Textos de Humildade
Nunca você pode ensinar o que não aprendeu ou não sabe. Do mesmo jeito que nunca exija o que você não pode ser capaz de dar, se é respeito seja primeiro a respeitar para que recebas de igual modo. Se for humildade, o primeiro humilde seja você e as pessoas serão humildes consigo. Tudo que fores a precisar de alguém seja capaz de dar também se de te precisarem. O amor deve ser correspondido, a amizade deve ser recíproca. Impossível plantar cajueiro e colher amendoim.
Tanto faz se você é da religião A, B ou C. Na verdade, pouco importa se você é crente ou ateu. O que é realmente importante é que suas ações diárias sejam guiadas por valores do bem, como a humildade, a simplicidade, o respeito, a honestidade, a solidariedade, a caridade, a compaixão, o perdão e o amor, de modo a irradiar o Deus que há dentro de você. Por isso, aquele que é ateu e pratica tais valores no seu dia a dia está mais perto do reino dos céus do que aquele que vive plantado na igreja mas afastado da prática desses valores.
Simplesmente é isso, o tempo não para. Não fique sentado se lamentando por algo que você não fez. Levante e faça! Tudo gira em torno de um simples ato de atitude e determinação! Um dia se lamentando, pode ser um dia correndo atrás do seu sonho! Mas se ligue... Cabeça erguida sem perder a humildade.
Pedir desculpas não vai fazer com que você se humilhe em situação alguma. Só vai te elevar e você ainda irá mostrar aos outros a sua humildade de reconhecer os próprios erros. Sem essa de orgulho, livre-se do peso morto que você carrega. Não significa que você não errou mesmo quando não teve sentimento de culpa. Com certeza, é muito mais fácil jogar a culpa pra cima dos outros, mas isso só exalta ainda mais a sua mediocridade e a sua inferioridade. Sua convicção nem sempre estará certa, se arrepender é o mínimo, e correr atrás do prejuízo é o ideal.
É muito danoso dizer que se é sábio e não o ser verdadeiramente, pois os homens testam essa possível sabedoria, assim como o fogo prova a prata e o ouro, quanto a mim procuro me calar e tentar ser humilde e aprender, porque o que me resta a não ser me apoiar nisto de não saber tudo, e sempre alguém saberá sempre mais, e por mais que se saiba, nunca saberá tudo...
Hoje, uma pessoa veio me contar que leu mais dez textos no meu blog retratando os mendigos do Catete, e me perguntou de onde vem essa "obsessão por gente miserável". Não respondi ainda, e acho que farei por aqui, pois já é motivo pra um novo texto. Bom, começou com meu avô, na Vital Brasil, em Niterói. A casa do meu avô fica no pé do escadão do Cavalão, na subida da José Vergueiro da Cruz. Ali, sempre quando eu estava brincando na varanda, me causava pavor e medo uma negra descabelada, bem miserável, que, de 30 em 30 minutos, sofria ataques de caretas e dava tapas na própria cabeça. E ela sempre ficava sentada ali, no meu foco de visão. Para completar o quadro desagradável (eu só tinha 10 anos) ela soltava pelos lábios ventosidades com estrépitos que muitos julgavam escapados pelo cú. Magra, alta, não me lembro muitos detalhes. Só o que me recordo é que era vista falando com as pessoas conhecidas que entravam ou desciam do escadão, sempre no intervalo entre dois ataques que aconteciam de meia em meia hora. Não era raro vê-la passar e se comunicar com meu avô pelo portão, enquanto ele limpava o chão da garagem com uma mangueira. Por duas vezes, presenciei dois ataques, dois surtos, enquanto falava com meu avô. Não me lembro de ter visto qualquer morador da rua rir daquela senhora. Pelo contrário, quando ela dava os ataques, todos sabiam como auxiliar. Eu, morria de medo. Todos a tratavam com respeito pela educação e atitudes que ela tinha, quando no seu estado normal. As outras crianças, que nem eu, bem mais inocentes do que as de hoje, morriam de medo. Certa vez, meu avô, a fim de que eu perdesse o medo, obrigou-me a falar com a tal senhora, quando de passagem num sábado a tarde pelo nosso portão. Não é preciso dizer que flutuei no medo, na expectativa de um dos seus ataques. Perguntou-me o nome, deu-me umas palmadas no rosto, alisou-me os cabelos e, depois, ela mesma, mandou que eu fosse brincar, obviamente para que eu não presenciasse o ataque habitual. Não esperei segunda ordem. Afastei-me e fiquei à distância aguardando o ataque que não tardou. Mas, o encontro, de fato, fez-me perder o medo. Já não corria mais do portão ao vê-la. Aprendi a gostar dela. Lembro, até hoje, quando passou por mim no portão pela primeira vez que eu não corri. Acenou, acenei de volta, e ela seguiu seu caminho; me senti o cara mais sinistro e corajoso da Vital Brasil. Pensei: quem manda nessa merda sou eu. Desde então, sempre quando via sua sombra subindo a ladeira pela janela, já corria pro portão para redobrar minha coragem e fazer, cada vez mais, um contato mais próximo com aquela senhora, o que me deixava cada vez mais "sinistro" dentro do meu fantástico mundo de alessandro como o segurança da rua. Até que um dia ela parou para, de fato, conversarmos. Após 35 segundos (mais ou menos), ela teve um ataque epilético e caiu no chão, na minha frente. Imediatamente, um homem prestou todo auxílio e, quando a situação havia acalmado, percebi que estávamos de mãos dadas ali na calçada, sem mesmo perceber, durante toda a crise, que durou uns dois minutos. Depois que meu nervosismo passou, percebi que o homem que havia prestado o auxílio era o meu avô. Naquele momento, com ela ainda no chão, nos olhamos e, sem precisar falar nada, entendi exatamente tudo o que meu avô queria me ensinar sobre a vida, naquela oportunidade. Enfim, as histórias e experiências que tive com meu avô neste sentido foram muito longas, mas essa lembrança é o início dessa minha "obsessão por gente miserável" rs. Ainda sobre ela, não sei como terminou, pois nunca mais voltei naquela casa depois que meu avô morreu. Mas, se não me deixou a saudade, pelo menos deixou uma grata lembrança, engastada nas imagens daqueles tempos em que as crianças, tanto as do morro, quanto as do asfalto, ao invés de matar e assaltar, tinham medo de velhinhas doentes e miseráveis...
Saltou para um mergulho nas artes. Voou pela desorganização. Deu um peteleco sutil nos costumes e tradições. Soprou forte contra o mau hálito de um preconceito estúpido. Encontrou no jogotabuleiros que faltavam peças: viu a censura esquecida e também a liberdade ensinada. Doou porque também se valeu de doações. Cada luta vencida confirmava: carregava no sangue os milhares de Silvas que admirava por aí.
A resistência ao evangelho e a Deus muitas vezes está enraizada na soberba oculta dos corações. É por isso que, no tempo de Jesus, a maioria das pessoas que aceitaram Sua mensagem eram humildes, enquanto os soberbos, cheios de conceitos e autoconfiança em seus conhecimentos e discernimentos, se mostravam resistentes.
A advertência "Deus resiste aos soberbos" nos convida a olhar para dentro de nós mesmos. Já nos perguntamos se possuímos algum traço de soberba em nosso comportamento? É importante refletir sobre como nossas atitudes podem influenciar nosso relacionamento com Deus e se, em algum momento, Ele pode estar nos resistindo como consequência disso.
No contexto do Reino de Deus, ser espiritual se diferencia consideravelmente do estereótipo comumente associado pelos cristãos. Embora muitas pessoas acreditem que um crente espiritual é alguém que ora intensamente, pratica o jejum, demonstra obediência aparente e possui amplo conhecimento da Palavra, a verdadeira essência do cristianismo engloba não apenas essas virtudes, mas também a humildade, submissão, obediência voluntária e um profundo temor de Deus.
Sem mágoas dos que não concordam com o que pensamos e sem vaidades que só entorpecem nossa frágil personalidade, fazendo acharmos equivocadamente, que somos especial, sábios e diferentes. Caminhemos perdoando os opostos e humildes pela luz que refletiu em nosso espírito e gratidão, porque a estrada é disforme e oblíqua.
Só devemos ajudar a quem nos pede ajuda, por que existem barreiras egocêntricas, menosprezos e recalques entre alguns necessitados que precisam que os impedem de receber qualquer tipo de gratuita atenção e generosidade. Existem algumas folhas secas pelos caminhos mas não aceitam receberem uma gota de água.
O Movimento Espírita precisa sair desse Igtejismo( termo utilizado por José Herculano Pires) perpétuo e adentrar nos outros fundamentos básicos da doutrina. Como diz o filósofo, pesquisador, escritor, tradutor José Herculano Pires : A Doutrina Espírita é maravilhosa, mas o Movimento Espírita deixa muito a desejar. Vamos tirar a Trave dos nossos olhos e abrir esses mesmos olhos, a mente e estudar o Ser humano, suas nuances, seus inter e intra relacionamentos à Luz da Doutrina Espírita. Vamos pensar e refletir sobre tudo isso.
"O estudo da Bíblia Sagrada não é somente para adquirirmos mais conhecimento, estudar a divina palavra de Deus que é eterna, assim como Ele é eterno, requer da parte do estudante humildade para aprender com quem é mais experimentado na prática, porque para o estudante é necessário essa humildade para sentar e aprender, pois após ter aprendido é preciso ter o dobro de humildade para se levantar e ensinar."
