Voltei a Escrever
Um pouco de voo...
Um pouco de asa
Um pouco de pena da asa do Arcanjo!
Meu guardião!
Um pouco do vento, batendo em meu rosto
E, lá vou eu, no sonho
O espaço é meu!
Peregrino eu,
Peregrino na noite!
Na jornada, ainda menino!
Ora piso nas pedras que ferem
Que matam meus pés
Não sei desviar...
Ora piso em nuvens macias...
Como o doce algodão
Do vendedor da minha rua.
Aquele, ao qual nunca ouvi
Vejo a voz...
Pela fresta do portão.
Me perdoe, vendedor!
Ainda vou comprar seu algodão...
O caminho da verdade é sempre pedregoso. O outro caminhar, é lisonjeiro; mesmo mentiroso, afaga o nosso ego carente de apreciação...
Que eu não aposte nem espere demais dos outros. Há coisas que somente eu posso me oferecer e, há caminhos que somente eu sei percorrer. Que eu aprenda a proteger meu lado fraco, porque é esse lado que vão querer machucar...
Eu não escrevo; deixo, apenas, que minh'alma transpareça em palavras aquelas coisas que estão guardadas lá no fundo. Talvez, escrever seja realmente difícil.
Eu não escrevo; expilo sentimentos em um caderno velho.
Se existe algo que eu posso afirmar e que jamais poderão dizer ou usar contra mim é que eu nunca julguei, nem jamais vou julgar um escritor pelo que ele escreve, o gênero literário que ele escreve, o tema que ele escreve. A não ser algo que desrespeite ou faça apologia ao desrespeito dos direitos humanos... Pois não dá para concordar com isso.
Cada um escreve o que quiser.
Para cada favor parece que as pessoas cobram um crédito, uma nota promissória que nunca será esquecida. Juros sob juros nas contas da felicidade
Ao sonhar ou imaginar, somos verdadeiramente livres e inconsequentemente honestos.
Encontrei na escrita um local seguro pra conversar e me comunicar. Arte é voz, é luz. Confluência.
O que desanuvia e bombeia, todos os dias.
Mesmo tão íntima -ou por vezes tão nós- intento que, na interpretação pessoal, da vivência e experiências de cada um, seja colo e aquele abraço quentinho, o que recebo no que me inspiro e me reconheço.
Prazer, meu nome é Mariana.
“Porque lentos demais em acompanhar os pensamentos que céleres voam, quedamo-nos quase sempre impossibilitados de captá-los e descrevê-los com exatidão se nos propomos a escrever. Do lúcido e bom escritor se poderia dizer que é o homem comum, com algo a mais que o distingue: a capacidade de voar na esteira das próprias ideias, dominando-as, conduzindo-as, sem perder-se nos labirintos do ego.”
Nós somos destinados a ser quem somos, fazer o que fazemos e saber o que sabemos mas, só porque as linhas já foram escritas não quer dizer que não podemos reescrevê-las.
Dê mais importância para a sua vida e a torna perfeita, seja os olhos dos que não vêem e uma inspiração para os que são incapazes de compreender.
Flertar com o erro é algo viciante, ele nos deixa mais experientes e nos tornamos mais maduros. Por vezes, o erro costuma bater na mesma tecla, até parece algo cíclico. Há quem diga que se pode escrever – aqui leia-se errar – certo em linhas tortas, o torto ou o erro se torna prazeroso, de certa forma. O que me intriga nesta caminhada é a marca indelével que a caneta é capaz de fazer ou quem sabe a intensidade que eu coloco ao escrever, ao rabiscar, ao desenhar. O papel a qual tanto escrevo é sensível para tantas tentativas de erro e acerto. A tinta indelével com força de expressão, de tanto focar em uma única situação, acaba por perfurar a penumbra daquilo que um dia foi forte. Perfuram-se os papeis! Um buraco se abre e me dá acesso para outra dimensão. Será se ali estaria o lugar o qual eu poderia flertar com o acerto? Este buraco negro que me consumiu ferozmente está me mostrando que aqui o vácuo da intensidade é bem melhor quando é escrito com emoção. Nesta outra dimensão todos os meus erros tornam-se, automaticamente, em acertos. A dimensão do jogo da intensidade prevalece nesse emaranhado de flertes escondidos atrás do desenho feito com a tinta indelével da minha força de vontade de viver o acerto que um dia julguei que era um erro. O que seria dessa dimensão sem os tão sonhados erros que nos fazem melhores a cada linha que pintamos do lado de cá? A resposta está no erro que não pintei ainda.
NUMA MANHÃ DE INVERNO (soneto)
Inverno. Defronte a inspiração. Cato por quimera
Sobre os sentimentos calados, e a agasta solidão.
Devaneios, perturbação. E a sensação na espera
No frio... tudo solitário, e desgarrado da emoção
A vidraça da janela, embaçada, úmida atmosfera
Tal uma tela em branco, aguardando uma demão
De imaginação, e perfume da delicada primavera
Aí, assim, adornar a epopeia devotada ao coração
E logo, ao vir do vento, gelado, ao abrir a janela
Invade a alma a sensação dum vazio subalterno
No horizonte cinza e tão sem uma luzida estrela
E eu olho o céu deserto, e vejo com o olhar terno
Absorto, com uma oca ideia de uma cor amarela
Que priva o estro poético, numa manhã de inverno
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 julho de 2020 – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
Escravo e escrevo
Você corta uma rima minha
e eu escrevo outra poesia.
Faz escuro,
mas eu recito!
Trazendo uma ideia para um novo dia.
Escravo na senzala,
mas não deixo de ser poeta.
Escrevo, escrevo...
O arame quebrado
e eu continuo a jogar capoeira.
Até na gaiola o canto do pássaro não muda.
Convivendo no meio literário, um dia eu topei com uma escritora que, quando tinha bloqueios criativos, costumava logo buscar um culpado e colocava a culpa de estar assim nas pessoas com quem convivia e conversava no momento. Fosse quem fosse. Desde amigos, novos ou velhos, inimigos e até familiares. Sem dó, nem piedade! Uma loucura! Até eu saí como culpada um dia!
O meio literário não é brincadeira, não; cruzamos com cada louco/a!... Mas também com gente muito "sã" e "sadia", de mente muito "sã" (mas que parece "sofrer" de síndrome de Münchausen, ao mesmo tempo em que parece esconder-se atrás das próprias doenças e usá-las, sempre se vitimizando no fim, sempre saindo e ficando como a vítima da história, para conseguir algo ou chegar a algum lugar!) que não aceita de boa vontade assumir os seus erros e sai culpando os próximos...
Espero sinceramente que aquela escritora com quem um dia topei tenha mudado esse jeito com o qual costumava agir!
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