Cartas de Morte
Amor em tempos de Morte
Me inspiro na musica em que eu ouço
Nessa noite calma eu me sento no sofá
Uma Taça de vinho eu bebendo
Me inspirando e conversando
Já estou em outro mundo
Em meu mundo sem sentido
Mas tem sentido
Momento em eu me perco
Na melodia das notas do coração
Conversando eu senti
Que talvez eu tenha alguma inspiração
No Momento em que eu ouvir sua voz
E a Musica tocando
Eu senti o que iria escrever
Em cada Palavras
Eu senti o que posso dizer
Nesses momentos escuros
Ainda há luz no fim do túnel
E com essas palavras
Posso seguir na noite
Imaginar caminhando pela estrada
Sem destino
Até encontrar a paz
Em um paraíso qualquer
Em um mundo qualquer
O medo:
O grande causador de tantas enfermidades:
A morte segue quem vive nessa escuridão...
Os "poderosos" e os que querem ser donos do planeta, querem que todos vivam nessa agonia, frustração, sofrimento e depressão...
Quanto mais medo, mais pavor, mais desespero, mais o nosso corpo desfalece porque nossas células mergulham na loucura da desunião...
Um corpo saudável, tem todo o seu sistema de defesa preparado para superar tudo, todas as células ficam unidas: uma família. Isso para enfrentar todos os desafios.
Mas, quando o pavor e o medo se instalam nas consciências e os pensamentos ficam enjaulados nesse desespero... Todo o corpo definha, todos os órgãos ficam enfraquecidos e qualquer invasor: um vírus, uma bactéria e até um fungo, pode se aproveitar e destruir um corpo, antes saudável, e levá_ lo ao sepulcro!...
O pior: nesse estado de calamidade, onde a humanidade se encontra: nesse pesadelo doentio, o consciente coletivo da falta de fé e de esperanças vai contagiando toda a atmosfera do planeta, que faz com que a doença se instale com mais forças em todos que se encontram desesperados... Estes vão sendo derrotados, um a um ...
Você nasceu para ser forte, para vencer e para ser feliz. Deus lhe deu seu sopro de vida para que vivesse em abundância. ELE semeou em sua essência, o fruto do amor, da criatividade e da luz 😀🤗 Você já nasceu vencedor e com um espírito repleto de vigor: com seu DNA inteligente, com capacidade para vencer as dificuldades diárias e se recuperar, diante dos desafios da vida.
Então, meu amigo do coração ❤️ Vamos abandonar o medo e deixar de lado o pavor, e caminhar com fé e esperança na luz de Deus. Confiando no grande AMOR de Jesus 🙏🙏🙌 Somente com AMOR no coração poderemos sair vitoriosos dessa pandemia, dessa aflição que está detonando o mundo e aniquilando muitos corações deprimidos e muitas consciências que se afastaram da luz...
Deixem esse AMOR invadir os seus pensamentos: façam orações, meditações e abandonem a raiva, o ódio, a vaidade e o orgulho. Vivam felizes em Cristo ❤️💝🙏 Se ame e ame todos em sua volta. Não se isole, não se tranque em seu mundinho e pare de se achar um inútil e um miserável...
VOCÊ NASCEU PARA SER FELIZ!!!...
EU acredito em você. Largue o medo, saia dessa correnteza que só vai te afogar e beba a água da fonte da vida...
Amém!!!.
"Rico é aquele que precisa de pouco para sobreviver"...
Vamos vencer juntos, essa solidão 🙌🤗
Deus conosco, Sempre 🙏🙌🤗❤️
O que é a morte?
A morte não é um fim.
É sim um começo.
O começo de uma nova vida com o Pai.
O nascer duma nova estrela no céu.
Sem Deus nada somos enquanto vivos e nada seremos após estarmos mortos.
Mas o que cultiva a obra de Deus em vida terá nova vida no céu.
Deus sendo Pai quer que seus filhos cresçam na fé dia após dia.
Parar de sonhar por um mundo melhor é desistência dos fracos, oprimidos por mundo negativo e pessimista que não permite ver o melhor lado da vida. O melhor lado: amar o próximo.
É bom sentir que nos amam, mas maior é o sentimento de amar o próximo como Deus o ama.
Sim a morte é em si um recomeço, é o poder proteger quem se ama lá do alto. É o viver uma nova vida.
Quem nada vive de nada se vale. Depois da morte só o espírito canta.
Diante da morte das rosas, meu coração congelou, já que teu pleno estar não bastava ao meu amor. Então, Saturno renasceu; como o girassol mais belo do mundo, mas você não viu. Você nunca o percebeu, teus olhos nunca puderam ver minha tamanha paixão de estrelas e mundos.
Em nome do garoto que senta ao meu lado.q
Mesmo no vale da sombra
Nunca temerei a morte
Pois Ele está comigo
E eu tenho fé, não sorte
Pois minha vida dispus
Quando entreguei a Jesus
Minh'alma de passaporte.
Não quero nunca deporte
Da minha vida feliz
Pois quando em oração
O Senhor sempre me diz
Que é apenas o começo
Que a glória não tem preço
E o verbo não se contradiz.
MARIA DE CADA UM:
Nesta vida e nesta terra, a gente nunca desvia,
Do tributo, nem da morte, nem de uma tal MARIA.
É MARIA minha mãe, é MARIA nossa tia; é MARIA mãe do Zé, batizado de Zé MARIA.
Some a MARIA prefeita, a MARIA calada, a MARIA imperfeita, a suspeita e a desbocada.
E neste ambiente latino, em cada canto pari um menino, filho de dona MARIA, cujo pai nem imagino.
É tanta MARIA no mundo, que é impossível viver sem elas; cada qual com sua história, sua sina e sua glória.
E o nome se complementa: MARIA das Dores, MARIA dos Remédios, MARIA Benta; MARIA Bonita, MARIA do Socorro, MARIA do Bairro e MARIA do Morro.
Penso que na cabeça, trabalham várias MARIAS: uma que nos ensina, outra que nos consola, e mesmo a que nos fascina, ao tempo em que nos enrola.
Um caso de amor ligeiro, foi com MARIA do norte; despediu-se de Raimundo, em seu caminhão de transporte; foi se embora pra Guaianazes, e de lá não teve retorno, deixando a pobre MARIA, abandonada com a prole no forno.
Não dá pra entender os fatos, por vezes, não faz sentido; a matemática dos atos, não se apura como devido; o que é de ruim não se apaga, e que é bom não se soma; a mão que afaga é a mesma que toma.
A vida é feita de pouca lógica e muitas MARIAS, excesso de lutas, com escassas alegrias.
A conquista, a fama e o sucesso, são nomes bonitos para te fazer, lutar até a morte para obtê-los.
Quando enfim conseguir, lutar até a morte para não perdê-los.
Uma prisão de segurança máxima, onde o réu, jamais quer um advogado, tampouco ser livre.
Como em qualquer prisão, a questão é sempre: o que você fez?
Enquanto a liberdade, sempre valoriza, quem você é.
Uns dizem que é a morte. Outros, que é perder alguém querido. Mas só quem está diante de uma folha em branco sabe o que é medo de verdade.
Não é bem coragem. Também não é preguiça. Tampouco o tal bloqueio criativo.
É medo, mesmo. Pavor. Paúra.A folha te desafia tipo um comediante na fila da farmácia que é abordado por uma senhora emocionada que lança, na lata; "vai, conta uma piada que eu tô no facetime com a minha neta".
É um desafio covarde, porque ela tem todos os argumentos, sabe?
Meio como se ela te dissesse; " e aí, é só isso?" Ou, pior; " Já acabou?"
É vexaminoso, cara.
Até porque, ela tá ali - ao seu dispôr, aceitando QUALQUER COISA.
Ou vai dizer que nunca ouviu que papel aceita tudo?
Pois é, aceita mesmo.
E é isso que corrói as entranhas.
Isso que te mata a conta-gotas.
Ela te provoca com aquele olhar irônico daquela loira linda e popular do terceiro colegial e você é o esquálido acneico dono do video game da oitava série que só queria perguntar se ela queria suco de acerola e pão de forma com presunto que você trouxe na lancheira mas não comeu no recreio.
É isso que ela faz com você.
Ela te humilha sadicamente.
Gosta de te ver suando feito uma cuscuzeira enquanto observa do alto de seu formato A4 e seus 120 gramas.
É pior que um banho gelado às 5 da manhã que o coach tenha mandado você tomar.
Pelo menos o banho você entra e sai e acabou. A folha não.
Ela se deleita vendo você roer canetas e abrir e fechar abas mentindo para você mesmo que, em breve, vai começar.
A cada início de estrofe, uma explosão de riso. Daqueles que você dá em audiência na frente do juiz, sabe? Que você tenta segurar mas sai pelas ventas e parece que você está vazando. Então, é assim que ela ri De você.
Mas não tem problema.
O mundo dá voltas.
Amanhã há de ser outro dia.
Uma folha em branco novinha pronta para reiniciar o ciclo de humilhações.
E eu, como boa mulher de malandro estarei aqui, para me deliciar com esse masoquismo saboroso que só ela pode proporcionar.
Preste atenção, beleza da vida.
Para não chorar em pranto na morte.
Caminhe na vida ,como se caminhássemos num jardim florido cheio de vida,onde admira e tira selfies.
O jardim é lindo pelas suas flores vivas pelo perfume e toque.
E para muitos esta beleza passa despercebida.
É triste que se reparem nas flores em coroas tristes de significado de despedidas.
As mais belas flores perdem seu sentido em coroas de despedida já que elas morrem junto, perdendo seu perfume e delicadeza.
Admire vivo hoje e o agora , admire as flores ,incertos, bichos, seus filhos ,amigos ,irmão e principalmente Pai e Mãe.
Não deixe que último abraço e beijo seja frio .
13.01.22 M3squ1n1 A13x
Alex Mesquini a.:t.:d
A morte chega a qualquer momento!
A vida existe enquanto o coração bate e o pulso ainda pulsa.
Saiba que ainda ha tempo para ser feliz.
Perdoe, diga que ama, peça perdão!
Não leve para si uma carga negativa, pesada e desnecessária.
O que puderes fazer em vida, faça pois no caixão ou na cama de uma UTI, fica praticamente impossível agradar alguém.
Ah sobre a morte, não sabemos o dia nem a hora que ela substituirá a nossa vida.
lutemos por dias melhores pois o dia da morte chegará.
A MINHA MORTE!
Morrer é deixar a dor
Morrer é deixar de viver.
Morrer é deixar de padecer.
Morrer é deixar tudo para os vivos...
Mas ela não percebe isto, para ela é mais um dia comum...
Para mim é mais um dia de observar aquela que foi meu anjo da guarda...e com a minha MORTE tornei-me um anjo dele de guarda!
Hoje ela veio trazer flores, aquelas que em vida dava para ela nos finais de semana, elas são belas e encantadoras como sempre.
Ela chora toda vez que vem ver-me, lágrimas de arrependimento, por não ter aproveitado seu tempo comigo, por não percebe responder minhas sms, por não me abraçar quando precisava...e por tudo que já não pode fazer mais!
Apenas resta está sepultura que lhe tortura de dor...se ao menos soubesses o q quão sou feliz morto, jamais chorarias, flores ñ posso toca-las, beija-las, senti-las...porquê não responder me deste antes!? Por acaso amas-me agora depois da minha morte?
"Nos precisamos do toque de quem amamos quase tanto de ar para respirar" mas ela nunca deu importância no toque, até não ter mais!
five feet apart...
Se ao menos a morte tivesse revistas...
Ela morria tantas vezes
em tiroteios à porta de casa
que já não sabia morrer para sempre
assim
de uma vez só.
Se ao menos se marcasse um dia
para a morte, uma hora certa
como no dentista
que apesar de tudo
nos faz esperar
onde apesar de tudo
não sabemos quando será a nossa vez.
Se ao menos a morte tivesse revistas
e gente na sala de espera
não estaríamos tão sós
tão vivos nessa ideia final
nesse desconforto.
Poríamos o nome na lista
quando estivéssemos prontos
sabendo que seria fácil desmarcar
marcar para outro dia
ou simplesmente
não comparecer.
Depois, ficaríamos com a dor,
com o terror
de passar sequer naquela rua
como ela à porta de casa.
Ela que morria tantas vezes
porque morria de medo de morrer.
. Os momentos em família
São eternos, a Morte para os
Vivos é um sentimento cruel
Mas para os que Morrem é o fim
Do sofrimento .
Jefferson_monteiro
MORTE
Falar em morte é muito difícil
Ela é concreta no mundo material
Mas abstrata para muitos no espiritual
Para ambas parece ser real.
Morte é renovação, uma lei natural
Começa um ciclo contando o final
Passagem curta e muito informal
Olha para a morte de forma teatral.
Não temos o poder da vida, isto é legal
Não ter o da morte é fenomenal
Uns acreditam que a morte é terminal
Outros acham que a alma é imortal.
Entenda que a morte como normal
Para ela não existe o inaceitável
Não entenda como circunstancial
É a morte! Pode ser ou não e ponto final.
NASCIMENTO E MORTE DE UM RIO
Águas das fontes cristalinas
Que entre pedras afloravam
Calma, puras e límpidas,
Que nossas sedes saciavam.
Pelo leito calmo e sereno
Traçados perfeitos faziam
Fascinante e majestoso
Seus caminhos percorriam.
Já adolescente de cenário raro
Entre as matas se comportavam
Ainda belo, sereno e límpido
Peixes e ribeirinhos alimentavam.
Espumas formadas pelo vento
Entre pedras e galhos circulavam
Suavemente percorre o seu leito
Educado, sempre pedia passagem.
Hoje o cenário não é o mesmo
Os cursos dos rios mudaram
Árvores arrancadas sob protesto
As destruições começavam.
Aguas impetuosas sem direção
Deixando para trás a destruição
Sonhos perdidos pela inundação
Um povo sofrido sem motivação.
Buscar culpados não é necessário
Esta façanha é do próprio homem
Provocando a morte das matas e do rio
Deixando para trás um imenso vazio.
==============
Serão felizes para sempre
até que a morte os separe!
Morte ? do amor, da ternura, da lealdade, do respeito!
Morre somente o que tá vivo.
Se tá vivo, não deixe morrer
Cuide do seu amor!
Como? Alimentando, cuidando, dando amor!
Trate seu amor como uma joiarara!
E essa morte vai demorar,
Talvez dure para sempre!
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"A cada nova manhã somos enviados à morte nesta selva de pedra em que vivemos.
Nem durante a noite estamos livres dela (morte).
Este é o destino ao qual estamos fadados.
Mas há muita vida neste percurso e somos agraciados com visões paradisíacas vez por outra.
O encanto e a beleza estão muitas vezes escondidos, assim como o ouro e o diamante inexplorados.
Existem pessoas encantadoras no nosso trajeto e da mesma forma as más (Estas não precisamos procurar muito)."
'Põe-me uma mesa, Senhor, na presença dos meus amigos (Só os verdadeiros) e nos fartaremos nela.'
POEMA À MORTE
Estava nascendo
Podia sentir a sua respiração!
Não sabia ainda se seria um poema alegre
Ou triste,
Mas já percebia que seria intenso
Faltava pouco, muito pouco
Apenas algumas palavras
Encontrar a rima ou o ritmo final
E dar alguns retoques
Ah desgraça sem graça!
Musas implicantes,
Senhoras da pirraça!
Quase nascendo,
O poema não encontrou a rima
Quebrou o pé de maneira infame
Antes de dar o primeiro passo
Olhou-me, triste,
Entre envergonhado,
E lamentoso
E foi puxado para o inferno
Das obras não realizadas
Enterrei-o de maneira singela,
Com honra
mas sem grandes funerais ...
E chorei pela sua alma
Durante toda uma semana
Às vezes, mesmo hoje,
Tão longe no espaço-tempo,
Posso ainda vê-lo à morte
Com a respiração ofegante
Diminuindo pouco a pouco
Coberto com o manto negro
Das palavras que apenas mancham papéis
Sem frequentar a boca das pessoas,
Ali está ele - entre as frias paredes da memória
soltando seu último suspiro
[publicado na Revista da Academia Lagartense de Letras, vol.1, nº7, 2021]
me contemple no meu sepulcro
na minha morte de sentimentos
no aguardo de sua fatal despedida
crave letras tristes na minha lápide,
em versos negros arrancados
do lado obscuro do seu coração,
podes ainda tatuar no meu corpo morto
palavras inssossas de tua alma solitária,
rasgue versos sem dó nem piedade
me contemple antes de descer com os mortos,
sufoca-me na escuridão das tuas palavras,
sangra-me até a morte com tua língua ferina,
contemple também a morte de minha alma,
reduzida a cinzas no Jardim dos meus escritos
alma esta que cultivou flores de seus sorrisos
rosas de tua voz e jasmins de seus olhares
como primícias do meu Jardim,
me contemple no meu sepulcro
afogue meu corpo na escuridão
e minha alma no Jardim consumida
contemple minha alma em meu Jardim
reduzida a cinzas de sentimentos
terra seca de desamores de seus medos
olhe para as flores dos seus sorrisos
definhando no Jardim de minha alma,
a terra apodrecida em feridas abertas
vê agora as rosas da tua voz,
roucas e murchas arrancadas da terra
despetaladas de suas próprias rejeições
contemple os jasmins de seus olhares
cegos e intensos queimando desejos
nas cinzas estéreis da terra da minha alma
tempestades de tuas lágrimas a cair
não darão mais forças a minha alma
gritos do silêncio de tua alma ecoando
não despertarão mais sentimentos
confina tua alma, resigne tua solidão
corte seu corpo, sangre feridas
soletre saudades dizendo meu nome
ame sozinha se for capaz, grite amores,
busque palavras no vazio dos corpos que te cercam,
encharque em álcool tuas tristezas,
afogue com Bukowski seus dilemas
repita que vai me esquecer até acreditar nisso,
consuma minhas palavras acendendo e
consumindo cigarros,
e como fumaça me lance aos sabores dos ventos
me contemple mais uma vez no meu sepulcro,
despeje terra com a raiva de sua volúpia,
sufoca-me com essa boca grande a gritar despedidas
dá-me o golpe fatal, mata-me logo,
com seus medos loucos e doentios
rasga-me ainda vivo com as velhas lâminas enferrujadas dos seus ciúmes,
não esquece de cravar na minha lápide
momentos de um tempo que vivi em ti,
enquanto tu fugias de ti mesmo,
esquece-me então nos seus devaneios,
porque eu logo esquecerei de ti
quando esquecer de mim mesmo,
me mata então para que assim aconteça,
me contemple ainda uma vez no meu sepulcro,
olha-me sórdida e sem medo,
sem medo de ver a você mesma em mim..
**Um poema para a minha morte
[ASSOCIAÇÕES ENTRE CAMPOS HISTÓRICOS: O EXEMPLO DA HISTÓRIA DA MORTE]
Os campos históricos associam-se uns aos outros, de acordo com os vários temas e recortes de pesquisa histórica. Podemos considerar, como exemplo, a História da Morte. Um historiador que esteja preocupado em coligir informações sistemáticas a respeito de uma determinada população historicamente localizada – ou, ainda mais especificamente, sobre os níveis e tipos de mortalidade desta população – estará realizando uma História Demográfica de caráter ainda descritivo, em que pese a sua importância para estudos posteriores. Poderá dar a perceber – através de gráficos construídos com informações cuidadosamente extraídas de fontes seriadas – aspectos relativos à idade média com que costumavam morrer os indivíduos deste ou daquele grupo social, os tipos de morte que mais freqüentemente sofriam (oriundas de doenças, de envelhecimento ou de violência social), os bens que costumavam testar para seus herdeiros, os valores monetários que eram habitualmente despendidos nos seus enterros, os tipos de destino que tinham seus corpos (cremados, enterrados, engavetados), a qualidade da madeira empregada nos ataúdes, a presença ou não de epitáfios, a ocorrência de extrema unção, ou sabe-se lá quantos outros aspectos que poderiam compor um panorama informativo sobre a morte na sociedade examinada.
Este seria obviamente um grande panorama descritivo, objeto possível de uma História da Mortalidade no sentido em que esta pode ser definida precisamente pela recolha deste tipo de informações. A “Morte” propriamente dita é contudo um fenômeno social. Ela gera representações, comoções, expectativas espirituais para os que irão partir e expectativas materiais para os que vão ficar. A incidência de um determinado número de mortes através da Peste Negra, comprovada para períodos como o do século XIV, pode ter gerado na época um certo imaginário, ter produzido transformações na religiosidade, ter modificado formas de sociabilidade, ter dado origem a novos objetos da cultura material (como as velas de sétimo dia ou os caixões da madeira menos nobre para atender à demanda de um número crescente de mortos). Um enterro pode ser examinado no que se refere a certos usos sociais, como por exemplo a presença de carpideiras ou a ocorrência de determinado tipo de discursos de despedida, ou ainda a forma de luto e resguardo oficialmente aceita que a viúva deverá observar para não correr o risco de transgredir as normas aceitas pelo grupo.
Os ritos, costumes, tabus, sentimentos, carências e representações gerados pelo fenômeno da morte são obviamente objetos de uma História Social, ou podem ser também objetos de uma História Cultural, de uma História Econômica, ou mesmo de uma História Política (dependendo da importância simbólica do morto). O historiador da Morte que pretenda fazer uma história que não seja simplesmente informativa ou descritiva, mas também problematizada, certamente encontrará caminhos para estabelecer conexões entre as informações numéricas ou padronizadas trazidas pelas técnicas da História Demográfica e as inferências sociais e culturais. Dito de outra forma, ele se empenhará em realizar não só uma História da Mortalidade, mas também uma autêntica História da Morte.
[trecho extraído de 'O Campo da História'. Petrópolis: Editora Vozes, 2004, p.23-24].
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