Edgar Fonseca
Não saboreio os meus escritos, porque não são feitos pelos meus pensamentos, são manifestamente a tradução eloquente da vossa interpretação e análise intelectual produzida pela vossa mente.
Sou discípulo fiel do silêncio e, com ele aprendo as lições mais duras e puras sobre a vida, que traduzidas em meu modo de vida, apenas alcanço o pouco de humano que habita em cada ser vivo do universo.
Escrevemos em linhas imperfeitas, para manifestarmos o desejo dos muitos humanos, que pretendem falar do seu coração, mas, não são ouvidos, pretendem traduzir a harmonia do seu sentimento, mas, não são tidos, nem achados.
Sinto o canto esplendoroso vindo da Aurora, de outrora, numa melodia suave e sinfônica tocada pela voz dos guerrilheiros da minha Angola, que vindo motivados dos Campos de batalha nos trazem a feliz notícia de uma Angola, agora INDEPENDENTE. Viva a nossa DIPANDA!
A independência nos libertou do jugo Colonial e, torno-nos, donos e senhores do nosso próprio destino, por isso, protejamos a nossa liberdade como se da nossa vida se tratasse, respeitando a data mais importante para esta Nação, não banalizando com manifestações, que acabam por desonrar a memória dos muitos dos que tombaram em nome desta terra.
O 11 de Novembro, marca o nascer de uma Nação livre e independente, por isso, os angolanos têm de viver este dia, com honra e glória e, escusar-se de sair à rua de forma desordeira para atentar contra um dos maiores ganhos que este País conseguiu em mais de quinhentos anos de colonização.
Celebramos a independência com espírito voltado ao desenvolvimento, choramos por ainda não concretizarmos os anseios de todos os angolanos, mas, nada se pode dar como perdido, enquanto vestirmos a capa do patriotismo e nos imbuirmos da força e do sentido de Estado, tudo será possível.
Somos os filhos do Ndongo, que na dura luta travada pela independência da nossa Angola, hoje clamamos pela estabilidade e manutenção deste grande ganho que é a nossa liberdade, por isso, honremos a memória dos nossos heróis tombados em nome desta pátria e de todos os angolanos.
A independência nacional não tem o rosto, nem o rótulo de um partido político; a independência é o tom mais alto e, que tem de ser harmônico entre todos os angolanos, porque é por meio dela, que ganhamos voz e vez, numa terra que era considerada de escravos.
Não há tempo a perder com lamentações possíveis, sobre e pelo leite derramado, se o País precisa de avançar, rumo ao desenvolvimento, porque não saudarmos a nossa independência com pompas e circunstância e, depois, arregaçarmos as mangas e começarmos a trabalhar, ao invés de nos manifestarmos pelo que não fazemos?!
Queremos uma Angola 🇦🇴 com o sorriso de Mona Lisa, mas, pressionamo-la com manifestações em dia da celebração da sua independência, num autêntico paradoxo para o mundo, que acredita que os angolanos são independentes e respeitam esta nobre e imensurável conquista que nos deve orgulhar.
A independência deu-nos um mapa para exercermos com liberdade os nossos direitos, mas, não nos deu o direito de desonrarmos a memória dos bravos e valorosos heróis desta terra, que tudo fizeram para termos um País livre de qualquer pressão interna ou externa.
Podemos alertar o nosso Governo dos males que ainda fazem morada na vida de muitos angolanos, mas, devemos viver e celebrar a nossa independência sem muitos alaridos, de modo a buscarmos forças que nos possam levar a alcançar a estabilidade sócio-econômica aí onde parece já não haver esperança.
Todos os angolanos representam uma pedra angular para a consolidação da paz, da democracia, da estabilidade e da manutenção da nossa independência, por isso, olhemos para frente e deixemos de lado as nossas diferenças, para discutimo-las após da celebração da nossa DIPANDA.
O caminho para a consolidação da paz, da reconciliação nacional e da manutenção da nossa independência, torna-se cada vez mais irreversível; por isso, juntemos sinergias para que possamos levar a bom porto os programas de melhoria de vida das populações, sem usarmos a força ou a repressão.
Há um único caminho que os angolanos devem trilhar juntos e, em harmonia, este caminho chama-se liberdade, o qual, só se consegue trilhar sob o sudário suave da bandeira nobre da independência, que celebramos a cada 11 de Novembro.
Angola não é um sítio tornado País, apenas para alguns; é um País, tornado sítio ideal para se viver livre e, se criar bases fortes, que permitam as próximas gerações de se regozijarem por fazerem parte de uma terra independente.
Marcamos passos largos em direção a prosperidade, mas, a ilusão e o despudor de alguns indivíduos que se vendem para atingirem determinados cargos administrativos, tem levado o País a uma ruína técnica.
Quando os representantes do povo tornam o parlamento do seu País um centro de recreação, não há estranheza possível, em como a vida do povo continuará a galgar para miséria.
A independência de Angola deve fazer vibrar o nosso coração, fazer emergir em cada um de nós o sentimento de bem-estar, a honra de ser livres e a vontade de querer tornar esta Pátria num lugar extraordinário para se viver.
Angola é hoje um País independente, livre das repressões coloniais e capaz de viver sobre direção dos seus filhos, portanto, para que possamos dirigir com firmeza este lindo País, cada um de nós, angolanos ou quem se identifique com esta Pátria, deve ser mentor do progresso e da prosperidade.
A minha pátria nunca se vergará a vontade inconfessa dos oportunistas, por isso, hoje, ao completar o seu quadragésimo quinto aniversário desde que nos tornamos independentes, nos transformou em jóias preciosas para África e para o mundo.
Enquanto poderes e vivermos, honremos a nossa história, pois, nenhuma história, seja de que País for pelo mundo é perfeita, por isso, a melhor história entre todos os angolanos, começa a ser contada hoje com a reconciliação nacional e com a preservação da nossa magna INDEPENDÊNCIA.
Os nossos movimentos de libertação nacional, não são apenas importantes para os seus membros integrantes, são a parte importante da nossa história, embora muitas vezes discordante entre os seus protagonistas, fazem de nós o País que hoje conhecemos e, que aprendemos a amar.
Sinto-me radiante por ser angolano, por ter uma pátria que sob o seu chão me atribuiu uma identidade, mesmo não sendo perfeita, me concedeu a honra de ser um homem livre dentro do seu seio, mesmo desprezada por muitos, dei-me a conhecer a importância de ser independente.