Viagem Longa

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⁠[RELATOS DE VIAGEM COMO FONTES DE POLIFONIA IMPLÍCITA]


A polifonia explícita, nas fontes históricas, é bem perceptível já a uma primeira leitura, a exemplo dos jornais e processos criminais, que costumam segregar os diferentes discursos e vozes sociais em espaços bem definidos no interior da configuração textual maior que é o jornal ou o processo que está sendo examinado. O olhar historiográfico, mesmo inexperiente, facilmente percebe cada voz em um território próprio e bem definido, onde as vozes dialogam mas sem se misturar ou se emaranhar umas com as outras.

Mas a polifonia implícita requer maior experiência historiográfica para ser decifrada. Pensemos aqui nestes tipos de fontes dialógicas que se expressam através das camadas de alteridade, como é o caso daquelas nas quais um determinado agente histórico ocupou-se de pôr por escrito as falas, as ações e os comportamentos de outros, muitas vezes em discurso indireto ou através de uma fala encoberta. Essas são dialógicas não apenas porque são várias estas “falas de outros”, mas também porque o mediador, o compilador da fonte ou o agente discursivo que elabora um texto sobre o texto, representa ele mesmo também uma voz – quando não um complexo de várias vozes, já que através do mediador pode estar falando também uma instituição, uma prática estabelecida, uma comunidade profissional - uma cultura! -, para além de sua própria fala pessoal.

Os relatos de viagem, que podem ser indicados como um bom exemplar do dialogismo implícito, podem constituir um exemplo mais do que oportuno. Pensemos naqueles viajantes europeus que estiveram percorrendo a África, a América do Sul e particularmente o Brasil – considerando que isso atendia a uma nova moda romântica bastante em voga no século XIX. Estes viajantes entram em contato com culturas que lhes são totalmente estranhas, e fazem um esforço sincero de compreender e transmitir a um leitor – que eles idealizam sentado confortavelmente em uma residência europeia – as estranhezas que presenciaram, as aventuras e desafios que tiveram de enfrentar por serem europeus aventureiros em terras tropicais que consideravam exóticas e selvagens, bem como os desconfortos e inadequações que tiveram de enfrentar nas cidades rústicas, habitadas por novos tipos sociais tão desconhecidos para eles como para seus leitores.

Marco Pólo (1254-1324), com o seu célebre Livro das Maravilhas, ditado e publicado nos últimos anos do século XIII quando esteve encarcerado em uma prisão genovesa, já trazia à literatura medieval um protótipo para os relatos de viagens que seriam tão comuns no período moderno. Seu livro apresentava uma narrativa na qual era descortinada, aos seus leitores dos vários países europeus, um mundo completamente distinto de tudo o que eles até então haviam visto. A China e outras terras do oriente surgem nos seus relatos com toda a sua imponência dialógica, beneficiando os europeus de sua época de um choque de alteridade que mais tarde lhes seria útil, quando quiseram submeter as populações incas e astecas nas Américas do século XVI.

Por outro lado, mais uma vez surgem os dialogismos na própria constituição primordial do Livro das Maravilhas, uma vez que Marco Pólo ditou seus relatos para seu colega de cela, o romancista Rustichello da Pisa. Este não hesitou em acrescentar ao manuscrito os relatos oriundos de suas próprias viagens e casos que ouvira de outros viajantes, de maneira que no próprio polo autoral já surgem vozes que não apenas a de seu autor central. O dialogismo, por outro lado, dá-se não apenas por causa desta peculiaridade, mas principalmente em decorrência do confronto que se estabelece entre duas grandes civilizações. Falar sobre o outro pode, de algum modo, dar voz ao outro. No caso, a 'voz do outro' emerge, aqui, por dentro de uma música que a encobre, como se estivéssemos escutando uma das suítes para violoncelo de Johan Sebastian Bach para este instrumento cuja prática é deixar que soe uma nota de cada vez - uma nota depois da outra - mas que nas mãos de Bach parece nos fazer escutar ao mesmo tempo muitas vozes no interior da música que a recobre. Nos relatos de viagem também escutamos diferentes vozes por dentro da voz do viajante: vozes que emergem quando menos se espera, que se emaranham no discurso do autor, que se infiltram nas suas rugosidades.


[texto extraído de 'Fontes Históricas - introdução aos seus usos historiográficos'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.295-297].

Inserida por joseassun

⁠Certamente a viagem mais incrível que se pode fazer nessa vida é para o lado de dentro de si.

Inserida por solange_simal

Fim da Viagem


⁠Antes que eu saia
Pela tangente
No giro do carrossel
Me atiro ao céu

Inserida por samuelfortes

⁠A Viagem

O trem é um só, com muitos vagões;
O trem é um só, com vagões diferentes;
O trem é um só, contemple as regiões;
O trem é um só, não sejam apenas divergentes;

O trem é um só, aproveite a vida;
O trem é um só, viva a oportunidade;
O trem é um só, mas um dia chegará a partida;
O trem é um só, que chegue a ida pela idade;

O trem é um só; plante o amor;
O trem é um só; demonstre seu valor;
O trem é um só, mostre o seu ser;
O trem é um só, volte para novo resplandecer;

By José Schmitsler Filho

Inserida por jose_schmitsler_filho

⁠⁠Haja viagem que viaja em si,
essas eu viví.
Vi a parede enredar a aranha
e a pele respirar o ar manhã.

Inserida por kikoarquer

⁠Autoconhecimento é um viagem sem volta.

Inserida por allan_felipe_freitas

⁠O amor é uma viagem louca , intensa ... de pele na pele , arrepio , toque ... beijos na boca... de estações dos pés a cabeça..com destino final , a alma ...

Inserida por bebelia2000

⁠Vejo a estrela cadente
Na viagem que o universo abrange
Pelo tempo que o infinito, se o souber
Há de apenas te dizer que é longe
O lado mais bonito disso tudo
É que a passagem pela minha vida
Só perdura um breve instante
Me convida ao pensamento
Às vezes conclusivo, embora conflitante
Tão confuso quanto o amor baldio e mudo
É dor pra qual não tem remédio
O nada inexistente, ao arrepio do sentido
Se tudo que vejo é o momento presente
A chuva aumenta, lenta e tristemente
Deus alegra a vida, evoca a arte
Parte a luz à esguelha
A cor da rosa em sustenido; vermelha
Espelha o céu no chão
Põe pássaros à telha
Saudade, que morreu de velha
Dizem que foi desde ontem
Não há como o saber nem alcançar
Calou, deixou passar, consente
Estrela, leve em ti
O nosso breve olhar veloz, sem voz
Leve mormente
Nem que morra em alguma neve
Se tens mesmo que partir
Leve esse olhar
Guarda pra ti.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Nesta viagem do avião da vida, em céu de brigadeiro, aproveite os momentos felizes e maravilhosos, contudo, nos momentos de turbulência, tenha as asas flexíveis para poder suportar⁠.

Inserida por sivi

Às vezes meu universo é uma viagem paralela que me fascina.

Inserida por salzano_william

Livros foram, são, e sempre serão nossa melhor companhia...
São companheiros de viagem, e podem ser lidos onde estivermos
e quando quisermos...
E seu prazo de validade é ilimitado...
Jamais serão substituidos pelos e-books...
Não podemos esquece-los...
Ósculos e amplexos,
Marcial


LIVROS SÃO NOSSOS MELHORES COMPANHEIROS
Marcial Salaverry

Apesar de muitos estarewm esquecendo disso, é preciso sempre lembrar que os livros são uma eterna fonte do saber, são os olhos da alma gravando as palavras que foram ditas. Muitas vezes palavras que foram ditas em outras épocas,chegam até nós através dos livros, que alimentam nossa alma de saber, saciando nossa fome de conhecimentos.

Sempre é preciso ter presente em nossa mente, que as palavras devem ser bem usadas, pois podem provocar danos enormes se mal empregadas, mas quando bem faladas adquirem um sabor todo especial, chegando a iluminar a alma, quando perpetuadas através dos livros. As palavras formaram-se pela necessidade que o bicho homem sentia de se comunicar, contudo, é fato que muitos não sabem bem usar a capacidade de falar, e se comunicam cada vez menos, mormente na atualidade,em que estamos falando cada vez menos, apenas nos comunicando eletronicamente, e esquecendo as conversas, a boa leitura de livros, algo que sempre faz bem para nossa alma, e sempre poderá valer a pena voltar a esses velhos e saudáveis hábitos... Podemos ao menos tentar, e assim, nós que sabemos bem para que serve a fala, que a usemos adequadamente...

Palavras bem ditas, serão palavras benditas, formando lindas obras literárias, mas palavras mal ditas, serão palavras malditas, sequer devendo ser impressas, e assim, simplesmente esquecidas... Devemos saber usar nosso livre arbítrio, e nosso raciocínio, dedicando-nos ao salutar hábito da leitura de livros que façam bem à nossa alma, trazendo-nos paz ao coração, sempre lembrando que existem muitos tipos de livros à disposição dos leitores.

Basta saber escolher o que mais lhe fará bem, e assim, com uma boa leitura, será bem mais fácil e agradável transformar cada dia de nossa vida, em UM LINDO DIA...

Inserida por Marcial1Salaverry

⁠De que serve na cidade o guarda
E à poderosa nau sua viagem
Se Deus a ambos não resguarda?

Hans Staden
Hans Staden: Duas Viagens ao Brasil. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2008.
Inserida por defreitasdiniz

⁠A viagem que verdadeiramente nos leva ao descobrimento não se baseia em novos lugares, novas paisagens, ou até novos descobrimentos , mas sim em novos olhos para o mundo que nos rodeia..
Nem sempre os passeios de calçada são direitos, mas de lá caminhar mos tantas vezes, naturalmente vamos fazendo desvio ao que efectivamente não está direito...

Sérgio Soeiro
Textos fictícios

Inserida por Sergiosoeiro


Paisagem
possui uma línguagem,
tão infinita que nos envolve
e absolve
o nosso ser em doce viagem...🎶🎧💝✍️
***
"*Francisca Lucas"*

Inserida por ostra

⁠E quando você pensar
que sua caminhada
terminou, logo vai
perceber que sua viagem
apenas começou.

Inserida por CarlosRodrigues

⁠Invista no combustível eterno, porque Deus entrará em nosso veículo para acompanhar a nossa viagem por toda a eternidade.

Inserida por HelgirGirodo

"Você conhece a sensação do
êxtase?
Então venha para essa viagem comigo."

Inserida por olhos_tristes

⁠Uma paisagem qualquer com um simples clique, um descobrimento de uma viagem ou uma viagem de descobrimento? Congelando cores e momentos do mundo e encontros profundos... Momentos que correm como o vento sem tempo para despedidas mas o sol do meus pensamentos ninguém compreenderá, seja qual for, sofre um pouco da paisagem que estamos vendo.

Inserida por Claudomiro_Neto

⁠⁠Conhecer-se é uma viagem nas profundezas do ser humano onde habita um tesouro a ser descoberto

Inserida por celinamissura

⁠Uma viagem ao paraíso nas curvas de quem eu não conheço. O nome pergunto depois, antes eu atendo o desejo.

Inserida por fiorinjunior1979

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