Frases sobre vidro
A Perfeição do Mundo.
Veja o mundo
Pelo vidro da janela
Recebendo a luz distante
No instante em que a luz se move
Tudo em seu lugar, tudo perfeito
No jeito que a chuva chove
Há infernos pra todos os Céus
E desertos pra tantos ventos
Milhões de lamentos futuros
Pra tantos obscuros fingimentos
Tudo no lugar, puro e perfeito
De objeto a manifestar
A cura pros teus defeitos
E passam-se os anos
Abraços distantes
Olhares despercebidos
Tão perto e jamais se cruzam
Lágrimas fogem dos olhos
Fazendo a vez da alegria
A noite a engolir o dia
No Céu a Lua
Míngua transbordantemente
E é quando a gente percebe
Que nada
Exatamente nada
Necessita ser assim
Tão gritante ou eloquente
Quanto raios de Sol
Ou malhos do martelo
Desde que a gente aprenda
Que poder ser
Que lá na frente se arrependa
Por não ter compreendido
A beleza do poema simples e singelo
Está tudo no lugar, mundo perfeito
Pois
Está tudo
Exatamente onde devia estar
Antes que a gente
Mude tudo, pra melhorar
Perceba
Desde a enorme cegueira
Causada pela luz do Sol
Até a imensidão no ruído
Aprenda a enxergar tudo isso
E a vida
Surpreendentemente
Passa a fazer sentido.
Edson Ricardo Paiva.
É muito fácil limpar com água um vidro fumê sujo; porém é mais fácil ainda permitir que Cristo Jesus faça a limpeza de um coração manchado de pecados com o poder do Seu sangue.
✍️Todos os seres humanos só tomam consciência de seus "telhados de vidro" quando ouvem os estilhaços caindo na própria cabeça.🙌🏻😵💫🥹
Um caco de vidro será sempre considerado um diamante, pelo humilde que valoriza o pouco que tem a se tornar gigante em seu ofertar
O mundo lá fora desaba em água e cólera, e eu aqui, sob este teto de vidro, vestígio translúcido daquilo que um dia chamei de proteção, permaneço imóvel, vulnerável, suplicando em silêncio para que sua fragilidade não ceda antes da minha. Como se houvesse hierarquia no colapso.
A expressão "quem tem telhado de vidro não atira pedra no telhado doutrem", é a maior futilidade que alguém concebeste. Se analisado for, verás que não há denotação nesta afirmativa. Se os sujeitos agissem como a metáfora sugere, todos estariam ao relento. Seria estilhaço de vidro espalhado por toda litosfera terrestre!
290425
Mas, quando chega o final da estação, com ela também a despedida. E do vidro do ônibus, ou da janela do avião, tem sempre uma canção que começa, que dura, e que termina.
Minha avó uma vez pediu-me para comprar uma tesoura, um escorredor de macarrão e um vidro de azeite no mercado, em Niterói, quando eu tinha 12 anos. A rua era Cel. Gomes Machado. Quando eu saí de casa, lembro que também ficaram aguardando duas tias, que ajudavam ela naquele sábado, na cozinha. Esse pedido caía do céu para mim que estava de castigo. A casa ficava na Rua Coronel Senador Vergueiro da Cruz, ao lado do escadão que sobe para o morro do Cavalão. A razão do castigo já não lembro. Lembro-me, sim, que só poderia sair para comprar as coisas e voltar. Fiquei feliz com a tarefa libertadora. E mais feliz fiquei quando, ao dobrar a esquina da Rua São Pedro com Visconde de Itaboraí, verifiquei que se tirava “par ou ímpar” para jogar uma “pelada”, no trecho compreendido entre a Rua de São Pedro e a Cel. Gomes Machado, justo no caminho do mercado. Entrei no páreo e fui escolhido para jogar em um dos times. A galera era sempre a mesma; os amigos da rua que moravam por ali. Só quando a partida acabou lembrei-me da encomenda e fui correndo para o mercado. Lá chegando peguei as coisas e, ao procurar o dinheiro que vovó tinha deixado comigo não o encontrei no bolso. O dono do mercado, Milton Duarte de Castro, percebendo o meu embaraço, perguntou onde eu morava e de qual família eu pertencia. Por minha sorte, dispensou-me do pagamento, não sem antes puxar a minha orelha, com bom humor, para que eu tivesse noção da responsabilidade que um menino deveria ter na execução de um mandado. E que o bom negociante além de ser amigo da família, percebera, também, que suado como estava e com os pés imundos, só podia ser em razão dos folguedos da própria idade. O dinheiro, certamente, caíra na rua.
Agora, a história avança vinte anos...
O mercado já não existe mais. Há agora, na Rua José Clemente, uma loja de instrumentos musicais. Lembrei desses momentos quando era garoto e resolvi entrar naquele lugar fazendo uma pauta para O GLOBO-NITERÓI que foi capa daquela edição de sábado, e que falava sobre a diversidade musical da cidade. Ao olhar para o balcão, fiquei surpreso: Já mais velho, “seu Duarte”, o responsável pela loja, era o mesmo bom homem que, há vinte anos atrás, me desembaraçara de uma dívida de poucos cruzeiros na época. Pedi licença e resolvi me apresentar novamente, depois dos vinte anos, para contar-lhe esta história da qual, como não poderia deixar de ser, ele já não se lembrava. Foi um encontro agradável e, da minha parte, muito comovente. Eis a razão desse texto relacionar-se à amizade. “Seu Duarte” só lembrou de mim depois que falei o nome do meu avô. Ao perguntar se eram amigos, ele ficou com os olhos cheios d´água e respondeu: “fomos grandes amigos”. Não entrei na questão, apenas retribuí o sorriso e lembrei que, há vinte anos, ele não me cobrou o dinheiro quando falei o nome do meu avô. Disso tudo ficou uma lição: o importante numa amizade não é reconhecer somente o amigo, mas também o que é parte dele.
Ó São Paulo! Grande capital! Entre teus seios jactanciosos de ferro, vidro e concreto rastejam, como cobras, a desigualdade, o vício, a violência e a morte!(Walter Sasso)
Em um experimento, colocaram uma pulga dentro de um pote de vidro e fecharam. A pulga começou a pular entre a base e a tampa. Após algum tempo, retiraram a tampa e a pulga não saiu do pote, continuava a pular na exata distância entre a base e onde estava a tampa, até morrer, ou seja, condicionamento. Quantos seres humanos estão na mesma situação. Condicionamento zera a percepção, acomoda e desesperança.
TELHADO DE VIDRO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ter algumas manias ou esquisitices pessoais que facilmente seriam condenadas nos meios em que vivo e frequento, faz de mim um ser humano menos pior em relação ao próximo. Sublinha em meu consciente o sentido real daquelas máximas como "quem sou eu para julgar".
Quando a "Rádio Amizades", a "Rádio Empresa" ou a "Rádio Família" difunde certas pessoalidades de um membro, em tons de sensacionalismo e condenação, estou sempre desarmado e pronto a entender, não porque sou melhor, mas exatamente por não me sentir em condições de fazer julgamento e dar veredito. É claro que me refiro ao que não seja crime nem atente contra direitos públicos, individuais, a fragilidade ou a inocência de alguém.
Nestes casos, o meu primeiro pensamento é autoavaliativo e com viés inalienável para a seguinte comparação: "Se ele (ou ela) é desta ou daquela forma em sua individualidade, sou daquela ou desta desta forma em minha individualidade; logo, meu telhado é de vidro. Se eu não atirar a minha pedra, será menos uma pedra para, lá na frente, ser também atirada em mim".
Tenho pavor da ideia de me flagrar infectado pela mais ínfima ilusão de ser perfeito; melhor do que meus iguais. A consciência de ser alguém condenável para os milicianos da pureza e da rigidez de comportamento individual tira um grande peso dos meus ombros. O peso da hipocrisia.
