Textos de Capacidade
" Se um dia quiser me encontrar, me procure no seu passado, me procure quando eu tentava falar com você, tentava fazer a relação dar certo, aquele que tanto tentou, aquele que tanto insistia, aquele que quando passou mal eu estava do seu lado, quando quiser me encontrar, lembre da sua escolha fria que foi a antiga vida, falava tanto de "tempo certo" e não teve a atenção de ver que o tempo certo tinha chegado e era hora de se desfazer das coisas antigas, o homem que tanto amou-a e você destratou dia após dia, o colocando em último lugar, saiba que nesse mundo dinheiro,prata,carro,festa, contatinhos, isso é ilusão, pois no final o que vale é quem estará ao seu lado na velhice" JP
josé pedro de carvalho alves da silva
saudades
Saudade é um sentimento profundo, que nos acompanha em cada lembrança e em cada canto da vida. Há cinco anos, recebi uma notícia que mudaria o curso da minha história, trazendo à tona uma saudade que nunca se apagará. Lembro-me da dor da perda, que se entrelaçava com a gratidão por ter tido a oportunidade de conhecer alguém tão especial.
Ela não foi apenas uma avó; foi uma mãe, uma melhor amiga. Louri Mendes, minha guerreira, sempre esteve ao meu lado, enxugando minhas lágrimas e compartilhando risos. As memórias que guardo são tesouros que aquecem meu coração: os churrascos que fazíamos, as conversas regadas a cerveja, e os momentos em que seus olhos brilhavam ao assistir a procissão de São José de Ribamar.
Recordo das noites em que esperávamos pela grande romaria, enquanto corríamos até o bar Dayane para tomar umas latinhas. A alegria era contagiante, e a fé que ela tinha em Deus, uma luz que iluminava nossos caminhos. Ela sempre pedia por todos da família, unindo-nos em preces e risadas.
Hoje, ao olhar para trás, sinto sua falta em todos os sentidos. A saudade aperta, mas também me lembra do amor que tivemos. Nunca poderei esquecer os momentos que compartilhamos, as lições que aprendi e o carinho que ela sempre demonstrou. Minha mãe, minha rainha, você continua viva em cada lembrança, em cada risada que ecoa na minha memória. A saudade é profunda, mas o amor que sentimos é eterno.
09/09/2024
Um sonho distante, em silêncio a brilhar, nos corações e na mente fazia morada sem parar. Laura, o desejo que o tempo guardou, até que em amor, a vida te chamou.
Era sonho, da dinda , do papai , da mamãe e dos irmãos, promessa, doce ilusão, hoje és realidade, puro coração.
Cada sorriso teu é um milagre a cada amanhecer, és a razão de todo o nosso viver.
De sonho a verdade, vieste pra ficar,Laura, estrela que o céu, a Terra quis presentear.
És o presente que a vida nos deu, minha afilhada, o sonho mais lindo que se realizou e cresceu.
Eu cansei de querer quem não me queria.
Cansei de dar carinho para quem não merecia.
Cansei de ser bom e não ser valorizado.
Cansei de dar amor e não ser amado.
Não quero, mas fazer o bem para quem só que me fazer mal.
Não vou mais querer colocar uma virgular onde deveria ter um ponto final.
Eu já me doo, eu já fui inocente, mas hoje eu sei e eu avisei que cansaria e eu cansei.
A Penumbra do Âmago Melancólico.
Novamente volto à penumbra, um local onde meu âmago melancólico, que um dia virá a ser eu novamente, como uma força brutal da natureza, me obriga repetidamente a ser aquilo que mais me causa náuseas. Essa força me compele a contemplar gritos tenebrosos presentes em signos e códigos indecifráveis que ecoam aflitamente na imensidão oca que habita em mim.
Em vão, tento buscar uma alternativa, mas como Drummond disse, "os muros são surdos". Sinto-me forçado e aprisionado em um quarto decaedro que me puxa em direções opostas o tempo inteiro. No centro desse quarto, onde os gritos dão espaço ao vácuo, aquele ser tão deplorável dá lugar a apenas uma imagem: o "POR QUÊ?".
Mas meu caro Filósofo, afinal quem é DEUS?
- Meu discípulo, encerre a pessoa de DEUS em uma única palavra: DEUS!
- Como assim, Filósofo?
-Você querendo qualificar DEUS com palavras, estarás apenas diminuindo-O.
DEUS não é bom, DEUS é DEUS!
-Ainda não entendi...
-Não são palavras ou títulos que O qualificam, entendeu?
Mas, contudo, se o adjetivo é dar a qualidade ao sujeito, o sujeito e os adjetivos de DEUS se encerram apenas em uma só palavra: DEUS!!!
Talvez não seja apenas uma questão de fé e, sim, ainda a surdez e a cegueira!
Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.
Mateus 13:15
Não há duas vezes o mesmo algo no original.
As leis naturais respeitam a lógica.
Assim a vida na sua singularidade,
É uma só e , se morta, já não voltará a existir.
Requer-se portanto, necessariamente, a sua eternidade;
Quem dera eles fossem sábios! Que isto entendessem, e atentassem para o seu fim!
Deuteronônio 32:29
●História 1: O Professor Que Se Faz de Inteligente
Dois alunos, Lucas e Pedro, saem da escola após mais um dia de aulas. Eles caminham juntos, discutindo sobre o que aprenderam.
■Lucas: "Cara, a aula do professor Ricardo hoje foi muito difícil de entender."
●Pedro: "É, ele sempre usa palavras complicadas e nunca explica direito. Parece que ele só quer mostrar como é inteligente."
■Lucas: "Pois é, ele passa a impressão de que sabe muito, mas eu saio da aula sem entender nada."
●Pedro: "Também sinto isso. Acho que ele se preocupa mais em parecer inteligente do que em realmente ensinar a gente."
■Lucas: "Exato. A gente precisa de um professor que nos ajude a entender as coisas, não alguém que só quer se mostrar."
■ História 2: O Professor Que Ensina
Dois alunos, João e Carlos, saem da escola após mais um dia de aulas. Eles caminham juntos, discutindo sobre o que aprenderam.
■ João: "Cara, a aula do professor Marcelo hoje foi incrível!"
● Carlos: "Foi mesmo! Ele explicou tudo de um jeito tão claro e prático. Eu aprendi coisas que vou usar para o resto da vida."
■ João: "Eu também! O professor Marcelo se preocupa tanto em nos ensinar de verdade. Ele não fica tentando se mostrar inteligente, ele realmente quer que a gente entenda."
● Carlos: "É, ele ensina de uma maneira que faz a gente pensar e aplicar o que aprendeu. Isso é o que faz a diferença."
■ João: "Com certeza. É bom saber que temos um professor que realmente se importa com nosso aprendizado e nosso futuro."
Pense em qual aula você escolheria participar? Aquela em que o professor se preocupa mais em parecer inteligente do que em ensinar, deixando os alunos perdidos e desmotivados? Ou aquela em que o professor ensina de maneira clara e prática, proporcionando aprendizado para a vida toda e inspirando os alunos a aplicarem o conhecimento no seu dia a dia?
A vida é feita de escolhas!
A escolha é clara: opte por um aprendizado que realmente faça a diferença na sua vida!
Hoje, a ciência moderna valida o que os antigos já sabiam: nossos pensamentos afetam nossa biologia.
A neurociência comprova que padrões mentais geram:
• Liberação de hormônios (ex: cortisol em pensamentos negativos)
• Alterações imunológicas
• Reações fisiológicas coerentes com o que imaginamos
Em resumo: tudo que você pensa e sente se transforma em forma — no corpo, na fala, no destino.
Do livro : O Mundo Dentro: A Lei da Mente que manifesta Todas as Coisas
(Um despertar definitivo para a alma consciente) - Nina Lee Magalhães
A neurociência mostra que o cérebro ativa as mesmas regiões ao imaginar e ao vivenciar algo.
Isso significa que, ao imaginar um sucesso, uma cura ou uma conquista, o cérebro reage como se aquilo já estivesse acontecendo — liberando dopamina, serotonina, fortalecendo circuitos neurais.
Do livro: A Lei da Mente que manifesta Todas as Coisas
(Um despertar definitivo para a alma consciente) - Nina Lee Magalhães
Na escola da alma, a dor não é punição — é convite ao despertar. O que chamamos de crise, desordem ou colapso pode ser, na verdade, o parto de uma nova versão de nós mesmos.
Do livro: O Mundo Dentro: A Lei da Mente que manifesta Todas as Coisas
(Um despertar definitivo para a alma consciente) - Nina Lee Magalhães
“Filha das Estrelas”
Nasceu do silêncio entre as galáxias,
tecida por constelações e sussurros de estrelas.
Clara é ponte entre mundos:
dança com os pés na terra
e o coração ancorado no infinito.
Sua pele carrega o pó do cosmos,
seus olhos refletem o azul de dimensões ocultas,
e sua presença… acalma, expande, desperta.
Onde passa, brota luz.
Onde toca, floresce vida.
Ela é sopro de cura,
é lembrança do que somos antes do esquecimento.
Não veio ensinar —
veio relembrar:
que somos todos feitos da mesma centelha,
e que amar…
é a maior tecnologia da consciência.
Título: O Conclave: “A Eleição do Novo Sumo Pontífice”
Autor: Fernando Luis de França Cutrim Mendes
Filósofo, Teólogo e Educador.
Resumo:
O processo de escolha do novo Sumo Pontífice, conhecido como conclave, é um evento de grande importância para a Igreja Católica e para a sociedade como um todo. Este artigo busca explorar as dimensões históricas, teológicas e sociais do conclave, destacando sua relevância no contexto contemporâneo.
1. Introdução
O conclave é um rito que remonta à Idade Média, onde os cardeais se reúnem para eleger o novo Papa. A palavra "conclave" provém do latim "conclavem", que significa "fechado", referindo-se ao fato de que os cardeais são isolados do mundo exterior durante o processo de votação. A importância deste rito vai além da escolha de um líder religioso; ele reflete questões de poder, espiritualidade e a busca por um guia moral em tempos desafiadores.
2. Contexto Histórico
Historicamente, o conclave remonta ao século XIII, um período marcado por profundas transformações na Igreja Católica e na sociedade europeia. A crescente complexidade e a urgência das necessidades e expectativas dos fiéis levaram à busca por um processo eleitoral mais eficiente e transparente para a escolha do novo Papa. Assim, no conclave de 1274, foi estabelecida a prática de reunir os cardeais em um ambiente fechado, isolando-os do mundo exterior até que uma decisão fosse alcançada. Essa medida visava garantir que os cardeais pudessem deliberar em um espaço de reflexão e oração, longe de influências externas, reforçando a sacralidade do ato (González, 2018).
Desde aquela época, o rito do conclave passou por diversas reformas, cada uma delas refletindo as necessidades emergentes da Igreja e a evolução da sociedade. Essas adaptações não apenas moldaram a forma como os cardeais votam, mas também enfatizaram a importância de se considerar as vozes dos fiéis em um mundo em constante mudança. O conclave, portanto, não é apenas um evento histórico, mas um reflexo das dinâmicas sociais e espirituais que permeiam a vida da Igreja ao longo dos séculos.
3. Aspectos Teológicos
A eleição do Papa é um ato carregado de significados teológicos. De acordo com a doutrina católica, o Sumo Pontífice é considerado o sucessor de São Pedro, o apóstolo a quem Cristo confiou o cuidado de sua Igreja. Essa crença confere ao conclave um caráter sagrado, onde os cardeais invocam a orientação do Espírito Santo para tomar uma decisão que impactará milhões de fiéis em todo o mundo (Ratzinger, 2005).
4. O Conclave na Era Contemporânea
Nos dias atuais, o conclave se depara com uma série de desafios inéditos que refletem as complexidades do mundo contemporâneo. A globalização, com suas interconexões e intercâmbios culturais, juntamente com a crescente diversidade de opiniões e experiências dentro da comunidade católica, exige que o novo Papa não apenas honre as tradições da Igreja, mas também se engaje ativamente em um diálogo construtivo sobre questões urgentes que afetam a sociedade.
A eleição do Papa Francisco em 2013 representa um marco significativo nessa trajetória. Sua escolha não apenas simbolizou uma renovação no estilo de liderança papal, mas também refletiu uma mudança de paradigma na abordagem da Igreja em relação a temas contemporâneos, como a justiça social, a proteção do meio ambiente e o cuidado com os marginalizados (Horsley, 2014). Ao adotar uma postura mais acessível e inclusiva, o Papa Francisco tem incentivado uma nova forma de pastoral que busca integrar as vozes de todos os católicos, reafirmando a relevância da Igreja em um mundo em constante transformação. Essa nova dinâmica apresenta um convite para que a Igreja não apenas responda às demandas atuais, mas também se torne uma força propulsora de esperança e transformação social.
5. Implicações Sociais
A escolha do novo Sumo Pontífice carrega consigo profundas implicações sociais que vão muito além dos muros da Igreja. O Papa é amplamente reconhecido como uma figura moral de grande influência, e suas posições em relação a temas cruciais, como justiça social, direitos humanos e questões ambientais, têm o potencial de moldar a opinião pública e impactar políticas em diferentes países.
Nesse contexto, o Magistério da Igreja, liderado pelo Papa, emerge como uma voz ativa e relevante nas discussões globais, promovendo uma visão de solidariedade e compaixão que ressoa com as necessidades urgentes da humanidade. O Papa, ao abordar esses temas, não apenas reafirma a missão da Igreja de ser um defensor dos marginalizados, mas também convida todos a refletirem sobre suas responsabilidades éticas e sociais. Assim, o impacto das orientações papais pode ser visto como um chamado à ação, que busca não apenas transformar a Igreja internamente, mas também inspirar mudanças significativas na sociedade em geral (Benedict, 2011). Essa interseção entre a moralidade e a política torna a figura do Papa uma força vital na construção de um mundo mais justo e equitativo.
6. Conclusão
O conclave, como rito de eleição do novo Sumo Pontífice, é um evento que transcende a Igreja Católica, ressoando em esferas sociais, políticas e morais. Em um mundo cada vez mais complexo, a escolha do Papa representa uma oportunidade de renovação e esperança para muitos. À medida que a Igreja se adapta aos desafios contemporâneos, o conclave permanece um símbolo de fé e responsabilidade.
Referências:
- BENEDICT, R. (2011). Justiça e Paz: A Visão Social da Igreja. São Paulo: Paulinas.
- GONZÁLEZ, J. (2018). História da Igreja Católica: Da Antiguidade ao Século XXI. Rio de Janeiro: Editora Loyola.
- HORSLEY, R. (2014). O Papa Francisco e a Igreja do Futuro. São Paulo: Editora Vozes.
- RATZINGER, J. (2005). A Igreja: Uma Comunidade de Fé. São Paulo: Editora Planeta.
Via Dolorosa
Sigo o trilho do meu ser,
Sem querer ser nem saber
O que me ha-de prover.
Munido de cobardia,
Arde em mim o adágio.
Propender que não agia,
Juiz pobre do ser,
Encostado à lombada
Julgava ter carácter
E menção para contender.
Certezas à chumbada,
Injustiças solver,
Casos vindos do nada,
Que o soldado na parada
Jurou não mais combater.
Sofrimento rio em que nado
Rumo à margem ansioso e crente.
Escapa-me da mão o tronco pendente,
De tanto nadar contra a corrente.
Rio que me lavas a vida,
Cada vez que engulo o vazio
E encharco meu pulmão doente.
Mas não desisto da braçada,
Escapa-me a margem à tangente,
Miro-a daqui enquanto trago água.
Miragem que é sinal de fumo,
Onde o apache escreveu resumo,
Da minha ofegante falta de coragem.
Padecem-me as forças,
Deste rio me inundo.
Sinto com a pontas dos dedos
Os seixo e lodo no fundo.
Dura pedra, vil mensagem,
Culminar esta viagem
No barranco da mesma margem.
Pois do profundo trouxe pedras.
Da peleja não mais miragens.
Das pedras o saber de aprendizagens.
Reconheço no vazio
Um sentir contra o sentido,
Pois não fora outrora um prodígio
E talvez nunca serei um ser bem entendido!
Entimema
Castelo que reflecte o azul,
Cidade vazia que daqui te vejo,
Do chá que tomo fervido no bule.
Sou eu homem que daqui praguejo,
Palavras que das pedras do castelo escorrem,
Que de tão bela que és exercito delas solfejo.
Escore-me da vista da janela o mirar,
Cidade vazia do teu pro meu praguejar,
De onde não mais sou capaz de tragar,
A camomila do meu chá em desgosto só posto.
Sou só porte aqui sentado a tentar solfejar.
Canto pra paralelos rijos que orvalho faz brilhar.
Oh cidade na minha prima esta que foste bera.
Oh cidade que deambular-te tanto eu quisera.
Oh cidade despida de tudo menos da quimera.
Que outorgas tu agora passeios de ninguém,
Por ti na calçada não mais cruzo rostos,
Rostos não cruzam mais por mim também.
Silencio profiláctico na noite em desgostos,
É bera forma de palavra austera que a pedra tem.
No vago e no vão e até no vagão parado,
O carril de ferro é frio pois não mais lá travo,
Não mais lá vejo a engrenagem que faz a viajem,
Que transporta o frenesim que eu outrora ouvia sem fim.
Pregões a vender maresia do outro lado de lá da margem,
Janela onde eu estou só, minha vista alegre arria em mim.
Agora desta janela eu não mais abro mão.
Daqui não me vou, tranco a chave a razão.
Outrora vivi meses à esquadria das paredes,
Vida de janela fechada na mais bela fachada
Da cidade vazia, despida de gente,
Ausente do ruído, que agora se fez silente.
Não mais me escondo, não mais me tranco,
Não mais penso ser doente, nem da vida decadente.
Ouço o vazio do som, augúrio calado,
Vivo uma mescla entre o triste e o desarmado.
Tempos em que debaixo de cobertor vida doía,
Me escondia da alegoria do dia e da orgia dos olhares.
Hoje sou eu na noite que é mais húmida e fria,
Daqui sinto quem da vida se despede e padece,
Sinto aconchego na praça vazia, onde o espírito tece,
Sinto as almas que aqui passam de quem falece.
Cidade parada, sobre o olhar desencanto e me encanto,
Com a telha das casas e alma dos telhados de Almada.
Praça mais pequenina do que nunca, desprovida de vida,
Praça do ardina, do quiosque e da fofoca amada.
Da folia, da disputa, do cheiro a sardinha assada,
Da menina que de tanto rir parece princesa encantada.
Praça do dizer só por dizer nada, do subir por ela a cima,
És agora só minha parte vita da rima.
Lisboa parada, é cidade que dorme.
Sonha à noite o que era enquanto ser dia,
Suspensa dos amores, agora dominam gaivotas.
Dos beijos na boca, da cerveja que tarda,
Dos finais de tarde reunida de actores,
Que encantam quem lhes presta atenção.
Lisboa da criançada, da correria pro nada,
Dos que não se agarram... cidade de vida,
Dos que so andam pela calçada de mão dada,
Dos que pedem pela vida uma esmola
Pra taça de vinho, pró carapau e pra arrufada
Lisboa despida do sonido da vida,
Escorre por tudo que é canto letras... palavra!
E eu daqui da minha janela vejo, pois dela não me arredo.
É tão bela esta cidade, por ela não mais medro.
Tão minha, tão nobre vista que vejo desta janela,
Tão imponente fachada que a suspende, bela parede caiada,
Que daqui dou trovas à inspiração e assas à imaginação,
Daquilo que outrora não prestei verdadeiramente atenção.
Ao negro do Tejo que à noite lava na corrente o pesar,
À esperança de poder voltar a abraçar a vizinhança.
Os ferros da ponte que a atravessam, que lhes dão sustentação,
Erguidos outrora por homens à força de braços mil,
Construída pra travessia e para que um dia se volte a formar
Um cordão tão forte como o que um dia formou Abril.
Cordão na consciência humana, libertou-nos da má sorte tirana
E agora nos libertar da morte que por vezes a natureza emana!
É COVID-19
É Covid-19!
É gente que briga
É gente que morre
Gente que espera
Gente que explode.
É Covid-19!
É doença que atordoa
E prisão que apavora
É gente que ri à toa
E gente que pára e chora.
É Covid-19!
É gente com pouca fé
Que não vê a solução.
É gente que crê em DEUS
E vive com o terço na mão.
Seja de um jeito ou de outro
No mesmo barco estamos
Do vírus morremos de medo
E com ele todos brigamos,
Mas o que devemos, mesmo,
É crer que DEUS tem um plano!
Precisamos de oração
E crença na medicina.
O vírus chegou com tudo
Mas vão descobrir a vacina
Que combata e que devolva
Nossa fé, abalada e sofrida.
Do fundo do coração
Que possamos levar a DEUS,
Na voz de uma só oração,
Os desejos dos filhos seus.
"SENHOR, livrai-nos do mal
Desse vírus tão invisivel,
Que abala a vida normal
Dos teus filhos queridos.
Perdoa os nossos pecados
E as faltas que cometemos,
Estamos muito assustados
E ao Vosso amor nos rendemos".
Nara Minervino
NOSSO AMOR VERBALIZADO
Eu queria
Tu devias
A gente podia.
Nós vivíamos
Vós aceitaríeis
Eles contribuiriam.
Eu esperei
Tu demoraste
Ele programou.
Nós investimos
Vós apoiastes
Eles ajeitaram.
Eu acreditei
Tu insististes
Ele resistiu.
Nós vencemos
Vós sorristes
Eles aplaudiram.
Eu te ganhei
Tu me presenteaste
Ele se alegrou.
Nós nos casamos
Vós vos animastes
Eles se procriaram.
Nara Minervino
Encrespado Aureolo
Bloco de vida coisa que é dura.
Costura de agulha sem ter saída.
Nó de tristeza, embelezas a natureza,
Agarras-te aos vãos das manhãs,
Pois tecidos te envolvem a beleza.
És o ar rarefeito no meu peito,
Sabor a café e saliva que rejeito.
Musa toda assim delicado deleito,
És quem os meu olhos saboreiam,
Pele quente que ferve como efeito.
De leve suspeitas da mocidade,
Sinto encrespado aureolo que sabe,
Ao toque do lábio seco de inverdade.
A tensão sobe para mil sem fim
E eu no teu ventre afundo de mim.
Minha morte lenta meu medo cerrado,
Onde me enrolo, me excedo, me advenho.
Meu respirar venta no teu corpo molhado
E a cadência do teu coração tenta,
Percutir o auscultar do teu afago.
Que é ser só breve este momento,
Não pequei ao tragar-te o rebento.
Em ti eu sou a ternura do castigo,
O som que salivo e estremece por dentro,
O intimo ardor que partilho contigo.
Tragarei de ti inacabados amanheceres,
Tal como a agulha costura os doces plangentes,
Que a tua natureza pura de incastos prazeres,
Debita em mim dos teus segredos vigentes,
Que curo com a dura doçura de a mim tu te cederes.
Viva Lá Vita
O valor da minha vida é um peso desconhecido,
Da minha própria não meço pois sei o que é ter que a ter sido,
Que a vida vale o valor do amor e o preço de o ter vivido,
Vale a minha dor pelas amostras que te dei depois de ser esquecido.
Mas ouvi dizer da vida que pelo cano se mata.
Que pelo desengano o cravo vermelho vaia o tirado.
Tirano a quem o diabo passou rasteira à força da chibata
Lhe foi finda a vida à cabeçada, caído da cadeira forrada de napa.
Oh vida quanto valor tendes
Pra chuva que do vapor pendes?
Oh vida quanto valor tendes
Pro vento e para as palavras que trago cá dentro?
Oh vida quanto valor tendes
Pra luz que auguro tirar-nos do escuro?
Oh vida quanto valor tendes
Pra flor que de ti ceifo e ofereço ao meu amor?
Produto da equação sem diferença nem matemática,
É o grito do Ser que faz estremecer toda a galáxia.
Pergunta errante a quem navegou miríade de anos luz.
Vida que me seduz a ilusão de criar unidade de medida,
Deslumbro a aurora sei que vivo num núcleo sem saída.
Esfera do mundo onde tu vida deixaste por todos os lugares,
Aurora boreal centelha nuclear que separas a morte do imaginar.
Vida, fractal infinito que redopia no tecido espacial,
Viver que me permite falar de ti mesma e ao mesmo tempo ser
A mim próprio digo aquilo que não podia dizer sem viver.
Foi chuva que me deu a parra da uva e o vinho.
A vontade de ser eu a redopiar sozinho,
Pelas ruas do pender à sorte de tostão ter,
Que me fez ver o quanto a vida podia valer.
Foi vento que me segurou na estrada do verter,
Atento e sem contratempo à sorte do escolher,
Se as palavras que trago cá dentro são morte
Ou escritas frases que ditam as alegorias do viver.
Foi luz que trouxe a mente da outra ponta norte,
Que me ofereceu a mais humilde água-forte,
Que guardo para não desvanecer do por do sol,
Porque a vida é maior valida se for a ver o sol nascer.
Foi flor que ainda vive nas veias do meu amor,
Que ceifei da vida pro saber como dar valor à minha dor.
Orquídea, antúrio, cravina, gerbera ou girassol,
Vida é deixar florir a flor onde se alimentará o caracol.
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