Um Estranho Impar Poesia
Diálogo
Ele abre a boca
é vermelha por dentro
ela abre os olhos
sua córnea é branca
como a lua
está quieta
a córnea lua
iluminando apenas
a bem-amada gengiva
dentro
com silêncio
à boca fechada
às escuras
habitam ambos
ponho as mãos no coração
só posso escutar o naufrágio correndo pelos olhos
- escuta! minhas pernas bambas te esperam
Pensamentos
Madrugada sórdida, eólica e pródiga,
que me vejo sem paz.
Canção melancólica, alcoólica,
e sempre tão sem graça,
que cada lembrança traz.
Mas quem pudera um canto garrido,
que traga o sorriso, isento de,
machismo, feminismo, eufemismo,
livre até mesmo do “ismo”,
inventado por idealismo,
tais “sapiens evoluídos”,
que o canto não os toca mais.
Tenho mais perguntas do que respostas,
um questionador repleto de propostas.
Guardando para si, por não haver debate,
apenas lados e falta de honestidade.
É evolução ou retrógrado,
é idiotice ou monólogo,
todos esses pensamentos,
que me privam de sentir do ar.
Apesar de sem sentido,
não deixa de ser eólico,
o vento traz males e bens,
carregando as energias,
no desequilíbrio do vai e vem.
Superar (verbo)
é entender que a emoção não faz sentido.
é entender que o pão não vai estar quentinho.
é entender que o tênis branco em dia de chuva era problema.
é saber que nem tudo é como se espera, dilema.
Viajei em todos os universos e em nenhum deles eu te encontrei.
Creio que seja assim que funciona: a estrela cadente passa e se não a percebemos nessa pode ser que nunca mais a veremos.
Descobri no teu abraço
a vivacidade daquele enlaço
que me acolhe
que me encolhe
que me colhe
e que a colheita não são flores, mas um alimentos que me nutre por inteiro
tras o aconchego
a vontade de serestar.
Eu perdi o seu amor
mas eu jamais vou te perder
uma história não se apaga em apenas querer
e nenhuma verdade se torna mentira
simplesmente porque eu quero
Eu perdi o seu amor
me perdi,
mas eu jamais vou te perder.
pro-cura
e nos cacos do espelho
em tristes *meixelas
já não me vejo
cílios, rastros
quebradiços retratos,
de pejos, desejos
labirinto de outrora
eu sou
Insônia
Essa insônia que me perturba,
quero aquietar meus pensamentos,
mas eles são frenéticos,
me agitam, a noite toda.
Quem me dera silenciados,
terminar com essa rebelião
que corre por meu corpo
querendo o que não posso ter.
Coração em taquicardia
respiração curta,
uma intensa fissura,
Meu Deus, que luta.
Quero quebrar o silêncio,
dessa madrugada quente.
Gritar seu nome e ter-te,
comigo para sempre!
Matriarcado
Eu fui criada em uma sociedade patriarcal,
onde os homens eram donos da verdade,
E as mulheres submissas de forma radical,
muitas vezes tratadas como propriedade.
Cresci vendo minha avó, tias e mãe,
acometidas por um sistema brutal.
E por medo, me tornei a tal, Amélia
aquela que era mulher de verdade.
Hoje, me revolto, começo meu matriarcado.
Hoje sou livre, não aceito preconceito.
Hoje levanto a cabeça e grito meus direitos.
Hoje sou Joana d'Arc , travando guerras.
Quero homens e mulheres trabalhando lado a lado.
Quero salários iguais e oportunidades a todos.
Quero que os pais também cuidem de seus filhos,
para que essa geração venha totalmente igualitária !
Venho aqui pra te contar
Uma bonita história
Sobre dona Carmelita
E a sua trajetória.
Hoje, aniversariante,
E, por isso, nesse instante,
Faço essa dedicatória.
Nascida em Sirinhaém,
Vinte e sete era o ano.
Dizem que foi vinte e seis.
Registraram por engano?
Pedro e Brígida, seus pais,
Lhe deram lições morais,
No Estado pernambucano.
No tempo de pequenina,
Criança, pintava o sete.
Fugia para o açude,
Onde o sol brilha e reflete.
Com cinco seu pai morreu,
E, com a mãe, só conviveu,
Até fazer dezessete.
Muito jovem se mudou:
Garanhuns, o novo lar.
Despediu-se da sua mãe,
Foi preciso trabalhar.
Vivia com bom humor,
Até conhecer o amor,
E então foi se casar.
Cinco filhos ela teve,
Eu fui seu primeiro neto,
Me tratou com muito apreço,
Com zelo, amor e afeto.
Grande família manteve,
Sete netos ela teve
E ainda seis bisnetos.
Essa vovó é guerreira,
Nunca cansou de lutar,
E até risco de infarto
Coração foi enfrentar.
Hoje tá beirando os cem,
E nem todo mundo tem
Tanta história pra contar.
(Poesia dedicada aos 93 anos de Carmelita Bourbon de Albuquerque, completados em 7 de setembro de 2020).
Como foram rápido os anos
Levando momentos eternizados
em lembranças sempre presentes em meu coração
Eu fecho os olhos, e volto
Prolongando cada abraço
Hoje tá tudo
bagunçado
Não é sobre a cor dos teus olhos,
a da tua pele ou a dos teus cabelos.
É sobre esse arco-íris que tu levas na alma.
Em Agosto
Ouço as vozes que cantam
E em silêncio elas derramam
Lágrimas quentes pela manhã
Por horas é o para sempre
E por horas penso em te ver
Simplesmente para abrir a boca e falar
Em agosto eu toquei os céus
Com as mãos em chamas
Voltei de um dia claro e frio
Quando se vive a verdade
Belas palavras são só palavras
No fundo de um precipício
É o que eu sinto antes de tudo
Amor, paixão ou o que tiver que ser
Realidade é a cor dos meus sonhos
Diga o que tiver a dizer
Quando estamos juntos
Atenção é o seu sobrenome
Aonde cada suspiro é um poema completo
Respiramos como recém-nascidos
Assobiamos como pássaros
No laço dos seus braços
Diga que ainda vai me proteger
Quando o dia tiver partido
Nos olhos me perco
No perfume me enveneno
Em tudo e em todas as coisas em que te vejo
Uma postura política
Todo mundo deve ter,
Por faltar uma excelente,
Vamos tentar escolher.
Mesmo que seja a menor
Escolha a menos pior
E trabalhe para crescer.
Twitter, Instagram e Facebook : @varnecicordel
talvez eu deva me mudar.
arrumar uma casinha no meio do mato
e ir pra lá morar.
melhor, ir pra bahia
juntar os trapos e me aventurar.
rolar na areia,
subir em árvores
colher frutas do pé.
talvez eu deva me mudar,
afastar de tudo e todos.
longe da maresia corrosiva das metrópoles.
das opiniões equivocadas das pessoas,
longe de mim.
do meu amor falido.
inconstante.
impossível.
talvez eu deva me mudar,
ou, antes mesmo que eu me mude
talvez eu só deva aceitar as partidas.
Ó meu amor
Se tu me amas, não grite aos quatro cantos
Ama-me como a leveza das folhas caídas no outono
Que sabem que é preciso desfolhar-se;
Protegendo do inverno, tem primavera
Se tu me amas, prenda-me no coração sem cortar minhas asas
Pois é nas asas desse silêncio, que o amor é capaz de brotar cada dia mais forte
Porque só por amor, somos capazes de deixar o outro livre para viver seus sonhos
Se tu me amas, ama-me;
como se tivesse me conhecendo agora
Com o mesmo brilho no olhar e mesma paixão de querer conquistar-me
Se tu me amas, ama-me
como se hoje fosse meu último dia de vida Porque é nesse dia, que a saudade irá apertar tanto, que tudo que vivemos passará como filme na sua memória e você vai lembrar de cada detalhe que te fez me amar
E é nesse único dia, que meu coração não pulsara reciprocidade!
Poema autoria #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 14/09/2020 às 10:25 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Que coisa mais ingrata !
viu o original e gostou ,
e de maneira sutil ,
copiou e transformou
Logo isso será percebido ,
furtar ideia é crime,
nada ficará sem castigo ,
mas colocar autoria - redime!
Tão triste realidade
Ocorre no Pantanal:
Árvore pegando fogo,
Num incêndio infernal.
É preciso mais ação,
Pra evitar a extinção
Do mais forte animal.
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