Versos de Saudade
Ainda que muito esteja perdido, muito ainda nos resta;
à saudade de correr pelos dias quentes do velho Chico
mesmo que esteja perdida aquela força de outros dias,
que movia cachoeiras e ilhas; somos o que nos restou,
aquela coragem única nos corações de largueza infinita,
velhos pelo tempo e pelo destino, mas persistentes sim
se em nossas duras almas for, esforço a retribuir tanto carinho...
A saudade faz eu querer volta no momento que tudo foi o começo do dia que se vimos no início onde te olhei quando estamos juntos hoje ao descrever isto pensou
então demorei quase 20 anos pra te encontrar, eu levei quase 20 dias pra me aproximar,eu batalhei 20 meses pra te conquistar e um sentimento de solidão não vai nos separar a distância não vai nos distanciar só vai aumentar na próxima vez que nós se encontra e amenizar toda vontade de loucamente te amar.
A Saudade é um ferro quente cravada no peito... que fere, queima e marca.
Um dia para de doer, já não arde mais, mas a cicatriz deixada nos faz lembrar que ainda está lá para ser sentida quando menos se espera.
Sofro
Tua ausência machuca;
Pensar em você, feri;
Sentir saudade do teu abraço, ofende;
Lembrar do teu adeus, mata!
Cura-me!
Morro de saudade do teu sorriso, ele alimentava o meu;
Sinto muito a tua falta aqui no sofá de casa embaixo das cobertas comigo;
Sofro amargamente com o frio da solidão;
Não ter você é a mesma coisa que andar sem roupas, pois me sinto nu e despreparado é o mesmo que caminhar com calçados apertados, pois revela pouco do muito que incomoda por dentro;
A cruz que carrego pesa toneladas, ela está me esmagando;
Livrai-me dessa penitência, quero me curar e voltar a sorrir de novo, ao teu lado.
Distopia
Que dor é esta que esmaga
Meu peito?
Seria saudade?
Cansaço?
Medo.
Que palma é esta sobre
Meu coração?
Seria paixão?
Ou poeira cinzenta entre
O sim e o não?
Venha a mim, Amor
Traga consigo a dor.
E deixe-me a admirar
Esta lua nebulosa, formosa...
Refletindo o calor em seu olhar.
O fogo ardente
Queima-me incontrolavelmente.
Morrerei a esmo com teu corpo quente.
E venha-me o sol, com seu nascer e seu se pôr.
E venha-me o vento, socorrer-me novamente.
O que diria Citera se me visse neste estado?
Seria faça e refaça
Cada mimo e toda graça.
Viria também Endimião
Mas dessa vez, abandonado em Plutão.
campo santo
lá tudo é saudade, as lembranças se cobrem de linho
o eu, fica pequenininho, e a tristeza de olhos d’água
lá tudo é manso, o silêncio se faz de flores e espinho
num coração em pranto e em mágoa...
os sinos os serafins bimbalham, tal prece que galgam
os céus!
lá tudo é suspiro, tão alvos... lá as almas resfolgam!
e de lá somos réus...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
paráfrase Vinícios de Moraes
SEM FALAR EM SAUDADE
Foi sem falar em saudade
que lembrei de você
dos seus olhos pequenos
a me enlouquecer
do seu corpo moreno
do seu beijo veneno
a me adormecer.
Foi sem querer que a tristeza
chegou com a canção
que eu fiz pra você
naquele verão
onde fiz dos teus olhos
minha única razão
de viver, de sorrir, de sonhar
de paixão.
Foi sem falar de saudade
que me veio a lembrança
que perdi a esperança
de voltar a te ver.
Ausência quer me sufocar
Saudade é privilégio teu
E eu canto pra aliviar
O pranto que ameaça
Difícil é ver que tu não há
Em canto algum eu posso ver
Nem telhado, nem sala de estar
Rodei tudo, não achei você
Não há choro
Que dure o dia inteiro
Não há saudade
Que vá embora primeiro
Guardada na gaveta
Na estrada da emoção
Aos pés do vento
Sobre as linhas desse rincão.
Ah, seu cheiro
Me lembrou do fim de tarde em Juazeiro
Ah, chamego
Que saudade que eu tava do seu beijo
As folhas no chão, o vento bate e leva
A solidão em meu peito bate e aperta,
Saudade ou decepção não sei direito,
Mas como as folhas voaram,
Dores o tempo também leva...
Tenra idade
Saudade da minha tenra idade
Na qual não estava conectado
Mas brincava de verdade
Quão boa foi a minha infância
Andava de bicicleta, corria, pulava
E tudo isso tinha muita importância
Na minha geração não havia redes sociais
Ficávamos na rua até altas horas
E levávamos broncas demais
Nos tempos hodiernos, vejo tudo mudar
As crianças não querem mais sair
E anseiam somente brincar com o celular
Essa constatação me entristece
Pois o lúdico está cada vez menos presente
Nas gerações que aparecem
Jovens, divirtam-se muito mais
Ao ar livre, em boas companhias
Dependendo menos das atrações digitais
Vocês em breve adultos serão
Cultivem bons momentos
E da infância, se recordarão com emoção
(Lázaro de Souza Gomes)
SAUDADE EM PROSA (soneto)
As saudades lá se foram, respingadas
Lá pelo tempo... outra estória e verso
Mesmo assim na memória ficou imerso
Depois de tantas dores, tantas paradas
E o que assemelhava um conto de fadas
Tornou-se à emoção um trovar perverso
E no destino toda um argueiro disperso
De espinhos, nas lembranças poetadas
Então vi, que não adianta de ela fugir
Não tem nenhum contento, ao poeta
Se existe saudade, com ela deve-se ir
Embeber-se! uma estratégica solução
E, tê-la como coautora em sua meta
Pois, sempre a terá na prosa do coração....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/02/2020, 11’40” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
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