Chico Xavier Poesia de Amizade
Às vezes me bate
a súbita vontade
de arrancar todas as roupas
com uma tesourinha
cirúrgica porque
eu preciso
andar sobre quatro patas
Um cavalo que sobe o rio
para testar
a tração das pernas
eu não entendia
& ela se mexia tanto ao meu lado
& aqueles bancos apertados
o ar condicionado gelando tudo
(os brincos dela, o meu humor)
mais de uma hora cruzando
ruas, avenidas, parágrafos –
o livro gritando alto
num mundo surdo
depois de arrumar-se
mais algumas dezenas de vezes
passou batom nos lábios
o sol já estava no meio do céu
quando ela se levantou
foi então que percebi que
três pequenos pássaros
voavam em suas costas
(a dor nos traz anseios
tolos – como fazer a Terra
voltar meses, anos atrás, como fez
aquele herói extraterrestre
do filme e do álbum de figurinhas
que juntos colávamos
em muitas manhãs de domingo –
ou olhar uma estrela
e imaginar que você
dorme em algum lugar
ali por perto –
e nos dá a medida do tempo
e continuamos sem entender
medida alguma, aguardando
o barco retornar de Delfos
para que possamos, também,
nos despedir definitivamente
desse nosso
bosque liliputiano)
Reolhar
"O belo é poliglota e contém em si a capacidade de causar encantamentos vários e apropriar-se de linguagens e expressões diversas, ao olhar, presta atenção nas ausências, no vazio que preenche o ambiente e nos silêncios que transbordam e explodem vibrantes no olhar, a beleza está na (re)descoberta e se faz sentido pra você, faz sentido".
Dia do Escritor
[...] A gente começa a escrever por que não pode ou não consegue falar, continua escrevendo por que não quer se calar, daí se percebe escrevendo por que internamente os monstros estão grandes demais, incontroláveis e impassíveis, eles se tornam verdadeiros devoradores de silêncios que nos consomem dia após dia vorazmente.
Quando Floresce a Alma ( de Cika Parolin)
Uma Obra que nos remete ao Passado, nos faz sentir o Presente e nos lança esperançosos para o Futuro. Como não Sentir cada nota, cada cifra, cada vibrato e melodia da canção que nos embala a cada página percorrida. Como não Amar cada letra, cada palavra, cada ponto, cada vírgula, cada aspas, cada rima e cada verso...
É a Sabedoria de quem não apenas passou pelas Estações da vida, mas, que viveu e vive a Plenitude de todas elas. É o Encanto que nos leva a enxergar que a maior riqueza está na simplicidade dos pequenos detalhes que a vida nos mostra a cada amanhecer e entardecer. É a Pureza que revela a nossa pequenez diante de Um Ser Superior que nos chama de Filhos. É o Colo de mãe, é Abraço de pai e Peraltices de irmãos. É aquela Professora que nos marca pra vida inteira e o Primeiro amor que nos entonteia.... São as venturas e desventuras de quem entende que está neste mundo para ser Vida e... Transformar Vidas.
Quando vi este Tesouro e senti seu delicioso perfume, que invadiu todo o meu quarto e ficou entranhado em minhas mãos, Não tive dúvidas:
"Quando Floresce a Alma"... o Coração da gente Sorrí.
A alma ganha essência
No entardecer do cerrado
Sabiás cantando em cadência
E João-de-barro sempre ocupado
Na obra de sua subsistência...
desenham o nosso cerrado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/08/2014, 18'00" - Cerrado goiano
Hoje eu perguntam o que mais me incomoda
andar com a cara fechada não diz que sou hostil
Nessa vida de erro, tudo ficará suspeito,
difícil de se expressar pela arte, mas é o que amo e não tem outro jeito...
Uma hipocrisia sem meio e não se sabe se tem fim
pode ser até desesperançoso que isso parte do próprio povo
Não sei qual os limite que isso ultrapassa,
caminhe ao lado contrario e nunca junto a massa.
Enquanto brilha o sol
secando o orvalho noturno,
e florescem as violetas,
sinto o amor perto de mim
Sopra a brisa na manhãzinha
em carícias e serenata,
ela canta leve como eu,
e sinto o amor perto de mim
Para mim isso é carinho ,
porque palpito um coração sonhador,
sorrio para a vida, sem nada questionar,
perto de mim ... sinto o amor !
Era o Mar
Quando vi pela primeira vez,
Já não conseguia respirar.
Havia momentos de lucidez,
Mas só desejava me afogar.
A noite se espelha,
A profundidade se estabelece.
Então nasce uma centelha,
É muito mais do que parece.
Quando à noite está revolto,
Marcas das ondas sob o olhar.
Quando o dia venturoso,
Cristalino e suave põe-se a brilhar.
Vez ou outra, navegar me é permitido
Para isso, sei que meu dever é honrar
Já que as mesmas águas que podem me banhar
Têm também o poder de devastar.
Sua potência é inexorável,
Porém o dano não deixa de impactar.
Receba seu valor inestimável.
Pois, por você, não deixarei de me fascinar.
Ela era o mar.
Consumiu em memórias,
Rompendo sua vida adiante.
Saíram frases tristes de sua boca,
Palavras que foram histórias,
De um passado distante.
Mas que ainda toca,
Onde meu coração bate,
Hoje simples assim se parte...
Panóptico
Onde você está,
o que está fazendo:
fumando, bebendo, pensando...
Sua comida, cor, time de futebol.
A última vez em que fez sexo!
A cor de seus olhos, tatuagens,
arcada dentária, digitais, dna.
Seu nome, RG, CPF, conta bancária...
identidade funcional.
Os itens de sua compra do mês.
Lembram seu aniversário e suas separações.
Seus dias de mania ou depressão...
Te parabenizam ou consolam.
Sorria, você está sendo filmado.
Fique
Fique comigo
Fique ao meu lado
Apenas fique...
Eu sinto sua falta
Meu coração dói
E minha alma se entristece
cada vez mais
sem você aqui
Eu te amo
E sempre te amarei
Não importa quanto tempo passe
Você sempre será
o grande amor da minha vida!
Você é a pessoa mais linda de ser contemplada
Consegue amo mesmo tempo ser básica e sofisticada
É organizada, determinada...
O que pode te parar? Nada
Pois você é gentil e corajosa
É atenciosa, estilosa...
E claro, muito amorosa
Enfim, você é maravilhosa!
E sempre tem um propósito claro ao levantar da cama:
Amar o que faz e fazer o que ama
Questão de tempo, partidas das horas, ventos trazendo a briza do mar, longe está a minha cidade, e perto sinto nós, da nossa liberdade!
Não quero mais nada me indicando as horas! Voltar?
Ou partir para outra história.
BN1996
18/08/2020
Podem tentar, e até conseguir, levar as minhas letras, as minhas rimas, as minhas cores... mas há algo aqui que é intransferível e impossível de copiar:
a transparência da minha alma...
Ele olha pro lado
Olha pro outro
Cadê?
Cadê quem tava aqui?
Eu quero saber onde morreu
Afonso Nonato de Moreira
Jesuíno da Silva Babuíno
O IML tava lotado
Era o meu sangue por toda parte
Roubaram a cabeça do proletariado
O barão de Limousine fez sua arte
Me jogaram na platéia de estardalhaço
despedaçaram a minha camisa
O Brasileiro agora é o descamisado
E o palhaço é o pai de família
Juntaram uma quadrilha de vagabundos
Com o umbigo estufado e peito erguido
Segregaram as fronteiras de um novo mundo
Fizeram da minha luta um tempo perdido
O pódio é mais um produto do ódio
No viaduto do existir
No cume da matéria guardam revolta
Um dia o lixeiro volta a sorrir
Se come caviar de cima do teto
Se torce de amargura num botequim
Cheiro de esgoto a céu aberto
Um pobre pedinte olhou pra mim
O cristo redentor de braços abertos
mostrando o sacrifício de uma cidade
usam telha barata encima dos tetos
e matam o mais fraco por pura vaidade
Eu quero saber qual é o seu nome
E o nome da sua campanha
Será que um dia já passou fome?
Ou ficou endividado por uma semana?
A última carta de amor
Sinto sua falta e as areias sopradas pelo vento frio batem em
meu rosto e acordo com as lembranças.
A chuva fina penetra em meu corpo e penso em seus beijos
tão quentes como ares do Equador.
Meu demônio infernal que arrasta meus dias em desejos
queimantes e fico cega.
Chamá-lo de meu amor é tão vulgar e abstrato e meu pensamento
se dirige a ti de forma tão concreta que sinto e quero sua
presença.
Fica tudo tão distante. Meu corpo, meu desejo, que nem as
cartas cobrem esta ausência.
Dizem que amores não tem corpo, mas do que é feito sua
intensidade sem seus contornos físicos,
perfumes perdidos sem seu cheiro?
E o vento apaga as palavras neste deserto de solidão e gasto
tanta pena e tinta e nem sei se verbos atravessam oceanos e intempéries.
Mas fica a força de meus punhos grafados, para contornar
seu corpo nesta carta.
" Fiz "
De tudo eu fiz pra que valesse a pena
e, para tal, de muito eu abri mão
movido por amor e por paixão
na entrega verdadeiramente plena!...
Fiz como pude e como o coração,
sangrando tanto afeto nessa arena
imposta no querer que me condena,
mandou-me amar com tanta devoção.
Se hoje se difere a nossa estrada
e nem sequer te sintas mais amada
eu sei que, do que pesa, a culpa é minha...
Por condenado, fiz o meu destino
sabendo que serei qual peregrino
na solidão em que a alma em mim caminha!
'Vejo um caixão
e minha caveira
vejo a cena derradeira
de um desgosto eterno,
Três, quatro, cinco pessoas...
e nada mais,
e o caixão encenando a desgraça,
A última graça,
e nada mais.'
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