Textos de Flores
A DONA DO CAIS.
Tú és lírios dos vales flores do campo,sol de verão,a vela da escuridão perfeita são as curvas do teu corpo,lindo e o céu da sua boca,suave são os toque das suas mãos doçura é o gosto dos teus beijos.
Tú és dona da perfeição a dona dos meus sentimentos,um minuto ao seu lado seria uma eternidade,tú és o gosto do pecado,um cálice feito pelas mãos divina.
Teu olhar fascinante teu corpo seduz tuas unhas fere feito navalhas navegantes em meu mar tú és singela,a minha atração,a dona do meu cais.
Tú é a mulher que despia suas vestes e satisfaz a minha vontade,tú é simplesmente a dona do cais,onde estaciono meu barco
METAMORFOSE.
Em uma manhã de domingo, o avô levou o neto ao jardim para ver as flores e também as borboletas. Ao ver as borboletas voando pelo ar e cheirando o néctar das flores a criança disse ao avô que quando crescer queria voar como as borboletas.
No caminho de volta para casa, o avô encontrou um ninho com ovos de borboleta. Três dias depois depois o avô chamou o neto e voltaram ao ninho, onde os ovos já haviam se transformado em larvas.
Voltaram para casa e o avô não disse nada ao neto, no quinto dia, o avô levou novamente o menino para ver o ninho, e as larvas haviam se transformado em pequenas lagartas.
Curioso perguntou ao avô por que ele os havia trazido várias vezes apenas para mostrar o que estava dentro do ninho e depois ir embora.
O avô respondeu calmamente ao neto: "Sabe aquele dia em que fomos ao jardim e você disse que queria voar como aquelas borboletas?"
"Sim", respondeu o neto ao avô. Então o avô disse: "Não é tão fácil voar, você terá que enfrentar várias transformações. Aquelas borboletas não nasceram voando, elas foram obrigadas a enfrentar várias metamorfoses para se tornarem borboletas".
Assim é a vida, às vezes queremos que as coisas aconteçam de uma hora para outra, mas o essencial é viver o processo de cada momento. A vida é única e cada momento será único em sua vida.
Tome a beleza da rosa vermelha e junte a seguir: o perfume de todas as flores, o gosto do mel, a cor do sapoti, a ternura de um afago, a pureza do amor fraterno, a envolvência da neblina, o frescor da brisa, a fidelidade do cão, a inocência da criança, a aderência do visgo, a humildade da violeta, e adicione depois:
O calor do sol, o veneno da cascavel, a violência de um coice, a astúcia de uma raposa, a traição de Judas, a instabilidade do tempo, a indolência da preguiça, a intranquilidade de um peixe, a atração de um ímã e o choro da carpideira.
Misture bem, acrescente futilidade a seu gosto pulverizando amor e carinho e deixe a massa em repouso durante vinte anos. Passado o tempo, use em pequenas doses, com muita, muita cautela: é a ex-mulher.
O meu coração é um jardim perfumado
Com belas flores de todas as cores
Ele tem dois jardineiros, Deus e eu
Alguns visitantes ficam nele por um tempo
Outros por toda a vida
Por vezes pisam-no
Mas nós os dois, cuidamos dele com amor
Arrancamos as ervas daninhas
E deixamos que elas adubem o solo
Por vezes para que se reerga das tempestades
É necessário cuidados maiores
Sendo preciso fechar as portas
Até que tudo esteja de tratado e curado.
Não me ofereçam flores depois de eu morrer
É agora a altura para as receber!
Não me digam que me amam quando morrer
É agora que eu preciso de me sentir amada!
Não deixem de me dizer que errei,
Eu ainda estou aqui!
Não me peçam perdão depois,
Porque quando eu partir, já perdoei!
Não me digam depois que têm saudades,
Aproveitem enquanto eu não partir!
Lágrimas de remorso não me vão ressuscitar!
Evo
O coração está em pedaços.
As flores estão mortas; não há mais o que colher.
Meu mundo congelou, e não sei como aquecê-lo.
São tantos pensamentos que mal consigo respirar.
Deslizo por essa estrada fria.
As luzes piscam. O momento do colapso se aproxima,
Mas você não está aqui.
Estou me desfazendo.
Tive a chance de correr, mas só consegui respirar, e o frio se instalou em mim.
Então, eu rezo.
Preciso de calma. Tenho que me manter sereno.
É estranho, como se vivesse em uma monarquia.
Me curvo diante de você, me vejo aos seus pés.
Estou furioso, há um fogo em mim,
Mas tudo parece um delírio.
Isso não é real — é cruel.
Não é um jogo, deveria ser amor.
Estou exausto, tão cansado.
Parece que o tempo já ultrapassou o limite.
Sabe aquele vazio?
O meu ainda não foi preenchido.
Não quero perder o que sou.
Liberta-me.
Preso ou livre,
Liberta-me.
TRAVESSIA
Do outro lado da rua a vida se acaba...
É uma travessia rápida,
Mas antes das flores, das folhas, das chuvas,
Antes dos verões...
Sonhamos com todas as belezas,
Fazemos planos com todas as incertezas;
Somos tão românticos que os nossos olhares passeiam,
As confusões permeiam, as paixões incendeiam...
Então estamos do outro lado da rua
E não temos mais retorno;
Só temos os ocasos e as estações
E a certeza que do mesmo jeito, faríamos tudo de novo
Os fantasmas se soltam do sótão
As borboletas e as flores da primavera somem,
As noites se alongam e o que é real
Além do que é real e além do que não é
Os loucos construíram o paraíso e criaram os deuses
Tentando entender a dor
Eu criei um hospício onde os loucos arremessam estrelas
Escorregam do arco-íris e voam com as borboletas
Sobre uma plantação de alfazema
Não quero nunca mais entender o amor,
Não devo nunca mais acreditar nos deuses;
E as manhãs, deverei vivê-las sempre,
Mesmo que sejam sempre só uma utopia
E amar com toda dor que eu suportar
E suportar a dor com todo amor do meu querer
Os deuses inventaram o amor
Os loucos inventaram os deuses
E eu invento eu mesmo pelos corredores de paredes úmidas
Dos que já choraram, ou pelos que, das esquinas sombrias
Contemplam a lua na ilusão do perfeito amor
arraigada
Nada que eu fizesse antes...
Nem flores, nem diamantes,
Nada que eu desse...
Primavera ou paraíso,
Nada que eu prometesse...
Paixão ou amor,
Nada que eu cantasse...
A emoção de olhar e querer,
Nada que me encantasse...
Tempestade ou lágrima,
Nada que eu morresse...
Nada que me matasse
Como o silencio indiferente
Nada que me dizimasse
Como se jubilasse
Diante da presença vil
Do estafeta de perfil marginal,
Nada lhe faria ver a luz do dia
Arraigada nas trevas do que lhe saciasse
Procurando a felicidade, como um ancião
Procura os óculos, que está na sua face...
Aqui Jaz o Amor...
Na vereda tem uma tumba,
Uma coroa de flores,
Pássaros que cantam,
Uma brisa reconfortante
E uma melancolia
Quando leio no epitáfio,
‘’Aqui jaz o amor...’’
Este lugar não está dentro de mim!
Este lugar não está dentro de mim!
Eu queria ter esta certeza,
Mas as borboletas vão se transformando
Em lagartas como uma metamorfose ao contrario
As flores vão se fechando,
Uma por uma, os pássaros silenciam
Pessoas que acompanham um féretro
Aproximam-se e alguém coloca
O caixão naquela tumba,
Percebo que todos que estão ali
São pessoas que eu já vi morrer,
É um funeral ao contrário...
Este lugar não está dentro de mim!
Este lugar não esta destro de mim!
Agora todos sorriem,
E os pássaros voltam a cantar,
E as flores se abrem novamente,
As borboletas se transformam novamente,
A brisa volta a soprar, é um ciclo,
O amor morre de novo,
Porque a vida continua para novos amores...
O MEDO
O que me conduz é o medo...
Os lobos uivam e os poetas
Colhem flores numa pedreira,
Os pensadores repousam
E meditam sobre trilhos,
Eu sei que do outro lado do rio,
Que sou eu mesmo,
Tem um dragão, uma fera um vulcão...
É o meu melhor lado,
Deste lado tem um sorriso,
Tem a sensualidade e a escuridão...
As vezes os lobos comem os poetas,
Mas as flores colorem penhascos
E os pensadores continuam suas meditações...
As vezes o trem dilaceram os pensadores
Mas os poetas escrevem e florescem a vida...
Deste lado tem um sorriso
Que não passa de um disfarçe
Tem a sensualidade,
Que não deixa de ser uma armadilha...
E tem a escuridão que nos tira a noção do perigo...
E o que me conduz é o medo...
ALARDE
Alguns poemas sorriam,
outros se armavam de facas,
alguns traziam flores
outroa traziam brasas
em papel veludo com laços vermelhos
alguns me cumprimentavam
outros me humilhavam
e me punham de joelhos
alguns me traziam namoradas
e as despiam na cama
outos me jogavam na lama
e me tornavam a piada
alguns faziam a neblina no final da tarde,
outros faziam carnificina
sem nenhum alarde....
REVOLUÇÃO LITERÁRIA
Alguns poemas sorriam,
outros se armavam de facas,
alguns traziam flores,
outroa traziam brasas
em papel veludo
com laços vermelhos,
alguns me cumprimentavam,
outros me humilhavam
e me punham de joelhos,
alguns me traziam namoradas
e as despiam na cama,
outos me jogavam na lama
e me tornavam a piada,
alguns faziam a neblina
no final da tarde,
outros faziam carnificina
sem nenhum alarde....
Provavelmente, ela vivia num jardim a contemplar as flores , a acariciá-las, e, entre um suspiro e outro, algumas confidências; isso mesmo, tinha certeza que lhe falaria do seu fascínio pelas luzes da manhã, aqueles primeiros raios que despontavam antes do corpo solar; que refletiam no espelho de um lago, na lâmina de um rio ou verdejavam sobre alguma floresta. Talvez caminhasse a beira de uma praia solitária como uma recém-nascida manhã pudesse; imaginando um conto, uma história bonita que contaria pra alguém com certa graça, acrescentando algum humor ou drama, uma pequena mentira que só embelezaria o que já fosse belo. Por certo era uma imaginação fértil e caminharia por um cemitério imaginando que todos que cruzassem consigo já tinham morrido e não olharia pra trás com medo de ter essa certeza. Talvez fosse assim, alguém eloquente a quem todos esperariam silenciosos afim de ouvir algo interessanre; e se calasse o suspense do silencio cairia todo sobre si mesmo. quiçá às madrugadas imaginasse sonetos trágicos de paixões insanas; essas loucuras do cotidiano que acabam nas manchetes dos programas policiais, ou luxurias inconfessáveis que passariam por sua cabeça nalgum desejo secreto que jamais revelaria.
Algum dia apareceria com os traços ordinários como os de qualquer ser vivente, uma timidez simplória dos seres limitados; voz pausada, própria dos que pensam muito, ou dos que não têm muita certeza do que vão dizer; e aquele ser divino interior em pura ebulição ali no peito, transpirava, sussurrava, suspirava e tinha as mesmas carências, os mesmos medos e inseguranças; aquele ser capaz de todas as loucuras, todos os pecados e todos os perdões por paixão e por amor deixaria de ser só uma miragem nos meus delírios...
Eu quero ganhar flores.
Não, eu quero que alguém se importe comigo ao ponto de querer me dar flores.
Sem eu ter que implorar, sofrer ou chorar por isso.
Eu quero flores, não por elas em si, mas pela atitude de quem as der.
Por lembrar que amar também é doar.
E por lembrar de mim.
Por se importar.
Eu espero um dia ganhar flores.
PARQUE DAS FLORES, DOS FRUTOS E DAS GENTILEZAS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ontem cheguei à minha rua em Parque das Flores, e me deparei com o 'seu' Roberto, vizinho de frente, aguardando com duas pinhas maduras na mão. Explicou que já me chamara duas vezes, lá no portão de minha casa, mas não havia ninguém. Agradeci com carinho, peguei as frutas e fui comê-las mesmo instante. Estavam duplamente deliciosas, pelo sabor natural das mesmas e pelo sabor, também natural, do afeto de meu vizinho, que logo depois ganharia livros.
A rua na qual moro alguns dias da semana é assim. Uma interminável troca de gentilezas. Acordo sempre ao som da voz amiga - e estridente - de seu Gerson a cumprimentar a vizinhança. Em outras ocasiões, com o rosto voltado para minha casa, esperando para perguntar se estou bem e se preciso que encha minha caixa d´água, pois sabe que a bomba de meu poço às vezes deixa a desejar. Não raras vezes, trocamos limão por jambo e tangerina por mamão.
No quintal de fundos para o meu, seu Hélio varre folhas, assessorado por sua esposa, e nunca deixa de cumprir o ritual de observar para ver se tudo está bem no meu pedaço. Quando saio às ruas, é um tal de bom dia; boa tarde; boa noite, a depender da hora. Muitos senhores ainda tiram o chapéu para cumprimentar quem para eles merece tal reverência, pelo simples fato de ser um professor. Coisa das antigas.
Tem ainda as velhinhas da rádio esquina, que assim batizei porque as mesmas estão sempre lá, pondo assuntos em dia, vendo se não falta ninguém na vizinhança e analisando os poucos acontecimentos do lugar. Elas têm sempre um sorriso, uma observação e um cumprimento alegre, despretensioso e cheio de calor humano.
Não sei descrever o encanto que é morar em Parque das Flores. O texto seria longo, e mesmo assim, precário para descrever esse meu recanto. Conheço muitos e muitos lugares onde os vizinhos recebem uns aos outros com pedras na mão, enquanto em Parque das Flores, especialmente na minha rua, recebemos uns aos outros com corações desarmados... e frutas na mão.
PARQUE DAS FLORES
Demétrio Sena - Magé
Vejo Parque das Flores perder seus recantos
pro cimento; pro piche que produz asfalto;
densos mantos de cinza vão cobrindo as matas
que ressecam nos montes; nas várzeas daqui...
E perder seus idosos mais simples e sábios;
os terreiros de umbanda que ainda resistem;
alfarrábios do tempo que as crenças tiranas
hoje tiram da estante pra matar matrizes...
Quando Parque das Flores não tiver mais flores,
os odores do mato e dos poros do chão
nem os olhos sinceros do povo nativo...
... perderei todo encanto, que desde criança
preservei como herança de afeto agregado;
um passado que sempre seria presente...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
No portão principal
da Armada foi
deixada por populares
uma coroa de flores
em protesto
pelo assassinato
do Capitão-de-Corveta
Para que o mundo
não se esqueça
que ele foi
uma vítima fatal
do Inferno
de cinco letras;
Mas dois guardas
foram detidos
como suspeitos
deste mal
sem conserto.
Persistem
a escassez
de gasolina
e a falta
de notícia;
Porque justiça
ali já não
existe há
muito tempo.
Enquanto isso,
do General
que foi preso
injustamente
há mais de um ano
nada mais sabemos;
E da mesma forma
dos demais
desaparecidos.
Flor do Sertão
Nasceste do avistamento
das tuas flores amarelas
no meio das matas,
Assim em florescimento
escolheste as tuas
próprias flores
como signo perenal
e de coincidente
identificação nacional.
Ergueste com fé, virtudes,
trabalho e plena entrega
como o teu Santuário
Nossa Senhora do Caravaggio
com as portas abertas,
em resgate estás
das tuas origens polonesas.
Caminhas em Maio
com a Romaria da Padroeira
seguindo em frente,
Abençoa o barcos
com o olhar adiante
sem temer o destino
e sem esquecer das origens
portuguesas, alemãs
e italianas continua
escrevendo a trajetória.
Deste Extremo Oeste
teu rebanho continua
sendo um carinho
e tuas lavouras de amor
um beijo de candor,
Flor do Sertão, amada,
tu és parte desta
Pátria Brasileira adorada.
Por este setembro
que tanto espero celebrar
contigo que tanto quero,
Flor do Sertão, amor sincero,
com os sabores que adoro
para a Festa da Galinha no Tacho:
cedo ando me preparando.
Rodeio Romântica
Após longos dias de chuvas
ver o jardim do céu
desabotoando as flores
azuis do tempo aos poucos
sobre nós reforça que nesta
cidade devo pelo teu amor
esperar demore o tempo
que tenha que demorar.
Vivo na Rodeio Romântica
onde o Pico do Montanhão
os meus olhos ele beija
com poesias pro coração.
Estar a sua espera não
me faz carente ou infeliz,
apenas mantenho viva
a chama tal qual os luzeiros
do Universo brindam
o Médio Vale do Itajaí:
certa disso te espero aqui.
Vivo na Rodeio Romântica
onde os pássaros cantam
brindando a manhã
e borboletas nos saúdam.
Certa de tudo o quê está
a escrito no destino
tanto as sementes levadas
pelo vento e florescem
neste caminho catarinense,
a poesia da espera ando
repartindo irmamente.
