Cartas de Amor para Amigo
Bocaina do Sul
Tu sempre será o meu
Rio Bonito de ensinamentos,
do teu povo amigo orgulho
não nego que tenho, louvo
e poemas eu à todos dedico.
Nos Aparados de Piurras
reabro o livro da tua vida,
das origens carijó e jê,
Bocaina do Sul, ternuras
mil devoto todas à você.
Na Cachoeira Morro das Pacas
releio todas as páginas
de crescimento que te fizeram
na vida uma cidade erguer,
Bocaina do Sul és alegria de viver.
Nas cachoeiras e no Rio
na localidade de Campinas
agradeço a sua existência linda,
Bocaina do Sul, minha querida,
filha da Bela e Santa Catarina.
Na Pedra da Boca eu marquei
um encontro escondido com
você porque és tudo que amei,
amo e sempre na vida amarei:
Bocaina do Sul em ti me amarrei.
Nas tuas grutas e no teu memorial
de devoção rezo por mim,
por ti e por tudo que és,
Bocaina do Sul, minha amada,
não há ninguém que não se renda
aos teus pés diante de tanta beleza.
Guatambú
Guatambú do meu destino
resolvi abraçar no caminho,
porque teu povo amigo
sempre está comigo.
Guatambú do Oeste Catarinense
que me faz ir pela estrada
em busca da tua gente.
Guatambú banhado
pelo Rio Uruguai tu és
o meu rincão de paz,
tu sempre me põe na tua paz.
Guatambú da Cascata do Rio Tigre
da gente que não desiste
e do rebanho bem cuidado.
Guatambú que eu amo tanto,
do cheiro de erva-mate carinhoso,
de tudo aquilo que fazes tão gostoso
e me faz sonhar com os olhos abertos.
FRUSTRAÇÃO
Só queria lhe dar meu dorso amigo;
ter do seu a resposta natural;
partilhar o perigo; a segurança;
qualquer bem, todo mal que nos rodeia...
Dar meu sonho, amansar a realidade
no seu riso, na sua confiança,
ter a sua saudade junto à minha
quando não estivéssemos por perto...
E queria lhe dar meu corpo amigo,
sem a gasta versão de propriedade
como artigo de compra e possessão...
Quis doar o melhor do não doer,
não roer uma corda social
nem fazer uma bolha pra estourar...
CHUVA DE GRANITO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Fiquei confuso e assustado ao obter de um amigo informação de que houvera uma forte chuva de granito em sua cidade. Se uma chuva de granizo já é capaz de causar estragos, e a depender da intensidade ou do tamanho das pedras até mesmo tragédias, imagine o que não faria uma chuva de granito, ardósia ou mármore.
Confesso, entretanto, que a informação de meu amigo também me levou a fantasiar. Sou mesmo assim, em razão de meu espírito gravemente poeta... e sem cura. Imaginem vocês, que de muito fantasiar durante o dia, tive um sonho inusitado, à noite. Tudo por culpa da informação fantástica de meu amigo.
No sonho, meu quintal bastante arborizado, até bucólico, foi presenteado por uma chuva fina, inofensiva e bela, não de granizo, granito, ardósia nem mármore, mas de rubi. Rubi em grãos delicados que pousavam suavemente sobre as folhas das árvores e deslisavam ao chão, onde pude colhê-los, feliz da vida.
DISLEXIA SOCIAL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Muitas vezes o amigo oculto em fim de ano, revelado como alguém especial cujas virtudes sublimam os eventuais defeitos, é exatamente o desafeto suportado no decorrer do ano. Aquele sujeito indesejado, cujos defeitos inaceitáveis enterram as eventuais, escassas e questionáveis virtudes.
Não é uma crítica. É um elogio sincero à insondável capacidade humana de assumir a cor do ambiente, o ritmo da música e a filosofia da ocasião. Saber exatamente onde ganha, perde ou empata o que tem para investir no campo das relações humanas, muitas vezes com vistas a um futuro bem próximo.
Mais do que um elogio, é uma inveja de quem nasceu aleijado neste aspecto. Sem esse dom natural e obrigatório à sobrevivência de seres sociais. Alguém que tentou, fez o curso, mas nunca teve sucesso nas provas de única escolha que o mundo aplica nessas horas cruciais.
VALORES INVERSOS
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Depois da breve apresentação de um amigo ilusionista em sua festa de aniversário, a socialite preencheu um cheque para efetuar o justo pagamento, e foi amigavelmente censurada pelo amigo:
- Deixe disso, criatura! Não vou lhe cobrar nada!
- Ah, vai! Não o chamei aqui para trabalhar de graça!
- Que de graça que nada; somos amigos; amigos não pagam amigos.
- Amigos não exploram amigos. Tome aqui seu pagamento e não se fala mais nisso.
- Vai me desculpar, querida; mas será que nem uma vez você pode me tratar como pessoa, e não como produto?
A doce queda-de-braço entre os amigos levou horas. Ela, porque achava justo valorizar economicamente o trabalho dele. Ele, porque não queria, pelo menos naquele momento, ser tratado como produto.
Formidável contrariedade, a daquele artista. Ser valorizado em sua arte, por alguém bem próximo é uma raridade. Foi convencionado que os profetas não têm valor nas terras onde vivem; não fazem sucesso entre os seus.
Ademais, no exato momento em que o felizardo se queixava de ser tratado como produto, e não respeitado como pessoa, milhões de artistas de todas as áreas mundo afora, lamentam porque são tratados como pessoas, e não respeitados como produtos.
AMIGO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Um amigo enriquece os caminhos do mundo;
ameniza os espinhos impostos aos passos,
tem os braços abertos pra nos libertar
entre abraços, palavras, às vezes silêncios...
Ter amigos completa quem somos em parte;
os amigos nos catam e colam de novo
quando a vida nos quebra, nos deixa no chão
ou nos rasga e semeia nos rodamoinhos...
Amizade sincera jamais evapora,
não há tempo e distância que a façam ruir
e seu tempo é agora, pouco importa o tempo...
O amigo nos guarda no dom de quem é;
sua graça nos basta com força de lei
onde a fé no destino quase crava os pés...
EXTREMADO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quem me tem como amigo, tenha boa fé;
olhe bem nos meus olhos e creia no mundo;
venha fundo nos flancos; descasque meu todo,
tire o pé desse freio de conter afetos...
Para ter meu carinho desarmado e pleno,
que não deixo esfriar nos desvãos de quem sou,
tenha sempre o que dou, sem reparar na casca;
não invente veneno em minhas beberagens...
Sou amigo invasivo e deploro evasão,
tenho mais coração do que noção de quando;
consciência de como; até que ponto estou...
Vou além do sensato e meu afeto assusta,
se me tens como amigo não te custa nada
o melhor de minh´alma, do forro e da napa...
SANTO AMIGO DO PODER
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Apoie leis trabalhistas
de matar trabalhador.
Também o fim das florestas,
dos ativistas
que ainda pedem amor.
O assassinato dos índios,
dos irmãos negros
e próximos mais...
Cultue a perseguição;
inquisição religiosa;
o mundo triste, sem artes,
um Pedro Malasartes
que aterroriza o país,
mas engambela você.
Apoie povo com arma,
bebida livre no asfalto,
criança em clube de tiro,
tesouros nossos vendidos
e professor humilhado.
Apoie, seja esse gado
que dá chifrada em si mesmo,
que vira pele, torresmo
e grita glórias a Deus.
Enalteça ditadura,
depois negue a dita mole
herdada por sua prole.
O seio seco de medo
e de tanta obediência
às injustiças da lei.
Cultue sempre seu deus
eleito pelo consenso
do seu profundo "não penso,
mas vivo pelo meu rei".
Apoie todo machismo
e desrespeito pro mundo;
o xingamento diário
a mulheres e crianças;
a cidadãos mais pensantes.
O elogio do crime
contra bairro excluído.
Os contextos espúrios
que decidem por classe
quem é bandido.
Defenda ódio racista,
ideológico, de fé,
que tudo está muito bom,
pois muitos são dizimados,
mas você não é.
Tortura, pena de morte,
povo com sela e rédea,
tantos séculos depois,
o Brasil de volta
à idade média.
Apoie cada medida
contra o mais pobre,
defenda seu privilégio
e sua vida,
independente das mais.
Ou sua tola ilusão
de povoar uma elite
que lhe deixa pra trás.
Defenda patrões verdugos
que nos dão sabugos
dos milhões que usurpam
por dom presidencial.
Dê graças a Deus por tudo.
Pelo bem dos poderes
e pelo nosso mal.
Seja bem desumano;
Só lhe peço no fim...
Em nome do inominável,
por tudo quanto é profano...
não pregue pra mim.
DIGNIDADE PESSOAL
Demétrio Sena - Magé
Olhe; não tenha medo de se misturar com um amigo, por causa de um patrão, ex-patrão ou qualquer pessoa que você bajule por posição social - real ou fictícia -, que não goste desse seu amigo. Pense que, a pessoa que você bajula não tem medo de ser vista com você e com qualquer outra pessoa que você ame ou deteste, pois sabe que não perderá sua bajulação por nada nem por ninguém deste mundo. Além de ser uma questão de afeto e de sinceridade, é também uma questão de foro intimo e de um dedinho de dignidade pessoal. Pense nisso.
... ... ...
Respeite autorias. É lei
SOBRE TODOS NÓS
Demétrio Sena - Magé
Sou amigo de fulano e cicrano, que são muito amigos de bertano, pessoa muito bem sucedida e influente no bairro em que nós residimos. Bertano tem um problema comigo, por preconceitos que ele nutre porque não tenho religião e sou eleitor da esquerda. Em razão disso, percebo que fulano e cicrano evitam qualquer proximidade comigo em ambientes físicos e virtuais onde bertano esteja (ou não, mas perceba essa proximidade). Em outras palavras; só são próximos a mim, com ele ausente ou distante.
Dia desses fulano e cicrano, que estão sempre juntos, vieram conversar comigo, meio sorrateiros. Olhavam muito em volta: quem sabe, verificando se não passava ninguém que depois pudesse contar para bertano que o viram comigo. Quando eu lhes disse, com muita franqueza, que sabia o que vinha ocorrendo nos últimos dias, eles bem que tentaram se explicar. Disseram que só não queriam aborrecimentos e, pelo que depreendi, havia uns interesses envolvidos, etc. Segundo eles, eu devia entender. Explicações esdrúxulas.
Não entendo. Não entendo escravidão social, afetiva, ideológica, de classe nem qualquer outra... também não entendo "sinsenhorismo" e vocação para camuflagem. Se não entendo, é porque sei lidar com a diversidade... separar quem de quê... ser fiel às amizades opostas entre si... nunca julgar ou deixar que julguem por mim ou me orientem sobre quem é quem. Eu jamais entenderia esse rastejar nas sombras; esse viver de modo a dar satisfações de como vivo, com quem lido e de minhas verdades existenciais.
... ... ...
Respeite autorias. É lei
O amor é...
Um lugar onde o coração descansa e vive em paz.
Um ponto onde a tempestade não alcança.
Um lugar onde existe o conforto em épocas de dificuldade.
Um espaço onde aquele sonho solitário vira uma realidade a dois.
Um sentimento que tem delicadeza, e dá saudade.
Um cantinho onde o coração se abriga por um tempo e mesmo que este abrigo deixe de existir, só a lembrança desse amor que aconteceu viverá para sempre no coração dos que dele provaram.
Para alguns, o amor pode ser leve, alegre, gentil e representa toda a felicidade que existe na face da terra, colocando o riso nos olhos e a esperança na alma.
Para outros o amor pode ser duro, doído e cruel.
O amor pode ser um oceano, um céu ou um devaneio...
O amor é estar, é sentir, é crescer, é pensar...
O amor é viver...
Amor Amante
Tardes amenas e místicas,
de repente eis que surge,
aquele encontro fugidio,
cúmplices no mesmo ato,
com horário marcado.
Da tarde não podem passar !
O tic-tac do relógio,
funde-se com os corações,
Lábios murmurando,
tanto para contar...
Emoções, apenas emoções,
sem juízo e sem razões...
sugam-se nos abraços,
roupas pelo chão.
Dançam corpo a corpo,
sussurrando a canção,
numa fusão dominante,
provam de um néctar,
quente e embriagante.
Tontos pelo prazer,
Rolam pelo chão,
Delicioso chão !
Faz-se leito confidente,
dos murmúrios falantes,
toque de peles travessas,
de um amor amante.
AS FACES DO AMOR
O Dever sem AMOR AVALIATIVO te faz mal humorado...
A Responsabilidade sem AMOR LÚCIDO te faz imprudente...
A Ciência se AMOR RERFLETIDO te faz arrogante...
A Gentileza sem AMOR OBJETIVO te faz hipócrita...
A Honra sem AMOR PONDERADO te faz cruel...
A Justiça sem AMOR REALISTA te faz duro...
A Ordem sem AMOR SIMPLES te faz complicado...
A Riqueza sem AMOR JUSTO te faz avarento...
A Fé sem AMOR INTERROGANTE te faz fanático...
A Vida sem AMOR AUTÊNTICO é vazia e sem sentido...
Mas a vida vivida em AMOR A DEUS é permanente fonte de harmonia,
Criatividade, Paz Alegria e Felicidade...
RONDÓ DE MULHER SÓ
Estou só, quer dizer, tenho ódio ao amor que terei pelo desconhecido que está a caminho, um homem cujo rosto e cuja voz desconheço.
Sempre estive duramente acorrentada a essa fatalidade, amor. Muito antes que o homem surja em nossa vida, sentimos fisicamente que somos servas de uma doação infinita de corpo e alma.
O homem é apenas o copo que recebe o nosso veneno, o nosso conteúdo de amor. Não é por isso que o homem me atemoriza, quando aqui estou outra vez, só, em meu quarto: o que me arrepia de temor é este amor invisível e brutal como um príncipe.
Quando se fala em mulher livre, estremeço. Livre como o bêbado que repete o mesmo caminho de sua fulgurante agonia.
A uma mulher não se pergunta: que farás agora da tua liberdade? A nossa interrogação é uma só e muito mais perturbadora: que farei agora do meu amor? Que farei deste amor informe como a nuvem e pesado como a pedra? Que farei deste amor que me esvazia e vai remoendo a cor e o sentido das coisas como um ácido? É terrível o horror de amar sem amor como as feras enjauladas.
É quando o homem desaparece de minha vida que sinto a selvageria do amor feminino. Somos todas selvagens: são inúteis as fantasias que vestimos para o grande baile. Selvagem era a romana que ficava em casa e tecia; selvagens eram as mulheres do harém, as mais depravadas e as mais pudicas; selvagem, furiosamente selvagem, foi a mulher na sombra da Idade Média, na sua mordaça de castidade; mesmo as santas - e Santa Teresa de Ávila foi a mais feminina de todas - fizeram da pureza e do amor divino um ato de ferocidade, como a pantera que salta inocente sobre a gazela. E selvagem sou eu sob a aparência sadia do biquíni, olhando a mecânica erótica de olhos abertos, instruída e elucidada. Pois não é na voluntariedade do sexo que está a selvageria da mulher, mas em nosso amor profundo e incontrolável como loucura. O sexo é simples: é a certeza de que existe um ponto de partida. Mas o amor é complicado: a incerteza sobre um ponto de chegada.
Aqui estou, só no meu quarto, sem amor, como um espelho que aguarda o retorno da imagem humana. O resto em torno é incompreensível. O homem sem rosto, sem voz, sem pensamento, está a caminho. Estou colocada nesse caminho como uma armadilha infalível. Só que a presa não é ele - o homem que se aproxima - mas sou eu mesma, o meu amor, a minha alma. Sou eu mesma, a mulher, a vítima das minhas armadilhas. Sou sempre eu mesma que me aprisiono quando me faço a mulher que espera um homem, o homem. Caímos sempre em nossas armadilhas. Até as prostitutas falham nos seus propósitos, incapazes de impedir que o comércio se deixe corromper pelo amor. Quantas mulheres traçaram seus esquemas com fria e bela isenção e acabaram penando de amor pelo velhote que esperavam depenar. Somos irremediavelmente líquidas e tomamos as formas das vasilhas que nos contêm. O pior agora é que o vaso está a caminho e não sei se é taça de cristal, cântaro clássico, xícara singela, canecão de cerveja. Qualquer que seja a sua forma, depois de algum tempo serei derramada no chão. Os vasos têm muitas formas e andam todos eles à procura de uma bebida lendária.
Li num autor (um pouco menos idiota do que os outros, quando falam sobre nós) que o drama da mulher é ter de adaptar-se às teorias que os homens criam sobre ela. Certo. Quando a mulher neurótica por todos os poros acaba no divã do analista, aconteceu simplesmente o seguinte: ela se perdeu e não soube como ser diante do homem; a figura que deveria ter assumido se fez imprecisa.
Para esse escritor, desde que existem homens no mundo, há inúmeras teorias masculinas sobre a mulher ideal. Certo. A matrona foi inventada de acordo com as idéias de propriedade dos romanos. Como a mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita, muito docilmente a mulher de César passou a comportar-se acima de qualquer suspeita. Os Dantes queriam Beatrizes castas e intocáveis, e as Beatrizes castas e intocáveis surgiram em horda. A Renascença descobriu a mulher culta, e as renascentistas moderninhas meteram a cara nos irrespiráveis alfarrábios. O romancista do século passado inventou a mulherzinha infantil, e a mulherzinha infantil veio logo pipilando.
O tipos vão sendo criados indefinidamente. Médicos produzem enfermeiras eficientes e incisivas como instrumentos. Homens de negócios produzem secretárias capazes e discretas. As prostitutas correspondem ao padrão secreto de muitos homens. Assim somos. Indiquem-nos o modelo, que o seguiremos à risca. Querem uma esposa amantíssima - seremos a esposa amantíssima. Se a moda é mulher sexy, por que não serei a mulher sexy? Cada uma de nós pode satisfazer qualquer especificação do mercado masculino.
Seremos umas bobocas? Não. Os homens são uns bobocas. O homem é que insiste em ver em cada uma de nós - não a mulher, a mulher em estado puro ou selvagem, um ser humano do sexo feminino - o diabo, a vagabunda, a lasciva, o anjo, a companheira, a simpática, a inteligente, o busto, o sexo, a perna, a esportista... Por que exige de nós todos os papéis, menos o papel de mulher? Por que não descobre, depois de tanto tempo, que somos simplesmente seres humanos carregados de eletricidade feminina?
O QUE SINTO POR VOCÊ
Nosso amor é um sentimento
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.
São dois galhos
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.
São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São nossas vozes de amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.
Chama e fumo
Amor - chama, e, depois, fumaça...
Medita no que vais fazer:
O fumo vem, a chama passa...
Gozo cruel, ventura escassa,
Dono do meu e do teu ser,
Amor - chama, e, depois, fumaça...
Tanto ele queima! e, por desgraça,
Queimado o que melhor houver,
O fumo vem, a chama passa...
Paixão puríssima ou devassa,
Triste ou feliz, pena ou prazer,
Amor - chama, e, depois, fumaça...
A cada par que a aurora enlaça,
Como é pungente o entardecer!
O fumo vem, a chama passa...
Antes, todo ele é gosto e graça.
Amor, fogueira linda a arder!
Amor - chama, e, depois, fumaça...
Portanto, mal se satisfaça
(Como te poderei dizer?...)
O fumo vem, a chama passa...
A chama queima. O fumo embaça.
Tão triste que é! Mas...tem de ser...
Amor?...- chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa.
Feliz aniversário, prima
Desejo a você mais um ano recheado de amor e alegrias.
Parabéns por ser tão especial na vida das pessoas que
te amam. Parabéns por suportar as dores e sempre vencer
novos desafios. Hoje está mais madura, mais feliz, mais
realizada. Hoje não preciso de rimar ou fazer versos, pois
você já é pura poesia. Te amamos, prima...
Adotarei o Amor
Adotarei o amor por companheiro
e o escutarei cantando,
e o beberei como vinho,
e o usarei como vestimenta.
Na aurora o amor me acordará e me conduzirá aos prados distantes.
Ao meio dia conduzir-me-á à sombra das árvores onde me protegerei do sol como os pássaros.
Ao entardecer conduzir-me-á ao poente, onde ouvirei a melodia da natureza despedindo-se da luz, e contemplarei as sombras da quietude adejando no espaço.
À noite o amor abraçar-me-á, e sonharei com os mundos superiores onde moram as almas dos enamorados e dos poetas.
Na Primavera andarei com o amor lado a lado!
E cantaremos juntos entre as colinas!
E seguiremos as pegadas da vida, que são as violetas e as margaridas!
E beberemos a água da chuva, acumulada nos poços, em taças feitas de narciso e lírios.
No Verão deitar-me-ei ao lado do amor sobre camas feitas com feixes de espigas, tendo o firmamento por cobertor e a lua e as estrelas por companheiras.
No Outono irei com o amor aos vinhedos e nos sentaremos no lagar!
E contemplaremos as árvores se despindo das suas vestimentas douradas e os bandos de aves migratórias voando para as costas do mar.
No Inverno sentar-me-ei com o amor diante da lareira!
E conversaremos sobre os acontecimentos dos séculos e as histórias das nações e dos povos.
O amor será...
Meu tutor na juventude!
Meu apoio na maturidade!
Meu consolo na velhice!
O amor permanecerá comigo até o fim da vida!
Até que a morte chegue, e a mão de Deus nos reúna de novo!
- Então Charlie Brow, o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul.
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir. Acho que isso é amor...
