Acorde Arrependido mas Nao Durma com Vontade

Não é preciso morrer pra descansar em paz.

A joia mais brilhante não é aquela que reluz, mas é aquela guardada dentro do peito.

Existe algo em minha alma que não compreendo, fantasias me assombram as noites, mas ao mesmo tempo, são minha companhia.
Somos nós que criamos monstros?

O demonio pôs os olhos em mim
Sabe da minha inocência
Déspota me quer prisioneira
O ar sufocante me faz querer fugir e...

Ele dança em rodopios incessantes para me atordoar,
Coração doentio,
Conhece meus sentimentos, frustração e culpa
Sabe reconhecer quem não é imune a um coração partido

Joga em cima de mim um manto de decepção,
por todo lado vejo felicidade da qual fui irrevogavelmente excluída, alma indefesa e agonizante.

Ele, devorador de almas, me oferece a imortalidade, só pra me seduzir, mal sabe ele que desejo o contrário

Anjo caido tirado do júbilo por motivo algum, eu desconheço,
Foi devido ao desejo insaciável de poder me dominar?

Fico entre as trevas e a Luz suplicando para acordar
Tudo não passa de uma ilusão
Eu sei...
acordei.

A religião não salva ninguém,
cada um carrega dentro de si
a sua espiritualidade individual.

De que valem as relações, matizes,
se não das diversas possibilidades
de ser e de fazer os outros felizes?

Se os seus olhos não viram...
Se os seus ouvidos não ouviram...
Se nem os astrólogos não previram...
Se todos seus sentidos não anteviram...
Não permita mentiras, males que se reviram.
Nem que inverdades sejam vozes que atiram.
A primeira sensação de qualquer energia, boa, ruim, sempre será só, somente, sua, sentiram?

Não se ofenda e nem se iluda,
às vezes, somos tão insensíveis,
mesmo precisando tanto de ajuda
escolhemos caminhos impossíveis.
Se não se quer, nada, ninguém muda.
Amar requer mais tempos disponíveis.

Nunca julgue o livro pela capa
porque nossa capacidade de visão
quase sempre, infelizmente, não capta
o conteúdo, a beleza e a leveza do coração.
A nossa percepção nunca é completa e exata,
nem retrata aquilo que mostra a nossa emoção.

Já tive tantos e todos os motivos
para não mais acreditar no amor, sim,
mas insisti porque o amor só sabe amar
e ele, felizmente não, nunca desistiu de mim.

Não existe explicação, quando a tristeza invade o coração tão de repente...

Não esqueçamos, nunca, que somos só e tão somente "AÇÃO E REAÇÃO", "PLANTAÇÃO E COLHEITA", e que não existe castigo nem recompensa apenas "CONSEQUÊNCIA".

E. de repente fiquei só, sem amigos, a culpa foi minha? sim, imaginei que não poderia ter mais do que aqueles amigos e de repente fiquei só, um estudante com seus sonhos, um pensador com suas ideias, um coração pensando em Deus.

quando senti uma dor no peito, não pensei mais em mim, pensei em minha mãe, me senti perto do fim e ser mais um que passa, sem ainda poder fazer feliz quem realmente na vida devemos amar...

que as flores não desabrochem em meu caixão, as flores que tanto desejei nas procelas, evitem as flores e o queixume sepulcral das velas...

NÃO PARE DE EVOLUIR DIAMANTE

Eu resolvi fazer uma pesquisa de campo e infelizmente acabei observando a falta de sabedoria chegar a lugares onde os diamantes não estavam conseguindo chegar; frustrei-me nessa observação, mas não parei de trilhar a eterna estrada do desenvolvimento humano, do conhecimento técnico, da sabedoria eficaz e da aprendizagem diária; pelo contrario, resolvi continuar a jornada incansavelmente, mas agora, apenas por diversão. Na diversão eu percebi que os diamantes são inabaláveis, inconfundíveis e únicos; eu ainda não encontrei a parte do meu próprio código onde declarei que perderíamos espaço para a falta de conhecimento, eu revisei todo código e não encontrei essa parte. Talvez, só talvez, eu tive que observar essa situação por conta de uma variável que declaramos anteriormente; a variável deixava bem claro que não aceitaríamos ser medianos; mas apenas o melhor que poderíamos ser; tentamos ser o melhor todos os dias.

Eu observei o egocentrismo bem de perto e ao olhar nos olhos do ego só encontrei desespero e falta de alto confiança; tentei ajudar, mas me deparei com um ego que era maior do que a humildade; então resolvi dar um passo para trás, para não parar de evoluir. Apenas por diversão eu sorri e continuei a minha jornada baseando-se sempre no código livre que criamos, mas dessa vez, o embarque em forma de códigos foi para à jornada do desenvolvimento pessoal; afinal eu não iria me diminuir à ignorância e não me rebaixaria a falta de respeito para com o próximo.

Um tempo depois eu observei a humildade e contraditório a tudo o que eu tinha observado até então; em um olhar, encontrei a humanidade, em um sorriso encontrei a sinceridade, em palavras encontrei carinho, respeito e uma gigantesca quantidade de conhecimento.

No final, você apareceu dentro do código; a parte boa, real e significativa. De alguma forma eu podia lhe sentir, mesmo de longe, mas por algum motivo nos desconectamos; você ainda escreve suas poesias? Não vejo mais suas citações.


Resende, 19 de setembro de 2019.

“Não edifique barreiras na tentativa de se proteger, use seu tempo para edificar pontes elas te levarão mais longe”

ESU PASSAGEIRO-PRIMEIRO

O ônibus da prefeitura é novo, tem ar condicionado, as janelas não abrem, tem câmera no teto, luzes fluorescentes, chão de chapa de alumínio-xadrez y é amarelo/branco. Parando na Estação Campo da Pólvora, somente a porta da frente se abre para os novos passageiros. Quem tinha de saltar, saltou antes desse ponto.

Alguns "tocs tocs" solicitam a abertura da porta traseira. O motorista não abre, talvez nem tenha escutado. As batidas continuam enquanto o ônibus permanece parado. Por fim, o motorista concede, a porta arreganha e sobe um homem negro-retinto, aproximadamente 1,83, cabelos crespos com traços de dreads, vestindo regata, short e blusa de frio amarrada na cintura, aparentemente embriagado, usando duas bengalas canadenses; tinha um coto de amputação no membro inferior esquerdo.

Com voz estridente, berrou às "senhoras & senhoras" que era poeta. Recitou dois poemas, caminhando com dificuldades ao longo do corredor do ônibus em movimento. Esbarrava num e outro, não pedia desculpa, seguia declamando sua poesia autoral. Na segunda, fez pausa e disse que qualquer moeda lhe serveria para um café. Ninguém estendeu mãos, nenhum barulho de moeda. Parecia um estorvo artístico. A minha mediocridade participava paralisadamente daquele sarau de performance da sobrevivência sem sequer pronunciar uma misericórdia. Uma moeda seria mais útil que minha opinião rimada ou uma compaixão com menos auto julgamento. Não fiz absolutamente a ele. O ignorava em meu corpo; o captava com os ouvidos.

Grande coisa...!

A última poesia era sobre tomates secos. Ele dizia que tomates secos eram como gosto de sangue, gosto de amores. Não necessariamente nessa ordem, mas a metáfora era sobre 'tomate/sangue/amor'. Eu ouvia tudo e traduzia vermelhadamente em imagens. Vermelho.

O ônibus foi parando, a porta se abriu para os passageiros saltarem y o poeta sem perna - que já estava nos fundos - finalizou o poema aproveitando o embalo de descida. Sequer esperou as moedas, tampouco esperou os aplausos, as sellfies e elogios.

Que bom, pois não houve.

Laroyá, Esú. Abre os caminhos para a vida passar!

Nem sempre uso a vírgula
ela numa trova falta não faz
o que vale é ter conteúdo
um pouco de alegria e ser da paz

Senado e Câmara estão impregnados do mal. Filhos do demônio não se cansam de explorar o povo. Sanguessugas do inferno. Rogo a Deus que baixe sua mão sobre esses malditos.

BOLSO DE UM MOÇO

a passarada verde brada
o teu sorrir: a própria ortografia
não há graça tão mais bem acentuada
só de pensá-lo, destoam as rimas

há sombra fresca em tuas letras,
um acanho! - o moço tímido se ajeita
se esconde, mas não se cala
ele é
língua de brisa y timbre de gaitas

mas se houver coisa na vida
qu'eu desejo por teimosia
é poder ser algum dia
a reticência em sua
poesia

ou largar dessa besteira
d'olhar relógio (para ver se tu chega)
vou lá eu ser alfabeto nada
quero ser dois bolsos e
apertar as tuas mãos
nas minhas