Versos de Desilusão
Saudades de mim
Cadê você meu sorriso alegre e cheio de vida,
Cadê você minha alma liberta e colorida,
Cadê você coração tão pulsante e cheio de amor e doçura,
Perderam-se no caminho, ou naufragarão no mar na desilusão.
Teus olhos são raios de luzes, morango no mel, estrela cadente, caramelo no fel;
Seus olhos soletram canções de lá ra lá lá lá lá, e em segredo se fecham espreitando o nosso beijo, sem hora pra terminar;
Seus olhos piscaram dentre olhares, luzes que cintilavam, sem mais os meus, sem mais poder te cantar,
fosco, parado e frio, esperando por toda vida o seu olhar...
- Nesse carnaval, previna-se -
Eu não queria me prevenir.
Teimoso como sou, ignorei esse aviso.
Prevenção tira a sensibilidade e esconde quem sou.
Expus meu coração sem medo da contaminação.
Eu fui seu folião e vi meu bloquinho preferido passar, você.
E passou.
Eu, eu, eu.
Falando sempre em primeira pessoa e ficando em segunda.
Me colori e virei bolinhas pra te alegrar.
Abri o pacotinho que me protegia, para ser jogado pro alto e deixado no chão.
Pobre confetinho, pensou ser carnaval, mas era só ilusão.
Do último cais que zarpei, só sobrou decepção e amargura. Resolvi deixar terra firme pois fiquei sem chão quando tudo acabou.
Levantei âncora e parti com meu barco de sonhos disposto a desembarcar na primeira ilha de paz que encontrasse.
Sem o mapa da felicidade e sem a bússola da esperança, foram dias e noites perdido navegando por mares de solidão.
Enfrentei muitas tempestades de desilusão e naufraguei em algumas delas. Em cada um desses mergulhos profundos, voltei à superfície mais corajoso e pronto para enfrentar novas tsunamis de dor. Mas elas não me afundariam novamente.
Deixei minha paixão conduzir o barco e me guiar por aguas desconhecidas. Foi então que avistei no horizonte, na direção do pôr do sol, uma terra misteriosa e inexplorada, mas de natureza exuberante e receptiva.
Foi ali, no lado esquerdo do seu peito, onde joguei minha âncora e desembarquei para viver feliz pelo resto da minha vida.
A Ilusão
A Ilusão chegou acompanhando um rosto conhecido com um sorriso bonito, deixei-a entrar em meu coração e de repente comecei a sonhar, voar, viajar por um universo de probabilidades, cada vez mais meus pés se distanciavam do chão e eu confiante não largava suas mãos e voei, voei, subi o mais alto que pude de guarda baixa, desarmado e desprotegido, inocentemente olhei em seu rosto e vi a sombra de uma dúvida e em um piscar de olhos ela soltou minhas mãos, tentei me agarrar mas foi inevitável e em uma situação desconhecida para um jovem coração, coração de um único amor que não sabe o quanto voou, nem em que direção, começou a cair e só com uma certeza, a de que voou bem alto porque ainda não tocastes o chão.
Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero de amor
Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem
Doce fel
eu acho que já conheço
os seus passos
os seus abraços
mas eu me vejo só
tão só
sem nós
e com tantos nós
eu acho que te conheço
mas eu me vejo
no meu avesso
quando te procuro
não devo
e me atrevo
esperançar
espero o ar
poder te amar
sem amargar
Passamos a vida construindo muros para nos sentirmos seguros e protegidos da dor. Depois do muro alto percebemos que ele nos impede de ver a beleza da paisagem e tudo se torna frio e triste. Daí, levamos um outro tanto de tempo tentando derrubar esses muros, e com muita dor e sofrimento quando enfim conseguimos, descobrimos que do outro lado, ao perceber que os tijolos estavam sendo quebrados, alguém tratou de levantar outro muro para se sentir seguro.
A tristeza disso tudo está no tempo que se perde sem poder apreciar o pôr do sol.
Queria ter escutado quando me disseram para não mergulhar de cabeça em pessoas rasas.
- 𝐴 𝑑𝑒𝑐𝑒𝑝𝑐̧𝑎̃𝑜, 𝑛𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜, 𝑓𝑜𝑖 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎.
Eu só precisava de um "sim"
Era tudo que eu precisa aquela madrugada
para fazer dar certo.
Um aceno, um aperto de mão, sei lá.
Eu só queria que você confirmasse que
Me queria como eu lhe queria.
Mas o aceno, o aparto de mão e o sim não vieram.
Estou aqui agora com mais vontade ainda de você.
Já morri tantas vezes...
Tantas, mas mesmo assim me lembro de cada morte.
Lembro de cada rosto, do gosto, do gesto.
Lembro do discurso e lembro até da falta dele.
Tudo ficou guardado num canto especial que criei sem saber e por isso mesmo não sei onde achar, ele (o canto) é que me acha na hora que quer.
Nas noites frias, na música, nos dias.
No que poderia ter sido e no que se transforma o que foi: Saudade.
Depois, a gente sabe que isso sofre metamorfose, vira só lembrança.
Cuidado, não interrompa essa mudança!
Porque tem gente que se acostuma a sofrer e nem percebe que vira vício.
Não precisa doer a vida inteira, só o tempo necessário para o coração descansar e começar tudo de novo…
Por ter amado tanto a quem nunca me priorizou, o amor deixou de ser a minha prioridade.
Hoje eu só quero paz...
Ela estava tentando esfriar, e trancar o coração.
Para sentir-se distante.
Precisava filtrar pessoas, e sentimentos.
Nada era como antes!
Ela finalizou todos os ciclos.
Estava envaidecida de orgulho,
E irredutível nas ações.
Pegou a trilha do adeus,
Levando apenas convicções.
Sobre a perfeição, eu a vejo em defeitos.
Porque é previsível e chato, como caminhar em círculos.
Gosto do ardor de uma personalidade forte.
De gente que sabe se impor,
Que é cheia de energia pra vida.
Mas não cria regras no amor.
Que não recua do futuro, por desacertos passados.
Que tem confiança em si.
Gente que tem no peito o sol, de tanto que ilumina
OLHA-ME
Beija-me enlouquece-me
Aperta o teu corpo contra o meu
Deseja-me faz-me ser tua
Ama-me com loucura
Abraça-me com um abraço quente
Sente-me como se fosses a lua
Escreve-me no desejo do teu corpo
Olha-me no sabor da tua boca.
É encantador não é?
A dualidade do amor,
A intensidade do prazer,
A oxitocina tomando o corpo,
Embriagando a mente,
Um assemblage de sentimentos,
Como um bom e redondo vinho,
Medo da queda,
Dor ou abandono, Um coquetel de intensidades,
Não é mesmo?
Tomemos?
Um brinde a vida!
Assim,
É,
Não deveria ser,
Uma alegria em conta gotas,
O gosto de álcool na boca,
Misturado ao sangue quente que corre nas veias,
Do coração que bombeia forte,
Incendeia a paixão,
Paixão de quem só quer perder a razão.