Versos de Carinho de Deus

Cerca de 213733 frases e pensamentos: Versos de Carinho de Deus

Falareis de nós como de um sonho.
Crepúsculo dourado. Frases calmas.
Gestos vagarosos. Música suave.
Pensamento arguto. Subtis sorrisos.
Paisagens deslizando na distância.
Éramos livres. Falávamos, sabíamos,
e amávamos serena e docemente.

Uma angústia delida, melancólica,
sobre ela sonhareis.

E as tempestades, as desordens, gritos,
violência, escárnio, confusão odienta,
primaveras morrendo ignoradas
nas encostas vizinhas, as prisões,
as mortes, o amor vendido,
as lágrimas e as lutas,
o desespero da vida que nos roubam
- apenas uma angústia melancólica,
sobre a qual sonhareis a idade de oiro.

E, em segredo, saudosos, enlevados,
falareis de nós - de nós! - como de um sonho.

Jorge de Sena
Jorge de Sena, "Pedra Filosofal", Editora Confluência, 1950
Inserida por pensador

CAFÉ

Distraidamente percorri o contorno de um mundo
Com poucas olhadas para dentro e para fora.
Luzes acesas, olfatos abertos, ouvidos aguçados
Encontrei a compreensão da alma desconhecida.

Livro aberto com conteúdo fechado
Fácil de ser lido, difícil de ser esquecido.
Pessoa livre publicada no brilho do olhar.
Num corpo inteiro de caçador, o desejo de ser caça.

Ponto de partida transformado em ponto de chegada,
Partindo da ótica do reencontro com o novo
Descobrindo-se escada de acesso ao nada,
Com a tranqüilidade de tomar uma xícara de café.

Inserida por DPMargarida

O COCHEIRO E A CARRUAGEM

Enlouquecida de amor e desespero
Mergulhei numa cegueira raivosa
Como cadela infectada.
Os cavalos venceram o cocheiro
E a carruagem se despedaçou no abismo.

Vaguei perdida no espaço e no tempo
Num mar de lembranças e culpa
Sem bússola, sem sonhos, sem vida.
Uma fera a beira da morte
Implorando piedade ao caçador.

Um cocheiro fraco, porém vivo
Que sarou suas feridas uma a uma e
Reconstruiu a carruagem com seus cacos.
Depois de pensar em sua desgraça
Decidiu que ele mesmo puxaria a carruagem.

Inserida por DPMargarida

Em algum lugar do passado.....

Odeio-te meu amor,pelos anos em que me deixou louco a te procura........
Odeio-te pelas noites mal dormidas em que acordei,e ao meu lado não era você.......
odeio te pela dor em meu peito esses anos de incertezas de que iria te rever...........
odeio te pela insônia em noites de tempestade em que me preocupei com você
odeio te pelo dia em que fiz aniversario, e você não estava la pra me abraçar
odeio te pelos porre em que tomei em teu nome,e muito mais,
pelas ressacas e dores de cabeça........
odeio te,odeio te.........
Diante de tudo isso vejo como é insignificante o meu ódio perante
a grandeza do meu amor por você...........

Inserida por marcosgeraldodeol

É melhor tacar pedras no telhado do vizinho.
pois, o meu é de vidro e quebra mais fácil.

Inserida por Renato01976

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Procura-se alguém disposto a amar!
Pode vir com o coração cansado
Ou um pouco ferido,
Só não pode estar preso ao passado.

Pode ser até descrente,
Do amor e da felicidade
Mas que seja disposto e aberto
As novidades.

Inserida por DPMargarida

Qual a diferença entre a pessoa bonita e pessoa linda?
A bonita se arruma com as maquiagens e se preocupa com o espelho...
A linda se arruma com o que tem e sai brilhando com sua beleza interior.

Inserida por luciahelenaandrade

não seja tolo,
apenas não faça tolices

Inserida por luciahelenaandrade

"me despi do momento
num cafuné de segredos."

Inserida por jcarlos743

"Piegas e plena
mãe de meninas
"messalinas".
arrogante, cheia de desplante
com seu progresso de fancaria
jardins e palácios, piscinas e haras
cópias grotescas, obras de pirataria.

desalmada, iníqua e bela
cinderela de lixo e escárnio
aposta paga em moeda falsa

tudo pura fumaça
remix do ridículo
mixórdia e trapaça.

caricaturas do mal
tudo muito igual
'admirável mundo novo'
babilônia descartável
o ódio no poder
justiça desigual."

Inserida por jcarlos743

Ah! O Amor...

Eu dei inúmeras chances para o amor
Que sequer me deu uma única
Desconstruí meus projetos de felicidade a dois
Aprendi a me amar o suficiente pra seguir
Pela vida sem um par
De amor, de brincos, de qualquer outra coisa
Que me transforme em dona.
Tenho o nada por pertencimento de coisas
Mas, porém, me fortaleci em sentimentos
Ainda que solitária, sou um ser de Luz.

Inserida por elenimariana

Miligrama de verso XX

Podes ir para o outro lado do mundo
Posso nunca mais ouvir falar de ti
Ouvir teu nome.
Jamais te esquecerei.
E olha que já tentei todas as rotas de fuga
Nenhuma surtiu efeito.

Inserida por elenimariana

Nada

Lá vem a saudade roubar
A minha cor, me desbotar
Mudar meu tom de ouro em amarelo-pálido.
Transmutar minha melodia em uivo lancinante.
Meu tom destoar e aferroar minha garganta
Até que eu grite ou fique muda.
Esvaziar minha alegria, murchar minha euforia
Derrubar-me do pedestal da minha indiferença
E deixar a minha crença
No amor virando nada.
E desobrigada
De crer e de ser.

Inserida por elenimariana

Boba e Insonsa

Não sei por que, mas deixei a minha alma
Pendurada em uma cerca de arame farpado.
No meio de um pasto.
Quando atravessei por ela
Ela quis ficar ali retida naquela morna paisagem
No meio do nada.
E quando estou triste, cansada, desiludida, é lá que eu fico
Paralisada
Sem memória da minha real história
E do porquê de ser são tola e pequena assim.
Talvez que eu sinta a minha vida
Igual àquela nesga de lugar
Boba e insossa.

Inserida por elenimariana

O choro da Mãe TERRA

Rasguei a minha carne e engoli meus filhos
Ainda regurgito alguns aflitos,
Outros padecem nas minhas entranhas
Para serem completamente esmagados pelo meu peso insuportável.
Não estável
Devido à movimentação das minhas placas tectônicas.
Que estão à deriva sobre um magma incandescente
Onde sobre elas transita muita gente
E não posso me acomodar indefinidamente
Com a estabilidade da inércia.
Vez ou outra revolvo e fraturo minha coluna
Despedaço-me e fabrico milhões de lacunas
No meu corpo
Num sopro
De morte
E sem mesmo querer
Fazer padecer minhas crias
E depois vou chorar com a garganta do vento
Explodir em lágrimas de amar, o mar
Tentando tragar
A incomensurável dor
Dos padecentes sobreviventes.

Inserida por elenimariana

Amor

Foi inevitável
Quem me dera pudesse fugir
Não pude. Não posso, não poderei jamais
Cessar o rio caudaloso que deságua na minha alma
Revoltoso. Tempestuoso qual paixão
Só tal, pois qual não é
Arrasta-se pelo tempo desde o início
Imortal.
Então amor
Porém, fatal
Não cessará a chama devoradora
Arrebatadora que só faz aumentar
Vilão que me consome
Tira meu chão e me joga à deriva
Sem piedade
Tragando-me a eternidade
E tudo o que vejo e percebo
Não vai além de você.
Meu Universo
Meu motivo.
Minha vida, minha morte
Minha sina e minha sorte.

Inserida por elenimariana

Miligrama de verso XXI

Pia... pia... pia...
De agonia
Minha alma
Piu... piu... piu...
Quem foi que viu
O meu amado
Eu não vi não.
Chora... chora... chora...
O meu coração.

Inserida por elenimariana

Vida e morte.

Faço-me leve pra que me carregues.
Torno-me doce pra que me tragas.
Tempero-me de ternura pra encher o teu pote
E embriagares bebendo em minha boca
Minha saliva que em amor dissolvida
Penetra nas tuas papilas e ensopa teus sentidos
Meus sabores vão de adocicados
Aos extremos apimentados
Quando gemo de prazer mordiscando a tua boca
E rolo me enrolando no teu colo
Entranhada num abraço
De vida e por que não?
Que de tão forte.
Também o é, e muito mais, de morte.

Inserida por elenimariana

Folha seca

Sou uma folha seca ao léu

Solitária...Ao relento...

Sopra o vento

Qualquer vento

Mínimo vento me carrega

Pra bem longe

Desgarrada da origem

Atravessando uma existência inteira

Sem amores

Murchando...

Morrendo

E lá vou eu percorrer

Mundos estranhos

Alheios à minha vida

Cheio de multidões

Com nada a ver comigo

Talvez eu caia

Numa noite chuvosa

Em poça de lama

E fique lá até virar humo

Apenas...

Inserida por elenimariana

Para Cristiano Araújo

O uirapuru há de calar sentido
Lembrando do menino que partiu tão cedo
Pequeno tempo pode ser vivido
Pelo cantor que se jogou sem medo
Nos braços de uma plateia embevecida
Ficando a voz num ressoar de asas
De Anjos e Arcanjos que o receberam
Lá no alto, patamar de glória.
Verá o mito toda a sua história
Desfiar nas bocas tantas que o amaram
Partiu... Que pena...
Quanta dor!
Fica a saudade
Que nada mais é do que a lembrança
Recheada de amor.

Inserida por elenimariana