Versos e poemas caipiras
Pra dançar uma quadrilha
Tem que escolher seu par
Vestir roupa caipira
Saber coreografar
Cumprimentos, balancê
Se o noivo for você
No final tem que casar
Certa vez, havia um caipira descascando fumo, sentado, na entrada de uma cidadezinha do interior. E passou um carro com um homem da cidade grande, parou ao lado e perguntou: ôh caipira, como é a próxima cidade, é boa?
O caipira respondeu: "depende, sô!."
O homem do carro retrucou: depende de quê?
O caipira então disse: "depende se de onde você vem era bom..."
Com o seu olhar de caçador
você entrou na roda
para dançar com o teu andor
caipira a Dança do Marimbondo,
Você chegou com aquele charme
maroto sem me dar desconto,
e fez o meu coração arrebatado.
Na zabumba você pendurou
a casa do danado,
Espantava o bichinho por
todos os lados,
Trocamos olhares apaixonados
e não importamos se seremos
por quem quer que seja reprovados.
Sim, dessa vez você deixou a garrafa
para equilibrar na cabeça de lado,
Sei que não dá para disfarçar,
que você está apaixonado,
que quer ficar comigo colado
e anunciar o orgulho de bem amado.
Neste mundo quase perdido
que a cabeça da gente pira,
Para viver o amor profundo
tenho certeza que chegou
a nossa tão esperada vez;
Nos meus braços você encontrará
o teu refúgio e toda a calidez,
e segura nos teus encontrarei
a sensatez e toda a magna poesia.
Não nego o meu
sangue caipira,
A minha poesia
catira dança
do Centro-Oeste
ao Sudeste,
E deste coração
jamais se tira.
O que você prefere?:
Galinha caipira ou de granja?
Rato de esgoto ou de zoológica?
Depende do referencial!
Não há quem resista
muito muito além
de uma Festa Caipira
um saboroso Milho cozido
que nunca nos decepciona
e merece sempre
o seu lugar de honra
como parte da memória
e da nossa escolha.
Caipira que é caipira
no Arraial come pão
com a salsicha ou a linguiça
feita da maneira tradicional,
Porque sabe o valor
do esforço da cultura local.
Caldinho de Costela
feito com carinho
e do jeito caipira,
É poesia, sim senhô,
para recarregar
a energia do meu amô,
que vai dançar comigo
de novo até o Sol raiar.
UM CAIPIRA SORTÊRO E SANFONÊRO
(poeta Caipirinha)
Sinhá, eu num sei falá
Num tive iscola pra estudá
Nem cunsigo cum as letra
Esparramá pra iscrevê
Coisas bunitas pra ôcê
Sô um home trabaiadô sem dinhêro
Minhas riqueza posso te falá
É o fole da minha sanfona, sinhá
Com ela posso inté cantá
Tenho também uma viola
Que tamém aprendi no oiá e escurtá
Cun eles posso inté tentá
Uma vida nova nois começá
Mais sinhá, num quero uma arventura
Só ficá cum as luz da lua
Nem se aproveitá das escuridão
Pra ficá brincano cum as mão
Quero se casá cum vois micê
E seu home sempre sê em toda hora
E nas estrada vamo a vida levano
Puxano o fole e chorano a viola
Bebe?
Cervejando a aproximação,
Caipirando a conversação,
Vinho, Café da manhã, intimidade,
Vespertinando um capuccino...
Liberdade!?!?
NOIS É CAIPIRA MAIS É ISPERTO
Uai, sô!
Dirma achô,
Que minero era borocoxô.
Mais inganô.
Nem com o vento,
A subida implacô.
No quarto ficô,
Na eleição qui disputô.
Um Pimenter tamem tentô,
Mais longi ficô.
Tamem num implacô.
Agora, com a cumadi Dirma,
Vai fazê companhia pro vovô.
Mais teve um que ficô,
Sr. Neves por poco iscapô.
Essa eleição muito insinô.
Pulitico, tome rumo, faiz um favô.
Respeita nois. Num se brinca com o eleitô.
Um tar Zema feiz bunito,
Na surdina e sem grito.
Anastasia ficô pra trais,
Num aprendeu como se faiz.
Agora é só us dois,
Com muito feijão com arroiz.
A genti dexa pra dispois,
Pra escoiê o miô dus dois.
Élcio José Martins
O caipira cansado da lida do dia quente acomoda a enxada a beira da porta de sua casinha de taipa
Se senta no toco pra descansar enquanto desfia o fumo de rolo e acende o cachimbo pra pita
Enquanto lá de trás da serra o sol vai se despedindo e a noite surgindo bem devagar..
Vida Caipira
Na minha cestinha caipira
tem Doce de Abóbora
com formato de coração,
paixão e poesia
para chamar a sua atenção.
Uma viola caipira encantando
um coração debaixo
de um Jacarandá-do-brejo
no interior de São Paulo
revivendo um tempo poético,
Não existe nada mais
aconchegante que coloque
o amor no rumo certo.
SONETO CAIPIRA
Fogão de lenha na poesia a poetar
Panela a chiar, vastidão pela janela
Cheiro da noite no negror sem tramela
Desprendendo olor na roça aformosear
O entardecer se tingindo de canela
No céu estrelas soturnas a navegar
Em uma sensação de paz, de amar
Amassando jeito matuto na gamela
É só silêncio, cigarro de palha a pitar
Saudade esfumaçada na luz de vela
Arando sensos num canoro devanear
Depois, uma pitada de solidão donzela
Acalentando as lembranças a revigorar
Ah, gostoso a vida caipira na sua tutela
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
CHÃO CAIPIRA, CERRADO
Calmo, entre os arbustos, num éden
Em lufadas de silencioso espavento
O cerrado, do horizonte passa além
Cantos sussurrante, pássaros ao vento
Quimeras sobre o chão aqui tem
As flores em um divino advento
O sertão é periódico, também,
É vida em regular renascimento
Ardes, em uma secura tão bravia
E da ternura o verão é clemente
É terra de gente da roça, caipira
Mas deste povo só se tem valeria
Cantoria que já vem na semente
De muita fé, desfastio e pouca ira
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp