Velas
LETRA MORTA
Que tristeza a letra morta.
Como é duro vê-las pisoteadas como formiguinhas em um papel branco. Ali, alinhadas apenas para fazer sentido, não sentindo, só sentido, em uma frase igualmente morta. Letras exangues, pálidas, estéreis... letras figurativas nos cemitérios dos documentos. Ali elas não falam, só calam, e caladas, estáticas, cedem, inertes, suas exuberâncias. Cedem o que poderiam ter sido, cedem seus corpos, feitos para viverem das encarnações de mistérios desconhecidos, cedem sua majestade apenas para fazer sentido. A letra fria, tão amada pela burocracia. A letra que não diz nada, que só aponta, com seu cadáver, aonde vai a fria estrada. Letras que não desabrocham nem voam, sem beleza nem desespero, letras sem gosto, sem tempero! Múmias cravadas no deserto, sem nenhuma ideia por perto. Agrupadas em palavras com esmero arranjadas, palavras que não se defendem e que já não podem nada. Letra, palavra, frase, parágrafo, item, inciso, o raio que o parta! No jazigo do documento a letra sinaliza, mas não fala!
Sua sonoridade não canta!
Sua sinuosidade não encanta!
Dissecadas até o talo, parecem dizer: a partir daqui eu me calo...
Ah, mas não há de ser nada, essa morbidez passa...
Que a metafísica do sentido é eterna.
E a letra que no documento jaz morta a dar coesão aos esquemas, há de renascer vitoriosa, flor de Sol, no jardim dos poemas...
A lua inspira conversas, as estrelas seguram velas, o vento assobia e faz as árvores dançarem. A natureza criou todo o clima e você, não apareceu.
Quando não é pra ser não adianta ficar remando contra a maré; mais sábio é ajeitar as velas, mudar o rumo e navegar em outros mares com outras marés em busca de novas paisagens, novos ares e novos amores!
Todo ano antes de soprar as velas, sempre faço o mesmo pedido: que se esqueçam de cantar parabéns no ano seguinte!
Que o toque dos sinos este ano lhe levem a boa nova de paz, saúde, alegria e a luz das velas natalícias ilumine o caminho da sua vida e transforme os seus sonhos e da sua família em realidade.
Tempo de velas
O que a linha do horizonte me trará?
Teu dedilhar de notas tortas,
Para abrir todas as portas,
Encantar aos céus de volta,
Descer ao fundo mar?
Nas profundezas em mim,
Profundezas sem fim,
Velejando rumo às avessas do teu olhar.
Olhar,
Olha ao mar,
Mártir do azul borrado,
Do céu de seu lado,
Enluarardo,
Sem peixe pra pescar.
Bravas ao infinito que se esvai nos ombros da tua mirada...
Enquanto ainda há.
A sicronia delas,
Silêncio ao fundo da janela,
São belas, as ondas são celas.
Prenderam teu destino a fundo,
O levaram bem pro fundo,
Às profundezas do meu amor de mar,
Ao meu amor a luz e ao vento de velas,
Ao naufrágio daquelas,
Que desenham meu partir e pintar de telas,
Pois nelas,
Meu amor pode durar.
Sem maresia, todos os dias, quando o tempo assobia:
É hora de atracar.
Com tantas estrelas,no céu, tantos olhos cegos,não podem vê-las
Tantas pessoas,pressas na dor,pressas na angustia,na solidão,
Sonham com o paraíso,mas sabem,que ele é muito distante daqui!!
Pessoas angustiadas,morrendo de fome,quantas vezes caem de joelhos
Com um prato vazio nas mãos,e com uma criança desnutrida nos braços?
Terras secas ,sem chuva,que a única água que cai,são lágrimas doloridas de olhos cansados!!
Eu só queria ,que tudo fosse poesias que tudo fosse flores
Eu só queria!!,
Sou veleiro por ti a navegar
És mar sereno onde estou a singrar
És vento a minhas velas inflar
Vou rumando para ti
A mulher por quem vivo a sonhar.
Humberto Leão
Olhar pra pessoas que você realmente ama, e vê-las se afundar num precipício mortal é uma dor enorme, é de se sentir impotente diante do que você mais quer o bem.
Morte não é destino
é consequência da vida!
Vela de sete dias
Tudo é tão sobrenatural
Velas...
com elas podemos ajoelhar e rezar
ou fazer um velório.
Festa cigana
Gitana, vermelha
quente, potente
velas, vinhos, moedas, cartas
leques, punhais
danço com fogo
meu sangue ferve
rosas voam, aplausos vem
pés descalços, meia ponta
giro, salto
vou ao chão
agradeço e saio.
Veja estes olhos profundos, hipnotizados á falta de ruídos.
Luz do romantismo à velas.
Agradável jantar com um prato a mesa,
E de sobremesa salgada.
Dorme feito criança, cujo pirulito foi tomado,
Assim é feito de seu amor todas as noites;
Doce-Salgado.
As coisas simples são as mais extraordinárias, e só os sábios conseguem vê-las.
Velas acesas no castiçal de prata velha,
lamparinas antigas de azeite a arder..
incenso misturado com óleo, numa taça
de cinzas que geram muitas vezes o tormento.
Rosa bela do jardim mágico, invejosa e triste
incendeia a paixão do tempo esquecido, perdido
quando a alma precisa de um momento de amor.
O passado passa, o futuro acontece no tempo que
existe, das tristezas que esquece, castelos floridos
sorrisos colhidos, amor de encantar que florescem.
Acaricio o doce, afago com a vida e embriago-me
solidão trancada de velhos cadeados enferrujados
palavras escritas num pergaminho de um caminhante
que deixa lembranças, do caminho tantas vezes percorrido.!!!
Em algumas situações da nossa vida,feito um filme,queremos voltar a vê-las e queremos editar,copiar e até colar e em outras, excluí-las definitivamente!
