Textos de Desilusão
Quando eu era jovem
Quando eu era jovem eu ouvia rumores de amores floridos, regados de beijos, encontros românticos, troca de olhares, noites abaixo do céu admirando as estrelas, cartas de amor perfumadas, jantares a luz de vela.
O tempo passa e a vida nos faz entender que o que parecia ser um filme romântico, na verdade não passa de ficção, longe do alcance das mãos, como uma tela pintada com as mais lindas cores, intocáveis e inacessíveis, pois não passa de uma linda tela de uma paisagem pintada a mão, imaginada por um artista sonhador de algum lugar que nem sequer existe.
O mundo te faz entender, de forma ríspida, a olhar a vida de maneira menos emotiva e sensível, levando com você, um pedaço de cada um que te feriu, como uma abelha que pica e deixa ali seu ferrão.
As feridas não são eternas, são fisiologicamente "curáveis", fecham com o tempo, mas a pele nunca mais é a mesma após um trauma. Ficam as cicatrizes, essas sim são eternas, uma forma de lembrar da dor que um dia te feriu e como o sistema imunológico te fazer resistente a esse corpo estranho chamado amor.
Muito difícil de entender o ser humano
Dizem que procura a felicidade, que querem ser feliz
Quando na verdade vivem do passado
Hoje tenho a certeza que pessoas gostam do que te fazem mau
Tem saudades das coisas ruins, saudades de sofrer
E ainda diz “ foi uma libertação”
Esquecer é deixar para trás, não lembrar, não tocar, não procurar
Muto menos recordar.
A desilusão te faz aprender a não confiar no que se vê
Mas na realidade das pessoas.
“Asas de cera, a certeza da morte e o sonho de Ícaro"
Ô vida arriscada, nossa quanta besteira, viver sonhando com a morte, sonhando em tocar a Estrela.
Estrela, linda Estrela, Estrela da minha cidade, arriscaria perder as ceras das minhas asas em busca de reciprocidade.
Estrela, bela rainha, se as ceras que colam as asas dos meus sonhos, suportassem só por segundos o imenso poder dos seus raios, arriscaria sonhar mais alto e nessa peça protagonizar.
Estrela, voar em direção aos raios, que chamo de braços, mesmo significando a morte, seria um prazer eterno, mas vivido em apenas segundos.
Chama-me Estrela, mais vale ser pulverizado pelo calor de suas entranhas do que viver no labirinto, onde as pedras dizem me amar.
Deixe-me queimar a cera das minhas asas e morrer feliz.
Estrela, há prazer em olhar para ti só de relance, ou através da parede de desilusões, pois o humano pode viver sonhando com o céu, é direito, mas não pode experimentá-lo ainda vivo.
Oh Estrela de beleza única e existência infinita, me perdoe em sonhar tocá-la, logo eu que tenho os dias possíveis de serem contados com as mãos,
Chama-me, quero ser dissolvido pela poeira do tempo, só por pensar em uma aproximação, mas, alegre em saber que se fosse possível tal acontecido, seria aceito.
Chama-me Estrela, os dias estão passando!
Se me chamar Estrela, ou quando o fizeres, e as ceras das minhas asas derreterem, isso, antes de atingi-la,
permita que o odor das minhas penas, queimadas por seu calor, se aproximem de ti, a ponto de confundir a quem pensar sobre o assunto,
não permitindo entender se foi meu cheiro que chegou a ti, ou seu raio que me tocou.
De qualquer jeito morrerei.
Sorte minha, Estrela, no labirinto mundano onde as pedras interagem, resta-me o risco de queimar as ceras das minhas asas na pretensão de a encontrar. Olha pra mim Estrela, pois a morte é certa.
Estrela, brilho da minha vida, não fuja, fique onde estás, pois quando as nuvens se interpuserem entre mim e ti, quero apenas a certeza que a conheci, e que você não está longe, está ali.
Sonhar é como ter asas de cera, se o destino não for bem traçado, não nos leva muito longe, ainda mais se o objetivo for o sol com apelido de Estrela. Mas porque não sonhar se a morte é certa?
Estrela seu mundo é frio, mas cheio de eventos diferentes, chama-me para aquecê-la, espero que minhas asas aguentem. Mesmo assim, ainda morrerei.
Estrela, seu amor é a cicuta que aspiro tomar, tudo pelo prazer de saber que, se ingeri-lo, morrerei, mas, se afastarem de mim esse cálice não sobreviverei.
SOFRENTE CANÇÃO
O tempo amarelou meu verso apaixonado
Porém, não afastou aquela ilusão sonante
Deixou o instante imaculado e no passado
De modo nostálgica a saudade sussurrante
E, cá, eu, pelas bandas desde meu cerrado
Com sensação no peito e emoção gigante
Tão distante, me vejo, num suspiro calado
Com uma faiscante aflição, tão devorante!
Que pena! Tudo parecia não ser engano
Teu olhar tinha o sonido dum suave piano
Trazendo aquele sossego para o coração...
Mas a poesia que aparentava mais sentido
Na privação o meu desejo tornou-se diluído
Em dor, em solidão e uma sofrente canção!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de agosto, 2022, 16’58” – Araguari, MG
Tudo passa... ou não.
Eu leio a Bíblia... e você me diz `Sinto muito, eu não leio... é muito complicada`. E eu digo: `Ao menos tente, experimente... quem sabe!!'
E você acena afirmativamente com a cabeça.
E eu espero, torcendo pra que aconteça.
E o tempo passa, você por mim mil vezes passa... mas pelo seu olhar, acho que nem passa pela sua cabeça sobre a Bíblia conversar.
E eu fico a esperar... e com Deus a conversar... e o tempo a passar.
Um dia uma decepção, noutro uma desilusão, noutro uma perda inestimável, noutro um doença quase incurável...
E eu a esperar... e o tempo a passar.
E eu com Deus a conversar... torcendo pra você O encontrar... ou Ele te (sei, tô misturando as pessoas verbais, beleza, o texto é meu e eu escrevo do jeito que quero) resgatar...
E o tempo a passar.
E você cada vez mais fugindo do meu olhar... e eu a esperar.
Esse dia nunca vai chegar?
...
E o tempo passa... e um dia você por mim passa e diz que passou a ler a Bíblia, mas continua tudo igual, tudo nebuloso, nada passou do negro pro branco... que eu havia insistido tanto... pra você tudo negro continuou... o mundo um lugar muito perigoso.... é o que passei a ver em seu olhar.
"Nós dois lemos a Bíblia dia e noite, / mas tu lês negro onde eu leio branco" (William Blake).
Será que é mesmo assim?
►Sofrendo a sós
Dizem que é muito difícil dizer adeus
Então não me diga, apenas se vire e vá embora
Leve consigo seus sentimentos, junto aos meus
Sentimos que tínhamos poucas horas
Só não imaginei que pediria a Deus para que você ficasse
Não pensei que iria doer tanto, meu peito chora
Quero me esconder, para que não vejas minhas lágrimas
Por quê? Te machuquei tanto assim? Que mágica
De repente me tornei ausente, como? Fiz de tudo para evitar sua partida.
.
O que tinha no bolso eu gastava, sem resistir
Tudo o que fiz foi para te ver sorrir
Tudo o que seus olhos cobiçavam, em brilho, eu comprava
Errei? Fiz tudo o que me pediu, me fez até desistir,
Do meu futuro, dos meus sonhos
Por que agora me maltrata?
Não te chamei de "anjo" o suficiente? Quer mais o que de mim?
.
Pensei até em me desfazer do que tenho,
Para te dar aquele vestido caro, e chique
Ou aquele tênis, que acabou custando mais de quinhentos
Tudo para saciar sua avareza e soberba, que ainda existem
Perdoe-me se não estive presente em alguns momentos
Eu estava me esforçando para satisfazer seus caprichos, foi por isso
E, mesmo que eu já tivesse sido alertado pelos amigos
Estou morrendo por dentro em te ver abrindo a porta
Burrice? Talvez, mas, não escolhi por quem eu iria me apaixonar
Agora choro, por não querer ficar sozinho, na copa.
.
Como faço agora?
Começo apagando as nossas fotos?
Como que eu faço agora?
Ver se restou algo aqui que seja nosso?
Nunca fiz isso
Como que faço para não ficar chorando?
O meu rosto está bastante molhado
Como faço? Como paro de ficar soluçando?
.
O que faço com os textos que escrevi para você?
Devo queimá-los em sinal de como me sinto ao te ver partir?
Sinceramente, não sei como vou dormir, se conseguirei adormecer
Eu lutava tanto por um mundo ideal para ti
Por que não me compreendeu? Tinha tanta raiva assim do meu ser?
.
Acho que sei porque machuca tanto
Nunca amei e beijei alguém antes de te conhecer
Já te falei isso uma vez, não construí bem os meus planos
Acho que foi isso, mas, está doendo, muito mesmo, para valer
Sinto que não serei digno de mais ninguém, e agora, o que fazer?
Já não sei mais escrever "te amo", sem me sentir só aqui
Quero aquele abraço de novo, daquele carinho raso que me dava
Mas, agora que você se foi, ficarei infeliz, escrevendo nada de bom
Faça com que passe logo, Deus, por favor, não aguento muito mais
Não quero existir, mas também não quero mentir dizendo que estou bem,
Em alto e bom som, por que só estarei disfarçando minha dor
Jamais pensei que me sentiria assim, enquanto meus sonhos foram sepultados
Mate-me, carrasco, corte essa cabeça que tanto dói, antes que eu faça algo pior.
Há momentos
Há momentos que me tenho só.
Há momentos que me tenho rodeado.
Há momentos que mesmo querendo subir... desço.
Há também aqueles que subo sem esperado.
Tem dias que me sinto amado.
Tem dias que me pego pensando sem pensar.
Outros apenas desesperado .
Há momentos que me impera desilusão.
Pois percebo que a maioria só está por ambição .
algumas amizades com lealdade,
outras com apenas validade.
Como em uma canção.
Há momentos que me auto consolo.
Pois prefiro estar solo,
Há provar outrora o sabor desilusão.
Sou como uma rosa a quem arrancaste as pétalas e deixaste os espinhos
Entre nos ja não ha dialgo nem troca de carinhos
So berros e discussoes e é disso que eu estou farto
Deprimido , fico fechado no meu quarto
A relembrar os nossos bons momentos, confesso cai uma lágrima
Como eramos felizes e nos tornamos uma lástima
Tento seguir mas nao me sais do pensamento
Palavras sao como folhas , voam com o vento
Se era amor não resultou, se nao era sinto-me enganado
Porque para dizer coisas que nao sinto prefiro ficar calado
Deixei de te amar
Não consegui esquecer o que você fez
e por isso é melhor eu ir embora
e fique sabendo que desta vez
não tem volta como outrora
você fez de tudo para me machucar
me desprezou, me humilhou
me fez viver só para chorar
não sei mais o quanto magoou
Agora eu quero ver você sofrer
e não adianta vir para mim chorar
pois nunca mais vou te querer
eu sofri, mas deixei de te amar
agora sei que você quer meu perdão
mas não quero nem te ouvir
você só causou desilusão
para longe de você eu quero ir.
A Lâmina de Petélia
do tal orfismo real
ao lado do meu cipreste
que, alvo, me transpariza
e faz-se Manancial
do qual não bebo, sou puro,
nem sei fazer sacanagem
sem ter temor e vergonha
de ver do lado do muro
o escuro vão da blindagem...
Vendi barata a canção
queria comprar maria
e o crápula me dizia:
teu nome vai ficar lá.
Bebi da Fonte que, fresca,
até me deu novo alento
e mesmo assim me matou
de tanto horror e tormento
bem mais que antigos dragões,
dos quais meu ser se entocou.
Não eram bons guardiões
pra mim rebento da Terra
e desse céu que me encerra
a mente, assaz, estrelada
a boca tão ressequida,
a vida quase sem brida
e sede maior que a vida
a toa, a troco de nada...
Morreram junto a memória
e os niños del candelária...
Já passou
Tudo aquilo se foi a tempos
Foi muito difícil te esquecer
Cheguei a pensar que jamais conseguiria
Trilhei caminhos tortuosos que me levaram a lugar algum
Disse coisas que jamais deveria ter dito
Fiz coisas que jamais deveria ter feito
No que pensava? O que queria?
Via beleza onde não havia
Via encantamento em armadilhas
Via doçura no amargo
Via luz na escuridão
Via sentimentos no vazio
Via sentido na loucura e no caos
E tudo aquilo por nada
Por uma causa indigna
Mas já passou
Carrego profundas marcas
Que não doem mais. Cicatrizaram
Restam-me o orgulho ferido e a
sensação de que levei tempo demais em tudo aquilo
Se foi difícil te esquecer o perdão a mim mesmo é ainda mais
É o que tento agora
A razão destas palavras
Ah, belas colegas de trabalho! Nunca tive problemas com isso até tudo mudar com olhares provocadores vindos de uma delas. No início nada demais mas aquilo de alguma forma me afetou e com o tempo a coisa foi aumentando até se tornar uma enorme armadilha. Naquela altura nada mais importava. Só pensava nela!
Tomado por sonhos, ilusões e irracionalidade arrisquei tudo e me abri. “Desculpe mas sou muito feliz no meu casamento!”, disparou de volta com impressionante frieza.
Mal comecei a recolher os cacos veio outro choque ainda pior: percebê-la se atirando nos braços de um funcionário bonitão recém-chegado. E como nada é tão ruim que não possa piorar, por alguma obscura razão ela parecia fazer questão de expor a relação extraconjugal pelos corredores da empresa de forma sutil e dissimulada. Com isso era obrigado a assistir passivamente aquele circo dos horrores como o último dos homens.
No entanto, paralelamente me acontecia o imponderável. Uma das vagas de estágio da empresa foi ocupada por uma jovem de cair o queixo. Alvoroço entre a moçada! E para surpresa minha não demorei a notar olhares desta vez vindos dela. Da nova estagiária! “Ah, não! Não vou cair nessa novamente!”. Decretei a mim mesmo.
No dia a dia procurava manter uma relação cordial de trabalho com ela. E os olhares persistiam. Não tínhamos muito contato. No início parecia gostar e se divertir com nossas poucas conversas. Com o tempo os olhares se intensificaram. Passaram a trazer aflição e dor. Mas nunca passou disso. Mesmo tentado nada fiz. Não depois da dura lição que aprendi. Ela, por sua vez, se manteve resignada.
Assim, o tempo passou, o período de estágio terminou e ela se foi enquanto eu recolhia os últimos cacos da situação anterior de onde, curiosamente, os olhares provocadores jamais cessaram.
Eis que tempos depois me deparo com o perfil da antiga estagiária numa Rede Social. Linda como nunca publicava fotos de tirar o fôlego. E lá topei com antigas postagens que me deixaram perplexo! Narravam coração partido, sofrimento, luta e superação do mais difícil momento de sua vida em suas próprias palavras. Postagens feitas logo após o término do estágio onde deixavam claro o orgulho na superação de uma situação tão difícil.
No entanto, o tempo passa e tudo fica para trás.
Hoje, da primeira trago na alma uma cicatriz disforme. Daquelas onde a pele se torna insensível além de um certo amargor na boca.
Da segunda guardo com toda a ternura a lembrança.
Além disso, carrego ainda sentimentos difusos difíceis de processar.
É duro admitir que não sou a fortaleza que pensava ser.
Me envergonho por fraquejar e entregar meu coração a quem nunca o quis e me entristece não poder entregar a quem tanto o desejava.
Mas o que mais me dói foi perceber que meu casamento não é tão sólido quanto imaginava. Que minha mulher, até então o grande amor de minha vida talvez não tenha mais a porção de meu coração que lhe cabe.
No entanto, penso que nossas vidas e sentimentos se entrelaçaram para aprendizado mútuo. Por isso sinto que devo me curvar e aprender com ambas as situações.
A primeira me ensinou pela dor, a segunda pelo amor. Uma me escancarou fragilidades, me ensinou a não cultivar ilusões e a não desviar de meus propósitos. Outra me mostrou o caminho da superação, força, caráter e hombridade
Duas mulheres tão diferentes!
Aaaah! Já ia achando que eu ia viver uma linda história de amor com a belíssima estagiária? Digamos que se eu fosse uns 15 anos mais novo e descompromissado certamente a convidava para sair
“Creio que, para mim, é mais fácil escrever um romance, do que de fato viver um. Pois a personagem do romance, só sentirá a dor de perdê-lo quando você a escrever. Ela só sentirá a alegria de vivê-lo, quando você a escrever para ela. Acredito que é por isso, que prefiro escrever sobre viver um romance, do que fato, tentar me arriscar lançando os dados à sorte, esperar pelo acaso, ou sair à procura do desconhecido.”
Eu desisto do amor!
Não posso mais me permitir acreditar em amor
Não posso mais acreditar em alguém
Não posso entregar mais meu coração
Isso não é um livro de romance, não existe um para sempre
Isso não é um filme de romance, não existe post Twist na vida real
Meus olhos não vão mais brilhar ao te olhar
Meu coração não vai bater mais forte ao pensar em você
Não vou pensar em você
Não posso pensar em você!
Isso está doendo muito mais do que pensei que doeria...
Eu só queria ser amada e amar
Por que tudo isso está acontecendo comigo?
Todas as vezes que eu amo, fico indefesa.
E já me machucaram o suficiente para mil séculos...
Eu não consigo mais...
Não consigo vê beleza no sentimento que chamam de paixão.
Não consigo sentir leveza no sentimento de amor.
Stefany Carvalho ( escritora de Superlativo)
Livro: Superlativo.
Menina dos olhos castanhos, cadê o brilho dos seus olhos?
Menina da voz bonita, cadê a sua voz?
Menina com lindas histórias, cadê seu entusiasmo para contá-las?
Menina feliz, cadê o seu sorriso sincero?
Menina bondosa, Porque é tão cruel consigo mesmo?
Oh menina
Cadê sua esperança?
Pequena menina, aonde você está?
Eu morri.
A felicidade passou por mim e se despediu. Disse que havia um lugar aonde ela precisava ir e nunca mais voltou.
Meu sorriso se foi, prometi nunca escondê-lo. Todavia, não há motivo para sorrir.
O meu brilho se foi, se perdeu em meio à dor.
A minha voz ninguém quis escutar, então apenas me calei.
As minhas histórias se tornaram repetitivas, ninguém mais suportava ouvi-las. Então parei de contá-las.
A esperança passou por mim, ela disse que não havia lugar para ela ali.
Oh, pessoa atenciosa.
A menina que conheceu morreu.
Não se sinta mal, ninguém conseguiu se despedir dela. Ela partiu sem dizer adeus.
Escritora: @stefany_book
O que resta?
O que resta escrever? Senão aquilo
que é o que não deve ser?
Porque o coração ainda
bate mas não sinto ferver
E o olhar que tinha já
não é possível manter
O que resta pensar? Que eu vivi uma
enganação onde eu queria estar?
Onde um conto de fadas é melhor
do que nada para contar
Onde os sentimentos existem mas
não é possível expressar?
O que resta falar? Pois as palavras
estão machucando em vez de curar
Quando a expectativa de acabar é
maior do que a de ficar.
Seria a distância a
única a nos ajudar?
O que resta chorar? As lágrimas de
um covarde que preferiu não olhar?
Que se quebrou em tantas partes
apenas para poder provar
Que eu era o suficiente mas
não sabia como te amar
É divino
É divino
É o único meio de nos salvarmos
É o que une as pessoas
É o destino e nossa remissão
Grande falácia dos que gozam dele
Não pressupõe a redenção e a angústia
Ou evoluímos pela dor ou pelo amor
Mentira
O destino do amor é a dor
Em seu pote de ouro descubro a indiferença
Você criou Deus para amar associando o apenas a qualidades
Para que esse amor não seja questionado
Para que esse seu maior amor não se prove dor
E exige que eu ame os humanos
Tão superáveis em seus defeitos
Imersos em soberba e ilusão
Dançando a coreografia dos enganados
Drogados em um delírio social
Amai ao próximo, Ele disse
Já era de Seu conhecimento o caminho de pedras dessa prova
Averiguei entre meus botões que
o espetáculo se encerra quando, de tanto sangrar, o amante desbotou, findou-se
Agora ame o imperfeito
A deformidade de caráter
O desarranjo de estima
O suicida
A persona non affidabile
A desequilibrada
O falido dos anos 80
O adoecido que rasteja perdido
O prófugo de sua dileção
Aquele que nunca devolverá a mica
Você pode viver em busca da fortuna
Pode até querer morrer se falhar
Mas o que mais te rasgará a alma será o amor
Romantizem a família, a união, a igreja, a caridade, a saudade, a morte e a vida
Sempre tem um derrotado para acreditar
Eu, não
Se um dia um parvo romantizar o amor em minha presença
Dou lhe lágrimas e brado desesperado
Coragem para enaltecer o mais cruel dos sociopatas
Aquele que te jura abrigo em cárcere privado
Aquele que acaricia atravessando sua fortaleza
Que te jura sigilo aos segredos para que ele mesmo os use contra você
Que ludibria uma, duas, três…
Tudo em seu nome - em nome do amor
Seria ele tão carrasco
Ou só profanam teu nome?
Não sei
Pois até esse instante fiz sofrer e sofri
Pensando que era amor
Será que eu não sei o que é amor ou
Seria ele essa lástima em minha vida?
Tem como amar errado?
Pronto, já podem voltar a romantizar o amor
Sem sua dor e loucura não vejo sentido na existência
Mesmo sabendo dos efeitos colaterais
Abusamos dessa droga
Burra, burra, burra…
Das duas metades são repletas de mais do mesmo
E ele gera entrega, cegueira e afeição
Promove empatia patológica e perdoa aos prantos
Meu medo é que seus fiéis costumam se matar
Mas se alguém descobrir por mais do que viver
Me avisem
Se um amigo não é capaz de compreender o seu silêncio, o seu momento de recolhimento, suas escolhas dos dias difíceis...
Se você tem sempre que estar se explicando, se doando, tomando cuidado para tal pessoa não se magoar...
Se a outra parte te destaca apenas quando você 'perde', e quase nunca quando você ganha...
Esse laço se torna exaustivo a tal ponto que; desmotivados, naturalmente começamos a deixar essa amizade se dissolver. Se evaporar.
Igualmente vale no Amor.
E talvez, inclusive, seja a mão do Destino.
É doloroso e cansativo esperar um "Eu te amo" que não é falado, um abraço que não é sentido, o beijo que não é dado, o afeto que não é recebido.
Como dói amar e não ser correspondido, orar e não ser atendido, esperar em vão por não ser iludido.
Vontade eu tenho de esquecer tudo isso, de jogar tudo fora, de deixar de ter emoção, de ser pra sempre somente eu comigo, pois mais nada faz sentido. Está tudo vazio.
Eu gostaria de ser feliz, mas acho que felicidade, não é pra mim.
Em um simples passo
Em um passo
Passo o tempo
Em descompasso.
Passo o vento,
O silencio, o espaço.
Flores imaginárias
Extraordinárias, exuberantes
Pena, solitárias
Passo a chuva,
O frio, calor,
Ardor e paixão,
Em desilusão.
Tudo isto passo
Na distância tranquila,
Imutável.
De um passo.
Outro poema dedicado a Léa, passageira de meus pensamentos e emoções.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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