Às Vezes

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O ser humano casa-se muitas vezes devido a um brusco desespero e depois lamenta isso toda a vida.

Não é verdade que o sofrimento enobreça o espírito; por vezes a felicidade fá-lo, e o sofrimento a maior parte das vezes torna os homens mesquinhos e vingativos.

Há males na vida humana que são preservados de outros maiores, e muitas vezes ocasionam bens incalculáveis.

Ao querermos, enganamo-nos muitas vezes. Mas quando nunca queremos, enganamo-nos sempre.

Esta é a mão
que às vezes tocava
tua cabeleira.

Há que, na medida do possível, prestar favores a todos: quantas vezes não precisamos de quem é menos do que nós.

Nada se desperdiça tantas vezes e inexoravelmente como as oportunidades que se nos revelam todos os dias.

Mar infinito
três vezes bendito
traz meu filho...

Em matérias e opiniões políticas os crimes de um tempo são algumas vezes virtudes em outro.

Os velhos são duas vezes crianças.

Fazer vinte vezes, recomeçar a obra, poli-la constantemente, poli-la sem descanso.

O interior das famílias é muitas vezes perturbado por desconfianças, ciúmes e antipatias, e enganam-nos as aparências de satisfação, calma e cordialidade, fazendo-nos supor uma paz que não existe; poucas há que ganham em ser aprofundadas.

A paixão transforma, muitas vezes, o mais hábil dos homens num louco e torna muitas vezes mais hábeis os mais tolos.

O fardo do casamento é tão pesado que são precisos dois, para carregá-lo, e, por vezes, três.

Em arte a beleza é muitas vezes o feio mitigado.

Muitas vezes a juventude é repreendida por acreditar que o mundo começa com ela. Mas a velhice acredita ainda mais frequentemente que o mundo termina com ela. O que é pior?

A subtileza ainda não é inteligência. Às vezes os tolos e os loucos também são extraordinariamente subtis.

Um empreendimento imagina-se e começa-se com facilidade; mas na maior parte das vezes sai-se dele com dificuldade.

Sonho Oriental

Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsamica e fulgente
E a lua cheia sobre as aguas brilha...

O aroma da magnolia e da baunilha
Paira no ar diaphano e dormente...
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha...

E emquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um scismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descanças debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.

Antero de Quental
Os Sonetos Completos de Antero de Quental

O espectador, considerado individualmente, é por vezes um homem inteligente; mas os espectadores, considerados em massa, são um rebanho que o génio ou até o simples talento têm de conduzir de chicote em punho.