Coleção pessoal de MuriloMelo

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Não é nada com ninguém, ou quase nada. Acho que é um problema de existência comigo mesmo. Daí eu preciso de novo ficar um pouco só.

Daqui a mais ou menos quinze dias, você vai se apaixonar por mim pra valer. Você vai rir das minhas complicações. Vai aturar minha bipolaridade. Vai aceitar meus berros e meus surtos incontroláveis. Vai admitir meu ciúme. Vai segurar a minha mão e dizer: eu estou com você a todo momento. E eu, insuportavelmente encantado segundo a segundo, vou acreditar que você nunca vai enjoar de mim e nem vai embora.

E pra falar a verdade, eu só queria me bater com uma única pessoa no mundo, alguém que me encontrasse com cara de balada nessas festas e me dissesse: Para de querer chamar atenção. Fica na sua, conversa com seus amigos baixinho, num cantinho, escondido. Você é bonito, inteligente e engraçado, não precisa fazer tudo isso. Eu tô te observando muito, eu tô reparando muito em você, eu sei o que você tem por dentro.

Uma vontade absurda de sair por aí e parar num lugar que eu não faço ideia de onde seja.

Eu chorei muito, eu pedi muitas desculpas, eu ouvi bastante desaforo, eu corri atrás, eu quis encontrar solução pra cada problema.

Mas não faz desse jeito. Não me olha com essa cara de bobo e diz que me quer. Não faz a cidade inteira ficar desinteressante porque estar com você é mais surpreendente. Não transforma assim a minha vida numa coisa mais fácil e divertida. Não me deixa com essa sensação absurda de que sou feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é perda de tempo.

Entrei naquele quarto e senti uma solidão profunda. Uma dor tão devastadora e invencível, uma mágoa inexplicável por ter sido usado por quem eu confiava muito. Fiquei tão triste, tão frágil, tão inseguro, que planejei não sair dali nunca mais. Duas horas depois de soluçar um bocado, eu dormi meio chorando.

Eu tô caindo fora. Tô desistindo da gente, dessa vez é sério. Tô abrindo mão de você enquanto ainda dá tempo de cuidar de mim.

Ele me olha e me olha com muita mágoa. Assim, como se pudesse me estrangular com as próprias íris em poucos segundos. E, pensando bem, se eu estivesse no lugar dele, também sentiria muita raiva de mim.

Eu tô torcendo muito pra gente, tô confiando muito na gente. Não estraga o que está acontecendo, por favor. Não destrói, não destrói, não destrói.

E hoje, parando pra pensar, lamento muito por mim. Por ter perdido tempo, por ter me apaixonado por um idiota como ele.

Foi aí que vim perceber que eu sempre me apaixono por você. Não importa onde, quando e nem como. Toda vez que te vejo, eu sempre vou ter o vício de me apaixonar por você.

Não tenho muita certeza se chegou a ser amor mesmo, mas toda vez que alguém me pergunta sobre quem eu sinto falta, eu sempre dou um sorrisinho cabisbaixo e me lembro do seu jeito, do seu sorriso, dos seus olhos. E assim, meio desajeitado, me lembro do modo como você fala, do seu jeito de ficar bravo, do jeito que me chama, das suas manias engraçadas. Eu me lembro de você. Do quanto você tomou um espaço enorme no meu coração, do quanto você faz parte de mim e ninguém consegue tirar. Lembro do quanto eu luto, mesmo longe, pra te ver bem.

Mas é quando você me abraça forte, muito forte, como se não fosse soltar mais, que eu esqueço onde estou.

Me pergunto, às vezes, o que ele anda fazendo na vida. Fico pensando, principalmente antes de dormir, se ele tem se cuidado direito, se conseguiu ser feliz ao lado de alguém.

Você acorda, toma café, vai para a academia, almoça, trabalha, se aborrece no trânsito, se distrai num filme, sai com alguém na sexta-feira. E eu fico aqui te vendo se perder nessas coisas rotineiras em que eu nunca estou presente.

Catarina abre o chuveiro e senta no banheiro e começa a chorar. Tá sofrendo porque não entende nada, mas continua insistindo.

E eu, como estava dizendo, já vivi outras histórias que terminaram desse jeito. Mas dessa vez eu queria muito que desse certo. Pela forma como a gente se conheceu, por tudo que vivemos, pelas nossas tentativas, pela nossa química e porque eu mereço muito ser feliz.

Sempre pego a fila mais lenta no supermercado, sou barrado na porta giratória do banco, vivo parado por freios de carros. Sou a confusão em pessoa. Não tenho sorte no jogo e muito menos no amor, mas de alguma forma te conheci.

Eu acho que é só uma fase. Dessas de querer tudo e ao mesmo tempo não querer nada. É estranho, eu sei. Mas nada em mim é tão normal quanto parece.