Versos de Melancolia
Essência do ser
Cada segundo que se passa
Me aproximo do inevitável
O que antes me assustava
Hoje nem me estressa mais
Quero ter a sensação
De finalizar minha vida
Me aproximar do fim
Relaxar no seio da morte
A cada segundo que se passa
Eu ganho mais coragem
Para me esfaquear
Tudo em prol do fim
Mas eu penso naqueles ao meu redor
Me fazendo questionar
Morrer ou não morrer
Sinto o carmesim do meu corpo
Querer extrapolar de dentro
E honestamente nem ligo mais
Só quero o fim desse inferno pessoal
Meus sentimentos habitam a catedral da minha alma, das quais os fantasmas cantam uma canção de dor,
a melodia dos meus gritos silenciosos.
Um por um eles levam minha alma,
eles consomem cada pedaço de mim.
Eu acho que é uma vingança apropriada,
ser consumido pela sua própria mente e coração, e no final, a minha ganância me consumirá também...
Nessa catedral não é por fé que eles rezam,
é pelo sofrimento eterno,
uma canção melódica de dor e morte.
Meu próprio inferno escondido no disfarce do meu lindo paraíso.
Não há antídoto para a alma atormentada, não há substância ou filosofia que preencha o vazio do peito – o vazio de sentir demais num mundo que valoriza o desapego, o vazio de amar e não ser amado, o vazio de sentir saudades de momentos e sensações que se perderam para sempre.
Trecho do eBook 'Pílulas de Esquecimento'
O Meu Lugar
No funeral,
Eu sou o novo e velho troféu
Veja meu rosto por baixo do véu
Ele é calmo como o céu.
Eu não vejo,
Alguém que sempre vá me amar
Hoje irão inconsolavelmente chorar
Mas a dor passa quando a semana acabar.
Tão breve,
A vida é completamente passageira
Eu desci antes e já vejo a fileira
Verei o que existe atrás do portão de madeira.
Atrás do portão,
É o paraíso onde irei morar
Demorou tanto pra encontrar
Onde não existem guerras para ganhar.
Quem dera
Se o amor, fosse paralelo a dor.
Se a planta virasse flor
Quem dera...
Ser flor por dentro e por fora.
Quem dera poder tocá-la, sem se ferir nos seus espinhos.
Quem dera se o amor não trouxesse tanta dor.
Tanta melancolia em seu esplendor.
Quem dera...
- Uma flor machucada
Humor Cadavérico
A frieza ríspida, brusca, inexpressa a verborragia eloquente de seus olhos onde se floresce a tristeza que escurece a abóboda dos teus olhares.
O rosto corado reflete com um ar trágico como água inerte, que transparece o sombrio e sádico desânimo de seus pesares.
Se esquece da natureza doce e reescreve em sua beleza o retrato da alma podre outrora ilesa, que agora padece em seus agitados mares de incerteza e de lagrimas que caem aos pares.
Será isto, um estado contínuo e irrefutável, que fora escrito na dura rocha do peito tal a lei?
Será passageiro, talvez a culpa tardia e longa dos tolos casos em que errei?
Seria isto, meu reinado de tristeza, melancolia áspera que eu herdei?
Se isto for, pego comigo toda essa lastimável podridão que a mim se mistura de forma homogênea, me proclamando ilustre Rei.
Eu insisto em esperar
Mais do que mereço
Mais do que é ofertado
Mais
Frustração
Quando vou reconhecer o meu lugar
Para que não precisem mais apontar
Fiz tudo o que esteve ao meu alcance
Pra mudar
Mas cada um tem aquilo que merece
Afinal, castas existem na Índia
E eu existo no Brasil.
Está chovendo forte lá fora e eu fiquei pensando no que ela me disse, depois que me levantei do chão gelado, "você parece inabalável". Me pergunto se ela acredita mesmo nisso, ou se sabe que eu só sou um bom ator, um mero farçante, que por trás de risos e sorrisos finjo estar bem, enganando à todos menos a mim mesmo. Se ela fosse capaz de presenciar o que há poucos minutos acontecera, com certeza não diria esse tipo de bobagens.
Pergunto ao anjo triste que fica ao meu lado "ela acredita nisso?",Ele não responde,ele nunca responde, talvez seja melhor assim, pois ainda está chovendo lá fora, e aqui dentro, tambem.
Às vezes as lágrimas vão se fazer presente, sem um porquê!
Nem tudo tem que ser explicado
Às vezes é possível apenas sentir
Não é fraqueza, nem mesmo tristeza
É um breve momento em que mesmo os fortes, deixam transparecer seus sentimentos.
Só não se engane, minha coragem de continuar é latente
Eu sou assim, guerreira, fiz de cada lágrima, um novo combustível...
E segui destinada a vencer minhas batalhas
A síntese
A síntese de mundo...
Um mundo ideal
Seria pedir muito moça?
Um mundo de alegrias
Em família ou desconhecidos?
Só quero ter alegrias
Moça, seria pedir muito ser feliz?
Porque não me deixa ser feliz?
Porque n me deixa cair na ilusão da felicidade...
Mesmo que seja apenas uma ilusão
Me deixe ser livre nesse mundo, moça...
Mesmo que a liberdade não exista
Uma vida de incertezas
Que servem apenas para nos prender
Para que viver assim? (Cheio de incertezas)
Moça, me responda apenas uma vez
Para que viver assim? (Apenas com o essencial da vida)
Cheio de incertezas...
Tem gente que vale mais que a pena, mais que a galinha, mais que um galinheiro inteiro
Pedi para o tempo passar arrastado e ele passou tão rápido quanto um raio
A chuva caindo em nós, o mar soprando a brisa que nos causava um friozinho e nos unia
Um corpo aquecendo o outro, aquele dia foi tão precioso quanto ouro
Eu não sabia se teria como voltar para casa, por conta da chuva e condução
Mas sabia que não queria, ficar contigo era o desejo do meu coração
Só pensava em como queria você e em um truque mágico, todos os problemas conseguia esquecer
Se pudesse eternizava aquele momento, que hoje, infelizmente, só se repete em pensamento.
Seus atos impulsivos botaram em perigo minha qualidade de viver
O amor que entorna alcança teus defeitos e qualidades
me deixa próximo de morrer
Nunca precisei ouvir mais que sua voz amaciando meus ouvidos ao alvorecer
Doces gemidos, que nasceram de uma nuvem de delírios, loucos de enlouquecer
O seu corpo em eletricidade me endureceu de choques
de prazer
Lindo, formidável
cérebro
corpo
tens
engrazo-te delicadamente
só do gosto piro
cada pingo
cada trago
derramado em você
Erros são orgulhosos
Observo de longe o sucesso alheio
Alheio você quem veio primeiro
mesmo sendo último me fez ressurgir
Antecipou aquilo que é dianteiro
O erro
Meu erro foi deixá-lo ir
Pode não ser pecado
Manter o orgulho ao lado
Mas a dificuldade me oprime
E a opressão é o que torna errado
Detesto lhe dizer
Detesto repensar
Em minha mente os cenários
Querem me matar
A begônia Silenciada
Cheia de luz
Mesmo com a solidao aflorada
ela sorria para
Encontrar seu noivo em casa
Metrô vazio
Nao sabia que o pesadelo o acompanhava
Um vento sem vida
Uma noite sem estrelas
Poucos minutos que perpetuariam na sua memoria sem vida,
Aquele cheiro
Suor e vomito
Sem dignidade ela perdia seus sonhos
Violentada
Acabada
como um adeus
Aquele homem cujo sobrevivia de dor e desespero das suas vitimas
Olhou em seus olhos de medo e sorriu
Logo atirou
Desfigurada
violentada
Begônia,a flor silenciada.
CHUVA (soneto)
Chove lá fora. O meu peito também chora
São suspiros de velhos e eternos pesares
Da alma que desapegando quer ir embora
Uma tristura que diviso, repleta de azares
Chove... Que agonia se percebe de outrora
Ah! Quem falou pro agrado voar pelos ares
Em preces de ira, com o chicote e a espora
Deixando as venturas laçadas pelos alares...
Chove lá fora. Minh’alma também aflora
E eu sinto o que o cerrado também sente
O pingo quente, e abafada a aflição afora
E esta tal melancolia que no temporal uiva
Tão impiedoso e ruidosa, que vorazmente
Tem a sensação: - choro! E chove chuva!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Gosto de tudo em que vejo a magia,
Gosto da bondade, gosto do sorrir, gosto de ver a alegria e de fazer rir. Sou palhaço, sou amante, me desdobro e me enrolo, gosto da arte. Aquilo que é descartado me encanta, desde o lixo ao luxo, sei que uma hora dessa seremos revistos e observados, não necessariamente julgados, mas sim apreciados pelo bem que foi feito ou a ausência dele, ate lá, sorrio, canto e encanto pra ver todo o canto que meu canto alcança. Até este dia serei a mesma criança, adulta porém criança, e que se motiva de esperança, de ver a alegria reinar sem rei algum, onde a moeda seja o sorrir, e disso a única negociação será a troca de abraço. Seria extamente esse o meu mundo, tudo que eu gostaria, pena que diariamente ouço o despertador me alertando e lembrando que chegou a hora de acordar pro mundo em que vivo , não vejo a hora do despertador do mundo de lá tocar e eu puder a esse paraíso retornar, quem sabe ?!
Escarnar a carne
que cobre a alma
em busca daquilo que nos cure
de íntimos sofrimentos:
desilusão, angústia, ansiedade, melancolia, quer mais?
quero sumir...
essa dor que a olho nú é invisível
que não é palpável.
E não a encontraremos,
pois perdido ficou na imensidão do ser
e dilacera a carne que nos aquece a alma
e que ao pó da terra retornará.
Uma breve reflexão sobre o tempo.
Me parece que incontestavelmente; nós só nos damos conta dele quando o mesmo já se passou. Sobre o devido valor, também. Nas noites difíceis, a alma navega sobre obsoletas paixões, as noções inacabadas de momentos que já não são mais. Um turbilhão toma o lugar de uma aparente paz; e a convicção do ser que crê que é, sucedida por um efêmero caos, entra em contradição. Em tempos assim, deliberar sobre o que se foi é quase que angustiante por que fomos felizes. Hoje, se somos tão demasiadamente felizes, o que será do futuro? Melancolia pelo que foi, ou alegria pelo que é? Inevitavelmente os dois. Sim, a vida é um labirinto de incongruências e dualidades do qual vivos, nunca sairemos.
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