Textos sobre Livros

Cerca de 1022 textos sobre Livros

Na ausência de relacionamentos humanos, criei laços com as personagens de papel. Vivi amor e perda por meio das histórias enredadas na história; experimentei a adolescência por associação. Meu mundo é uma teia entrelaçada de palavras amarrando membro a membro, osso a tendão, pensamentos e imagens todos juntos. Sou um ser composto de letras, uma personagem criada por frases, um produto da imaginação fabricado por meio da ficção.

⁠Eu vivi mil vidas. Eu vi a queda da primaveril, participei da Seleção, fui ao casamento da Bella, vi a vida se esvair do meu grande amor, fui prisioneira com meu coração de fogo. Voltei duzentos anos no passado por amor, eu morri com as treze, renasci pelo caldeirão, enviei carta aos mortos e vi o lado feio do amor. Senti até a última página, sobrevivi a guerra, fui andarilha de mundos e sonhei com as estrelas. Eu não apenas li, eu fui salva, eu vivi.

A ficção nos permite deslizar para dentro dessas outras cabeças, para esses outros lugares, e olhar através de outros olhos. Então, no conto, paramos antes de morrer, ou morremos de forma indireta ou sem prejuízo e, no mundo além do conto, viramos a página ou fechamos o livro e terminamos de viver nossa vida.

Havia meses que eu tinha o mesmo sonho. Apesar de não conseguir me lembrar de tudo, a parte do qual eu me lembrava era sempre a mesma. A garota estava caindo. Eu estava caindo. Tinha que me segurar, mas não conseguia. Se eu soltasse, alguma coisa terrível aconteceria com ela. Mas esse era o problema. Eu não conseguia soltar. Não podia perdê-la. Era como se eu estivesse apaixonado por ela, mesmo não a conhecendo. Tipo um amor antes da primeira vista.

"A verdade é que nós, brasileiros, sempre estaremos confiantes e corajosos para esperarmos alegremente por um novo ano, mesmo que ele venha duvidoso, pois somos suficientemente talentosos, suficientemente criativos e suficientemente bons para transformarmos os nossos erros em lições, as nossas incertezas em caminhos e as nossas perdas em vitórias!"

Helen Palmer - uma Sombra de Clarice Lispector (PREFÁCIO)

Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977 – dez e meia da manhã. Quando – em decorrência de um câncer e apenas um dia antes de completar o seu quinquagésimo sétimo aniversário – a prodigiosa escritora Clarice Lispector partia do transitório universo dos humanos, para perpetuar sua existência através das preciosas letras que transbordavam da sua complexa alma feminina, os inúmeros apreciadores daquela intrépida força de natureza sensível e pulsante ficavam órfãos das suas epifânicas palavras, enquanto o mundo literário, embora enriquecido pelos imorredouros legados que permaneceriam em seus contos, crônicas e romances, ficaria incompleto por não mais partilhar – nem mesmo através das obras póstumas – das histórias inéditas que desvaneciam junto com ela.

Entretanto, tempos depois da sua morte, inúmeras polêmicas concernentes a sua vida privada vieram ao conhecimento público. Sobretudo, após ter sido inaugurado o Arquivo Clarice Lispector do Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) – constituído por diversos documentos pessoais da escritora – doados por um de seus filhos. E diante de correspondências trocadas com amigos e parentes, trechos rabiscados de produções literárias, e algumas declarações escritas sobre fatos e acontecimentos, a confirmação de que entre agosto de 1959 a fevereiro de 1961, era ela quem assinava uma coluna no jornal Correio da Manhã sob o pseudônimo de Helen Palmer.

Decerto aquilo não seria um dos seus maiores segredos. Aliás, nem era algo tão ignoto assim. Muitos – principalmente os mais próximos – sabiam até mesmo que, no período de maio a outubro de 1952, a convite do cronista Rubem Braga ela havia usado a identidade falsa de Tereza Quadros para assinar uma coluna no tabloide Comício. Assim como já se conscientizavam também, que a partir de abril de 1960, a coluna intitulada Só para Mulheres, do Diário da Noite, era escrita por ela como Ghost writer da modelo e atriz Ilka Soares. Mas, indubitavelmente, Clarice guardava algo bem mais adiante do que o seu lirismo introspectivo. Algo que fugiria da interpretação dos seus textos herméticos, e da revelação de seus pseudos. Um mistério que a própria lógica desconheceria. Um enigma que persistiria afora dos seus oblíquos olhos melancólicos.

Dizem, inclusive, que em agosto de 1975, ela somente aceitou participar do Primeiro Congresso Mundial de Bruxaria – em Bogotá, Colômbia – porque já estava convencida de que aquela cíclica capacidade de renovação que lhe acompanhava, viria de um poder supremo ao seu domínio e bem mais intricado que os seus conflitos religiosos. Talvez seja mesmo verdade. Talvez não. Quem sabe descobriríamos mais a respeito, se nessa mesma ocasião, sob o pretexto de súbito um mal-estar ela não tivesse, inexplicavelmente, desistido de ler o verdadeiro texto sobre magia que havia preparado cuidadosamente para o instante da sua apresentação.

Em deferência aos costumes judaicos quanto ao Shabat, Clarice só pode ser sepultada no dia 11, domingo. Sabe-se hoje que o seu corpo repousa no túmulo 123 da fila G do Cemitério Comunal Israelita no bairro do Caju, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Coincidentemente, próximo ao local onde a sua personagem Macabéa gastava as horas vagas. No entanto, como quase todos os extraordinários que fazem da vida um passeio de aprendizado, deduz-se que Clarice tenha mesmo levado consigo uma fração de ensinamentos irreveláveis. Certamente, os casos mais obscuros, tais como os episódios mais sigilosos, partiram pegados ao seu acervo incriado, e sem dúvida alguma, muita coisa envolta às suas sombras não seriam confidenciadas. Como por exemplo, o verdadeiro motivo que lhe inspirou a adotar um daqueles pseudônimos (...)

Inserida por marcusdeminco

Barroqueira do Agreste – Bahia
(Fevereiro de 1934)

A grande distância da realidade dos centros urbanos, longe de qualquer vestígio de progresso e imensamente afastada de tudo aquilo que poderia ser compreendido como civilização, Lea Leopoldina era mais uma pobre cambembe emprenhada, prestes a parir mais um predestinado sertanejo azarento. À sua volta, pouquíssima história para ser contada e nenhum tipo de adornos para enfeitar o seu xexelento pardieiro de barro batido: três cuias de água salobra, brotos de palmas estorricadas e um saco de farinha de mandioca dividiam o apertado espaço na mesa de madeira crua com sabão de sapomina, folhas de macambira e um desusado pilão emborcado numa arredondada bacineta de pedra, guardando ainda as raspas das rapaduras trazidas pelos mascates dos canaviais das circunvizinhanças.

Acima dos caibros e das varas que faziam a parede engradada de taipa, o maljeitoso telhado de ripas, com uma tira grossa de embira amarrada ao centro da cumeeira, segurava num só laço de nó um leocádio apagado bem na direção do velho fogão de lenha. E presa na memória dos seus parcos pertences espalhados naqueles quatro cantos de extrema vileza, a triste lembrança de seu companheiro: Nestor a tivera abandonado, inexplicavelmente, após tomar conhecimento da sua inesperada gravidez.

Do lado de fora, onde fumaça manava em vez de flores e onde nada germinava pelas estreitas fendas cravadas na superfície do chão estéril, pouca coisa sobrevivia da crueldade de uma duradoura estiagem. Rodeados por xiquexiques, quipás, seixos, pederneiras, juazeiros e mandacarus, formigas, besouros, calangos e lagartos escondiam-se num devastado matagal pálido e amortecido. Ao redor deles, pedregosas areias de rios secos, cisternas vazias, lavouras abolidas e ossos de animais mortos eram sobrevoados por outros tantos insetos invictos e descorados.

Caia mais um fim de tarde e o céu avermelhava-se por inteiro, levando consigo as minguadas sombras dos resistentes pés de umbu, jataí e jericó. Parecia mais um entardecer inexpressivo – como todos os outros marasmados e silentes daquele lugarejo fosco – não fossem aquelas repentinas vozes cantarolando mais alto que os cadenciados apitos das cigarras entocadas nos calhaus dos roçados e trauteando mais modestas que os finos gorjeios dos cinzentos pássaros que voavam rumo ao infindo horizonte de mato desbotado: "Nós somos as parteiras tradicionais que em grupo vamos trabalhar! Todas juntas sempre unidas, muitas vidas vamos salvar..." (Helen Palmer - Uma Sombra de Clarice Lispector (Capítulo 3).

Inserida por marcusdeminco

Livros abertos,livros fechados
A magia do viver
Neles manifestados
A maravilhosa intenção do dizer

Não basta apenas escrever
Quem que exteriorizar
Cada pedacinho do seu querer
Assim desejo amar

Todos os poetas
Que aqui vou descrever
São das palavras,profetas
Exímios sonhadores,vamos ver:

Jonas R. Sanches com sua forte inspiração
Jean Carlos De Andrade
Iluminando cada estrada com o coração
Trazendo a nobre verdade!

Com descrições acima da poesia
O poeta dos desenhos voadores
Reina Jakes Lano Caldas na fantasia
A sábia imaginação dos sonhadores!

Nasceu entre amigos um sábio,com a sabedoria
Critica,satiriza inventa,salta e vence
Chega sempre com brilho de poesia
Luciano Luíz Santos sempre nos convence!

Amilton Costa com sua interminável alegria
Nos contagia com coisas grandes e pequenas
Mostra-nos com sabedoria viver cada dia
Poeta consolador das almas serenas

E assim quero singelamente manifestar
Homenagem a esses poetas de ouro
Com todo orgulho declarar:
Vós sois nosso maior tesouro!

Inserida por SamuelRanner

O PODER DOS LIVROS

Os livros são uma fonte poderosa de conhecimento, sabedoria e entretenimento. Desde a antiguidade, os livros têm sido uma das principais formas de transmitir informações e histórias, ajudando a preservar a cultura e a tradição ao longo do tempo.

O poder dos livros não se limita apenas ao conhecimento que eles fornecem, mas também à capacidade que têm de nos transportar para outros mundos e realidades, permitindo-nos explorar novas ideias e perspectivas. Um bom livro pode inspirar, educar e até mesmo transformar a vida de uma pessoa.

Ler livros pode expandir nossa compreensão do mundo, permitindo-nos aprender sobre diferentes culturas, povos e lugares. Além disso, os livros podem nos ajudar a desenvolver habilidades como a empatia e a compaixão, ao nos permitir ver o mundo através dos olhos de outras pessoas.

Outra maneira pela qual os livros exercem seu poder é ao nos fornecer um refúgio da realidade. Quando estamos lendo um livro, podemos nos transportar para outro lugar e tempo, permitindo-nos esquecer nossas preocupações e mergulhar em um mundo de imaginação e fantasia.

Mas o poder dos livros não se limita apenas à nossa vida pessoal. Os livros também têm o poder de mudar o mundo. Desde a literatura política até a autoajuda (que em minha opinião, ajuda a quem escreve esse gênero), os livros têm o potencial de inspirar mudanças sociais e políticas significativas. Além disso, os livros podem nos ajudar a desenvolver uma perspectiva crítica, permitindo-nos questionar o status quo e lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.

Em resumo, o poder dos livros é inegável. Eles nos fornecem conhecimento, inspiração e entretenimento, permitindo-nos explorar novas ideias e perspectivas e transformar nossas vidas e o mundo ao nosso redor. Seja qual for o seu interesse ou paixão, há um livro lá fora que pode mudar sua vida.

Inserida por jottaandrade11

Folhas soltas...
Os dias passam,
páginas são viradas
e livros novos lançados,
contam novas histórias.
O vento vem
e leva embora
algumas páginas
que ficaram soltas
e resolveram seguir
outros caminhos
para alegria de alguém
que ao vê-las partindo,
descobre seu talento
de poeta ao imaginar
o motivo das páginas
desejarem tanto voar.

Por mais livros que escreva... Por mais páginas que desenhe... Por mais letras e tinta que gaste... jamais poderei demonstrar a minha vida com escrituras. O sofrimento que está marcado na minha vida jamais poderá sair de dentro de mim por palavras. Porque eu sou humano e os humanos não sabem comunicar. Se virmos um animal sofrer sabemos que ele sofre, se o virmos morrer sabemos que ele morre e isso toca-nos mesmo sem que ele fale.

Quando o brilho dos olhos de um felino desaparece, ou o grito de um suíno nos penetra pelos ouvidos, etc. A natureza fala-nos que eles jamais estarão aqui e eles falam-nos pelo sentimento. O meu sofrimento apenas poderá ser revelado no meu último suspiro, no meu último grito, na minha última lágrima... Não há palavras que consigam subscrever o mundo. É isso que não me permite compreender como pode haver tanto egoísmo, tanto egocentrismo, tanta ignorância, tanto ódio, tanta falta de compaixão, tanto sacrifício, morte, sangue, guerra, homicídio, suicídio, desprezo, repugnância, roubo, crime, desonestidade, mentira, falsidade, traição e jamais sairia daqui se mencionasse o triste que somos. Somos humanos! E o nosso maior erro é afirmarmos que errar é humano! Mas afinal errar não é animal? Os animais não erram? É por isso que os abatemos quando matam um homem? Porque não se abatem os homens que matam homens? Mas onde está a diferença? Antes do "homem" já cá estavam os animais! porque os comemos? porque os matamos? porque mandamos neles? somos mais que eles? em quê afinal? o que faz de nós diferentes? a nossa traição a nós mesmos?

É irónico existir seres humanos que afirmam que os animais não pensam, achando-se superiores. Mesmo que assim fosse, do que vos vale pensar então? Para se acharem melhores? Mas o que é o pensamento?

Eu tenho um costume estranho, ou talvez só um pouquinho diferente, de destacar partes de livros que leio e conectá-las a outros enredos. Ainda que não seja sobre a minha vida, a ideia de deslocar o drama de outra pessoa ou personagem faz com que eu me sinta capaz de fantasiar histórias que eu gostaria de ter vivido ou que eu gostaria de ter sentido. Numa dessas, enquanto lia e movia o celular com maestria num café vazio no meio da cidade, me deparei com a dramática sentença que mudou minha semana:
“Existe uma linha sútil entre adaptação e apego.”
Fui atingido por um trem em altíssima velocidade no exato momento em que terminei a leitura do ponto final. Será que eu sou uma dessas pessoas que se deixa levar por um comodismo barato que se apodera de algumas relações afetivas? Nah, eu sempre estive acima disso, pensei com ingenuidade. Mas a volta de ônibus pra casa foi turbulenta. Enquanto o motorista derrapava pela décima vez por uma via molhada, eu derrapava pra dentro de mim pensando em como seria possível distinguir apego de outra coisa.
A adaptação é o período correspondente à calmaria dos relacionamentos. Você sabe do que eu falo, é quando o namoro dá uma estacionada de leve e as coisas parecem todas iguais. Não que isso seja ruim, pelo contrário, parece que finalmente a gente achou aquele amor com sabor de fruta mordida, calminho, bom pra passar os domingos juntos e construir alguma coisa edificante e sólida e, pera, será que isso não é só uma desculpa pra não admitir pra mim mesmo que as coisas têm sido todas iguais e que aquela chama toda, aquele amor-combustível que movia a gente, pode ter chegado ao fim? Não, não é a rotina em si, é quando o sentimento estaciona. Imagina que o sentimento não evoluiu durante a coisa toda e que o desgaste vai batendo, arranhando, sujando a lataria.
Não é nem um pouco fácil, pelo menos pra mim, perceber e admitir isso. Paixão e apego podem ser sentimentos parecidos quando não se tem certeza do que se sente e de como funciona o nosso fluxo emocional. Pra mim calmaria significa morte decretada de um casal. Quando a gente passa a semana sem se falar, coisa e tal, e isso não incomoda nem um pouco. Quando a gente começa a se questionar se sentiria falta ou não, e acaba não sentindo mesmo. Tá, eu sou confuso, mas talvez você também seja e esteja nessa. Talvez seja uma tendência natural dos librianos (ou do zodíaco inteiro).
Descobrir se o namoro se tornou puro apego é complicado. Ainda mais quando bate aquela vontade de ir embora, porque, do contrário, a gente ficaria à beira de uma estrada pedindo carona, já que o carro não tem mais rota, nem combustível, nem motoristas aptos a conduzir o veículo. Pior do que descobrir, é o ato de admitir pra si mesmo. Sério, quem em sã consciência jogaria um balde de água gelada num castelo de areia que foi construído com tanto carinho? Talvez alguém que conseguisse fazer metáforas melhores que as minhas e alguém que quisesse ser realmente feliz. Sabe, tenho a impressão de que o apego faz a gente ficar mais pelo outro do que por nós mesmos, como bons samaritanos. Mas a verdade é que bate um medo danado de perder tudo aquilo, perder o outro, perder o companheirismo. Bate um medo danado de ficar sozinho, de ter feito burrada e errado, de sentir falta (você vai sentir, com certeza) e coisas do tipo. Admitir que é apego congela a gente, e é preciso coragem pra sair dessa inércia e resolver correr atrás de outra chance de ser feliz (ou quebrar a cara).
Digo, olha pra esse motorista do ônibus no qual estou, ele claramente não sabe o caminho, mas tá tentando chegar lá. Pode demorar, a gente pode reclamar, ele pode se sentir confuso, mas vai que ele chega. Na pior das hipóteses, ele liga o GPS ou pede ajuda pra alguém. E não é tão diferente assim na vida real. A gente não precisa ser vilão, eu acho. Basta explicar tudo direitinho, agradecer pela estadia, explicar que não existe culpa, que você quis se dar mais uma chance de ser feliz e sentir tudo aquilo que as pessoas merecem sentir: um arrepio na barriga enjoado que nem parece aquele bonito que é descrito nos livros de romance. Explica isso, fecha a porta do carro com carinho e assume a responsabilidade de pegar o seu futuro nas mãos e fazer o que bem entender com ele. Vamos acabar descobrindo sozinhos se foi bom ou ruim, se foi a decisão certa ou não, se era amor ou se era apego. Se era apego, bom, bem-vindo de volta à trilha. Se era amor, mantenha a calma: você só vai precisar achar um jeito diferente de achar a estrada de volta pra casa.

esse negocio de amor, de reciprocidade, de companheirismo
é coisa de filmes, de músicas, de livros e novelas.
a vida real é cruel, ninguém morre por ninguém
é tudo um jogo de interesse, quando o que você
pode oferecer acaba, acaba a história.
simplesmente assim, a vida é cruel.
e o amor é só mais uma ilusão
no meio de tantas que existem.

Livros para quê?

Talvez para descobrir
O interior do Brasil
Viajando com Guimarães,
Sob um céu de anil.

Para quem gosta de contos,
Ricardo é boa opção,
Dá vida a mundos incríveis
Sempre com muita emoção.

Porém se queres saber,
De nossos antepassados,
Conheça Os Sertões
Por Cunha imortalizado.

Analisando o bicho homem,
Bandeira põe-se a desvendar
As falhas deste sistema,
Que o deixa a desejar...

Caso ainda não entenda,
Para que é preciso tê-los?
Com ele Freire ensina:
Melhor compreendermo-nos.

Compreender nossos instintos,
A nossa sociedade...
Valorizar este país lindo,
Que clama por responsabilidade.

Quem é ele?

Diziam que Víctor tinha hábitos estranhos, que colecionava livros de ocultismo, artefatos antigos e totens indígenas. Uns falavam que ele era um bruxo; outros, um sádico terrorista. Havia até quem afirmasse ser ele um alienígena. Tinha noites em que se podia ouvi-lo murmurar palavras indecifráveis que mais pareciam grunhidos a evocar entidades. Um amigo meu me disse certa vez que um terceiro lhe havia dito que alguém teria visto Víctor conversar com estatuetas de cobre enquanto fazia gestos esquisitos com um punhal de prata. Segundo ele, esse alguém teria sido vizinho de Victor. Relatou-me que esse tal vizinho teria visto a cena por meio de um binóculo, espionando através da janela da casa onde Victor morava. Nunca acreditei integralmente em tudo isso. Mas a presença dele realmente incomodava. Talvez por conta das histórias, não sei. De fato, ele era muito obscuro. Victor parecia não ter sentimentos, falava só o necessário, apenas respondia pausadamente, com voz baixa e grave, a quem ousava dirigir-lhe a palavra. Não sei por que nem para que tinha vindo a nossa cidade. Ele pouco saia. Na verdade, Víctor só podia ser visto em público depois que o sol se punha; ou melhor, quando o sol não se fazia presente. Aliás, isso o tornava ainda mais misterioso. Seria ele um vampiro? Se eu acreditasse que vampiros existissem, ele seria a pessoa mais suspeita do mundo. Confesso que o vi pouquíssimas vezes. Talvez umas quatro ou cinco. Ainda assim, não o vi direito... quero dizer: não vi detalhes de sua aparência, por causa do capuz. Só dava para perceber que ele tinha uma pele muito branca, rosto alongado, nariz comprido e fino. Mesmo seus olhos sempre pareciam fechados, na penumbra do capuz, voltados para baixo. Figura sinistra, sem dúvidas. Era bem alto, um tanto quanto corcunda, não se misturava. Dentre outras coisas bizarras, criou-se uma espécie de lenda em que se dizia que Victor não olhava para as pessoas porque, ao olhar, poderia capturar os pensamentos e até mesmo a alma delas. E isso seria um fardo para ele. Por conta dessas histórias, todos desviavam os olhares de Víctor, embora se sentissem misteriosamente atraídos por aquela pobre criatura. Quando o vi pela primeira vez, senti como que se ele pudesse me observar mesmo sem olhar para mim. Sentia também que ele podia ver a tudo e a todos mesmo sem usar os seus olhos. Sempre que um fato inusitado ocorria na cidade, desconfiava-se dele, como que se ele pudesse interferir inclusive na natureza do mundo. Sinceramente, eu tinha muita pena daquele homem, tanto que por não poucas vezes expulsei meninos que atiravam pedras na casa dele para depois darem no pé sem olhar para trás, com medo de se transformar em estatuetas de cobre.

Livros são os melhores presentes.

O governo do DF (Distrito Federal) sancionou Lei que proíbe a fabricação e venda das armas de brinquedo. Um ato bastante polemizado pela mídia e cidadãos engajados com as questões educacionais.
Alguns se posicionaram contrários à medida defendendo a idéia de que crianças precisam brincar de heróis e mocinhos, e que tais práticas podem reforçar nos pequenos, a noção de justiça.
Outros avaliaram positivamente a atitude do Governo, uma vez que ela vai ao encontro dos anseios da sociedade de se frear a violência no país.
Se esta medida será eficaz ou não, somente a próxima década nos dirá. As crianças que não receberem suas armas de brinquedo nesta, serão o objeto de estudo comparativo com as que receberam, no passado, as suas pistolas, metralhadoras e outras afins.
Entre os prós e os contras de tal ação, há que se fazer uma análise mais detalhada dos primeiros, pois, razões robustas e contundentes exigem que nos debrucemos sobre elas antes de escolhermos de qual lado ficaremos. Vejamos:
Sabe-se que a infância é um período fértil para toda e qualquer aprendizagem: música, línguas, dança etc. Há, ainda, quem defenda a idéia de que nas brincadeiras infantis de imitações podem desabrochar aptidões e habilidades que conduzirão o individuo para atividades afins na fase adulta.
Com certeza, o leitor contumaz adquirirá maior capacidade de abstração que é o meio mais eficaz para mover-se com êxito no mundo hodierno. Também é a leitura é uma ferramenta potente no desenvolvimento emocional e imaginativo das crianças.
E por ser a infância a fase onde todos os hábitos são formados que devemos difundir boas práticas para coibir desvios de más condutas, o máximo que pudermos.
Outro argumento salutar nos apresenta um diversificado mercado de brinquedos que estimulam a inteligência e desenvolvem as fantasias dos pequenos.
Então por que não prover nossas crianças com coisas belas e úteis? Bons livros são construídos e editados todos os anos, e estão entre os melhores presentes. Desenvolver o hábito da leitura ainda na infância é preparar cidadãos com competência de realizarem uma leitura crítica do mundo. Ler é fundamental para a aquisição do conhecimento e a história comprova que bons leitores serão os ótimos escritores do futuro.
Retomando o tema violência, a sua queda passa, sobretudo pela elaboração de medidas capazes de dirimi-las desde a sua origem até as suas conseqüências.
Governo e sociedade têm de somar esforços para atingirem tal fim. E todas e quaisquer ações neste sentido devem ser bem vistas e recebidas com muita disposição.

Tinha um menino no meu quintal desenterrando livros. Eu não sabia que tinham livros enterrados na terra lá de casa. E ele me ensinou.

​Perguntei qual livro ele queria encontrar. E ele disse: aquele em branco que cada um tem pra gente desenhar. Aquele cheio de páginas e de histórias ainda não contadas pra gente acreditar.

Pensei que o menino fosse um pouco cheio de sonhos. Pensei que os sonhos dele só faziam sentido no quintal pequeno das casas escuras. Mas aí lembrei que eu era um menino uma vez e tinha um quintal lá no fundo.

E eu desenhava nas terras quando chovia. E desenhava no muro quando fazia sol. Foi talvez por isso que eu tenha virado sozinho. E homem que acredita nos meninos arqueólogos de livros. E homem que desenha histórias que cheiram barro úmido de chuva de dentro.

Nesses 23 anos...

Conheci amigos, amores, lugares. Li diversos livros, assisti milhares de filmes. Aprendi e vou aprender muito com a vida, com a espiritualidade e com as pessoas que muitas vezes me decepcionaram, pois sei que as decepções fazem parte do aprendizado de todo ser humano, e se escolhi viver assim confiando, em alguns momentos vou pagar um preço caro por isso, como já paguei tantas vezes. Me iludi, me enganei, me entreguei, me estrepei, ACREDITEI! Exatamente, acreditei em muitos, em muitas. Pessoas, amizades, relacionamentos. Mergulhei fundo em minhas relações. Vivi e vou continuar vivendo de forma INTENSA todos os momentos de minha vida, mesmo que isso implique no meu abalo emocional, devido à esses mergulhos, onde muitas vezes bato de cabeça. Mas que logo volto a superfície, subo e estou pronta pra mergulhar novamente! E é assim que vai ser doa a quem doer, e pode acreditar dói somente em mim, em mais ninguém. Só que não tem jeito, eu só sei viver assim INTENSAMENTE! E a dor? Ela passa, como tudo nessa vida!
Hoje aos 23 anos, vivenciei e sei mais do que muitos que são mais velhos que eu. Mas a maturidade chega pra nós com as nossas experiências e não com idade. É claro que quanto mais tempo se vive, mais experiência se tem, mas só que existem pessoas que não vivem, não arriscam, não dão a cara pra bater, e por isso não carregam muitas experiências.
Só que ainda sim acredito saber muito pouco da vida, tenho muitas coisas pra viver e nesse ano de 2012 eu espero que minhas vivências sejam para me trazer muito mais alegria e boas surpresas, do que decepções e surpresas desagradáveis. Que eu tenha saúde no corpo, na mente, no espírito! Muito amor e caridade em meu coração. Muita paz em minha vida e bons pensamentos!
Hoje vou comemorar todas as lágrimas que derramei, todas as decepções que passei, todos os sorrisos dei e alegrias que vivi! Elas fazem parte da minha história que se Deus e meu Guias permitirem, está só começando!'

Não gosto de ler livros,muito menos aqueles que todo mundo em mim volta já leu,ou que são famosos,ou aqueles diários que,muitas das vezes,não me acrescentam nada.Não falo muito,porque sempre dou um jeito de falar o que não devo,vivo de utopias.Não sei bem se passo horas em devaneio,muito menos se passo horas fazendo alguma coisa,sou desocupada,mas ao mesmo tempo atarefada,não me custa fazer,mas me custa tempo,o tempo do meu sono.

Ainda não está no meu tempo de viver,sabe,as pessoas têm tempo de preparo psicológico para saírem por ai,não faço aula de nada,senão de inglês,eu não pratico esporte,não toco nenhum instrumento,sou uma pessoa quieta,tímida,e indefesa.Sempre perco debates,eu sempre perco tudo em questão de ideias de pensamentos contrários para os outros,e as vezes para mim mesma também.

A única forma que tenho de me comunicar,dizer o que há em mim,meus pensamentos,são por letras.Eu gosto de criar textos com estas letras,mas não lê-las,é preguiça,eu sou um ser humano terrivelmente preguiçoso.

E sobre tudo o que gosto,e gosto de muitas coisas,muito pouco sei desses.Eu passo horas vendo vídeos,mas nada retenho,se retenho,não me lembro,e de nada me serve.

Odeio quando fazem textos melhores que o meu,escrever é a minha vida,é a única,realmente única coisa que me restou fazer durante todo este tempo que passo,apenas pensando,pensamentos vazios,inúteis,fúteis e as vezes desprezíveis.

A arte de fazer textos foi o que me salvou,e salva todos os dias.Eu oro por textos,falo comigo mesma por textos,peço socorro por texto,e durante todo o tempo no qual perguntava-me e no qual inquiri-me,eu descobri,que a única coisa que sei fazer,é escrever.

Eu amo livros de Bibliotecas. Um dia estão nas minhas mãos, no outro será folheado por outra pessoa, e já esteve em diversas mãos desde seu nascimento.
Suas folhas, geralmente, amareladas pelo passar do tempo, trazem impressões das lágrimas de quem se emocionou com sua história, da risada de quem se alegrou, da euforia de quem se aventurou até onde sua imaginação pode ir.