas me enganou e eu sofri por muito tempo com tanto amor. Você só me desprezou, não me amou, me ignorou. O mundo girou e ao mesmo lugar voltou. E outra vez você tenta me reconquistar, faz de tudo pra me agradar, mas não vou me deixar levar, porque é no passado que você deve estar.
Enquanto a chuva cai eu me lembro de como éramos felizes, nossos sonhos, sim 'nossos' pois éramos dois em apenas um, por mais que eu tente negar, por mais que eu não queira admitir eu sinto uma enorme falta, e sei que nada preencherá essa saudade, e nada vai tirar essa saudade de dentro de mim. Posso encontrar um outro amor, mais você sempre estará presente em minhas lembranças... é o que resta, é o meu conforto... é a minha saudade.
