Textos de Amores
Amores perdidos
O amor é a semente que planta o sim, mas é o ódio que colhe o fim. E se o remorso é um peso mudo que se cala, a solidão é o vento que não para de apontar a casa vazia. Porque as pessoas não voltam por amor, voltam pela falta dele.
Casa-se por um talvez, por um tal de amor. Separa-se por uma certeza: a do rancor. Arrepende-se talvez, por um remorso surdo. Mas volta-se sempre, sempre, pelo medo do vazio absoluto.
O matrimônio é erguido na frágil arquitetura do afeto, mas desmorona no terremoto do ressentimento. E se o arrependimento é o eco que fica, a depressão é o silêncio insuportável que convida o eco de volta.
Quando a Alma Insiste
Amores que não cabem no calendário,
ferem a boca da hora, dilatam o dia.
Despedidas, mas não o esquecimento,
porque o vivido se agarra à pele como lume.
E eu sigo, mesmo dividido, mesmo nu,
com o coração latejando no vão da garganta.
Coragem? Talvez. Ou apenas o delírio
de caminhar enquanto a alma insiste em ficar.
Benditos amores que refletem ricamente nos sorrisos daqueles que juntos compartilharam alguns dos melhores momentos que já puderam vivenciar, além de outros que ainda poderão dividir, vividos com muita gratidão, contentamento, sentimentos recíprocos, capazes de afastar o desgaste dos lamentos
Sorrindo e atentos deixam tais vivências tão especiais e de tantos significados que trazem aquela vontade de voltar no tempo, aquele sentimento inevitável de saudades, um grande encorajamento, uma inegável preciosidade que serve como um navio admirável, pronto para enfrentar as possíveis tempestades,
Forte demonstração do Amor de Deus bastante singular, uma razão justa para sorrir de verdade, sem se importar com o que vão achar, transformando cada oportunidade em algo único, muito salutar, vivenciando uma rara reciprocidade que não se deve desperdiçar e assim poder praticar sem palavras o verbo sorrir com a dádiva do verbo amar.
Fuga
É simples e simplesmente esplêndido a nossa forma de eternizar amores, reviver a mesma paixão, sermos melhores para o outro e assim, para nós mesmos.
Nessa luta incansável contra o tempo, precisamos entender que somos responsáveis pelos rumos de nossas vidas, decidirmos com cautela e parcimônia os direcionamentos dela, somos feitos de amor e sempre seremos amor, se assim quisermos.
Porque ao passo que passamos por tantas coisas, tantas lutas, tantos “eus”, nunca poderemos fugir de nós mesmos…
De Repente
De repente, o nosso coração artesão tece flores, e, no repente, brotam amores! Como lidar com novas emoções e com tudo o que desaquieta o silêncio, provedor da nossa reflexão? Quando se fala em amar, é esse desassossegar, mas, como não tem jeito, o tempo, que é senhor de todos os feitos, trata de nos ajudar.
Fragmentos de amor
Há diferentes tipos de amores,
Independente de sua variada versão
Irei explicar, senhoras e senhores,
Leiam esses sinceros versos com toda atenção.
Há amores que vem e se vai,
Sem a intenção de querer ficar
Amores que te amam e te traz paz,
Independente de querer continuar.
Há amores que te amam na cama,
Falam que te ama e te jogam no chão
Amores que te amam de verdade,
Que independente do caos da atualidade
Prometem cuidar do teu coração.
Há amores passageiros,
Que vão embora sem dizer para onde ir
Amores verdadeiros,
Que se desgastam por inteiro só para dizer
que te querem até o fim!
Cara Clara,
conte à vida como anda o coração —
reclame dos amores errados, passageiros, atordoantes.
Relate o que houve com aqueles que quase deram certo,
mas que não eram pra ser.
Fale dos seus romances de contos de bruxas.
Pergunte pelos anjos negros:
ficaram loucos? Ficaram cegos?
As flechas foram lançadas — mais de uma, algumas,
mas não se fixaram, só feriram.
É, porém... pensando bem, querida Clara,
senhora do insano,
quem pode permanecer em meio ao caos?
Você é o caos, dona do desvario!
Aturde, espanta seus príncipes —
a culpa é sua!
Admita.
Conte isso à vida também.
AMORES PRONTOS
O mundo vende amores prontos,
envelopes selados com promessas.
Mas o espírito, na forja dos encontros,
sabe que amar é mais do que pressas.
É não usar o outro como espelho,
nem como escada, nem guarida.
É ver o outro inteiro, sem conselho,
e ainda assim, chamá-lo para a vida.
É permanecer, se for verdadeiro,
e partir, se a verdade assim mandar.
Pois há fidelidade no caminheiro
que se recusa a profanar o verbo amar.
Quem é fiel ao próprio coração,
não se deita com a ilusão que passa.
Prefere a solidão com retidão
do que a companhia que desgasta.
O amor fiel não é o que sempre fica,
mas o que, ficando ou indo, é luz.
Porque sua raiz é ética rica,
e seu fruto: paz que não seduz.
Seja fiel, então, ao teu princípio,
não à carência que grita ou finge.
Pois quem ama com eixo e com princípio
não se perde... mesmo que se atinja.
O que de mim ficou
Dentro das muitas que de mim já fui, dos amores que já vivi, das pessoas que deixei ir e daquelas de quem parti.
Dentro de todas as coisas que sou, das que deixei de ser, das que ainda pretendo, porque quero muito viver.
Dentro de tudo, de tudo o que até aqui produzi ,de tudo o que deixei para trás, que desmoronei, demoli.
Tornei-me a melhor versão daquilo que construí.
Eu sei que não sou perfeita, tenho erros incontáveis, mas posso dizer com certeza que procurei ser a melhor.
Até aqui, tenho feito da vida alegria, esquecido o que dói, amado o que vale a pena, seguindo feito reticências no final de um poema...
Nildinha Freitas
Entrega, Confia e Agradece
As coisas mudam, a vida surpreende,
Perdemos amores, amigos, gente,
Partes de nós que nunca imaginamos,
Mas a alma insiste, e nos reencontramos.
Novos rostos chegam, abraços chegam também,
Amores surgem, como o sol após a manhã,
No espelho vejo, uma versão mais forte,
Mais sábia, que venceu cada corte.
Por mais difíceis que sejam os dias,
Há luz, há força, há novas alegrias,
Só precisamos entregar, confiar, agradecer,
Pois o que vem depois é para nos fazer renascer.
Entre a paixão e a sensatez
Você evita os amores que encontra pelo caminho
Pois pensa em segredo nos amores que ainda não chegaram
Sonha com a intensidade da paixão, o fogo que arde
Mas esquece que o amor verdadeiro é uma chama que arde suave
Você busca o agora, o momento que não dura
E perde a eternidade da conexão que perdura
A alma anseia por mais do que apenas o desejo
Anseia por respeito, por cuidado, por amor que seja verdadeiro
Mas talvez você precise aprender a amar
A encontrar o equilíbrio entre o corpo e a alma
A sentir a conexão que vai além do físico
E descobrir que o amor verdadeiro é uma jornada, não um destino
Caio Vinícius dos Santos costa
Ai de Mim, Idealizadora!
(Raissa Santos)
Creio em conexão
Vivo de amores e paixões
Não sei suportar o tédio de NÃO amar.
De não buscar.
Mal de nós: idealizadores!
Pecado meu:
Querer com tanta verdade.
Encontrar...
O que?
Talvez nem eu sabia!
Ai de mim!
Descobrir que existem outras formas de respirar.
Imagina só,
Falar e não sair poesia:
Das mais cruas,
Mais duras e cruéis,
Dessas que rasgam o peito
E nenhum curativo é suficiente.
Ai de mim, se ei não tivesse cicatrizes de amores passados.
Dores vivas que não me largam.
Como vivem os não poetas?
Os avisados?
Os ateus?
Como pulsam?
Ai de mim saber!
O que me restaria viver?
Nada!
Só a vida.
E a vida anda meio desvivida pra mim.
Estrelas no céu infinito, brilhantes qual luz insistente
Amores intenso e findo
Tudo pode acabar de repente.
Mas o verdadeiro amar é obra do criador altissimo
Sublime e excelso sentimento, reduz a nada o egoísmo.
Amar amor radiante
Na Cruz nos mostrou Jesus Cristo
Amor igual ao teu Senhor
Não temos jamais visto.
Amar amor radiante
Consumou nosso Senhor
Portanto a Ele glória
Com teu sangue nos resgatou.
A Política e Seus Amores de Estação
As lideranças políticas, assim como as estações do ano, vão se renovando com o tempo. Grandes nomes que um dia foram reverenciados acabam esquecidos, engolidos pelo ritmo veloz da história. Novas vozes surgem, ocupam palanques, inflamam multidões e, por vezes, também desaparecem — tudo é cíclico. Nada é eterno, nem mesmo na política.
Ideias mudam. Posições mudam. Mas quem mais muda é o povo. Muda de opinião, de partido, de ídolo. Muda até de memória. É curioso como a admiração incondicional pode, de uma hora para outra, se transformar em desprezo absoluto. Que o diga Getúlio Vargas, questionado com dureza poucos dias antes de apertar o gatilho do próprio destino. O mesmo povo que o acusava foi às ruas em lágrimas, em um luto nacional tão apaixonado quanto a desconfiança que o antecedeu.
Anos depois, foi a vez de Fernando Collor. Jovem, bem-apessoado, com discurso eloquente, conquistou a maioria esmagadora dos votos. Preferiram o novo ao conhecido — Brizola, Ulysses, Covas... velhos de guerra. Collor era a promessa embalada para o futuro. Mas o tempo, senhor das reviravoltas, mostrou que a política brasileira também ama com intensidade, esquece e julga com rapidez.
A paixão na política é quase sazonal. Tem primavera e tem inverno. Quem não entender isso, corre o risco de se decepcionar profundamente. Talvez a única constante seja essa: a instabilidade dos sentimentos populares. Líderes vêm e vão, mas o ciclo — esse sim — permanece.
Renato Jaguarão.
É que eu sou de baixa categoria. Confundo quem me confunde, amo meus antigos amores, ando com quem me odeia; simplesmente baixa categoria. Me deixo levar pelos caminhos sem saber o que me espera em cada curva deles; me arrisco - às vezes até demais - talvez não seja uma ideia tão boa me deixar levar pelo toque do meu coração... baixa categoria, né?
Pessoas me dizem o quão boa sou, mas falariam a mesma coisa quando conhecessem minhas cicatrizes, minhas dores, meus pensamentos, o meu lado errado? Talvez não. Pessoas só falam o meu lado bom como se eu fosse o produto mais caro das lojas, mas qual o motivo de não falarem de uma vez o meu lado errado? Eu não sou perfeita! Eu sou algo de baixa categoria.
Meus olhos castanhos são como qualquer um pelo mundo, meu corpo é só mais um entre bilhões de pessoas, minha voz não é nada, meus olhos são falhos, meu sorriso comum dentre vários, mas minha alma... minha alma é algo que é incomum entre diversas pelo mundo, talvez seja isso que me caracteriza ou o que faz as pessoas gostarem de mim, mas já que ela é minha, ela é tão confusa, tão cheia de enigma, existe alguém que vá me entender? Existe alguém que vai mesmo ligar para um produto de tão baixa categoria? Dúvidas atrás de mais dúvidas.
Eu sou só mais uma dentre diversas outras cacheadas pelo mundo, mas as ondas do mar do meu cabelo de baixa categoria vai marcar suas história de boa forma ou não?
Só mais uma poesia confusa.
Estamos em muitas coisas, em muitos amores, em partidas e encontros.
Nessas idas e vindas, muitos eu vi, poucos eu conheci...
Entre tantos abraços, até hoje procuro o meu.
Quantos de nós estamos, mas não pertencemos?
Não pertencemos ao nosso trabalho,
não pertencemos à nossa cidade,
não pertencemos ao nosso casamento.
Mas estamos.
Estamos tentando ser parecidos com o que esperam de onde estamos.
Solitário
Segue solitário uma estrada triste, melancólica.
Amores perdidos... passos desperdiçados...
Em seu peito habita um coração pulsante...
Pela dor sentida completamente ferido.
Só buscava um hoje diferente do de antes.
Tantos são os perigos da vida.
Depois de cada curva o que pode encontrar?
No fim da rua o que lhe está a esperar?
Noites mais escuras...
Segue trôpego seu caminhar.
Imenso esse espaço por onde vagueia.
São tantas rotas pra seguir.
Sente-se preso por amargas teias...
Sofre com o medo de não conseguir: o próximo passo, apagar as lembranças, ferozmente prosseguir.
O que virá depois do hoje cinzento?
Que sentido seguir no cruzamento?
Olhar perdido.
Pés machucados.
Coração pelos enganos envenenado.
Só... sente só vontade de para bem além do agora fugir.
Dos amores e desamores que me visitaram
O primeiro — não foi bem-amado, mas necessário.
No segundo, tropecei às escuras, e ali me perdi.
O terceiro? Fagulha e incêndio. Do prazer ao desprazer, uma dança entre brasas.
O quarto, suor e paredes. Instinto sem enredo.
O quinto, breve ilusão com perfume de engano.
Do sexto, um pacto: conveniência, desejo e sedução mascarada.
O sétimo... ah, o sétimo. Teus olhos, a chave. Teus cabelos ao vento, tuas mãos — santo ofício do infinito.
O oitavo, desértico. Sem sal, sem açúcar. Um barco à deriva, explorado sem destino.
No nono, alquimia e êxtase. Fórmulas soltas no ar, afagos que me dissolviam no teu luminar astral. Ali, fui inteira.
O décimo, a queda. A conquista amarga, tua alma em desalinho — própria ao caos, imprópria à divindade.
Então veio ele — o que nunca se fez número, mas foi tempestade. Breve e explosivo, intempestivo e tempestivo. Nunca me esqueceste, pois era o que procuravas: tua chave do bem e do mal, tua colheita. O indígena dos teus olhos foi a única coisa que me fascinava. E mesmo não sendo eterno, foste ritual.
O décimo primeiro, aventuras secas. Mas vieram as águas. Yemanjá, tua onda me trouxe até aqui.
O décimo segundo? Distante, mas pontual — como um cometa.
E o décimo terceiro... será que virá? Teus olhos azuis e pequeninos me encantam. Mas há loucura nisso. E sei — és proibido para mim.
Semente
Tantos são os amores que me cercam
Mas só um eu desejei e quero,
O amor que não me destes
Quando dele eu carecia...
Eu busco da tua fonte
Águas puras e cristalinas,
Que sacia minha cede
E me banhe em teu amor a cada dia...
Terra seca e vazia
Jaz meu coração perene,
Nestas noites escura e fria
Sem a tua companhia...
Fosse eu semente em teu querer
Fartaria nossos campos,
Terra fértil e sementeira
Com você eu me faria...
Se tens frutos
Não são meus,
Sou semente adormecida
A despertar teu coração...
Edney Valentim Araújo
Amores do passado, ousam e abusam no presente:
Será que eu sinto tem tanta
intensidade quanto você sente?
As vezes penso que é besteira, ou acho
que tudo foi obra do destino.
Começou muito lindo, um romance
até predestinado, algo que veio de repente
quando ainda era adolescente.
Se soube-se que tudo iria ser tão bom
jamais diria tantos não.
Como no principio você chegou, e tudo mudou.
De lá para cá muitos anos passaram, e aquele amor
inocente, logo foi amadurecendo e eu repentinamente
deixei me levar, com suas doces palavas a escutar, esse lindo
olhar.
