Textos sobre Tempo
Da casa
Morei numa casa,
Feita de cal, madeira e planta.
Tinha facho de velas,
E raios numa porta debruçados.
Minha mãe nos ensinava,
A fazer um pão chamado sonho.
Por vezes tínhamos que fermentar com mais vigor.
Mas por fervor ou insistência, crescia.
Nessa casa se contavam estórias.
Como a luz que ficou presa na sombra,
Até que o vento a libertasse.
Ou da lagoa que desaguava no mar,
Porque ele por ela estava encantado.
Tinha uma que ninguém entendia.
Revelar-se-ia mais tarde na travessia.
Era de uma voz que somente se ouvia,
No agudo silenciar, tomado na profundeza.
A casa inda lá continua.
Minha mãe ajuntou-se noutro tempo.
Só agora, enxertado de silenciamentos, aquela voz ecoa.
Abre-se na boca do menino que se avizinhou da saudade.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas para Crianças Crescidas
Vale a pena pensar e repensar ,se nossas escolhas ,e administração de tempo realmente nos trazem benefícios como estamos habituados a crer .
Se somos "substituíveis" então para que servem a dedicação, a exposição, a empatia, e o resto ?
Vivemos como se tivéssemos todo tempo do mundo , quando na verdade somos em massa mais frágeis que um folículo de Taraxacum officinale , em um sopro toda a beleza, estrutura, construção e manutenção ... Acabam.
O tempo passa
Passa sem pedir permissão
O tempo passou e continuará passando
O tempo é dinâmico,disciplinado,rítmico,implacável,
obstinado.
O que realmente importa é o que se faz com o tempo que passa.
O tempo é aliado e inimigo,podendo causar prazer ou tédio.
A circunstância relativa o ritmo do tempo.
O tempo acaba para tudo e para todos,menos para ele mesmo.
Olhei pela minha janela e vi,
Levava os cabelos compridos molhados.
Um andar compassado e rápido, ritmado ao som da música que trazia no walkman pelos seus fones.
Aquela música devia ser com um ritmo alucinante pela forma que os cabelos pendiam de um lado para o outro naquele andar acelerado.
Tem o ar de quem não saber, nos seus jeans rasgados, nas botas de salto.
Não lhe vi o rosto, mas parecia arrogante, no seu andar e jeito de ser.
Parecia que o seu olhar não cruzava com o de ninguém a subir a avenida.
Quase a virar, onde os meus olhos deixariam de a ver, parou. Debrucei-me mais um pouco para ver a que se devia aquela paragem súbita. Uma criança tivera caído.
Subitamente aquela adolescente que parecia desalmada estava de joelhos a passar o seu lenço numa ferida no joelho do asfalto.
Os fones pendiam no seu pescoço e falava a sorrir num tom tranquilizador, assim parecia.
A criança levantou-se e sorriu, ela fez-lhe uma festa pelos seus caracóis.
Seguiram ambos os seus caminhos, a criança continuou a correr com o seu lenço amarrado no joelho, enquanto a sua sombra desaparecia na curva no mesmo passo compassado e ar despreocupado, assim parecia, assim parece.
Abri a janela e vi a distância que trinta anos trouxeram.
Uma imensidade de lenços e de sorrisos no coração que nem todos vêm e que não se faz questão disso.
Num ar despreocupado, de coração cheio, onde ainda teima que o mundo tem espaço para ouvir sua voz.
Levava os cabelos compridos e molhados, ainda os levo até hoje.
Costurando o tempo
Nem sempre estamos próximos, a saudade mata!
Queria tanto costurar o tempo para poder reviver aqueles doces momentos ao teu lado no paraíso praiano de anos atrás.
Eu vi o nosso amor crescer ali, eu senti ele nadando conosco, apreciando as belas paisagens.
Aquele Céu, aquela Lua, as montanhas e aquele mar, sabem do que eu estou falando.
Ó tempo que tudo mudas...
Amores em desamores,
Luxúrias em paixões,
Alegrias em dores,
Conflitos em perdões
Ou aflitos em salvadores de fraca salvação...
Ternuras em obsessões,
Que viraram feijões
Porque algo cresceu e a coisa não se deu...
Casinhas em mansões,
Caminhadas em uniões,
Porque o amor uniu o que ainda ninguém viu...
E telas em pintores,
Mudos em tenores,
Pedras em corações
Ou gigantes em anões que perceberam...
Que o tempo não muda
O que é verdadeiro...
#SURPRESAS
Momentos que nos pegam de surpresa...
Olhos mortos que ganham vida...
Preciso não ter medo do ridículo...
Quiçá seguir por caminhos tortos...
Vir a cair num destino...
Aquele que nada espera...
E assim, traído pela esperança...
Talvez o pouco que queira...
É o muito que alcança...
Ao vivenciar a felicidade...
Com espanto me peguei a me perguntar...
O que foi ?
O que será ?
Em me ver de um dia para o outro...
O tempo me laçou e me prendeu...
E quando o inesperado me sorrir...
Como não sorrir de volta?
Já deixei de ser eu...
A quem esperar?
De quem sentir saudades?
Por quem acordar?
Com quem sonhar antes de dormir?
Uma certeza pra toda dúvida...
Tanto por sentir...
Janela acesa em noite escura...
Como se fosse a primeira vez...
Nossos olhares a se encontrarem...
Me olhe com os olhos de uma criança que precisa de carinho, amor e atenção...
Então, assim, nos veremos com nossas almas...
E será tudo que eu sempre quis para minha vida ...
Me leve para você...
Sandro Paschoal Nogueira
"Estou dançando no ritmo da canção
Escutando as batidas do meu coração
Então, ouço barulho dos relógios avisando
De repente, sinto as horas acabando
E só quero que o tempo não passe.
Sinto que não dancei toda canção
Não escutei tudo que diz, meu coração
Mas, estou vendo os ponteiros avançando
Vou sentindo os minutos passando
E só desejo, que hoje, o tempo não passe. "
Tic..Tac...
Ouço o tempo passar e
como de costume reclamo
sem justa causa ou razão!
O tempo declara sua inocência
Porém sua pressa me assusta
e a lentidão me aflige.
Busco explicação sem lamentar
Cada momento determina sua condição:
amigo ou vilão?
Viver sem senti-lo é improvável
e perceber o seu sentido é viver
possibilidades e o que permanece
são nossas escolhas ...
Passastes
Já não torturas tanto.
Embora mantenhas o teu encanto
ainda forte sobre mim.
Pensar? Penso sim, um pouco,não
o tanto que do meu tempo tomavas,
das noites perdidas contigo sonhando.
Passo agora o tempo, escrevendo ou
com alguém falando.
Tipo de conversa diferente, outras
idéias,outros horizontes são comentados.
Passamos horas sobre um tema, dissertando
não coisa inútil, algo que possa ser usado
para benefício de outros.
Bem diferente da nossa conversa fútil.
Onde o tema era vazio, sem fim e inútil.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabistade Letras RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Poetamento
Meu simples poetamento, pouco explica em seu rumar.
Faz parte dessas ruelas que sempre surgem,
Como meus pequenos passos a marear.
Insinuando trilhas, avistando mapas, a orbitar.
As palavras servidas, além do que, tanto perguntam.
Como guardar o beijo que será efervescido?
Como carregar os pedaços dos que nos faltam?
Como desalumiar os pirilampos da saudade?
Meu palavrear não tem controle de custos.
Pode arquejar no tempo, não estar imune,
Ficar laçando luares, impávido escapulindo.
Querendo partilhar em si, fugaz raio da vivência.
Minha confabulação desmerece acanhamento.
Anda indócil, quase sempre nua, a entregar-se a um riso.
E quando eu pouco me descompasso, num alvoroço,
Sem qualquer anúncio, faz surgir estelares num pingo d’água.
Carlos Daniel Dojja
Travessia
Julgaram-me acautelado de tantas buscas,
quando lancei-me a rebrotar das ausências.
Verguei como planta entre o ácido e o cume.
Fui-me ser anverso a deslumbrar inquietudes.
Nas sombras filtrei lume ao coração amainado.
E não me fui ser senão, outros caminhos vários,
A deslindar fragmentos que se entrecruzavam.
Egresso, fiz-me espera, para tantas vezes recontar-me.
Vaguei extensos sentimentos. Instaurei enternecimento.
Enxerguei um olhar. Cumpliciei ornamentos.
Modelei incertezas. Encontrei na travessia um amar.
Agora conspiro. Juntei-me ao tempo para atiçar infinidades.
Carlos Daniel Dojja
Devaneios de Um Caipira
Ah de haver o tempo
Tempo necessário
Necessário para viver
Viver meu sonho
Sonho simples em ser
Ser o homem que me dou feito
Feito no barro.
Do rio atrás da casa "humilde" de meus pais
Ah de haver o tempo
Tempo necessário.
Para aquela dor suave, mágica e imensa em ser criança
Em minha rua
Em minha escola
Com meus amigos de infância
Com meu amor de infancia
Com meus Padrinhos
Enfim, as cores que me forjaram
Ah de haver o tempo
Do sonho em novamente ser criança
Não qualquer criança, mas aquela criança que ainda sou.
Ivan Madeira
JAN2021
#VENTO
Fiz soprar um vento...
E atravessei o jardim colhendo pétala por pétala...
Tenho tido a alegria como dom...
Do mal eu rio...
E em cada canto procuro ver o que há de bom...
Há sempre um momento...
Em cada suspiro que exalo...
No que mais desejo me vejo...
É um segundo a mais...
A bater no peito...
Meio assim, sem jeito...
Sempre grato...
Pela porção da eternidade...
Menino homem feito...
Sigo aprendendo...
Eu me encanto, e não me canso de encantar…
Vejo o tempo em estações sucumbi...
E antes que escureça...
Para reger minhas memórias...
Seguirei o vento...
Enquanto puder...
Sandro Paschoal Nogueira
#DEPOIS #JAMAIS
Depois....
A comida esfria...
A fruta apodrece...
O pão mofa...
Se esvaindo...
Nada mais importa...
Depois...
É hora de dormir...
Esquecer...
Nada mais sentir...
Quando a tarde cair....
A noite chegar...
A madrugada é fria...
E já se anuncia...
Um novo dia...
Depois...
As horas vão embora...
O tempo antes tão longo...
Já não é...
Já é tarde...
Não volta mais...
Depois...
Esqueceu de sonhar...
Alguns sonhos nem nasceram...
Outros se acabaram...
Perdeu o querer...
Tem medo de amar...
Depois...
A estrela já não brilha tanto...
Depois...
Nada importa...
Nem de um pássaro ouvir seu canto...
A magia perdeu o encanto...
As pedras são a única companhia...
Depois...
O horizonte não agrada...
A felicidade sempre tarda...
Até os ventos mudam de direção...
E quem diria...
O que poderia ser...
Já não importa mais...
Depois...
Não viva...
Sinta o agora...
Essa é a hora...
De ser feliz...
Sandro Paschoal Nogueira
Com o tempo a pele perde o viço.
O cabelo fica branco.
E o sorriso com menos encanto.
Mas aos poucos compreendemos que tudo o que temos é o que realmente importa.
Tornamos os pequenos momentos indissoluvelmente perfeitos.
Vamos nos tornando sábios e vendo beleza onde ninguém mais vê.
Entendemos que o que se foi ainda existe em nós.
E que o que os outros pensam é definitivamente problema deles.
Passamos a perceber que o ser é infinitamente mais importante que o ter.
Passamos a aceitar que as ‘almas’ são livres e ficam exatamente ali onde se encantam.
No andar da carruagem complicamos, tentamos, caímos ...
Mas enfim, entendemos que faz parte, que tudo tem um propósito, um tempero.
E que somos o que conseguimos ser.
O tempo, o que voa, como eco, ressoa.
O tempo, o que sente, a dor do lamento!
Tempo, o que vibra, com um bailar, com um sorriso.
Tempo, desperdiçado, parado, procrastinado.
Tempo perdido, ou, por outro lado, aprendido.
Tempo trabalhado, remunerado, burguês ou proletariado.
Tempo, dos amigos, dos abraços sinceros e confidentes.
Tempo, dos amantes, que contam o “tempo” da distância.
Tempo, das infâncias, das memórias primeiras e eternas.
Tempo dos primeiros beijos, desejado, apaixonado.
Tempo dos prazeres, dos desejos, da saciedade insaciável.
Tempo da saúde, do saudável, do exercitado.
Tempo da leitura, valorado, da mente ampliada.
Tempo dos extremos, do sonhado e do realizado.
Tempo em família, valor imensurável.
Tempo viajado, bem aplicado, de energia recarregado.
Tempo passado, desperdiçado, frustrado.
Tempo futuro, esperançado, melhor planejado.
Tempo de despertar, e de novo… e de novo… seguir, recomeçar.
Tempo para a fé, do norte, da esperança.
Tempo do amor, que pode ser toda a vida, em todo tempo.
Tempo, tempo, nobre tempo, passa tempo… ou não, pare um pouco…
Em todo momento que se desejar ser eterno.
Quero apenas 2 minutos
Para poder te olhar nos olhos
E guardar seu sorriso na memória
Também mais alguns minutos
Para me distrair ao ver você falando
Das coisas que mais gosta.
E talvez o tempo de uma canção
Para poder pegar em sua mão
E em uma dança suave
Sentir meus pés pisando em nuvens.
Quanto tempo ja foi? Eu nao contei
Porquê eu não quero que passe
Quero apenas que você me abrace
Antes que a música acabe..
E eu quero uma vida
Para desvendar o segredo
Dos seus olhos...
Quero observar teu sorriso singelo
Que corresponde as batidas
do teu coração...
Que por um breve e mágico momento
Pulsa junto ao meu...
Quero que tua voz cante no meu ouvido...
A nossa canção que traduz nossa paixão...
Nesse breve momento
Onde o sonho se confunde com a realidade...
O tempo parou
Para a gente se amar...
Sobre o tempo
O que posso dizer?
Ame, cuide, venha á ser amado
Apenas seja você.
Viva, erre, sonhe Quantas vezes querer; Seja responsável quando achar melhor
Mas também seja irresponsável, não tenha dó!
O tempo não espera nem avisa quando vai acabar
Afinal pela lei de Einstein
O que para mim pode ser o fim
Para você está apenas a começar.
PERIPÉCIAS Nº 5: TEMPO
nem sempre quem te toma tempo
te devolve
e nem sempre quem te empresta tempo
se comove
até que o contrário se prove
tempo que não planta
não se colhe
há quem goste de gastar tempo
e há quem só queira ganhar tempo
ás vezes é uma questão de economia
e ás vezes é só questão de mordomia
há quem queira dar um tempo
e há quem só queira dar tempo ao tempo
em tempos de passatempos
só não há quem queira perder mais tempo
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