Cartas de Amigo de Trabalho

Cerca de 5866 cartas de Amigo de Trabalho

O trabalho do professor deve servir de ponte para o aprendizado do aluno, afinal o professor possui também suas experiências práticas da vida que este aluno está sendo inserido, é impossível dar uma aula ou ter qualquer tipo de processo educativo sem também expor sua opinião, porém é dever do professor deixar que o aluno tome por si mesmo e chegue a escolhas próprias, a grande problemática é que o professor ele deve permitir que o aluno construa sua opinião, baseada em arquétipos, modelos de uma sociedade real, ninguém pode negar o direito de optar, a opção é individual , talvez possa coibir a sua expressão, mas não sua opinião, a opinião é formado pelo individuo a partir de suas relações sensíveis não apenas com o professor, mas também de seus familiares, amigos e sociedade, o que podemos então fazer para melhorar este processo é ensinar o aluno a separar sua opinião de um espaço da associação ele participa, tendo em vista que sua opinião deve ser ou não preservada, a partir de escolhas individuais.
Veja pra tudo há uma finalidade, a compressão da educação de maneira sedimentada, não o torna eficiente , discursos como tal matéria ser melhor ou não que outra é extremamente subjetiva, por que o aluno deve aprender português enquanto estuda história, e dentro do quadro de estudo compreender a geografia da história do quadro, havendo muitas vezes a necessidade de desenvolver cálculos matemáticos , a questão não é a matéria que está sendo estudada, mas o contexto que essa matéria está inserida, veja bem , na educação não podemos obrigar ninguém a aprender nada, mas podemos contextualizar o processo educativo para que haja o interesse e a necessidade da interação de todas as matérias.
Todo universo está em função de tempo, mas o tempo está em função de que?
A única certeza de tempo que possuímos é que ele uma variável, como toda variável relativa, então tempo está em função de possibilidades, a construção da educação a mesmo modo se dá em função do tempo, há relatividade entre a velocidade em função de tempo no processo de educação de um determinado espaço, e a própria pessoa no contexto educativo, a própria cognição e as experiências empíricas, pondo-se na necessidade do conhecimento, e o enfrentamento de novas possibilidades, assim para cada aluno existe milhares de possibilidades e universos diferentes no processo de aprendizagem, cabe à o educador , mediar o melhor caminho para o desenvolvimento do aluno, a partir do qual o mesmo possa desenvolver a melhor forma de aprendizado.

Inserida por ruisdaelmaia

O amor é agir
Pela dor de sentir
Por nossas minorias
Que todos somos dia
De trabalho e folia
Tristeza e alegria
Um chorava um sorria
O amor já jazia
Cheguei demos nossas mãos
Tocou o meu coração
Senti as suas batidas
Encontramos novas saídas
Entendemos um ao outro
Vivemos a verdade
E se ela for dolorosa
É só aprendizado
Você é claridade
É luz
Amor de sons
E de toques
Perdidos em varios tons
As vezes mais escuros
Outras vezes mais claro
Rendido em um mundo
Onde as cores são pecados
Pros olhos do errado
Da falta de amor
Que se entrega em meios
Onde tem devaneios
Vida de receios
E se encontram perdidos
E se o amor nao for visto
Deixaremos ele à vista
Em capas de revista
Com cores tribalistas
Sempre contra racista
Acendo o meu beck
Que queima de amor
E quem plantou paz
Sempre plante mais
E sera colhedor.

Inserida por LNI_YAYA

Os vícios +18
~
Cabeça para trás de um dia de trabalho,
Apenas algumas horas antes de dormir.
Tenho vinte amigos em uma caixa.
Eles queimam muito lento.

Então o som
De um moedor de café
Preenchido com os melhores.

Meu corpo é um templo
Cheio até a borda.
Os copos de whisky
Cair sobre

Os comprimidos para dormir ficam mais fracos.
Pegue um, pegue dois, pegue três,
O que atrai
Algumas horas de sono. é que da próxima vez seja bem melhor que da outra vez ! por caio oliva os vícios +18

Inserida por caiooliva

Horas

Calmo o dia nasce, em breve o sol
alto vai .
As horas começam o seu trabalho
constante de encurtarem os dias,
cada vez mais.
Menor é o tempo que se tem diante
do tudo que há de ser feito horas,
minutos, segundos, logo passam.
O trabalho parece não parar,a única
pena que sinto é que o tempo correndo
ao se modo, pouco sobra para junto de
ti estar.
As horas são as mesmas, nós é que
aumentamos o volume de atividade, e
deixamos o amor para trás.
Penso em breve isso mudar, passarei a
ver vez por outra, o meu trabalho.
E a todo instante viver-te por inteiro,
cada vez mais.

Roldão Aires

Membro Honorário da Academia Cabista de Arte Ciências e Letras
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E

Inserida por RoldaoAires

Sorriso

Um dia casativo de trabalho
Sentei em um banco,
Olhando a rua,vi um cem teto.
Me peguei no sono.
E viagei pelo o universo

La eu via a lua de perto
Que imenciadao
No começo fiquei inquieto
Mais fui me soltando
E podia voar.
De planetas em planetas
Vendo a terra,
E varias estrelas.

Conheci saturno
Mais nao gostei
Era muinto escuro
Nao tinha sol para iluminar
Ou cheguei la a noite mesmo.

Rodei todo universo
Tava lindo
Acredite vi tudo isso
No sorisso de um mendigo

Inserida por vitor_biel_silva

Trabalho
T- er no dia a dia um alvo maior,
R- idente, ou choroso, sem desanimar!
A- mar, agir, florescer mesmo no inverno,
B- uscar em si, as dádivas do céu,
A- ndar de olhos erguidos,
L- igar-se no trono da graça sempre,
H- onrar ao Rei, agradecido,
O- s dias serão como um jardim viçoso.

Inserida por romildasgomes

Dignidade não se compra, a gente tem!
Dignidade não é ter trabalho: é trabalhar
certo & com responsabilidade!
Dignidade não é dinheiro, mas é
valorizar o que tem e o que pode Comprar!
Dignidade é Amar e Respeitar o outro!
Dignidade é uma pessoa que tem Deus!
Dignidade é uma pessoa que não passa por cima dos
outros & Respeita o que é seu & o que não é seu!

Inserida por adaildianaalves

No muro perto do meu trabalho tem a seguinte frase " Você é feliz ou finge ser?" e pensando sobre o assunto, analisando profundamente minha trajetória até aqui, cheguei a seguinte conclusão:
Eu fui feliz, houve uma época há muito tempo, que fui feliz, mas hoje, não sei mais o que é esse sentimento.
Tenho pequenos flashes de felicidade, principalmente quando estou com minha filha, ela me dá a dose diária de felicidade que mantém de pé.

Inserida por Erika1726

Eu trabalho há mais ou menos 2,0km de distância da minha casa. Por esta razão, todas as manhãs eu vou até lá caminhando. Hoje, em especial acordei um pouco preocupada em como chegaria ao escritório, pois a chuva e o vento estavam fortes, e meu guarda chuva está com um pedaço quebrado, super vulnerável ao vento. Orei ao Senhor pedindo que cessasse a chuva para que eu não me molhasse. Na hora de sair , ainda não havia parado de chover,porém ela estava mais calma e o vento mais fraco. Meu guarda chuva aguentou inteiro eu cheguei no meu trabalho completamente seca.
Durante o percurso Deus falou algo tão simples, mas tão forte ao meu coração, e eu preciso compartilhar:

" Nem sempre o Senhor cessa a chuva quando pedimos,mas todas as vezes Ele nos garante que, se tivermos fé e arriscarmos sair mesmo assim, Ele nos levará seguros e secos ao nosso destino"!
Qual é a "chuva " que você tem enfrentado?

Inserida por Julianamelek

Apenas diga

Apenas diga que hoje não estou
Diga que trabalho e estudo
Que não paro em casa
Estou em viagem
Já cresci e tenho casa própria
Não moro mais com você
Sou bem-sucedido e ganho bem
Realizei meus sonhos
Tudo o que você não conquistou
Eu conquistei
Afinal, era o que você mais queria.
É tudo mentira.
Mas,
se a tristeza no coração apertar
E a vergonha não deixar falar
Então apenas diga isso.

Inserida por gabrielle_moreira

CORRIDA DE 100 METROS

Por que achamos que nosso trabalho é melhor e mais suado de que os outros?

Que impressão é essa que nos coloca acima dos outros?

Por que então nos sentimos tão especial ao realizar um trabalho, mesmo que seja o mais simples possível?

Será o trabalho ou vaidade?

A vaidade ultrapassa o trabalho numa corrida de 100 metros.

Inserida por fabio_nery

Viva

Voltei ao trabalho, porque em cada
canto tu estavas.
No pensamento eras viva,tão viva
como quando te deixei.
No teu perfume, calor dos teus lábios,
na maciez de tua pele, a paz encontrei.
Paz, que se sente, quando se beija uma
criança.
As tuas mãos, eu as sinto pelo meu corpo
todo, tuas unhas arteiras, tu as passas
em meu peito.
Te sinto até agora, inteira em mim embora
poucas horas fazem que me despedi, e já
tenho vontade de voltar, ficar para não
mais sair de perto de ti.
Roldão Aires

Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E

Inserida por RoldaoAires

"Não deixe que o entusiasmo seja o motivo de seu trabalho. Cultive o amor pelo que faz, pois o entusiasmo é da mente e o amor é do coração, do sentimento. O que é da mente, é passageiro, mas o amor é eterno. Procure envolver com amor tudo aquilo que fizer com entusiasmo.
O cultivo da harmonia e fraternidade é o antídoto dos nossos conflitos psíquicos e até de dores materiais, pois eles provêm dos conflitos psicológicos.
A felicidade verdadeira só existe quando estamos desapegados de qualquer interesse particular. Nossa personalidade tem a impressão de que nesse estado, isento de egoísmo, perdemos o interesse pela atividade; isto realmente acontece quando só temos como fim nossa satisfação ou nossos prazeres. Se procurarmos ver, amar e sentir Deus nas suas manifestações, somos inundados por um contentamento puro e de alegria não maculada pelo desejo de satisfação própria. Para mim, isto é a real felicidade.
Para a maioria dos encarnados, felicidade é sinônimo de poder, seja mental ou material, satisfação, ociosidade e prazer.
Entretanto todos esses estados são cultivos de futuras dores que não tardarão a florescer.
Observando tantos encantos que o Pai criou, vislumbrei, como que numa compreensão simultânea, um pouco das dificuldades da vida humana, até que o homem se volte para viver como parte integrante do Universo. Quando esta integração for realidade constante, o ser humano viverá o oposto de todo esse sofrimento."

Inserida por tgralha

AMBIENTE DE TRABALHO: COMPETIÇÃO OU DESTRUIÇÃO?
Sei que uma competição pode ser saudável, principalmente, quando bem estruturada e com metas definidas. No entanto, há disputas que levam à destruição de um trabalho.

Para mim, trabalho é sinônimo de equipe eficaz, de liderança equilibrada e motivada. Nesse ambiente, não devem existir fofoca, o vale-tudo, enfim, o antiético!

Inserida por rjbgbo

Se você possui um amor, faça dele seu bem maior. Chegue correndo do trabalho nas sextas, passe o final de semana planejando e realizando projetos. Quando ela não acordar bem, prepare o café, assista aquele filme de romance pela décima vez, aquele que você não gosta mas assiste por ela. Durante a semana, depois do trabalho, não esqueça de comprar a tapioca de carne seca que o seu Zé vende em sua bicicletinha. Faça amor apaixonadamente, e na primeira pausa, admire-a e diga o quanto seria incompleto sem aquele amor.
Porque o tempo é efêmero, passageiro, pouco se importa com a forma a qual o usamos, um dia ele vem tomar o que é dele. Mas seu amor místico, divino e atemporal, está além dos domínios do tempo.

Inserida por MatheusHoracio

Em desordem...
(Nilo Ribeiro)

Estou afogado em livros,
mergulhado no trabalho,
tento achar o equilíbrio,
ser solidão, ser solitário

às vezes eu sou eu,
às vezes autenticidade,
às vezes um já morreu,
às vezes enfermidade

não encontro meu ponto,
sou menos, ou sou mais,
não me dou um desconto,
sou inferno, sou paz

linha do horizonte,
não existe para mim,
não bebo mais em tua fonte,
isto é todo o fim

vivendo desta forma,
sou envolvido pela ilusão,
quem um dia foi minha plataforma,
me deixou na solidão

como a vida é banal,
conclusão que eu repudio,
ser completo de bem material,
mas ter o coração vazio

minha vida ficou em desordem,
uma verdadeira anarquia,
somente as palavras me socorrem,
pois elas viram poesia

uma poesia de desalento,
mas uma poesia pura,
mesmo vivendo um mau momento,
não perdi a minha doçura

um poeta doce,
como se um anjo fosse,
um poeta sem sucesso,
pois não tem o teu regresso...

Inserida por NILOCRIBEIRO

'NASCIMENTO'

Noite turva.
Frio na espinha.
À Pátria mãe clamava atalaias,
rondas.
Trabalho em círculo,
andar cansativo,
mas significante em épocas de chuvas...
Lembro-me o olhar de tubarão,
serras pontiagudas,
escorpião.
E as tantas palavras vãs.
Não eras soldado,
mas capitão,
metralhando hediondos adjetivos...

Ser eletrocutado no desprezível,
exímio de chorume,
fuligem nos olhos,
teve significâncias no tempo.
Acolhi o que dissestes para crescimento.
E cresci infindavelmente,
não sabes o bem que fizestes...

Sem asas,
mostrastes o infinito.
Sem forças,
nascera um gigante.
Houveram milhares de noites,
e inspirei-me apenas naquela...
Lembro quando verbalizavas 'desmerecimentos',
'fracassos'.
Não sabes o volume,
tampouco o tamanho da medida.
Mas me levantastes naquelas palavras bem arejadas,
tão bem colocadas...

Engraçado!
Teu nome de guerra era 'Nascimento'.
Mal sabias,
do renascimento a cada palavra mal adjetivada.
Eras grande no momento para que eu galgasse o meu mundo.
Obrigado pelo nascimento,
caro amigo 'Nascimento'...

Hoje,
vi tua imagem,
com mãos ainda em formato de 'descansar'.
Ainda há tempo no moinho.
A vida dá voltas,
e o tempo nos ensina maravilhas....

Inserida por risomarsilva

A MAIOR MISSÃO NA TERRA

Enquanto trabalho em minhas planilhas, lembro das suas pequenas unhas do pé que precisam ser cortadas.

Enquanto almoço rapidamente, penso se as professoras da escola integral insistem algumas vezes para você comer o brócolis, assim como eu faço lá em casa.

Na academia (que tento fazer no horário do meu almoço, entre uma reunião e outra), tento levantar um pouco mais de peso nos equipamentos. Meu corpo precisa estar inteiro e saudável para organizar a sua festa de 15 anos.

Olho o extrato bancário e vejo que já debitaram a parcela mensal do meu seguro de vida que fiz antes mesmo de você nascer. Mesmo em minha ausência, caso ocorra, quero lhe deixar algum conforto.

Sorrindo, engulo mais um sapo a seco e aguento agruras no trabalho pois preciso do salário ao final do mês para o seu nobre sustento.

Viajo para as minhas aulas do doutorado muitas vezes em lágrimas e com o coração apertado por uma noite a menos com você, mas com a certeza que será melhor para o seu futuro. E com a esperança de tê-la orgulhosa citando a mãe doutora.

Faço questão de percorrer algumas horas de trânsito por dia para levá-la e buscá-la do colégio, pois são horas em que me dedico só a você, mesmo desviando dos ciclistas e cachorros que cruzam o nosso caminho.

Aliás, no percurso até a sua escola, fico inventando uma nova brincadeira para interagirmos até chegarmos em nossa casa, na esperança que não pegue no sono e durma sem jantar.

Colei os seus desenhos ao lado da minha mesa do trabalho para eu lembrar que um dia duro faz todo sentido quando se tem um “pedacinho de gente” dizendo que te ama ao final da tarde.

Declaro com um sorriso escapando do rosto que aprendi a matar baratas, fazer omeletes, cantar no chuveiro, assistir desenhos animados e cuidar bem melhor da minha saúde depois que você nasceu.

Morri um pouquinho quando me pediu, pela primeira vez, para deixá-la no portão da escola e vê-la caminhar sozinha, e não deixá-la pessoalmente dentro da sua sala, aos cuidados da sua professora, como eu sempre fiz.

E falando de novo em morrer, quase morri de culpa quando vi uma cárie microscópica em seu dente do fundo. Eu me senti a pior mãe do mundo por isso. Fui derrotada, mesmo tentando cuidar dos seus dentinhos da melhor forma possível.

Revolto-me discordando das pesquisas que relacionam mães que trabalham muito com filhos com problemas psiquiátricos. Escolha cruel e injusta demais entre ser pobre ou ter sucesso, ter filhos saudáveis ou doentes.

E falando de doenças mentais, saí chutando a lixeira do consultório do meu psiquiatra quando ele me disse que a minha doença se chamava “sono” e que bastaria eu dormir oito horas por noite para eu sarar. Alguma mãe aí pode me dizer como faço isso?

Falando de perder sono, foram incontáveis as vezes que saí da minha cama e fui até a sua só para certificar se estava tudo bem, se você respirava, se a janela entreaberta te incomodava, se algum pernilongo te rondava, se sua “bexiguinha” suportaria até o amanhecer, se a manta que te cobria te protegia do frio ou te dava calor…

Chorei com a maior das paixões quando jogamos a primeira partida de xadrez juntas. E você só tinha 4 anos.

Chorei de novo quando soletrou “batata” e “boneca”. Quando pegou os meus dedos e contou-os até dez… Em inglês.

E falando em chorar, só “aprendi” a chorar mesmo, quando você contorceu de cólicas pela primeira vez, aos 20 dias de vida, e nós duas sozinhas em casa na madrugada. Antes eram só lágrimas de crocodilo ou derramadas sem um motivo tão nobre.

Depois que você nasceu, reconheci que fazê-la dormir segurando as suas mãozinhas pequenas é muito mais prazeroso (e saudável!) do que comprar uma garrafa de absinto e beber sozinha, andar em alta velocidade com um carro novo ou fumar um maço inteiro de um importado da Indonésia, sabor canela, pela madrugada…

O suor infantil exalado dos seus pezinhos após um dia todo de estripulias é muito mais perfumado do que uma “explosão de rosas”: o cheiro daquele meu perfume que você desde bem pequenina sempre pediu um “tiquim no pecôço”.

E quando fecho os olhos, naqueles dias que parecem não ter fim, eu lembro do nosso diálogo no dia da mais terrível tempestade que passamos juntas, sozinhas, você com apenas 4 anos de vida, salvando a minha:

– Filhinha, se tudo o que temos for perdido, tudo o que a mamãe precisa para recomeçarmos está aqui dentro, ó (e apontei para a minha cabeça).

– Mamãe, não se preocupe. Só não fique olhando para a chuva, nem para o vento, nem para as árvores (que se contorciam nessa hora). Me abrace, me dê as suas mãos (pegou as minhas mãos nas delas, tão miúdas), olhe aqui pra mim, para os meus olhinhos e repita comigo várias vezes: “eu não tenho medo, essa chuva vai passar, eu não tenho medo…”.

Obrigada meu amor por me fazer piloto dessa nave, na maior missão na Terra.

Inserida por nivea_almeida

OS DENTES DE JOÃOZINHO

Joãozinho apareceu no primeiro dia de trabalho com um par de sapatos maior que o seu pé. As roupas, bem largas, dançavam em seu corpo delgado. Ainda não havia recebido o uniforme azul para a labuta, e por isso precisou improvisar. Todo mundo reparou o seu jeito meio desconjuntado, mas ninguém comentou patavina.

No outro dia, já de uniforme e sapatos luzentes do seu tamanho, veio de cabelos bem penteados e unhas cortadas. Apresentava-se sempre sorridente e cortês, assim como havia aprendido em seu treinamento para ser um jovem aprendiz, e assim também como, decerto, ditava a sua própria natureza.

Os dias foram passando e todo mundo se afeiçoou ao Joãozinho. Um garoto de costumes simples e jeito humilde, mostrava-se sempre prestativo, educado, gentil e bem humorado.

Pele negra, estatura pequena, bastante magro, cabeça ovalada enfeitada de madeixas negras encaracoladas, mãos, pés e orelhas desproporcionais, Joãozinho no auge de sua adolescência, tinha os dentes grandes e brancos sempre ostentados em um sorriso.

– Joãozinho, você cuida muito bem desses seus dentes, hein? – Disse como forma de encômio, no intervalo do café.

– Sim, senhora, cuido sim. Na verdade a mamãe faz uma fileira conosco todas as manhãs e no fim do dia. Ela mesma escova nossos dentes.

Sem entender muito bem aquela resposta, continuei meus questionamentos:

– Como assim João? Você já tem 15 anos de idade, já sabe escovar seus dentes sozinho. Sua mãe não precisa mais te ajudar.

– Sabe, dona, lá em casa a água é difícil. E não temos escova de dente. Mamãe pegou alguns sabugos de milho, cortou assim ó (mostrou com as mãos vários longos cortes na vertical) e cada um de nós tem uma “lasca”. Somos doze, né…

Eu continuei ouvindo estarrecida, não imaginava que era aquela a realidade de Joãozinho.

– Dos doze, dona, dez já tem dentes, dois são muito bebês ainda. Daí mamãe guarda nossas “escovas” bem organizadas na beira da prateleira e cobre com um paninho bem limpo. De manhã e à noitinha ela nos coloca enfileirados por ordem de tamanho, e começa o trabalho do menor para o maior. Os pequenos, que não tem dentes, ela limpa direitinho a boca e as gengivas com um rasgo de fralda umedecida na água. Na sequência, ela vai pegando as nossas “escovas”, passando um pouco de sabão de coco na ponta e esperamos todos de boca bem aberta. Mamãe é muito inteligente, dona, ela nunca confunde nossas “escovas” para não correr o risco de pegarmos bactérias da boca um do outro.

Joãozinho descrevia aquele rito com uma absurda riqueza de detalhes, e com os olhos tremeluzindo de orgulho da sua tutora esmerada. E ainda teve mais:

– Ela escova nossos dentes, dona, pois pela manhã, por exemplo, só temos um balde grande de água para tudo. E mamãe, para não desperdiçar, faz o trabalho ela mesma, evitando que entornemos ou que um de nós use mais água que o outro. Ela pega o copo de ferver a água do café, enche, e faz com que aquela porção dê conta de todos os nossos dentes. Sabe, dona, sabão de coco não é muito gostoso não, mas olha o resultado (e arreganhou os dentões todo soberbo). Como sou o maior e mais velho, sempre fico por último, e às vezes saio de casa com gosto de sabão na boca, pois o que sobra de água para mim para retirá-lo às vezes é bem pouquinho.

Joãozinho relatou sua higiene bucal e a de seus irmãos com muito empolgamento e a mesma alegria estampada na cara, do começo ao fim. Pelo que se podia perceber, era um momento ímpar de união familiar e partilha, promovido pela mãe daquela trupe.

Após o seu relato, engasgada, não consegui falar muita coisa. Terminei o meu café, já frio, agradeci pela história em murmurejo e saí dali de volta para o meu gabinete de trabalho. Mas não consegui ficar sentada por muito tempo. Peguei a minha bolsa e avisei a minha secretaria que iria rapidamente a um supermercado nas redondezas.

No final do expediente, como era de costume, Joãozinho foi até a minha sala perguntar se existia mais alguma demanda para aquele dia, e, em caso de minha negativa, sempre se despedia com o mesmo mantra “deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona”.

Estendi a mão com uma sacola plástica com as compras recém-adquiridas e entreguei ao Joãozinho. Lá dentro quinze escovas de dente de tamanhos e cores variados, alguns pacotes de algodão, dois pacotes grandes de lenços umedecidos, cinco tubos de pasta de dente com sabores diversos, um vidro grande de enxaguante bucal e duas embalagens de fita dental.

– Toma João, coloca na prateleira da sua mãe.

João recebeu a sacola com uma interrogação na fronte. Abriu e espiou, matreiro. João não sabia o que fazer de tanta satisfação. Abriu, vislumbrou e fechou aquela sacola plástica um milhão de vezes, como se ali escondesse uma grande e reluzente barra de ouro. Ele não acreditava no que via. Não sabia se agradecia, se me abraçava ou se saía correndo dali para encontrar logo a mãe.

– Dona, isso é pra nós mesmo? É sério? – Perguntou, com os olhos marejados.

– Corre, João, sua mãe precisa se organizar para o ritual da tarde. – Respondi.

Joãozinho, se não bastasse, deixou a sacola sobre a mesa, e subitamente, ajoelhou aos meus pés principiando um Pai Nosso bem alto, com as mãos para cima. Tentei retirá-lo dali puxando-o pelo braço, constrangida, mas foi em vão levantá-lo. Deixei-o terminar a sua oração. Era o seu jeito de agradecer por aquele gesto tão ínfimo da minha parte.

– Deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona.

E aconteceu. Naquela mesma noite eu sonhei que estava no Céu. Doze anjos negros e lindos, cabelos pretos encaracolados, vestidos de branco, asas enormes, suspensos do chão, cantando divinamente em uníssono, alinhados, mostrando os seus sorrisos com dentes tão brilhantes que ofuscavam o meu olhar…

Inserida por nivea_almeida

Pai
Tudo está indo tão bem, estou conquistando minhas coisas trabalho bom notas boas amizades novas de 0 a 10 minha vida está 10, mas quando me lembro de você, seu sorriso sua maneira de falar seus conselhos ou o enorme herói que eu tinha na minha vida me faz pensar que poderia estar melhor ai minha vida de -1 a -10, fica -10...
Mas obrigado pai pelo pouco tempo e pela enorme experiência que você me deixou, não vejo a hora de ser pai e ser tudo aquilo que você foi pra mim em tao pouco tempo !

Inserida por leandro_junior