Vento
Uma acusação ainda não é verdade — é apenas suspeita ao vento. Sem prova, ela carrega mais incerteza do que culpa. Devemos cultivar prudência para não julgar antes da hora. Pois a justiça começa no cuidado com a verdade.
Hoje, enquanto o vento tocava as folhas do quintal, pensei no quanto aprecio a beleza do natural... a ave entre as nuvens, o beijo do mar na areia, o vento sobrevoando o céu...
Para mim, tudo isso é o órgão que me faz respirar calmamente.
E para você — qual seria seu outro órgão, além desse que tem dentro de si, a fazer você respirar suavemente em meio à turbulência da mente e do coração?
O ARCO-ÍRIS DAS ORIGENS
Viemos de pontos distintos,
de lugares onde o vento conta histórias antigas,
de caminhos que não se cruzavam,
mas que, de algum modo, se reconheceram.
Viemos de experiências diferentes,
tecidos por mãos invisíveis
que bordaram nossas dores,
nossos medos,
nossos começos e recomeços.
Cada um de nós carrega um mundo inteiro:
há quem traga um sol rompendo madrugadas,
há quem traga uma lua conversando com cicatrizes,
há quem caminhe em silêncio
enquanto por dentro troveja.
Crescemos ouvindo o chamado do medo:
“não faça”,
“não seja”,
“não apareça demais”.
Como se viver fosse caber em caixas pequenas,
como se o julgamento fosse guardião da ordem,
como se a beleza só existisse
quando todos escolhem a mesma forma de florescer.
Aprendemos, cedo demais,
que o olhar do outro pesa.
Pesa nos cabelos que decidimos deixar livres,
na cor que nos veste,
na fala que nos escapa,
na lágrima que não escondemos.
E, sem notar, nos tornamos carrascos de nós mesmos
e do mundo ao redor.
Mas algo muda quando a consciência desperta.
Quando entendemos que a vida não é régua,
que existência não é molde,
que ninguém foi criado para repetir o mesmo desenho.
Algo muda quando abrimos espaço para o outro,
quando silenciamos o impulso de julgar,
quando percebemos que não somos
os guardiões da verdade.
Somos, no máximo,
aprendizes da convivência.
Viemos de geografias afetivas distantes,
mas é da distância que nasce a ponte,
e da ponte nasce o encontro.
E no encontro,
somos mais.
Somos luzes acesas em direções diversas,
mas que, quando colocadas lado a lado,
revelam um arco-íris que jamais surgiria sozinho.
Cada tom vem de uma história,
cada brilho vem de uma luta,
cada sombra vem de um passado
que também merece ser lembrado.
E é assim que entendemos,
finalmente,
que nenhuma vida se sustenta só.
Que completude é obra coletiva.
Que a beleza maior do mundo
é justamente não sermos iguais.
Somos pluralidade viva,
cores que dançam,
vozes que se entrelaçam,
alma que reconhece alma.
E quando deixamos o julgamento cair ao chão,
quando estendemos a mão sem exigir moldes,
quando acolhemos o diverso
sem temer sua força,
uma luz maior nasce
uma luz feita de todas as partes,
de todas as dores,
de todas as conquistas.
Essa luz nos lembra
que existir é multiplicar,
que amar é permitir,
que respeitar é honrar a diferença.
Viemos de pontos distintos, sim,
mas caminhamos para o mesmo horizonte:
um mundo onde cada pessoa
pode ser exatamente o que nasceu para ser.
E nesse horizonte,
feito de múltiplas estrelas,
ninguém brilha sozinho
todos nós iluminamos juntos.
Eli Odara Theodoro
Conquistar alguém sozinho é como soprar vela contra o vento: chama linda, esforço inútil.
— F.Fidelis - Psicanalista, Filósofo entusiasta e observador das relações humanas
A confiança molda, edifica e revela que protege a pouca esperança de alguém.
De repente, o vento passa e balança, distorcendo o equilíbrio; a sintonia se fragmenta em fagulhas.
Nos pedaços de esperança abraçados repousa a segurança no mesmo lugar — afinal, a promessa nem sempre vence o combinado.
A chuva pode encher o riacho até transbordar,
mas o riacho continuará no mesmo lugar.
O vento vem em tempestade, a mil por hora,
e ainda assim, a montanha permanece firme no mesmo lugar.
O sol pode aquecer tanto
a ponto de não sobrar vida em nenhum lugar,
mas basta a água tocar a terra
para que a vida floresça outra vez.
Tudo tem um propósito,
mesmo que não compreendamos o verdadeiro sentido
da vida vivida.
O sonho leva ao vento palavras que revelam o segredo da vida, que jamais se desvanece. O homem sonha com a poesia, desejando mais um dia diferente, cheio de alegria.
Tenho ciúmes até do vento que te toca.
Quando teus olhos cruzam os de outro alguém,
sinto um nó invisível apertar meu peito.
O teu perfume, quando invade outros pulmões,
é como se roubassem um pedaço do que é meu.
Tua elegância desfila com naturalidade,
teu charme é uma dança que hipnotiza,
e eu, espectador cativo, me desfaço em silêncio.
Quando a felicidade sorri nos teus lábios,
me alegro — mas também ardo.
É um fogo estranho, que não sei se é amor em excesso,
ou medo de não ser suficiente.
Esse ciúme não pede licença,
ele invade, domina, consome.
Não sei se é loucura, ódio ou amor
sei apenas que ele mora em mim,
como uma sombra que caminha ao lado do meu afeto.
Talvez amar seja também temer perder,
e nesse temor, eu me revelo inteiro.
O vento e a tempestade são passageiros, breves em sua fúria, mas os rastros da devastação que deixam repousam por longo tempo sobre a paisagem, como cicatrizes abertas na memória da terra, até que, pouco a pouco, a normalidade se recomponha.
Mulher, não acredito mais nas tuas atitudes
Promessas ao vento, vazias de virtudes
Diz que me ama, mas foge de mim
Deixa meu peito à deriva, sem estrada
Eu tentei confiar, mas você só me enganou
Transformou meu carinho em dor
Mulher, eu não acredito mais em ti
Teus olhos mentem quando olham pra mim
Cansei de viver nessa ilusão
Agora é a liberdade que fala mais alto no meu coração
Te dei meu mundo, e você só quis brincar
Fez da minha vida um palco pra se apresentar
Mas hoje eu decidi, não vou mais te seguir
Quem não sabe amar, não merece ficar aqui
E se um dia lembrar do que perdeu
Vai entender que o amor não nasce do teu adeus
Mulher, eu não acredito mais em ti
Teus olhos mentem quando olham pra mim
E agora eu sigo sem olhar pra trás
O meu futuro é viver em paz
Te encontro nas frestas do silêncio,
te desenho nas linhas invisíveis do vento, a tua essência distância está em mim,
O perfume da tua pele
se mistura às lembranças,
como se cada vento
trouxesse de volta tua presença queme faz bem.
O sabor do teu beijo ressuscita a felicidade
repousando em minha boca,
é promessa que não se desfaz,
pela eternidade em um instante.
Queria poder tocar-te todos os dias,
sentir o calor das tuas mãos,
mergulhar nos teus olhos
como quem descobre o infinito.
E então dizer, sem reservas, sem pressa
que és chama que ilumina,
ternura que acolhe,
porto seguro e tempestade,
morada e destino,
a razão que pulsa em minha vida vivida por você.
Eu sem você
sou barco que veleja
em oceanos sem porto,
sem âncora, sem direção.
Sou vento que sopra vazio,
no peito um mar aberto
que só encontra descanso
quando lembra do teu olhar.
Sem teus braços,
a noite é longa e fria,
e até a lua parece distante,
navegando sozinha no céu.
Mas quando penso em você,
meu coração acende faróis,
e cada onda se torna caminho
para te encontrar de novo.
Porque o amor,
quando é verdadeiro,
sempre devolve o barco
ao abraço do seu destino.
Deixa as aparências de lado,
não se faça espelho —
porque espelho frágil, quebrado ao vento,
não sustenta verdade nenhuma.
Sê tua própria essência,
não reflexo do que esperam,
não imagem moldada por olhares alheios.
Caminha com passos firmes,
mesmo que o mundo tente te vestir com máscaras,
mesmo que vozes externas ecoem padrões e exigências.
A beleza está naquilo que floresce de dentro,
na chama que não se apaga,
na coragem de ser inteiro,
mesmo quando a maré insiste em te fragmentar.
Não te reduzas ao brilho passageiro,
nem às sombras que outros projetam sobre ti.
És raiz, és tronco, és fruto —
não apenas reflexo.
Se o tempo me moldou em cicatriz,
se o vento já levou o que não tinha raízes,
se o silêncio já aprendeu a cantar dentro de mim.
O que foi perdido não é ausência,
é chama que arde invisível,
é pedra que sustenta o abismo,
é sombra que ensina a luz a ser mais viva.
Não busco retorno, não espero resgate.
Carrego o vazio como quem carrega um estandarte,
porque há força naquilo que falta,
há eternidade naquilo que não volta.
Querida alma amiga, O vento que passa carrega o doce perfume da saudade, um aroma que aquece o coração mesmo à distância. É como se cada suspiro da brisa anunciasse a chegada dos passos tão esperados, que vem suavemente, despertando a alegria silenciosa do encontro. Quando finalmente nos abraçamos, sinto que o tempo se curva em reverência, como se reconhecesse que naquele instante tudo acontece no balanço perfeito da felicidade. Cada segundo junto a você é uma festa silenciosa onde o mundo parece mais leve e brilhante. Que esses momentos de proximidade sejam frequentes, que o vento continue a trazer essa ternura, e que jamais perca o sorriso que nasce do abraço apertado. Com alegria no peito e o coração aberto,
Busque o vento contrário, o ar rarefeito, a região onde não há trilhas nem símbolos. A sua sabedoria nasce do enfrentamento, não da adesão.
A imensidão não pesa: ela respira. É leve como o vento que toca a terra e profunda como a lua que vigia em silêncio.
Viver o intenso ( Letra de música)
[Verso]
Planos que o vento levou
Aplausos ecoam
Mas quem ficou
Chegou pintado de glória
[Pré-Refrão]
Fogo que arde
Inacabável voz
Uma sinfonia que nunca se desfaz
[Refrão]
Viver o intenso, sentindo os momentos
Ventos e correntezas com suas urgências e tormentos
Contemplar as nuvens com seus indomáveis desejos
Lágrimas caem os tempos são mágicos
[Verso 2]
Glória que pesa mas não me prende
Fogo no peito que sempre acende
Correntezas que levam e trazem
[Refrão]
Viver o intenso sentindo os momentos
Ventos e correntezas com suas urgências e tormentos
Contemplar as nuvens com seus indomáveis desejos
Lágrimas caem os tempos são mágicos
[Ponte]
Desejos guardados indomáveis e gritantes
Lágrimas que contam histórias distantes,
Tempos que passam mas deixam um brilho constante.
Deus que entra na fornalha, acalma o mar e fala no meio do vento.
Deus que muda decretos, quebra cadeias e faz o inimigo recuar.
Deus de recomeços, promessas cumpridas e vitórias completas, que glorificam o Seu nome.
Deus que escreve certo mesmo quando a vida parece torta, porque Ele é fiel até o fim.
Ando
Meio que lerdo
de pensamentos
Ando
Meio que surdo
Um vento muito brando
Me acalenta
de vez em quando
Uma tormenta
Me atormenta
Quando, por falta de sorte
Venta mais forte
Ando
Pensando
Com minha cabeça de vento
e meus ouvidos moucos
Que não são poucos
Os motivos
Pelos quais eu me esquivo
de dar-lhes
Um tanto assim de atenção
Enfim
Se fosse ouvir meu coração
Seguiria a direção do vento
Que orienta o pensamento
E quando chegasse o dia
Que alegria
Estaria muito longe
da voz da razão
Esta
Abrange
Tudo que demais me guia
Então
Sempre que acaba o dia
Recolho meu sorriso
Adio
Outra vez minha alegria
Preciso
Fazer coisas que tanto odeio
O início me fez fazer assim
O fim não chegou
Estou ainda no meio
No meio de um sonho
Um sonho meio tristonho
Tristemente
Sonho acordado
Uma história linda
Portanto
Enquanto o dia não finda
e nem tampouco inicia
Paro um pouco
Me recolho
No mesmo canto onde guardo
A tristeza e a alegria
Mescladas
Ambas tem cara de nada
Aguardo um tempo
Que tarda a chegar
No tempo onde estou
Meu coração não parou
E nem minha alma morreu
Olho no espelho pra ter certeza
de que eu
ainda sou eu
E não há como negar
Nasce novamente uma lembrança
de que existe, sim
Uma esperança latente
Antes que seja tarde
Eu sei
No meu coração que arde
Nada
Nunca mais
Haverá de afastar a gente
e durmo em paz
Edson Ricardo Paiva
