Carta a um Amigo Detento
Quase Máquina
Às vezes você vive como um robô, e tudo bem! Era o que você queria, né?
Às vezes vêm algumas crises de realidade — o que um robô não sentiria o impacto.
Mas, diferente de um robô, apesar de se assemelhar com um, você é um ser humano. Mesmo que, às vezes, não queira ser.
Então seus sentimentos te sufocam.
Você é barulhenta, menina, mas tão silenciosa.
Cale-se um pouco.
Fale somente o que precisa.
Ela vai te atacar.
E você vai resistir.
Essa briga vai te sufocar.
Você vai ficando sem ar.
Se resistir mais, seu corpo começará a tremer.
Mas as lágrimas...
Ah, as lágrimas... elas não vão cair.
Quanto mais você tentar arrancá-las, mais sufocada você vai se sentir.
Você não queria ser uma máquina?
Não reclame.
Silêncio em tormentas
Há em mim um lado que é calmaria,
E outro que se perde na tormenta.
Um que se cala ao te olhar,
E outro que grita tua ausência.
Carrego em mim um amor que te envolve,
Mas também um orgulho que te afasta.
Sorrisos nascem só de te ver,
E lágrimas caem quando não estás.
Sou feito de contrastes,
De céu sereno e tempestade,
De certezas e dúvidas,
De encontros e saudades.
Mas entre todos os meus lados,
Entre tudo o que sou ou deixo de ser,
Não existe em mim sequer um instante,
Em que eu não te deseje
Com alma, com coração
"Casa de Dentro"
(por um coração com janelas)
Tenho em mim uma casa que não fecha,
onde o vento entra sem bater —
e cada suspiro é uma porta que range
pro lado de dentro de mim.
Nessa casa mora um rio calado,
que chora baixinho à meia-noite,
mas também ri com o sol da manhã,
quando a esperança põe a chaleira no fogo.
As paredes têm cheiro de infância,
de pão na manteiga e de colo quente.
E quando a tristeza visita,
dou café e deixo sentar um pouco.
Porque aprendi — com o tempo e os tombos —
que até a dor tem poesia
se você souber escutar com o peito
e não só com os ouvidos do dia.
Nessa casa, amor não é hóspede:
é morador antigo,
que plantou hibiscos no quintal
e rega o silêncio com paciência.
E há um jardim nos fundos,
onde tudo que morreu floresce de novo,
de mansinho,
como quem entende que a beleza
não tem pressa nem endereço fixo.
Sou casa, sou rio, sou flor.
Sou verbo que ainda não foi escrito,
mas que vive sendo sussurrado
no coração de quem sonha.
E se um dia bater na minha porta,
vem leve.
Descalço.
Com alma lavada.
Porque aqui dentro,
a gente vive como se o mundo fosse poesia
e cada encontro, um milagre.
Tenho dentro de mim
uma Clarice que duvida,
um Drummond que espreita as pedras,
um Vinicius que ama até o adeus,
e um Shakespeare que sonha com os olhos abertos.
Fui casa caída, bandeira ao vento,
fui rua sem nome e jardim sem dono.
Mas reguei minha ausência com esperança,
e plantei amor até no chão do abandono.
Não me peça lógica — sou flor.
Sou verbo em carne viva.
Sou reza de Cora no silêncio da cozinha.
Sou verso de Mario escapando pela fresta.
E mesmo quando a dor fizer morada,
ainda assim —
com olhos molhados e alma lavada —
deixarei a porta aberta.
O peso do amor não entregue
Era uma vez...
Uma vez, em um ano qualquer, nasceu uma menina cujo sonho era físico e distante — e o sonho do seu coração, quase impossível.
Seu coração desejava, quase que desesperadamente, ser amado por alguém de verdade, pois aquele coração tinha muito amor para dar, e ele não aguentava o peso de tanto sentimento.
Ele só queria distribuir.
Mas o cérebro da menina não permitia.
Precisava ser a pessoa certa — ou, pelo menos, alguém que não fosse superficial, como o tempo em que ela vivia.
E, pelo menos até hoje, ela não teve um "felizes para sempre". Ainda não.
E, sinceramente, não sei se terá.
Talvez, um "feliz para sempre"... sozinha.
Não tenho medo de coração partido,
nem de espelho quebrado.
Tenho medo de coração vazio
e de um reflexo de mim nublado.
Não tenho medo do escuro,
nem do perigo que tu és.
Tenho medo que a sua sorte
será meu revés.
Não tenho medo de viver 1 só vida
e que meu fogo seja apagado.
Tenho medo de viver 7 vidas,
e nenhuma ao seu lado.
Quero tudo o que puder me dar,
ainda que seja azar.
Em cada olhar, um universo se forma,
Teus olhos são chamas que aquecem a alma.
No toque suave das tuas mãos,
Sinto o calor que dissolve as solidões.
Teu riso é a luz que ilumina meu caminho,
Um som doce e puro, como canto de passarinho.
Nos teus braços, encontro meu lar,
Um abrigo seguro onde posso sonhar.
Quando a noite chega e o mundo se cala,
Teu amor é a estrela que nunca se apaga.
Nas horas tranquilas, ao teu lado quero estar,
Sentindo o calor que nos faz vibrar.
Cada momento contigo é um tesouro guardado,
Uma dança suave em um ritmo apaixonado.
E mesmo nas tempestades que a vida traz,
Teu amor é o sol que sempre me traz paz.
Prometo te amar com toda a minha essência,
Ser teu companheiro em cada experiência.
Juntos construiremos um mundo encantado,
Onde o amor é eterno e nunca será apagado.
Textinho de Outono.
A tarde cai...
Num cinza sem cor.
Na rua vazia... Um triste clamor.
O asfalto quente.
A alma em desalinho.
Um copo de uísque! Um amargo destino!
A vida passa... num filme em preto e branco!
Sem trilha sonora...sem um único tranco!
Os dias se repetem...iguais a si mesmos...
Em rotinas frias...sem afetos, sem extremos!
Quantas coisas deixamos de ver simplesmente por não olhar?
Perdidos em nós mesmos!!! Sem tempo para amar!
A beleza se esconde em cada canto! Em cada fresta!
Mas, a nossa cegueira a torna uma floresta!
Um olhar distraído. Um passo apressado!
O mundo se esvai, em um instante esquecido...
E a gente se pergunta no fim da jornada:
O que restou de nós?
Nesta vida tão pouco vívida a desgraçada!
Há um engarrafamento em minha cabeça.
Não de carros — desses já me cansei nas ruas —
mas de pensamentos.
Ideias que bateram uma na outra como caminhões desgovernados.
Palavras estilhaçadas. Conceitos esmagados.
E eu, no meio,
como um pedestre distraído que atravessou fora da faixa da lógica.
Meu psicológico está acidentado.
Não é figura de linguagem, não!
É um fato clínico — e ninguém sinalizou o caos.
E tudo continua fluindo lá fora —
gente indo, vindo, vivendo!
E eu? Eu estou aqui, preso entre as ferragens,
num cruzamento sem sinal,
onde todos os caminhos levam ao mesmo lugar:
nenhum.
Viver — ah, viver! — é morrer em prestações diárias,
como um empréstimo mal feito ao universo.
Não há justiça no tempo.
Não há lógica nas intenções.
É uma punhalada embebida em perfume barato.
A inveja, a rejeição, e essa miríade de pequenas mortes sociais,
são os pregos do caixão onde nos deitamos acordados, sorrindo,
porque aprenderam-nos a chamar isso de vida.
É essa dor que não nos mata porque nos quer eternos.
Ah, se ao menos a consciência fosse um pouco mais burra,
ou o coração menos estúpido,
talvez o simples ato de respirar não doesse tanto.
Dualidade
Me pego pensando sobre a fala de um livro que acabo de ler.
Como automatizamos comportamentos infantis até hoje.
Vejo o quanto me reprimi, de sentir
Para não sofrer,
Para me proteger.
E, visto essa capa de proteção até hoje,
Parece que até sentimentos bons,
Eu não me permito vivenciar.
O silêncio paira,
E o coração é calado,
O pensamento embaraça,
E, simplesmente não tenho reação.
Desejo atravessar a minha criança sombra,
Que está solitária e pede ajuda.
Na imensidão do meu eu,
Se confunde com a adulta de hoje.
Mas são diferentes...
E dessa forma, cada uma precisa existir dentro do seu espaço.
Hoje elas soltam as mãos,
Para cada uma poder seguir
Livre na sua direção,
A criança Sol e a criança Sombra.
13/08/2024
Um rabisco
Quando digo que te amo,
É de verdade.
Se quero me afastar,
É porque sei que o amor é liberdade.
Queria aquele amor, avassalador,
Cartas, declarações,
E até juras de amor infinito.
Queria que você fosse o meu príncipe,
O pai dos meus filhos.
O cara que me faz feliz,
Me tira do eixo com apenas um sorriso.
Te desenhei tanto,
Que agora virou um rabisco.
Não sei quem você é,
Sua verdade é escondida.
Sinto muito meu amor,
O seu muito, pra mim é pouco.
Dessa vez, abro mão de você,
E, por fim eu me escolho.
28/02/2024
1 ano em Blumenau
A cada ida, um sorriso,
A cada vinda um aperto.
Em cada abraço de despedida,
A ânsia pelo reencontro.
Entre idas e vindas,
Cá estou, me sinto bem
Mas nem sempre.
Remo neste mar desconhecido.
E que agora felizmente, já não está tão agitado.
Pessoas inesquecíveis,
Aprendizados para a vida.
Foi fácil sair da zona de conforto,
Díficil é lidar com a saudade,
Com o sentimento de solidão,
E com o vazio que permanece.
Me encontro e me perco,
As vezes fraquejo,
Nem sempre sou forte,
Mas o caminho é bonito.
24/04/2022
Silêncio
O silêncio é revelador,
Trás ideias, sonhos, reflexões.
Ao mesmo tempo pode apagar uma vida,
Se viver dentro dele.
Ele te desmascara, te fere.
Te distancia e ao mesmo tempo,
Te deixa mais próximo de si.
O silêncio trás meus desejos,
E muitas vezes não quero enxergá-los.
28/02/2025
Essa é minha, para um outro
Como passa a vida
Como passa, os nossos passos.
Em algum momento, a gente se olha
E lembra que existe um ser dentro de nós,
Que precisa de atenção e amor.
Quando a gente se sente,
Encontra a força necessária
Para não se perder.
Na cultura, na vida e em si,
E, caso isso acontecer,
E com certeza isso vai acontecer,
A gente nos dá a mão novamente.
Quando olhamos o interno,
Percebemos o quanto ele pode ser feio.
Porque tem muita coisa lá, que foi abandonada.
As emoções não digeridas,
O discurso deixado pra lá, pra evitar a "briga",
As angústias das escolhas,
O sofrimento dos rompimentos,
E sutilmente, os momentos de humanidade,
Vai perdendo sua potência.
Esse interno se torna grande, e escuro, porque deixamos.
Somos os responsáveis pelo que entra e pelo que fica.
Hoje, foi um dia de existência,
De enfrentamento e coragem.
Hoje foi um dia, que vi diante de mim, a desconstrução de uma narrativa mecânizada, cansada...
Hoje, palavras foram escutadas,
E a dor de um elo partido, trouxe emoção.
A metamorfose acontecendo,
Não foi atoa que a palavra foi "alívio".
Hoje foi um dia de resgate de uma criança carente, de um adulto que sofre.
Hoje foi um dia, de resgate, de si, do outro, do afeto e da consciência de uma identidade!
05/04/2025
LER UM BOM LIVRO
É gostoso e faz bem
A gente entra na história
Viaja no mundo da fantasia
E faz parte da poesia...
Ler faz bem ao espírito
Tem letras nas folhas caídas
Tem frases nas estrelas do céu
Poeminha com sabor de mel...
Tem palavras vagando na rua
Tem poesia brincando na lua
Tem histórias nas ondas do mar
Perdidas a navegar...
Leitura tem sabores
Uva com abacaxi
Morango com framboesa
Tem até laranja misturada com kiwi...
Quem não gosta de ler
O canto do passarinho
Quando desperta gritando
E o dia anunciando...
E o vento quando assobia
Faz aquela sinfonia
Parece a poesia
Vibrando de alegria...
Irá Rodrigues
Silêncio dentro
há um não
que ninguém ouviu
mas que ecoa em mim
como um trovão de dentro para fora
ninguém viu
o dia em que morri um pouco
de olhos abertos
sem despedida
sem barulho
a vida me negou com o olhar vazio
com mãos que não se estendem
com promessas que nunca se disseram
e agora eu ando com essa ausência nos braços
como quem embala o que não nasceu
como quem carrega um nome sem rosto
como quem grita sem som
eu não quero explicações
nem conselhos
eu só quero que essa dor
não precise se esconder em mim
Desabafo
Estou me sentindo vazio, trago comigo agora um sentimento retrógrado parece que eu não ando, pois é, não sou eu quem se move e o planeta é o tempo, mas eu estou parado, e de tanto paralizar-me acabo por pensar demais. Odeio, e nego muitas vezes, de estar "tudo bem" mas quando olho minhas ações decaio como já havia caído várias vezes, sinto que não é bom ficar o dia inteiro em casa, assistir shorts do YouTube por horas só rolando para cima, e para cima, e para cima e para... Quando me dou conta, já me perdi novamente. Almejo muitas coisas tanto no âmbito profissional, tanto no pessoal, mas em suma, muitos dos meus esforços são desperdiçados por mim mesmo, começo e paro depois de um ou dois dias, e me mata saber que, ficar somente no celular e confinado é o problema, sei que isso não é bom, mais ainda sim faço. Vício, estou novamente em um novo ciclo que essa vida me proporcionou, que se consiste em uma grande oscilação entre a ânsia de ter, e o tédio de possuir. Pois tenho muito por fora, porém pouco por dentro, odeio ser otimista, mas creio que isso é passageiro e escrever isso, sempre me ajuda um pouco. É isso.
Cansaço Invisível
Carrego um peso que ninguém vê,
um nevoeiro denso dentro da mente,
um grito calado que não se desfaz,
ecoando em silêncio, eternamente.
Pensamentos correm, não sei pra onde,
me perco entre eles, sem direção.
O corpo presente, o espírito ausente,
a alma em queda, sem explicação.
Sorrisos ensaiados, olhos cansados,
respostas automáticas, gestos vazios.
Acordo cansado, durmo inquieto,
num ciclo sem pausa, frio e sombrio.
Queria um descanso que fosse profundo,
não só do corpo, mas do mundo em mim.
Um colo, um tempo, um recomeço,
onde eu me encontre — e diga: "enfim".
O peso das coisas que não vieram
Há um espaço em mim
que não é vazio —
é cheio demais
de tudo o que não aconteceu
Um lugar onde a esperança dormia
e acordou sozinha,
sem motivo
sem futuro
Não sei mais em que parte do corpo
se guarda o que nunca se teve
mas eu guardo
como quem protege cinzas quentes
como quem segura vento nas mãos
Não foi uma perda
foi uma ausência
que chegou tarde demais
pra ser evitada
e cedo demais
pra ser entendida
e eu sigo
com esse silêncio barulhento
com essa dor sem nome
pedindo a mim mesma
pra sobreviver mais um dia
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