Textos em versos
e em cada rosa que roubei nos jardins..
uma prece de bem querer
e bendizer de alegria infinita..
e gratitude sem igual..
e se tocaste em seu coração esse rosário de amor..
ao menos em um instante sequer..
apenas uma frase ou linha aqui em pena e êxtase escrito..
conquistaste então meu amor e bem querer...
e comigo irás viver..
dentro do coração de meus sonhos e versos
na poesia mais bela..
a sorrir dentro de mim...
Jeran Del'Luna - O Gitano
Um verso que voa.
Um verso que volta
Primeiro...
Um sentido...
Segundo...
Uma trilha...
Terceiro...
Um olhar...
Quarto...
O verso que se soltou e vôou...
Quando fui aplicando substâncias poéticas....
Após aplicadas....
Sensibilidade florada na alma....
O verso que foi...
De repente voltou...
E mais um poema...
Aqui se formou....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
BEIJO BOM
Saudade é uma felicidade que já passou
Uma estrada já percorrida, uma paixão que foi vivida
Um perfume perfumado que o tempo não levou
Felicidade é um beijo bom
Um abraço bem quente, uma marca borrada na mente
Pintada pelo vermelho de um batom
Beijo bom não tem maldade
Mas pode ter um pouco de malícia, quase fui pego pela polícia
Por tentar matar essa bandida: a saudade.
Saudade é aquele beijo bom!
Pagando o alto preço
dos poetas em vida,
com igual honra
do soldado regressado
de vez da guerra,
Para no futuro virar
o pão de quem precisa
seguindo tranquila
para um lugar distante
da minha terra,
Não duvido do que
está sendo escrito
pelo sutil destino
inevitável em pleno
mundo esquisito,
Respirando fundo
sempre que passo
por uma provação,
em nome do dia certo
que sei que tu vens,
Você é que tem feito
com que eu resista
as intrigas e a malícia
de quem acha que
assim me esgota
e se diverte comigo,
Nenhuma saia justa
tem me vestido mais
do que o mau tempo
e a distância de não
ter você por aqui;
E tocando o éter
da tua história,
pressinto que
os teus lábios silentes
ainda me resguardam
no peito como a balada
de amor inabalável,...
Caminhante em círculos,
sem data e hora marcada,
até porque não nos conhecemos;
e por Júpiter, Saturno e a Lua
todos foram surpreendidos,
mas certa de que invencíveis seremos
quando pele com pele nós dois habitaremos.
Cabedelo Paraíba.
Banhada em literatura
pelas águas da Miramar
Cabedelo é a moldura
da cultura popular
obra prima da pintura
dos pincéis azuis do mar.
Cabedelo é uma cidade
de beleza e sedução
de amor e de amizade
de respeito e de união
seguindo nesses planos
faz sessenta e quatro anos
de sua emancipação.
Cabedelo do pescador
do povo rogado em fé
do incansável estivador
do mangue e da maré
do prestativo arrumador
do portuário trabalhador
e do pôr do sol em Jacaré.
Cabedelo tua beleza
é algo espetacular
das pedras da Fortaleza
os encantos do quebramar
do folclore vem a riqueza
e das águas a sutileza
das praias desse lugar .
Aqui vivemos em paz
temos muito a oferecer
dos mistérios dos corais
ao pôr do sol no entardecer
e nossas belezas naturais
ainda esperam por você.
Não tenho mais interesse em encontrar esse tal de amor da vida.
Cansei.
É uma busca chata.
Me fadiga.
Quando eu decido amar eu lanço-me por completo, sabe?!
Eu mando cartas, eu faço versos.
Eu faço bolo, café, eu preparo a mesa e o coração.
É farto, como tudo dentro de mim.
Eu tenho uma loba na alma que não dorme nunca.
Ela não descansa e nem me deixa descansar.
E ela que ama
Eu não
Eu quero amar a xicara de café, quente.
Eu até tolero café morno, mas pessoas não. Pessoas precisam ser quentes.
[Café também, pensando bem.]
Eu quero amar a brisa da manhã.
Eu quero amar a lua que nunca será monogâmica e mesmo assim ela consegue ser recíproca.
Pessoas não, de pessoas eu cansei.
Talvez eu esteja mentindo. Não sei.
Acordou antes do sol.
Tomou café e banho quentes.
Acariciou e foi acariciada pelo amor.
Sorriu para si mesma.
Ignorou os ruídos do mundo.
Vestiu-se de flores e cores.
Apagou todos os números da agenda.
Perfumou-se com gotas de laranja, flores do campo e brisa.
Apartou-se das ilusões transitórias de outrora.
Pegou caneta e papel e fez o seu bilhete e o deixou na janela:
- FUI SER FELIZ E NÃO VOLTO.
É assim, quanto mais eu me sinto pronta pra vida, mais ela me abraça.
O compasso nunca foi tão certo.
O que era incerto já não existe.
Deixei pra trás.
Meus passos têm pressa.
Mas ao mesmo tempo eles correm devagar, mas com propósito, com direção.
Nunca fui tão exata como agora.
E também nunca fui tão grata.
O processo não é tão simples assim; regado de medos e infortúnios, as nossas estações são metamorfoses necessárias.
Não sei, de verdade, não sei quem vai estar comigo até o fim.
Quiçá, se estarei acompanhada ou só.
Mas de uma coisa eu tenho certeza: beijarei na testa todos aqueles que respeitaram meu florescer.
Até mesmo no meu outono particular, onde fui um pouco fria, indiferente, insegura e raivosa, eles estavam lá segurando minha mão.
Vendo minhas fraquezas sem duvidar da minha força.
É tão bonito olhar pra dentro, porque a gente não vê beleza em tudo, mas a gente vê a gente exatamente como a gente é, e, mesmo sabendo das imperfeições a gente sabe que as nossas raízes mais profundas, onde guardamos o DNA da nossa verdade, ali a gente é amor.
Sabe, eu acredito nisso que a gente sente. Eu acredito na simetria dos gestos e dos afetos que se perdem na infinitude do sentir.
Mas, acima de tudo, eu acredito na gente. Nesse formato bobo de gostar.
- Dorme bem!
- Você também!
Eu acredito na entrega sem reservas, no desejo mútuo.
- Me beija?
- Beijo!
Eu acredito nas palavras ditas com carinho e cuidado. E acredito no silêncio que afaga com o olhar.
Sabe, eu também acredito no medo. Medo de ser pouco. Medo de ser muito. Medo do medo só pelo medo.
E é assim, eu vivo de acreditar, que, é um dia de cada vez que faz o calendário inteiro. E aprendo, entre um oi e um adeus, que não adianta nada passar a vida regando cactos se a gente sabe que deles nunca vamos colher flores.
Mas eu só descobri isso depois que vi que o amor não é uma só estação, ele é feito de primavera, mas também de verão. E a gente precisa descobrir quem está disposto a suportar o nosso outono e o inverno, aí sim, a gente vê brotar a semente daquilo que vamos chamar de amor da vida da gente.
Olhos voltados
para as pétalas
dos ipês brancos
espargidas no rio
suspenso da noite,
Amar sem me
conhecer tem feito
todo o sentido,...
Geminídas coroam
a minha fronte,
os teus olhos lindos
conduzem ao monte,
e ornam o destino,
Amar sem sequer
ter me ouvido
tem sido o motivo,...
Pelo peito que
você já conhece
por intuição a devoção
pela paz entre os povos
que jamais fenece.
Amar sem querer
era algo previsível,
e agora irreversível,...
Em Eclipse Solar Parcial
escrevendo poemas para ser
a voz dos sem voz e de um General,
de mim você não vai mais
conseguir se livrar e esquecer;
Júpiter e Saturno alinhados
lembrando que o Mundo
também é carta de Tarot,
virei a tua Lua Querida Lua
mesmo antes da gente saber.
O pincel do Universo
transita na galáxia,
é transe do arrrepio
neste continente
ilhado por desastres.
Júpiter e Saturno
em ritmo turco,
nas minhas palmas
e na testa venho
e trago todas luas.
Há em nossas alturas
o véu que envolve
o tempo e anoitece
em todas as músicas,
e lanço as mil juras.
Porque na passagem
da intensa madrugada
no céu que brinda o dia
no mar ou na montanha
sem me importar
em qual paisagem,
Certa estou que tu vens,
e a tua loucura de amor
não será jamais miragem.
O kajal da noite
escureceu o céu
do teu Afeganistão,
E com cada um
que sofre está
entregue o meu
coração de poeta.
Creia com firmeza
que as estrelas
só habitarão nesta
profunda escuridão,
se a tua dedicação
for a mesma que
Mecnun daria com
todo amor à Leyla.
Somente através
dos sorrisos
das tuas mulheres,
das crianças
e do esplendor
da Natureza se têm
todo o real poder
de restaurar
o teu temperamento
endurecido pelo tempo
e a tua Pátria ferida.
Sob o porvir de todas
as luas no teu Oriente
tens o dever de ser
forte dando proteção
aos mais frágeis,
e de ser gentil com
os teus heróicos anciãos.
Permita-se ser céu aberto
ao Sol da bondade,
inspiração de paz,
oração em elevação
com gratidão repartida
como pão a multidão
pelo dom da vida
para fazer o melhor,
e ver a tua terra reflorescida.
As folhas da romãzeira acenam
ao céu do teu coração de Saturno
amoroso concentrado na busca
junto ao seu tão sofrido povo
pela imprescindível reconciliação.
A romã perfeita do encontro,
do perdão e da reconciliação
para que venha brotar,
precisa da tua amável dedicação,
porque tudo tem o tempo certo.
A vida sempre pede romper
com a zona do conforto
onde o orgulho faz habitação,
no mundo que um busca
insistir passar por cima do outro.
Tal como tímida Lua Azul
ainda coberta por nuvens
e que irá sobre Kabul,
tenho buscado o perfeito
bálsamo da pacificação do milênio.
Nenhum de nós nasceu para ter
que estabelecer e conviver
em aliança com o medo,
nem eu, você e nem ninguém,...
a paz possível precisa
da tranquilidade das damas,
e sobretudo, da bondade
e da fortaleza dos cavalheiros.
Quem sabe eu compartilho meu amor com uma estranha, que ela possa se deleitar da minha cama, do meu corpo, se molhar no meu suor com cheiro de mato, e no final de tudo, que ela não roube meus sentimentos, porque ele também é estranho.
Sem me revelar
a sua identidade,
tu me enviaste
as rosas favoritas
para invadir de vez
estes dias cinzas
com a tua presença
sedução e magia.
O meu amor vai
ao seu encontro
onde a Lua Azul,
Júpiter e Saturno
se encontraram
fiéis em conjunção,
e o nascer laranja
dela se ergueu
tal como sentinela.
Da minha cesta
espalho pétalas
de papoulas brancas
para dizer não
a todas as guerras,
abraçando a missão
de ser a centelha
da pacificação,
de alma e coração
em poesia e oração.
O meu amor vai
pelas estradas
do mundo sem
ao teu encontro
com igual coragem
do destino de quem
provou que da onde
menos se espera
a História foi tecida,
pelas estrelas
e para as Nações.
Em tempo o coração
chegou de surpresa,
para te amar dos pés
a cabeça sem pressa
e com a celebração
que o amor merece.
Em segnício percorro
os recônditos de ti
e sem marco temporal
tornei-me patrimônio
de rebeldia intocável.
De maneira inexplicável
há soldados rejeitando
o ancestral e o legado
patriótico dos nossos
heróis e bravos poetas,
e insisto semear apego.
Nas galáxias habitantes
dos teus olhos previstos
nos sonhos românticos
e que os levo silenciosos
são o meu exílio sigiloso.
Não é nem Lua Nova
e me encontro inquieta,
e por adivinhação venturosa
sinto que sou retribuída
por uma paixão inesperada,
e ainda não é nem primavera.
O DOMADOR DOS QUATRO VENTOS
O que querem de mim quatro ventos?
Escadear os meus brios?
Certamente que não me farão ficar nu diante dos meus próprios ossos...
Antes, sabeis que guardo garbos no banco da minha ancestralidade.
Onde vós não tereis mais o acesso como naqueles tempos em que roubardes os valores morais escondidos nas melenas dos meus velhos homens e mulheres de mim mesmo.
Sim, meus velhos de mim mesmo, pois se não foceis vós, os esculpidores deste meu eu de antes, o eu de hoje, não seria este ninguém dos meus ancestrais.
Vós sois os quatro ventos do caos, eu bem sei...
Vós sois diabólicos? Então, tanto quanto eu...
Eu que me caotizo inteiro, em busca dessas partes que me foram roubadas.
As perdi por conta dos mesmos ventos que eu mesmo sou capaz de soprar.
Tenho as minhas narinas livres e incendiadas pelo primeiro elemento que me ergueu da terra. Sim, eu era um pequeno e enorme ser capaz de causar ventanias tão intensas que mudaram os rumos de vós - oh quatro ventos.
Oh demônio, que vento dos quintos!
Oh Céus, oh Deus, oh deuses!
Que diabos de ventos são esses que me arrancam do meu lugar de conforto e me jogam em territórios tão fartos de mim mesmo...
E eu, o que farei, me farto de tempo e de espaço, e me eternizo nas quatro direções para então ser um domador dos quatro ventos?
Eis que agora vêm estes quatro ventos...
Lisonjear-me-ão estranhamente como se fossem meus velhos que se foram pelas ventanias dos tempos.
Que me doem estranhamente porque me cobram direções que não são minhas.
Que me arrastam para estranhos territórios que eu se quero conheço, que muito menos desconheço, exatamente porque são seus em mim.
E assim, vós, 4 ventos, me jogam para lá e para cá...
E eu, que me considero um causador de outros ventos...
Eu, que os enfrento com toda a minha estranha estupidez genuína que se quer é tão somente minha.
Eu os enfrento com os meus próprios temporais, porque os identifico como uma afronta, exatamente para escadear os meus brios.
Que importa isso...
Eu posso desenvolver outras honras ocultas e escondê-las de vós na minha ancestralidade inseminando todos os óvulos da minha própria curiosidade com o meu modo de bajular os meus próprios estranhos sagrados e a minha capacidade de construir deuses em larga escala.
E quando vós menos esperardes, surpreendê-los-ei na curva dos ventos, e amansá-los-ei com o meu próprio canto, com o meu assovio misterioso grifo, ou um sátiro divino da floresta que veio para inseminar ideias em larga escala.
Quem sois vós? Quatro ventos? Sois os versos, as rimas das quatro direções?
Pois saibam que eu não vos temo, bajulem-me o quanto quiserdes.
Porém, cuidado, evaporo-me, e transformo-me em essência.
Eclipsar-me-ei dentro do meu próprio bojo de ancestralidade, e incorporar-me-ei a vós, 4 ventos, e vos contaminarei com o meu próprio veneno de Eva e da Adão, de caos e de cosmo, do bem e do mal, herdado do meu Eden.
Eu sou o cupido do pecado sagrado que balança vos balança, oh quatro ventos que sois eu em movimento.
E num instante qualquer eu vos falo das coisas que eu sei de milhões de anos atrás e cavalgo em cada um de vós como um verdadeiro cavalariano, o ogum que sou.
Amanso-vos, um-a-a-um, em mim mesmo...
Só por amá-los de alguma forma estranhamente platónica.
Pois vos nego enquanto a minha inconsciência vos atrai como se fosseis meus próprios fósseis.
Será que vós sois realmente os velhos homens e mulheres que estão a roubar-me brios ou afagos?
Ou porque vós sois EU também...
Agora, amansados, devolvam-me os meus brios.
Estes brios são de meus velhos homens e mulheres por quem eu sinto muito!
Vós sois os quatro ventos, eu sei...
Muito prazer!
Raras as vezes eu vos rezo, normalmente sempre que me transformo em fogo e vos aqueço com a minha capacidade de me incendiar inteiro de essências combustivas o suficiente para queimar as quinquilharias dos resíduos produzidos pelos meus cárceres privados.
Quase sempre faço isso sem perceber e muito menos sentir o cheiro da fumaça daquilo que queima e que se transforma em minerais novamente nessa loucura incrível que é existir plenamente.
Eu sou a ventania!
Vós sois os quatro ventos, sim, eu sei...
Mas eu sou a ventania os redemoinhos na cabeça do meu próprio sagrado, que ondula os meus próprios brios.
Eu sou o sinal avesso, o que deixa claro que não cabe...
Sou aquele enorme redemoinho nas cabeleiras do meu próprio deus
Sim, sou eu, sou capaz de girar todas essas coisas, desde o caos até ao cosmo.
Eu sou o domador de ventos!
Sim, sou domado pelos ventos, pois eu sou todos estes homens e mulheres de mim mesmo.
Eu sou esse todo!
Eu sou tudo!
Eu estou cavalgando nos quatro ventos, mesmo que dilacerado em quatro partes, quatro corpos e que cada uma dessas partes esteja em uma das quatro direções.
Eu juntarei cada uma dessas quatro partes, agitando os meus quatro elementos dentro de mim mesmo.
Sim, farei grandes agitações, pois o meu destino é retornar ao centro, inteiro, com todas as partes de ancestralidades de mim que foram arremessadas às quatro direções.
O centro cósmico é o meu lugar!
Não serei mais apenas esse fogo louco que sou!
Serei um grande aglomerado de forças!
Uma junção de Fogo, de Terra, de Água e de Ar que serei!
E como uma graça de um deus que eu mesmo criei ainda quando eu era o meu próprio ancestral, meu velho, minha velha, eu explicarei o meu próprio “bio”, pelo meu próprio “brio” ou não me chamo domador dos quatro ventos...
Voltarei ao núcleo de onde eu me originei sozinho, assim como os meus velhos homens e mulheres de mim mesmo!
Todos como pobres demônios originando-se para se dilacerarem e serem arremessados nas quatro direções, e contarem com a boa sorte de possíveis bons ventos.
Meu pobre destino que ironia mais incana e essa?
De tanta dor pela minha própria dilaceração, mais tarde eu mesmo criei um deus que deveria me adorar...
Mas tão logo criado, a criatura me exigiu adoração, servidão e me expulsou das minhas zonas de conforto, me proibindo de ter os meus próprios prazeres.
Oh céus que diabos que eu criei?
Se criei um deus, acabei criando também um diabo para que fosse por deus enviado a mim para me torturar?
Isso é profano demais!
Então eu dividi esse deus comigo mesmo lá no futuro.
Apostei na possiblidade de que esse meu deus também se tornasse tão divino como eu era.
E advinha, deus meu ganhou céus e terra, e eu me tornei a sua criatura.
Com o tempo esse deus se tornou minha grande inspiração, consagrando-se como divino tanto quanto o cosmo de onde eu me originei.
Esse deus saiu da minha própria carne, mas isso não foi de agora...
A minha carne lembra de tudo isso...
As vezes ainda sinto a dor da dilaceração que me ocorreu por conta dos invasores, os seres de outros mundos, infernos talvez, quando eu fiz a doação de órgãos para que deus fosse criado de mim mesmo.
Depois disso eu fiquei um ser que lagrimeja versos e poesias.
Será que é falta dos órgãos que me foram retirados para a composição de meu deus?
Ou será que é esse deus criado por mim mesmo que tem a capacidade de me inspirar?
Sim, eu não sei a resposta!
Meu Éden nunca mais deixou de ser um caos...
Parece que foi ontem que tudo isso aconteceu!
As vezes eu choro de saudade dessas partes dilaceradas em mim...
De uma coisa eu tenho plena incerteza; de meus ancestrais sobraram apenas estes pobres ossos resmunguentos que morrem de medo de perderem seus brios pelas travessuras e dos atrevimentos destes quatro ventos. Os demais, todos evaporaram como se nunca tivessem existido, como se fossem uma só essência, sabe, uma espécie de fragrância que acabou sendo atraída pelos cabelos ou pelos poros do deus criado, e desde então ele se tornou o criador de tudo.
Dizem por aí, nas esquinas do Eden que a força, a capacidade de criação de deus vem exatamente disso...
Dizem que é exatamente dessa essência dos meus ancestrais que tudo tem origem, que o tal deus é só rótulo desse aglomerado de amor que esses meus ancestrais sempre tiveram.
Reconheço-me forte e fraco com estes ossos e ao mesmo tempo com saudades dos amores ancestrais que evaporaram, como se não bastasse as dores da amputação de meus órgãos para a criação do deus.
Talvez seja apenas impressões de mim mesmo ou dos meus ancestrais, como pode doer um órgão que eu nem se quer lembro de ter?
O que mais me faz falta é a minha terceira visão, dessa eu acho que lembro sim, mesmo não a tento em mim, as vezes ela se revela e me leva a ver coisas de outros mundos.
Que isso fique aqui, cá entre nós, não se atrevam espalhar isso aos céus e terra...
Aqui por enquanto, falar disso é insanidade, estão novamente prendendo os que veem essas coisas, sim, e o tratamento a eles é de “chocar”.
Veja como é cruel nascer do acaso?
Recomponho-me quando caio em consciência de que essas partes arrancadas de mim serviram para criar um ser que se tornou divino.
Por isso sou a imagem e a semelhança de deus...
Foi de mim mesmo que ele nasceu.
Ele é o meu filho amado, o que virá de mim, depois que eu vencer os meus dragões e fazer com que os meus ossos possam também evaporar.
E lá nos cabelos ou nos poros de deus eu estarei oferecendo-lhe o melhor que há em mim...
Enquanto isso não chega, e nada chega ou basta!
Inquietação, é a profanação dos meus velhos homens e mulheres de mim mesmo, pois deles me sobraram apenas o que sobra nos ossos, ritos, mitos, crenças e doenças.
Dos bons nem ouvi falar, pois que nunca quiseram deixar qualquer rastro de existência ou de personalidades.
E eu que escolhi seguir a passos largos os exemplos dos meus próprios ossos.
Porque é tão difícil abandonar os meus brios?
Porque são ossos do meu sagrado oficio?
Acalento-me aqui, então, falando com os meus brios que nunca me abandonaram...
E quanto a vós, quatro ventos, fosseis os grandes percursores de tudo isso?
Pois bem!
Junto-me a vós recolho-me nas minhas esperanças de voltar ao meu centro.
Não mais como domador dos quatro ventos.
Talvez como domador das minhas próprias tempestades.
Provavelmente for exatamente isso que o meu deus tenha feito tão rapidamente!
Farei isso então!
Serei como um ogum de mim mesmo!
Vencendo os meus próprios dragões.
Salve os quatro ventos!
Autor: Pedro Alexandre
26 de agosto de 2021.
A Lua Vermelha em nossa
terra não tem sido normal,
um prelúdio alertado do Mal
que os avisados deveriam
ter acatado o limite natural,
e ainda quero crer
que o Bem vence o Mal;
Não há nada que me faça
esquecer que só o amor
a existência importa no final.
Eles não tiveram a chance
de um minuto de paz
para na vida parar para pensar,
A maior lição aprendida
com o Cemitério dos Impérios
foi a sagrada hora de parar;
A tempestade vai passar
e o sofrimento irão superar.
Nós temos nas mãos tudo
para nossos destinos
ao passado não regressar,
Quando os poderosos
despejarem sobre nossas
cabeças os seus infernos
e levarem a crueldade
extenuante os mais frágeis,
Não devemos nos igualar
com quem está por cima
e a vida não vão nos devotar.
Não podemos nos entregar
ao abismo da ferocidade,
O importante é plantar flores
e a paz entre nós cultivar,
não viemos aqui para chorar,
Reunir esforços para obter
os frutos da tranquilidade,
tudo na vida pode melhorar.
DUALIDADE
Às vezes sou um verso inacabado
Em outras um poema inteiro
Sou silêncio
Também sou grito
Há dias que sou apenas uma nota
Em outros uma sinfonia
Posso ser cinza
Colorida
Nua
Ou vestida
Às vezes sou jardim
Ou só um botão
Acho que é melhor assim
Morreria se coubesse em um padrão.
TEMPO.
Em tuas mãos espinhos tornam-se flores
entre os amores cada sonho retratado
rosto enrugado nos caminhos sem rumores
por dentre as cores se desvenda o teu passado
Se a vida trouxe um ponto de desgosto
mesmo exposto teu semblante foi polido
tempo sofrido tem um plano mais composto
que ver no rosto o que jamais foi esquecido
A tua história se atira em um porão
e a ficção traz um tom que se revela
a cor singela se transforma em perfeição
e do carvão brotam vidas em uma tela.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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