Textos de Loucura
Desinibida, bem despreocupada, postura muito atrevida, curvas atraentes, expostas no sofá da sala, demonstrando um olhar sedento, uma aparência naturalmente delicada, protagonizando um momento prazeroso, chamando ainda mais atenção com uma desenvoltura expressiva,
uma exposição de emoções veementes, uma poesia viva, entusiasmante, que encontra morada na mente com tamanha facilidade, uma mulher marcante e bastante envolvente, profunda, sem as amarras de uma eterna superficialidade, uma espécie sadia de loucura.
Euforia e muita vitalidade, uma aventura singular com um sentimento forte de adrenalina graças a sua personalidade e beleza provocantes, arte emocionante de muita jovialidade, inesquecível mesmo que na sua companhia intensa por apenas um breve instante, vencendo a temporalidade.
Bipolaridade? Metamorfose!
Fases? Crescente, minguante, revigorante!
Enxaqueca? Que nada, apenas paranóias, ilusões e lembranças!
Expectativa? Big-bang, meteoritos, canabis, inigualáveis madrugadas , aromas, sabores, amores, vida prática, clichês, momentos, anestesias, sol, positividade, mar!! Mar, oh mar....Uma pitada de sal, água, imensidão, lodo, desprezo, mar!! oh mar..
Eu acredito em gente louca!
Gente louca não mente, não faz tipo, não tenta ser o que não é, não te puxa o tapete, não fala mal de você pelas costas, não diz não quando você pensa em também fazer loucuras.
Gente louca, te apoia em tudo. Loucura isso, né?
Gente louca te encontra na rua, e antes que você pense em se camuflar pra não ser visto, ela já tá vindo em sua direção, dando cambalhotas, berrando seu nome, dando gritinhos histéricos, com um sorrisão de propaganda de pasta de dente e quando chega perto, em vez de abraço ela te dá uma sarrada!
Gente louca é pura, é linda, é autentica, é estranha...mas, quem não é , né?
Gente louca leva a gente pra onde a gente nunca pensou em ir. Gente louca se mete em qualquer lugar, curte qualquer balada, bebe qualquer bebida, faz amizade com qualquer pessoa e o melhor: gente louca tá sempre feliz! Sempre!
Porque loucos não se importam com regras e etiquetas, essas coisas todas - tolas - que inventaram pra nos manter sãos e curados por uma vida toda. Uma vida toda, já pensou, que tristeza?
E gente feliz, você já sabe: se não é louco é quase!
O louco
Incoerente com o que se espera
Sou aquilo que desagrada
Desafeto do que acham certo
Sou um pouco louco,
Uma loucura ou duas de cada
De tantos, sou o que sobra
O que muitos não querem
O que poucos conseguem
A loucura da forma de amar
Aquela que ama o que não se consegue amar
Ou diria, o que o orgulho os impede de amar
(Paulo Seixas)
ARTE (Conto de Natal)
Enlouqueceu depois de muitas exposições sem êxito. Seu trabalho não repercutia na mídia. Abandonou a casa. Começou a morar na rua. Continuou pintando compulsivamente. Era alto, elegante e belo. Meu irmão e eu o observamos enquanto comia. Não parecia um indigente. Tinha a postura de um príncipe. No Natal pintou barcos carregados de presentes nos muros de uma fábrica. Os adultos nem paravam para olhar, mas meu irmão, eu e outras crianças do bairro de operários, admirados, aplaudíamos o artista louco.
Isabel Furini
Enquanto houver lucidez
Enquanto houver um mínimo de lucidez
nem tudo estará perdido
contraditório ou não
todo equilíbrio é possível...
toda loucura é cabível...
visto que tudo passa
viver não chega a ser insofrível
pois toda a vida é ilusão
a dor pode ser aprazível
pois todo martírio é vão
todo delírio é são
e a morte é iniludível.
Nunca pedi pra ninguém me desvendar.
Mas sempre chega alguém dizendo está disposto.
Porém, desiste no meio do caminho.
Porque não quis de fato desvendar o mistério, mas sim aumentar seu ego.
Porque todos que se aproximam e querem enxergar, entendem que de mistério não tem nada. Só algo que de tão simples, é complicado.
Nossos corações choravam
Mais do que as lágrimas que deixávamos o mundo ver.
Nosso desespero era muito maior
Do que quem queríamos que visse, via.
Porque éramos loucos...
Absurdamente loucos.
Loucamente apaixonados
Destruidamente descartados...
Mas nós nos víamos
Víamos nossos corações sangrando
Como a maior cumplicidade que pudesse existir
Chorávamos por nos ver chorando,
Tristeza abatida por tristeza.
Um amor causando dor
E constituindo outro amor...
União movida por aquilo que ninguém via.
Por aquilo que só nós entediamos.
Desesperadamente... amor.
Destruidamente, amor.
Acabou. Criou.
Amamos, a nós.
Que não amávamos.
Odiamos, aqueles, que amamos.
E que nunca nos amaram.
Amei você, silenciosamente.
Sei que me amou, envergonhosamente.
Nos calamos hoje, vitoriosos.
Com novos amores, de novo.
Mas nunca, jamais, deixando de nos amar.
Viver, é não deixar pra lá, aquilo que quer ser vivido.
É buscar o bom, o novo e o desconhecido.
É saber ouvir, aquilo que precisa ser ouvido.
Mas também falar, pra que não seja esquecido.
É decidir lutar, mesmo quando tudo parece perdido.
Mas mesmo assim se perdoar, caso não tenha conseguido.
É conseguir entender que o que é, é, porque deveria ter sido.
Mas buscar ser, sem se deixar ser abatido.
Não importa o que se sonha, isso pode ser concebido.
Porque viver o que o coração manda, é não viver arrependido.
E se disserem que é insano, tentar ter o que nunca foi tido.
Diga que prefere morrer louco, do que nunca ter vivido.
Louca não sou, acho isso,
mas tenho momentos confusos,
já fugi de compromissos
e já comi até parafusos
Segui por onde nem sei,
passos e voos sem fim,
numa tremenda disparada
ninguém pôs a mão em mim
Já acelerei até mil,
nem percebi a curva adiante,
creia, nem o radar me viu,
voei e por ele passei rasante
Olhos que me acusam, que se inclinam em minha direção
Procurando não a minha salvação e nem uma solução.
Deixo então o meu ponto de interrogação
O que te fez tão monstro assim?
Se tudo passa, talvez seja o momento de você partir daqui.
Pra me acusar já tenho uma mente insana, não procuro ninguém pra isso.
Meu coração clama por ajuda, ajuda não corrupta
Que não se deixará levar pela conversa adúltera.
Um coração sofrido cheios de remendos que encontrou
A cura para todas feridas, até mesmo as que achou que era sem cura.
Tenho dúvidas, e sobre as dúvidas me encontro em inércia
Não que eu não queira resolver, justamente ao contrário, quero resolver, porém tenho medo do que eu venha sofrer
Se quem eu amo não tem amor por mim, oque será de mim?
Um jovem louco solitário que caminhará para à loucura mais pura talvez sem cura.
Por isso clamo por ajuda, não que eu não ame minha loucura
Mas eu prefiro ela junta com a sua.
São muitos os meus descomedimentos, eu sei...
O meu tio me falou que ouviu dizer que sou aluada.
Não é que a minha loucura me tornou famosa?
Arrisco-me sempre, é verdade!
Eu estou sempre em busca de novas experiências, aprendizados, conhecimento...
Daí me pergunto: como eu seria sem as fases da lua?
Quando sou espontânea excedo em
sorrisos, abraços e beijos...
Não gosto de padrões,
mas respeito as regras desta sociedade cínica.
A minha sinceridade incomoda muita gente.
Se tiram o meu sossego, retribuo ou evado.
A minha felicidade, eu mesma construo no meu interior.
Eu sou abotoada, acalorada, reflexiva e não entendo por que sou amada...
Apesar destes descontroles, eu tenho uma mente flexível,
ouvidos abertos e boca fechada.
Sem mais delongas, eu sou um devir constante.
Cansa, né, Zé!? E dói também.
Ah... Eles sabem como dói. Mas, é, Zé. Eles nem se importam quando não dói neles. Eu tinha um sorriso tão bonito, mesmo que nem sempre fosse real, Zé. Era uma alma tranquila, aquela que chamavam de rainha dos conselhos, de tão pura que conseguia ser. De tão verdade era. É sempre assim, tudo de verdade.
Até que a gente mostra a verdade, Zé, e eles pensam que enlouquecemos. Mas mal sabem eles, que sempre fomos loucos...
Tá vendo essa lágrima que escorre sempre, Zé? É a lágrima da felicidade. Foi a primeira desde então. Aprendi com ela, Zé, que pra ser feliz, é preciso ser louco. Assim, totalmente louco, pra lidar com tanta loucura que tem no mundo.
Me apego a alguns objetos que guardo. Eles me passam a idéia de que sorriem felizes ao reencontrá-los nas gavetas e caixas. Não me fazem perguntas. Não procuram entender nada nem ninguém.
Ao contrário, reencontro pessoas, sempre com muitas perguntas e um gabarito que definirá se eu acertei tudo.
Desatino do amor
“O simples desatar da insanidade de amar”
Ela te percebe e mira,
Alcança-te e conhece,
Enrubesce-se.
Ela te vive e faz vivo,
A todo tempo contigo
Espreita o perigo.
E começa a suspeitar
Do arraigar de um veneno,
O veneno de amar.
Num desatento,
A sedenta doença
Traz o fim adentro
Neste amor sonolento.
Traz um fim violento,
Antes que o verdadeiro
Possa se despertar.
De onde eu vim? Não lembro, e de fato, não me importa mais.
O destino é algo efêmero, diante de meus olhos. Não me interesso em versos melosos, ou em sentimentos alheios; a dor que me consome é deveras drástica, corrompe a alma, e enévoa o olhar.
Sinto dentro de mim, o vazio descomunal, e o coração quebrantado não se animar.
Desisto de tudo, ou todas as histórias, não importa o que faças, que pensas ou que sentes; o amor dói, fere a alma e desgasta, não importa o que diga, sou indiferente.
Dirás que é besteira talvez, ou talvez fale que estou ficando louca; provavelmente devaneio, ou seja indecisão; penso que enfim minha hora chegou, com saudades de teus beijos me entrego a escuridão.
Vamos
Interpretando,
Papéis que não são nossos,
Vivendo,
Vidas que não nos pertence,
Sonhando,
Os sonhos que já foram gastos.
Sorrindo,
O riso que ensaiamos em frente ao espelho,
O melhor ângulo, nossa melhor máscara,
A única originalidade,
São nossas loucuras,
E loucos vamos seguindo,
E loucos vamos sendo,
Porque apenas na nossa insanidade,
Podemos ser um pouco nós mesmos.
Não lembro como é sentir dor após um corte.
Não me lembro da sensação de sangrar.
Só lembro de querer ver alguém sentindo tal dor,
Mas não por maldade,
Só para ver como é.
Sinto falta de sentir um pescoço quebrar,
Mas não por querer fazer isso com alguém,
Só para ouvir o estalo.
Isso parece tão irracional,
Mas vejo pessoas praticando como se fosse normal.
Quem será o mais errado, o mais louco?!
Ele por estar sentindo e ouvindo ou eu por estar apenas imaginando?!
Talvez seja eu.
Mas isso não mudaria muita coisa.
Nutrir minha imaginação é o que me mantém sã.
Nunca saber qual é a verdadeira sensação talvez me ajude.
Por que posso gostar se um dia eu descobrir.
Mas estou cheia de talvez.
Talvez seja eu, talvez me ajude, talvez eu goste, talvez eu faça.
Só tenho uma certeza,
Por enquanto, imaginar já é suficiente.
Infidelidade
Mistérios e enigmas rodeiam teu corpo.
Silencioso, vejo-te balbuciar.
Em meio ocioso fiz-me pairar,
Sob palavras melodiosas,
Tudo o que me restar.
Se vens como um anjo caído,
A noite escura convida a viajar.
Toque minha mão,
E faça este tal brilho durar.
Cada sensação nunca antes vista,
Cauteloso e perigoso te faço bastar.
Palavras divinas em meio a tormenta,
Vida tirana vem a desinteressar.
Pessoas comuns na falta do que conduz.
Tua vitalidade escassa,
Um tanto anti social,
Bipolaridade disfarçada.
É meu último suspiro frente ao que resta de tua amada.
Até então cheia de luz,
Retiro de tua mão a espada.
Encha-me com seus conselhos,
Serei eu tua aprendiz.
Como movimentos de teus cabelos.
Vertentes opostas de uma mesma diretriz,
Te guio por espelhos.
Passos descompassados,
Pela dor que esmaga.
Se como um golpe me conduz,
Serei eu desnecessária.
Em tua mão um fulgor reluz,
Tornando-me por total errada.
Idealizarei tua utopia,
Com um vigor que me afaga a alma.
Viva feliz e sorria,
Fiz do mundo tua morada.
Eu sou fiel meu bem.
Considero o que me é ensinado.
Te elevo e consagro,
Ainda que dentre todos,
Sejas tu, o meu maior pecado!
O insano
Junte o útil ao agradável,
O infiel e o profano,
A moral e a ética,
O amor e o humano.
Se fosse simples não mais seria bonito,
O amor mensurável não serve,
Não eleva nem agrada ao espírito.
Não peço-te permissão,
Nem te digo que foi escolha.
É mais uma imposição do destino que nos entreolha.
Sinto-te distante,
Como um grito no vazio.
Vozes oscilantes, de uma mente inerte em meio ao frio.
Se sob a penumbra cinzenta recai a noite,
Me faria eu desnecessária.
Colmada por súplicas infiéis e de glória empavesada.
Num sóbrio recanto me conduz
A paisagem já atravessada.
Gestos secos e sem luz.
Alma distante, intocada.
O contraste ideal existente.
Olhos negros estes teus,
Fariam estrelas terem inveja deste tal brilho fosco.
Apenas sigo a linha do horizonte, ignorando vertentes.
Meras súplicas abandonadas,
Pudor inexistente,
Vidas separadas.
Colecionador de amor tu és.
Obra de vidas passadas.
Colecionador de dor tu és.
Portador de histórias equivocadas.
Afundo-me em teus males, mergulho em teus receios,
Bebo da fonte dos teus medos.
Jogo-me por inteiro.
Ainda que louca, desvairada,
Entendo-te um pouco.
Vives para os outros,
Pensas nos outros.
Ah meu bem, pense em mim!
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