Textos sobre o destino
Destino e charada.
Sombra de dois, sombra de três.
Duvidas ao escolher um deles.
Com qual devo ficar?
Quem daqueles devo amar?
Meu coração se parte em dois grandes amores.
Como escolher uma de duas pessoas que amo tanto.
Diga palavras sabias Senhora Dolores.
Ajude-me aceite a mim nesse canto.
Preciso de ajuda, fico com os dois, melhor só um?
Ou fico só?
Eu tenho que escolher algum.
Quem escolher, preciso de pressa ou morro e viro pó.
Meu filho ou meu namorado?
Aquele que chora emocionado?
Aquele que aceita dividir o amor?
O que é isso que sinto, que dor?
E meu filho onde fica?
Favor, me de uma dica.
Obrigada Senhora Dolores.
Agora tenho meus dois amores.
Hoje sou feliz tenho meu namorado.
Que chorava emocionado.
E meu filho que precisa de mim.
Boa esta minha vida assim.
E o melhor os dois se dão bem.
Aleluia, Amém.
SONETO XXIX
O tempo real senhor do destino
Faz-se ao tempo amigo
Caminha ao teu lado sozinho
Nao, nunca esta sempre comigo
Trouxe o que nao queria
Levou consigo minha alegria
Fez meu passado reaparecer
E com ele um futuro florecer
Ao tempo fez-se uma vida
E com o tempo ressentida
Fugiu deixando pra tras um viver
E agora pensado só em morrer
Tente devolver minha alegria
Algo que eu perdi um dia
É, doce menina,
Tá tudo estranho,
Parece até obra do destino...
Não te ter aqui comigo...
Deve ser algum castigo...
Se eu pudesse,
Eu apenas gostaria de fazer você sorrir,
Se você realmente quisesse,
Ficar comigo mais um pouco.
Nossos sentimentos,
São uma estranha mistura,
Entre o som do seu violino,
E os versos das minhas poesias.
Um sentimento cheio de alegria,
Uma relação muito pura,
Sei lá... É algo muito lindo,
E muito bem-vindo.
Eu digo a você, July,
Nosso amor ainda é incrível,
Nem demos chance pra que desse certo...
E eu ainda o mantenho por perto...
Foi tão rápido e tão louco,
Tão... Sei lá...
Descrever é impossível.
Eu queria poder te tocar de novo,
Eu queria poder te chamar de meu amor,
Eu queria poder te deixar corada...
Eu daria qualquer coisa,
Pra poder fazer isso.
Quando acordo com você, July,
Esses são os dias em que eu ainda posso me sentir vivo,
Em que eu mal posso esperar pra sair lá fora,
E talvez esbarrar com você, por aí...
A gente vai ter que se reencontrar alguma hora.
Apesar dos buracos em minha memóra,
Eu consigo guardar coisas importantes,
E por isso eu mantenho você, July, na minha memória,
Pra que você me visite nos meus sonhos.
Romances inacabados atrapalham tudo,
Sei lá, é tudo tão complicado,
E eu tenho medo de você ter se apaixonado,
Por outro cara qualquer.
July, eu prometo a você,
Eu vou casar com você.
Eu acredito nisso,
Eu espero que isso aconteça...
Até lá beba os versos que componho,
São todos só pra você.
Veja como eu suspiro,
Não consigo viver tranquilo,
Não sem ter você...
E eu desejo, dar a você,
Pelo menos um ultimo beijo.
Porque você me destrata,
Você me conquista,
É sempre amor a primeira vista.
Eu te manterei presa na minha mente,
Mesmo que nossas vidas não sejam uma só,
Mesmo que tomemos caminhos diferentes,
Vou me lembrar em você constantemente.
Até nós nos encontrarmos novamente,
Até nós... Até que nós tenhamos outra chance,
Até que você seja minha July,
Eu sei que é muito complicado,
Mas eu nunca quis nada muito fácil.
É ódio, é amor,
É algo realmente muito forte.
Me faz bem,
Me faz pensar no futuro,
E me sentir seguro...
Tive muita sorte,
Quando conheci você.
Mas até lá,
Vou ter lembranças pra me inspirar,
Seus olhos deslumbrantes,
Seus sorriso sem jeito,
Seu beijo perfeito...
Eu roubei seu amor,
Eu sei que roubei,
Eu sou assim,
Não tenho limites,
Mas vocês me fez ser assim.
Queia saber tocar violão,
Pra te fazer uma canção,
Queria saber francês,
Pra me declarar na língua do amor...
Um dia quem sabe eu aprenda?
E conte pros nossos filhos,
Que seu pai é um vagabundo,
Mas a mãe deles é uma boa pessoa,
E que quase conseguiu,
Fazer o pai deles tomar rumo.
Por voê eu não bebo, eu não fumo,
Agora me dê um pouco de carinho,
Cative meu coração,
E nosso amor vai beirar a perfeição.
Hey July, July, July,
Você é meu nascimento,
Você é minha vida,
Você é minha morte.
Esperei até agora por esse sentimento,
E não vou desistir tão fácil.
Vou de ter...
Agora ou depois...
Não me importa muito...
O importante...
É o amor entre nós dois.
VIVER E SOFRER
São tantas coisas na vida que não consigo entender, uma delas é o destino que mim leva a crer, que já nascemos marcados pra ser feliz e sofrer, e por falar em sofrimento, posso mesmo acreditar, que mesmo sendo feliz agente chega a chorar, amando agente chora, feliz chora também, pois existe a duvida se nos ama o outro alguém! Porem fico a pensar, e queria mesmo entender, a vida de quem não ama como será seu viver? E nessas minhas duvidas, eu mim coloco em evidencia que vivo sozinho no mundo, vivendo sem lastimar, quase mim torno um vagabundo sem ter ninguém pra amar, já nos tempos de outrora, quando eu era enamorado, vivia muito feliz com um amor ao meu lado, mas nunca pensei que um dia pudesse ser desprezado, feliz no amanhecer, tinha planos para o futuro, sem saber que este amor vivia em cima do murro, e na felicidade da noite, era todo enamorado, sonhando sonhos tão lindos, mas eu estava enganado. São tantas coisas na vida que não consigo entender, vivia sorrindo das maravilhas, vivendo com este amor, mas o destino é cruel e não podemos desfazer, uns nascem pra serem felizes outros nascem pra sofrer.
Carlos Augusto. 12/06/14
Ninguém nasce pronto para abraçar o destino ou tornar-se adulto sem primeiro passar pelo rito constante das pequenas conquistas. O destino só se cumpre depois do aprendizado.
As pequenas coisas da vida são um imperativo. São elas que conduzem ao amadurecimento, vão moldando os traços da personalidade e, no final, ditam para onde vamos.
Nunca objetive nada
quando você não tem certeza.
Contar com a sorte
é fazer loteria com o destino.
Se sentir merecedor é vão
pois nada nos garante
que os mérito são exclusivos.
O amor não é uma pedra
que a teimosia tanto bate
até que se desabrocha.
A loucura do querer
é doente e danosa.
Somente a sensatez
é capaz de avaliar quando,
o vento sopra a nosso favor!
E se pudesse voltar para trás
e se pudesse evitar que fosses naquele destino que te levou para os céus
E se pudesse estar contigo, bem daí do alto,
Olhando com os nossos corpos moribundos
o jogo da vida como espectadores;
A dor me consome em cada dia que lembro que exististes,
A dor me consome em cada dia que olho o mundo e não te vejo
A dor me sufoca, grita sem voz, sangra sem sangue.
Os outros falam, especulam, dão palpitem na minha vida no livro da ignorância.
Cegos, que se conhecessem a mágua que cada um carrega no peito teriam vergonham.
Meus olhos não têm lágrimas meu anjo andante que me fizeste sentir a vida.
Meus olhos querem fechar-se de vez.
Meus olhos ficaram baços, sem brilho.
Meus olhos só valem para quem os vê como deve ser.
FADIGA
Nas curvas do meu destino
Quis fazer o meu caminho
Bem distante da circunstância
Havia a pedra, a distância
Entre nós a dor, o amor...
Queria tê-lo no momento
Mas meu lamento
Em prantos se tornou
Quando gritei teu nome
E o vento levou
Não vi seu rosto
Oh! Que desgosto
Essa terra santa
Bem que poderia iluminar essa hora
Nada corre, só fadiga
Fadiga por fome de querer
Estar, sonhar com você
Longe surge o prazer
Ah! Que bom seria
Se essas horas marcassem o dia
E o sol desse boa noite
Tu em minha cama dormisse
Assim essa distância não seria.
Essa história de destino
É conversa pra boi dormir
Quando se é livre pra escolher
Qual o caminho a seguir
Quando se tem sucesso
É talento,é esperteza, é tato
Mas quando dá tudo errado
O destino é quem paga o pato
Se faz tudo por status
Conveniência, posição
Sem ao menos escutar
O que diz o coração
Os caminhos que escolhemos
Para a vida, para o amor
Bem melhor decidiremos
Se confiarmos no Senhor !
UM CONTO "HOMEM SÓ, JÁ NÃO"
Homem deixado entregue ao seu destino
roto quase despido, tinha chorado, tinha gemido.
Já tinha fugido das responsabilidades, tantas vezes do tempo
Da verde eufórica mocidade, agora já na madura velhice
O gosto falso de uma caminhada dada na verde preguiça,
Onde quis fortalecer a fraqueza da solitária serra
Mora nos bosques repletos de diversidades, nos rochedos nas grutas
Com o seu fiel amigo, um lobo abandonado
Por um caçador repugnante que tantas vezes batia no lobo indefeso
Como nos cães que ele tinha e tem
Caçavam juntos o homem sem nome,
Ele não gosta nem de lembrar o seu passado
Apenas o presente numa terra agreste dura
Fugia das pessoas que o olhavam de lado chamando-lhe louco
Coitado diziam, mal sabiam
Que era mais feliz numa gruta na serra
Do que com um bom carro que tinha
Um Audi topo de gama, uma casa na zona mais cara de Lisboa.
Mas não era feliz, encontrou a felicidade quando o deixaram
O roubaram, entregue a si próprio no meio do Monsanto,
Roto quase despido e revoltado
Quando deu-se por ela era um sem abrigo triste e solitário.
Resolveu fugir da cidade para o campo
E foi quando começou a viver nas grutas das serras
Enfiados nos rochedos, nas fragas
Foi quando viu um animal quase morto cheio de feridas
Não deixava ninguém aproximar-se dele
Estava moribundo mas tinha garra
Afinal era um animal selvagem
Domesticado por um verdadeiro animal o seu dono
Um caçador que o tinha roubado à sua pobre mãe loba, coitada
Lentamente começou a aproximar-se, mas o lobo uivava
Ele com calma foi ganhando confiança
O lobo começou a baixar a guarda, estava tão ferido que metia dó
Mas devagarinho conseguiu aproximar-se dele
Tinha caçado um coelho selvagem
Coitado nunca tinha comido carne crua
Era repugnante dizia ele em pensamento, comer a carne crua
Mas o amor que ele tinha por aquele animal ferido
Era tanto que nunca tinha sentido por ninguém
Era uma mistura de sentimentos desconhecidos dele até então
Repartiram a carne entre os dois e a confiança estabeleceu-se
Ele conseguiu agarrar-se ao lobo que ainda o abocanhou
não o mordeu, aceitou o abraço de um homem que não conhecia
Afinal o antigo dono nunca o tinha abraçado
Só lhe batia como batia nos seus cães o caçador era um homem rude
Talvez sem instrução coitado não é desculpa mas enfim
O lobo tinha ganho um amigo, o homem tinha ganho
Mais uma razão de continuar o seu destino
Já não estava sozinho tinha um fiel amigo, o lobo.
Andam assim os dois pelas serras, montes
Bosques, rochedos, fragas e grutas do nosso amado Portugal!
O tempo não para, e um espírito livre, não para no tempo.Controlo o meu destino com a força do meu pensamento Dias sim, dias não, eu trilho o caminho do vale escuro da solidão
Mas eu não tô sozinho, tenho Jesus que me tira desse caminho
Não preciso da caridade de quem me critica e me detesta
Aprendi que de graça nessa vida é só mesmo injeção na testa
Não planejo o meu futuro, mais tento viver bem o meu presente
Eu não Fumo, não bebo e não me esqueço de ser consciente
Tudo na vida tem um preço, principalmente em busca da gloria
É o meu sofrimento diário, que vai me garantir no futuro a Vitoria eis que sou digno humilde e guerreiro com a bênção de meu senhor Jesus vou ser um grande engenheiro
Decidindo o destino alheio
Malba Tahan conta a história de um homem que encontrou um anjo no deserto, e deu-lhe água.
“Sou o anjo da morte e vim buscá-lo”, disse o anjo. “Mas como você foi bom, vou emprestar-lhe o ‘Livro do destino’ por cinco minutos; você pode alterar o que quiser”.
O anjo entregou o livro. Ao folhear suas páginas, o homem foi lendo a vida dos seus vizinhos. Ficou descontente: “estas pessoas não merecem coisas tão boas”, pensou. De caneta em punho, começou piorar a vida de cada um.
Finalmente, chegou na página de seu destino. Viu seu final trágico, mas quando preparava-se para mudá-lo, o livro sumiu. Já se tinham passado cinco minutos.
E o anjo, ali mesmo, levou a alma do homem.
Mas se teu olhar e o meu olhar não se encontrar
na imensidão da vida,
saiba que o destino também se engana
e a paixão mente que ama
com a Ingenuidade de um menino...
mas se o teu olhar e o meu olhar não se encontrar
que vou fazer com o luar,
que entra pelo zinco do meu barracão...
que vou fazer com as flores e poemas,
que escrevi no meu caderno,
que vou fazer com essa imensidão de amor?
mas se o teu olhar e o meu olhar não se encontrar
na imensidão deste desejo,
saiba, tem um beijo e um olhar a te esperar em outra dimensão...
Por que resistir às dores, às tristezas?
Por que resistir quando o destino descarrega toda sua crueldade sobre nós?
A vida é cheia de despedidas, de perdas. Então para que resistir?
Por que levantar todas as manhãs, mesmo quando não temos motivos?
Apenas pela fé. Fé em que resistindo, algo melhor virá.
Existe um momento, um segundo decisivo em que toda essa falta de sentido desaparece, evapora.
E o coração grita: Obrigado. Obrigado a mim mesmo por ter resistido.
minha morte parte do destino que me consome
de longe tristeza me domina profundamente,
todos detalhes meros de mais um dia.
despir meu sentimentos transpor os jeitos
maneiras de um ritual pagão...
transmorfo neste dimensão...
solidifica meus sentimentos...
sobre uma cripta devoro a alma...
numa literatura perdida nessa vida.
por Celso Roberto Nadilo
"Entendi que por mais que a gente planeje o nosso destino, ele sempre tem outros planos para nós;
Entendi que todo relacionamento é uma aposta e se a gente não apostar a gente não vive;
Entendi que a gente pode mudar sem deixar de ser quem a gente é;
Entendi que a vida é uma viagem e que o mais importante não é quanto temos no bolso… o que importa mesmo é a companhia, dinheiro é muito importante sim mas não é tudo."
Não sei se foi coisa do destino ou um pouco de sorte, sei que foi bom encontrar você. Me fez sentir algo que há tempos não sentia, contagiou com sua alegria, foi como se algo que me falta tivesse chego para me completar. Quando falo com você fico mais bobo do que sou, acho que pode chamar isso de felicidade.
Chegou assim de repente, coisa traçada do destino, mas parecia que já nos conhecíamos a anos, sei lá, quem sabe de outras vidas pode ter vindo tanta afinidade. Seus olhos me encantam, seu jeito me encanta, você me encanta de um modo geral.
Posso dizer que é uma jóia, pois é preciosa, e também linda.
Em leve pensamento até pensei em te roubar pra mim, mas não é preciso, porque sentimento assim não é preciso ser roubado, mas conquistado com tudo aquilo que se tem de melhor.
Quando agente é forçado a seguir um destino que nem imaginávamos e para ele somos atraídos de maneira irreversível, deixando fisicamente para trás, paisagens, situações e pessoas que insistem em ficar nas nossas boas lembranças e em nossos melhores sentimentos, penso que essa imposição, é para amadurecermos , porque lá na frente, em um futuro qualquer, tudo será como antes porém de maneira aperfeiçoada, não apenas para nosso deleite, mas para que sirvamos melhor e mais conscientes os ditames do Universo!
odair flores
Não acredito muito no destino mas acho que tudo tem um porque,
Uma razão maior que faz tudo acontecer,
Deus coloca a sua frente vários caminhos e você escolhe por qual seguir,
Que sonhos realizar, e do que deve desistir,
Pessoas se conhecem por acaso e se tornam grandes amigos,
A vida sempre nos surpreende, com seus truques mas apesar disso sempre encontra um jeito de nos fazer felizes....”
- Francisco Guisso.
Tie-break
Chegamos ao destino já no final de um dia de muito calor. De cara já percebi certo aspecto medieval na região.
Maria Luiza que dominava espanhol e se aventurava no inglês se encarregava de pedir informações. De Francês nenhuma palavra. Nem ela nem eu.
A ideia era vencer o percurso em trinta dias. Mas já no primeiro dia de caminhada sentimos que seria preciso muita resistência para buscar este objetivo.
À medida que subíamos em relação ao nível do mar parecia que ficava mais cansativo.
Eu olhava para a Malu, e lembrava-me dela reclamando do ponto que eu perdi no tie-break da final do campeonato de vôlei da liga.
Há muito nos tornamos amigos.
E nesta condição viajamos juntos. Mas nunca deixei de ter uma forte atração por ela.
Morena alta, cabelos longos, olhos claros e com a pele bronzeada chamava ainda mais minha atenção.
Falávamos para todos que éramos irmãos para facilitar as coisas. E, convenientemente, nos comportávamos.
Encontramos, naturalmente, gente de todas as partes do mundo.
A cada um dávamos a atenção possível. Era meio desconfortável ver as insinuações e os olhares pra cima da Malu. Mas ela sempre foi desenvolta e tirava até uma onda com os mais abusados.
Mulher decidida, bem resolvida, sabia que estávamos ali para fazer o percurso que dois anos antes começamos a planejar. Jogávamos na mesma equipe e trabalhávamos na mesma empresa isso tornou possível este planejamento sem muitos atropelos. Negociamos férias no mesmo mês. Verdade que não foi fácil à negociação, pois o setor ficou meio desguarnecido nestes dias.
Agora ali, vendo as paisagens lindas, apoiado pelo cajado e suportando a mochila nas costas estávamos felizes. Nestas horas percebe-se que dá pra viver apenas com o essencial. Era o que carregávamos nas mochilas, pois quanto mais leves melhor se suporta. Questão de resistência mesmo.
Terrível são as bolhas que se formam nos pés. Tínhamos esta informação e tomamos todos os cuidados, mas ainda assim não conseguimos evitar. O jeito era medicar sempre que estávamos nos albergues. Aliás, ficávamos nos públicos por uma questão de custos. Ainda assim eram melhores do que se podia imaginar. A diversidade de cultura acaba ajudando na aceitação de situações diferentes a cada dia, a cada hospedagem, a cada conversa. Tudo muito diverso que chega a encantar. É preciso despir-se de valores preconcebidos para poder entender a grandeza deste momento que também é cultural.
Tinha dias que eu via a Malu meio cansada. Olhar contemplativo. Olheiras enormes, contudo sempre bem humorada. Ela conseguia me manter equilibrado emocionalmente. Um feito para poucos em situações assim.
O mais interessante é que a cada momento eu me sentia mais atraído por ela. Às vezes parecia que ela também estava gostando um pouco mais do que só estar comigo e da minha companhia. Por outro lado a insegurança me impedia de tentar qualquer aproximação amorosa. Afinal éramos amigos que agora se apresentavam como irmãos. Uma coisa meio embaraçosa.
No final do primeiro dia, em St Jean Pied e Poit, ainda na França, ela tinha me dado um beijo no rosto que me marcou muito. Era um agradecimento por estarmos ali. Uma retribuição pelo carinho e atenção que eu dedicava a ela nesta viagem.
Mas confesso: Não esqueci o beijo.
O perfume dela me enchia de desejos. Mas nunca externei. Melhor não colocar em risco tudo o que projetamos curtir.
Trinta e cinco dias e oitocentos quilômetros depois, emagrecidos e meio exausto, finalmente avistamos a chegada. A ansiedade que aumentava a cada dia ficou ainda maior.
Foram incontáveis passos irmanados nestes dias. Visivelmente emocionada, Malu se aproximou e estendeu-me os braços e eu perguntei a ela com lágrimas nos olhos e voz embargada:
Quanto vale a realização deste sonho?
Chorando ela me abraçou e respondeu:
- Não sei, mas muito mais do que o ponto que você desperdiçou no tie-break.
Risos e choros se misturaram. Ela me apertava cada vez mais forte e gostosamente senti um arrepio percorrendo o meu corpo todo.
Inesperadamente beijou-me a boca.
Foi apenas o primeiro, mas entendi que valeu a pena cada metro feito no cansativo caminho de Santiago de Compostela.