Isabel Morais Ribeiro Fonseca
SENHORA DA MINHA VIDA
Preciso dormir
Para não esquecer-me de quem sou
Dona do ar......Da escuridão
Da claridade.....Da imensidão
Dona de mim mesma
Do maldito.....Do bendito
A minha cama é a estrada
Que me leva a ti
No caminho do infinito
Onde canta a voz de um luar
Alma de orvalho
Trago-te nos meus braços cansados
Flores sem os galhos
Deixei para trás os espinhos
Os espinhos...Ficaram nos galhos.
Das rosas vermelhas que me deste
A pior dor é a dor da alma
Esmigalha....Ferida
Preciso dormir...
Para não esquecer quem sou
Dona da minha alma orvalhada de mim mesma.
A minha alma voará para longe
Onde o meu coração terá sempre asas
Mas a minha razão ainda anda
E andará sempre a pé.
Tenho sede dos teus beijos
Fome para saciar os meus desejos
Onde descanso o meu cansaço
No teu carinhoso abraço (...)
AMANHÃ
A solidão assusta-me
E ao mesmo tempo seduz-me
Mas não quero estar sozinha
A tua ausência dói em mim
A minha alma chora, a tua em mim.
Sobre a mesa está uma carta
Que fala sobre os nossos sonhos
Sonhos, sonhados e não realizados
Tantas coisas de nós, os dois
Escritas numa simples folha de papel
Tantas passagens de nós dois
Das nossas viagens, dos nossos passeios
Vividos e passados em família
Não importa onde iremos amanhã
Nem onde iremos parar
Eu só quero é estar contigo.
A única liberdade possível neste mundo
.....é a liberdade de poder escolher
A nossa própria prisão:(
DESPI-ME DE MIM OU DE TUDO
Despi-me do meu orgulho, para ficar contigo
Despi-me dos sentimentos, para serem os teus
Despi-me do preconceito, pelo teu amor
Despi-me da tristeza, para ser a tua alegria
Despi-me do meu corpo, para ter o teu
Despi-me de viver, para viver contigo
Despi-me do meu sorriso, para ser o teu
Despi-me da minha pele, para ficar na tua
Despi-me das fraquezas, pela tua modéstia
Despi-me das loucuras, para não te perder
Despi-me dos sonhos, para os realizar contigo
Despi-me da mentira, para conhecer-te na verdade
Despi-me do meu egoísmo, para ser a tua liberdade
Despi-me da minha arrogância, pela tua simplicidade
Despi-me de mim própria, para sermos um só
Despi-me de tudo, só para te fazer muito feliz.
(...) Meu amor
"SEI DE TI, SEI DE TI"
As trevas persistem no nosso caminho
São as tormentas que sempre desesperam
Na chegada submissa do nosso desespero
Bocados, pedaços de uma curta existência
Amei-te tanto como sempre quis amar-te
Desejo-te tanto como sempre te desejei
Só sei de ti pelas flores do nosso jardim
Só sei de ti pelo murmúrio na água da fonte
As trevas corrompem a estrada de fragas
As giestas gritam de dor entre as quimeras
Canteiros espezinhados que rasgam as vestes
Alagam e apedrejam a imbecilidade do poeta
Sei de ti pelo uivo do lobo, na serra, no monte
Sei de ti pelo vento que trás a tempestade de neve
Sei de ti pelo murmúrio das flores em desespero
Sei de ti pelas águas que correm no rio do sonho.