Cara Lavada

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De cara lavada - 177

hoje me desfiz dos meus bens
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos

o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos

a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos

a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos

aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos

coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.

Sérgio Antunes de Freitas

Nota: Esse pensamento vem sendo repassado como sendo de diversos autores, entre eles Oscar Wilde. No entanto trata-se de um trecho do texto “Crônica para os Amigos” de Sérgio Antunes de Freitas, publicado em 23 de setembro de 2003.

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De chinelo, short, cara lavada e camiseta branca. Porque quem gosta de mulher montada é cavalo.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.

Sérgio Antunes de Freitas

Nota: Esse pensamento vem sendo repassado como sendo de diversos autores, entre eles Oscar Wilde ou Marcos Lara Resende. No entanto, trata-se de um trecho de “Crônica para os Amigos”, de Sérgio Antunes de Freitas, publicado em 23 de setembro de 2003.

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O amor arranca as máscaras sem as quais temíamos não poder viver e atrás das quais sabemos que somos incapazes de o fazer.

Máscaras

Há mulheres que, por mais que as pesquisemos, não têm interior, são puras máscaras. É digno de pena o homem que se envolve com estes seres quase espectrais, inevitavelmente insatisfatórios, mas precisamente elas são capazes de despertar da maneira mais intensa o desejo do homem: ele procura a sua alma – e continua procurando para sempre.

Friedrich Nietzsche
100 aforismos sobre o amor e a morte. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Para quem tem uma vida cheia de máscaras, o Halloween só serve de atalho.

Nossa dança num baile de máscaras é eterna, porque quando eu peso a mão, você me faz voar. E quando você perde o chão, eu te dou um soco na cabeça pra ver se achato a sua alegria pra caber na minha.

Acredito na bondade sem disfarce, nos rostos sem máscaras e doses de paciência que removem montanhas, no carinho e na amizade. Creio na palavra que cura, nas canções que embalam sonhos, nos risos gratuitos, na bússola do lado esquerdo que sempre indica o caminho. Eu nasci pra acreditar. E esperança, minha gente, é o que anda comigo.

Não vou sujar as minhas mãos tentando tirar sua máscara porque minha única certeza é: máscaras sempre caem sem a ajuda de ninguém.

Amar eficazmente a alguém é recusar-se a aceitar a sua caricatura. Rasgar todas as máscaras é a condição para que apareça a verdadeira face humana, no esplendor de sua verdade.

Não se revolte, não se deprima e não se exalte. As máscaras vão cair, sempre.

O amor é o fenômeno mais próximo da meditação: os amantes abandonam suas máscaras, são uma alma dentro de dois corpos.

Lobo em pele de cordeiro. Mascarás. Teatro. Falsidade, atualmente essa é a nossa realidade.

Neste mundo de disfarces e máscaras, o mais puro torna-se confuso e fica difícil distinguir o real do trivial, o banal do essencial. Às vezes uma zanga é mais honesta que um sorriso disfarçado de mentira, uma palavra dura é mais sincera que um carinho fictício que se dissolve na rotina da vida. Às vezes não damos valor a honestidade das pessoas que ainda mantêm a verdade, nos deixamos levar pelos que dizem os outros, fica mais fácil de acreditar nas pessoas com disfarces. E no fim, quando já ninguém tiver um disfarce, quando apenas fique sua vontade de amar, talvez você se veja sozinho, repousando os dias de sua vida em que encontrou o amor e o deixou passar, em que encontrou a lealdade e não soube valorizar, porque era mas simples flutuar que arriscar de verdade, que se entregar até o final. Não deixe que enganem você, observe com muita atenção depois de simplesmente olhar.

Não poderia eu viver de mentiras, de máscaras e interesses. Não sou assim, não piso em ninguém pra conseguir o que eu quero. Ainda acho que o talento fala mais alto e que o sentimento move o mundo. E por mais que eu sofra e me decepcione com as pessoas, continuo querendo que seja assim. Amo intensamente, sou amada, tenho sempre a quem recorrer. E não tenho pena de quem não tem. Desculpa, mas eu não caio nessa. O fulano pode tentar, mas não me derruba, por que não sabe por onde me pegar: o que é fundamental pra ele, é insignificante pra mim. E eu quero que se f***! Vou ser feliz e já volto.

Passado o Carnaval todos colocam as máscaras...

A vida é um "carnaval"; pena que de vez em "sempre" algumas máscaras caem...

Autenticidade não é pra quem pode, é pra quem quer levar a vida sem o peso das máscaras...

As Máscaras

O teu beijo é tão doce, Arlequim...
O teu sonho é tão manso, Pierrô...

Pudesse eu repartir-me
encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo...
e a Pierrô, minha alma!

Quando tenho Arlequim,
quero Pierrô tristonho,
pois um dá-me prazer,
o outro dá-me o sonho!

Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu...outro fala da terra!

Eu amo, porque amar é variar
e , em verdade, toda razão do amor
está na variedade...

Penso que morreria o desejo da gente
se Arlequim e Pierrô fossem um ser somente.

Porque a história do amor
só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrô
E um beijo de Arlequim!