Veneno
Sinto que estou prestes a enlouquecer. Várias perguntas que me pergunto, nenhuma resposta para elas. Apenas um monte de desculpas para encobrir a coisa ruim que sou. Estou doente, infectada por esse veneno que a sociedade implantou em mim.
Nossas palavras ditas são reflexo de nossa alma e podem tanto nutrir quanto envenenar a quem nos ouve e a nós mesmos.
Fenda dupla
Algumas vezes me entorpece, algumas vezes me envenena.
É transferível, a dualidade humana, aos objetos?
Às cidades?
Esse mesmo chão que me encanta em seu movimento, que me aquece, me conforta, o mesmo chão me afasta e me entedia, me angustia, me revolta.
Ou será que ele não muda? permanece estático, e eu, apenas eu me modifico?
O quanto do que eu sou resiste ao onde sou? o quanto o onde estou resiste ao que eu faço?
O quanto o que eu escolho, escolhe à minha volta, por outros? o quanto as escolhas alheias falam em mim?
Talvez o chão apenas se mexa, e é no movimento que exista a incerteza, vetores cruzados, e o estático seja um resquício, uma impressão.
E a vida se modifica quando se observa, enquanto se observa.
E eu observo!
Procuro o que corrobore meus vetores, enquanto tudo eu mudo, me muda, à minha volta.
Algumas vezes me enveneno, algumas vezes me entorpeço.
Viver uma vida miserável e retroativa apenas comendo, bebendo e se divertindo, é como aceitar o veneno de uma serpente, pronto para ser condenado eternamente por Deus.
A esquerda é um remédio para qualquer país pobre e em desenvolvimento, mas com prazo de validade, se deixar muito tempo o extremismo vira veneno.
Muito prazer em te conhecer
Desaprendi o amor com você
no dia em que te conheci, experimentei
feito experimenta-se uma dose de cicuta
esse seu desamor sempre tão latente.
Hoje não amo mais ninguém
nem eu mesmo.
E agora que estamos em sintonia
e nos tornamos igualmente cruéis
frios e insensíveis
que tal recomeçarmos do início?
Oi... Muito prazer em (re)conhecê-la.
Estes últimos dias foram mobilizadores. Talvez porque voltei a encontrar-me onde quem sabe, nunca deixei de estar. Neste pequeno espaço, dentro de mim mesma, em silêncio, observando como tudo lentamente se destrói. Meu mundo. Não é que eu não queira fazer nada à respeito, mas acho que não sou suficiente comigo mesma. Isto parece uma guerra entre mais pessoas do que apenas eu. Na verdade, quando creio que chegamos em um chão frio e intermediário, bastam poucos segundos, diria que sete, para que tudo arda em chamas. Me recordo desse episódio, anos atrás. Eu estava com o meu pai em uma livraria e ele olhou para mim, com aquele toque de tristeza que eu acho que herdei dele, observando-me como se não me conhecesse, como se não pudesse alcançar-me, como se estivesse competindo em uma corrida na qual sabia que nunca iria ganhar. Em seguida, atreveu-se a perguntar-me o que eu nunca pensei que poderia:
– “Por acaso não queres viver?” .
Às vezes eu me pego pensando neste momento. Eu olho para trás e não sei se estou muito longe de lá. Com o olhar frio e distante, sorrindo, mesmo que por dentro esteja morrendo. Imersa em meu próprio inferno. Saí daquele lugar, mas nunca fechei essa porta. E este momento me pegou como um morcego, golpeando-me forte a cabeça. Sou a minha própria heroína e não necessito ser salva. E aconteça o que acontecer, se algo chegar a me arrastar, não será nada mais do que meu próprio veneno.
Onecina Alves
Às vezes recebemos dádivas que nos levam à desgraça,
e outras vezes tomamos venenos que nos fortalecem.
Amar o desconhecido
É não parar de sentir frio no estômago
É quase acostumar-se a viver em sonhos
É fazer do lúdico estado permanente do seu ser
É viver em latejo
Sucunbir os berros da alma silenciosos e sublime
Apelo em códgo de um naufrágio no mar negro e gentil da alma.
Como um doce veneno em um cálice de vinho...
Ausência de medo não é, necessariamente, o mesmo que presença de coragem. E o limbo, inúmeras vezes, é a mais dolorosa das adagas e o mais cruel dos venenos.
Não me ofereça esse monstro que dominou tua alma, que te faz beijar alguém que toca notas feias e espantosas em um piano velho. Alguém que bebe veneno e saliva acidez em cima de ti. Alguém que te olha nos olhos e não consegue te ver afogada por seus próprios demônios. Alguém que não te faz jus. Eu não desejo o monstro pecaminoso que tu és...
Ao se sentir discriminado, inferiorizado ou menosprezado, afaste-se ou repreenda a boca perversa que carrega o veneno que sai do coração, antes que lhe contamine.
Quem está isento da maldade alheia?
A maldade está nos olhos de quem tem maldade inata, está na mente de quem aprendeu a considerá-la verdadeira. A maldade está na língua do fofoqueiro e na orelha de quem não questiona. Ela está dentro de cada um que julga sem analisar os fatos. Está no coração dos venenosos e na credibilidade de quem toma o cálice e se delicia com o líquido cheio de calúnia mordaz.
Quão pérfida pode ser a mente de um irmão, cujo corpo e a alma são compostos do mesmo princípio, cuja vida é compartilhada na mesma superfície? Quanto há de maldade em cada ser que habita esse planeta inexorável? Quanta crueldade um ser humano é capaz de cometer? Seriam todos esses seres perniciosos culpados de suas ações? Ou seriam eles apenas espíritos atordoados ou adormecidos na imensidão do vazio existencial?
Não. Não há como combater a maldade. Não há como extirpar a raiz venenosa, não existe fórmula, remédio ou emplastro que cure alguém da maldade. O segredo está na observação. Pergunte-se, como alguém que vê de longe uma determinada cena, o que pode levar a tal vileza. Observe e analise com atenção. E se tal maldade não cabe em seu coração, descarte-a. Não se envenene sem culpa, não se entregue sem crime. Procure um lugar dentro de você onde possa filtrar e neutralizar o que sofre pela maldade. É somente isso que nos resta. Consciência tranquila, paz de espírito e um gigantesco escudo contra as flechadas maldosas.
Em concordância com a minha modéstia observação, afirmo que denotas com eficácia, a natureza interessante de uma bela rosa de pétalas elegantes, de alguns espinhos intimidadores, exaltando um amor ardente e constante em seus bonitos e intensos pormenores.
Bem justificável que a tua presença seja prontamente notada, apaixonante, uma essencialidade rara, muito entusiasmante quando és verdadeiramente admirada, uma demonstração de afeto incessante, de um jeito que toque a tua alma e deixe o teu coração exultante.
Podendo vir a ser tratada que nem uma erva venenosa por quem não suporta a tua felicidade, não gosta do teu carisma, desconhece a tua verdade calorosa, por chegar apenas até a tua superficialidade, a parte da tua beleza que está exposta, ficando distante da tua profundidade.
Para uns, então, serás um florescer atraente, cujo perfume é delicioso e a essência é consistente, enquanto que para outros, serás uma linda flora inconveniente com um veneno bastante perigoso, um mal recorrente, mas cada um terá de ti o reflexo que merece.
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