Textos de Amizade Distante
Em busca
Quando tudo é só um pouco
Do muito que me poderia ser,
Eu vejo quão pequeno sou
Distante desse amor...
Ventos que te tocam
Me trazem o teu perfume
Em tenros pensamentos.
O tempo passa só lá fora,
Aqui em mim, é só você e eu...
Tudo isso me ocupa algum espaço
E não preenche o coração.
A vida é longa
Quando a caminhada
Não nos leva a lugar algum...
Mas cada passo que eu dou
Ainda é em busca desse amor.
Edney Valentim Araújo
1994...
Desencontro
.
Estou distante
Do quanto perto em mim eu vivo
O amor de minha amada
Que não vem pra me amar...
.
É feito a terra e céu
Que se funde num encontro
La na linha do horizonte
E aqui tão perto nunca podem se tocar.
.
Sou todo dela
Nos meus olhos por cortejo
Que não disfarça os meus desejos
De a todo tempo lhe amar...
.
Eu aqui, e ela lá...
Num encontro e desencontro
Que ainda mais
Me faz lhe amar.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Carrego o peso de um céu distante,
onde até os anjos hesitam em me acolher.
Na terra, caminho entre sombras e feras,
sem medo do que rasteja, sem tremor diante do mal.
Meu temor é apenas um:
não encontrar abrigo nem na luz, nem no abismo.
Ser um lobo sem matilha,
um espírito solto, entre a guerra e o silêncio.
Um planeta chamado Lulma.
Em um local distante havia um planeta chamado Lulma.
Era um planeta muito bonito, repleto de belas paisagens e recursos naturais abundantes. Uma variedade quase infinita de animais e plantas haviam neste planeta. No entanto destoando deste idílico cenário haviam os humanoides que usufruíam dos recursos naturais existentes, muitas vezes degradando o ambiente que viviam.
Estes humanoides eram comandados por um Rei que dominava quase tudo e, mesmo existindo órgãos para controlar as ações do Rei para que este não fosse uma autoridade suprema, e tivesse surtos de Deus, todos ao final, eram submissos aos mandos e desmandos do Rei que sempre conseguia impor suas vontades, através de favores pessoais, e altos cargos e salários dados aquelas pessoas de outros órgãos que o apoiavam. Muitos sabiam, mas nada faziam, e quando faziam, eram porque queriam também fazer parte da corte.
O povo deste reino vivia em castas flexíveis, onde uma pessoa com poucos recursos, mas, com esforço e dedicação poderia migrar para um patamar econômico melhor e ter uma vida mais confortável. Haviam pessoas e empresas que desenvolviam produtos, remédios, e toda sorte de bens que satisfaziam os interesses dos humanoides. Estes bens, principalmente os de luxo e de alto valor agregado, evidentemente tinham preços diversificados o que em muitos casos, os tornavam inviáveis a alguém com menos recursos para adquiri-los, o que fazia com que surgissem outras empresas com produtos similares para atender esta demanda paralela. E assim vivia o Lulmense (habitantes do planeta Lulma).
Esclareço aqui que uma característica natural dos humanoides deste planeta Lulma era a vontade de possuir coisas, de querer mais e de não se satisfazer facilmente. Mas, embora estas características a princípio pudessem parecer projetar as pessoas para um patamar mais elevado, muitos Lulmenses não tinham a tão sonhada ascensão por diversos motivos, indo da própria capacitação profissional e cultural, ou passando pelos meios sociais nos quais estavam inseridos e que dificultavam melhores acessos para prover algo mais substancial. E ao final, embora todos quisessem o melhor e vivessem sonhando com uma posição social privilegiada havia muita desigualdade entre os Lulmenses.
Ora, a desigualdade social vivida pelos Lulmenses, em algum momento faria nascer questionamentos, sobre aquela forma de reinado, e se esta era a mais justa, visto que todos os Lulmense perante a Lei do Reino eram iguais em direitos e deveres. Ora se eram iguais, então por que haviam diferenças e por que elas eram nutridas? Alguns Lulmenses começaram a questionar o sistema, e do questionamento surgiram algumas pessoas com ideias de repartição de bens, de igualdade social, igualdade material e salarial, de propriedade comum a todos e, tantas outras ideias surgiram.
Ora, não há nada mais poderoso do que uma ideia que toma forma e eco. E o Rei sabia disso e, sábio que era, aproveitou da ideia. Afinal não é salutar nadar contra as ondas, e melhor surfar nela e esperar ela morrer na praia.
Assim sendo chamou seu Ministro e Conselheiro Burrddad e criaram estratégias visando a permanência no poder. Primeiro contrataram um cidadão Lulmense que tinha todas estas novas ideias que eram aos olhos de muitos progressistas, e o fizeram escrever estas em um livro e lançaram este na boca miúda para todo o reino.
Lembrem-se que é uma boa estratégia criar uma ideia já criada controlando-a em seu resultado final.
Ora, o livro alcançou alguns pseudointelectuais, filósofos de esquina, e pessoas bonitinhas que vivendo de forma nababesca, sentiram-se culpadas pela desigualdade existente, criada e sustentada por seus pais. Embora não se desfizessem de sua vida de luxo, gritavam e entoavam cantos pela igualdade social.
O Rei sabendo deste movimento, começa a agir, primeiro estatiza o ensino, dando-lhe cartilhas do que deveria ser seguido e ensinado. Ora, em um reino de desigualdades a melhor forma de vender utopias é através dos bancos escolares, afinal é mais fácil alimentar a barriga da ilusão do que tirar a barriga da miséria.
O movimento foi crescendo, e os gritos já se faziam ecoar nos corredores do palácio, mas, o Rei já havia previsto isso.
Em uma jogada planejada, criou benefícios para serem distribuídos aos Lulmenses sem recursos, esta ação trouxe contentamento e alento aquelas pessoas que viviam na miséria, mas, evidentemente sem tirá-las de lá, afinal, ao Rei a miséria controlada era uma forma de permanência e de poder a ser negociado.
Como toda ideia revolucionaria tem que ser controlada às regras de quem domina, o Rei para ganhar tempo e corações, tinha que dominar o pensamento dos Lulmenses, e fez outro movimento. Enfraqueceu aos poucos a qualidade do ensino, a ponto de transformarem os cidadãos Lulmenses em analfabetos funcionais, mal liam, mal interpretavam e dificilmente pensavam. Seguiam apenas correntes que ora surgiam aqui e ali a mando e criação do Rei por debaixo do pano sem que ninguém soubesse que era dele que vinham estas ideias.
De forma sutil, colocou os Lulmenses um contra o outro, primeiro fazendo nascer o sentimento de diferenças entre si através da própria raça, depois começaram a culpar os Lulmenses mais ricos pela desigualdade econômica e social. A situação chegou ao ponto de discutirem as opções sexuais dos Lulmenses, querendo até implantarem uma nova linguagem para a todos nivelarem. Enfim a vida se transformou em um debate sem fim, separando ainda mais o povo, colocando estes dentro das bolhas de convivência nas quais se assemelhavam e defendidas aos berros por pessoas que defendiam a igualdade querendo leis que as tornavam desiguais. E o local do grande nascedouro destas novas ideias, vinham do braço de manobra do Rei, do ensino. Implante uma ideia, escravize ou liberte uma nação.
O Rei atento a tudo, aparecia defendendo todas as bandeiras com discursos que o colocavam de forma agradável no centro de todas as diferenças, mas, sabia também o Rei que embora ele fosse o dono do Reino, ele não era dono de toda sua produção. E seus ministros e funcionários, embora fieis, não eram capazes de assumir toda a produção e pesquisa necessários para o desenvolvimento das necessidades da população.
Sabendo que estas empresas eram de certa forma uma ameaça ao seu reinado, pois estas eram capazes de criar aquilo que mais fazia concorrência ao rei, que no caso era o dinheiro e a geração de riquezas, fez o Rei, uma outra jogada. Aliou-se por debaixo do pano a algumas empresas, dando-lhes empréstimos volumosos a juros módicos e na prática não pagáveis, para que elas monopolizassem determinadas cadeias de produção, fazendo com que elas mesmos exterminassem os pequenos focos de produção e geração de riquezas, tornando-as dependentes destes oligopólios.
Evidentemente era mais fácil dominar um gigante que a tudo controla, do que os anões que se reproduziam sem parar.
Mas o Rei tinha que dominar tudo, sua gana pelo poder não tinha limites, seu reinado tinha que ter controle de tudo, não poderia ele dividir o poder, isto lhe era inadmissível. Em sua forma de pensar o Rei tinha que ser onipotente e onipresente.
O Rei sabia que a desigualdade proporcionava estabilidade, pois são as diferenças que nutrem o sistema e que o faz girar e crescer. Este era o ponto em que ele deveria atacar. E ele já havia preparado o campo de batalha. O povo, fragmentado dentro de suas ideias rasas queriam uma vida de prazeres que o dinheiro era capaz de produzir, mas que não possuíam. As empresas gigantes iam adormecidas e aninhadas pelo Rei, era o momento. Vamos criar o caos e depois controla-lo.
Chamou mais uma vez seu ministro Burrddad e decretou. A partir de hoje, não haverá pobreza no Reino de Lulma. Pegue o maior salário hoje pago por uma profissão e nivele todas as profissões por ele. Antes de fazer o anúncio, foi a uma emissora de TV privada no papel, mas, estatal de coração e fez um longo discurso sobre a desigualdade e sua origem cruel e escravizante que o sistema capital criava e os mantinha. Disse que a partir daquele momento, todos os salários do povo seriam nivelados pelo maior salário pago. Naquele momento o país explodiu em alegria, visto que a maioria dos Lulmenses não eram tão abastados, a insatisfação foi dos poucos que com suor e empenho lutaram para ter um lugar ao sol. Todos eram finalmente iguais em condições salariais, logo, poderiam seguir para a realização de seus sonhos mundanos e materiais.
Mas, o Rei foi claro e taxativo, ninguém poderia ganhar menos que o maior salário, mas, ninguém poderia também acumular riquezas além de seu ganho, pois se assim o fizessem seriam passiveis de penas horríveis e perdas de seus bens. Exceto os companheiros escolhidos pelo Rei que o auxiliavam nas diversas questões. Afinal, eles trabalhariam mais pelo desenvolvimento do reino. A armadilha estava lançada.
Ora! Quem trabalhava fazendo serviço braçal ou em uma linha de produção, logo, não queria mais fazer aquele serviço, pois já que qualquer profissão lhe dava o mesmo ganho, por qual razão iria escolher uma profissão que lhe causasse tanto esforço? E o contrário também ocorreu, afinal para que me dedicar tanto se eu valerei o ganho de quem não dedicou?
O caos estava instalado, rapidamente as empresas começaram a perder funcionários, e a produção colapsou. Os bens de produção e consumo tiveram uma redução gigantesca pois não haviam mais pessoas para trabalharem naqueles postos de serviços, todos procuravam algo mais ameno para fazer ou na falta de algo se deleitar nos benefícios do estado que eram iguais aos benefícios pagos pelas empresas. Evidentemente uma situação assim só geraria ricos na miséria. Ora de que adiantava o dinheiro, se não servia para obter ou desfrutar de algo?
O Rei já sabia e esperava por isso, e foi novamente a sua emissora favorita e anunciou ao povo. Meu povo, dinheiro lhes dei, mas não saciei sua vontade de consumo que este dinheiro poderia lhe trazer, então vendo que as empresas não conseguem mais produzir a contento, fica a partir de hoje, todas elas de posse do Rei, para que o nosso grande reino, possa cuidar das necessidades de todos. Mas, entendam, será um momento de difícil adaptação e peço a compreensão de todos, já que é o preço que pagaremos por uma sociedade equilibrada e justa.
As grandes empresas refutaram a início, mas, como viviam de recursos oriundos do Rei para seu crescimento e expansão, rapidamente cederam. Mas, a produção estava ainda parada e já que as empresas agora eram do Rei, este agora podia impor sua vontade, e começou a colocar grilhões as pessoas para obrigarem a estas produzirem. Se de um lado o acorrentado gritava, no lado do Rei, defensores intelectuais selecionados e formadores de opinião, apoiavam a decisão dizendo que era necessário o acorrentamento para a satisfação de todos.
Ora, de nenhum trabalho escravo se tem boa produção, isso sem falar em desenvolvimento. O povo tinha recursos, mas, estes recursos não ser traduziam em qualidade de vida. A produção como esperada, escravizada se deteriorou, pesquisas e desenvolvimento, não surgiram a contento impactando a vida e a saúde de todos, já que não haviam mais cientistas dispostos a desenvolverem projetos e inovações visto que lhe faltavam incentivos. Mesmos aqueles mais apaixonados pelo sistema, ou obrigado por este, não conseguiam desenvolver algo além pois lhes faltavam a capacidade e a capacitação técnica necessária, visto que a educação não lhe era adequada.
Dinheiro só tem valor para quem o usa, e para tal é necessário algo que lhe seja traduzida em valor. O Rei sabia que a condição gerada ao igualar a tudo e a todos, centralizando o poder, teria efeitos maléficos a longo prazo, pois embora dominasse a produção e o consumo, não conseguia este dominar a vontade humanoide de ter algo a mais, e se diferenciar de seu semelhante. Afinal uma floresta de árvores iguais é também um tipo de deserto.
Sábio como sempre foi, começou mais uma vez sua jogada de poder. Agora, para resgatar aquilo que ele sepultou, um sistema capital, inicialmente de forma mais controlada, no qual tudo gire em torno dele, e as pessoas consigam se destacar das demais através dos benefícios prometidos pelo novo, mas, antigo sistema, até este se ressuscitar totalmente, para depois fazer novamente a roda girar mantendo o povo neste ciclo de obediência eterna aos seus joguetes e controles criados.
E, quando menos se esperava, veio o meteoro.
Esta é uma pequena ficção gerada em meus devaneios após o uso de substâncias lícitas, qualquer semelhança é mera especulação.
Paz e bem.
Aprendamos a pensar.
Massako 🐢🤪
A pedra e o rio.
Em um lugar distante, afastado da civilização, havia uma montanha e no topo dela uma grande pedra. E esta pedra por estar integrada a natureza, era capaz de perceber, interagir e ouvir tudo ao seu redor. No começo a pedra a tudo questionava, de sua forma a sua imobilidade, tudo era motivo para questionamentos e muitas vezes, não obtinha uma resposta que lhe agradava. A montanha a qual ele ficava la em cima, lhe dizia que a natureza era assim e que tudo tinha um propósito, mas que a eles não lhe era revelado, e que a imobilidade a qual estavam submetidos, faziam parte de um plano maior.
Para a pedra isso não era o suficiente.
Porém, um belo dia antes do nascer do sol, percebeu que uma pequena formiga subiu nela e lá em cima, ficou.
A pedra perguntou a formiga:
- Ei! O que você está fazendo aí em cima?
- Estou aqui para apreciar um dos maiores espetáculos da vida.
- E qual é? Perguntou a rocha.
- O nascer do sol!
- E que beleza há nisso? Vejo-o todo os dias e não me encanto.
- Psiu! Retrucou a formiga, silêncio, será agora.
E a formiga ficou alí imóvel, olhando o nascer do sol, sentiu os primeiros raios de sol e agradeceu. Em silêncio fez uma pequena prece e um sentimento de júbilo lhe tocou. Ela ficou imóvel tal qual a pedra, e quando o sol, se tornou mais alto, ela agradeceu a pedra pela oportunidade de poder apreciar tal maravilha e desceu.
A pedra intrigada com o que havia acontecido, pediu a formiga explicações maiores sobre o que ela havia sentido e o que tinha alí acontecido.
A formiga pacientemente lhe respondeu: A vida tem muitos barulhos, e muitos barulhos são criados a partir de nossa própria perspectiva, credo ou pensamentos sobre algo. As coisas são simples, não é necessário estrondo ou barulho sobre qualquer assunto. Basta somente ver, ouvir e aceitar ou não aquela condição. Mas de qualquer forma o barulho que vem de fora, se em silêncio ficarmos, este retornará a quem o enviou. Saibamos apreciar o silêncio e aprender com a observação. E... pedra, você é de grande sorte, em sua imobilidade você melhor que qualquer coisa é capaz de ter um senso maior de observação, e tempo para reflexão. Meu tempo ante a ti é curto, eu passarei com pouca sabedoria, e espero que você adquira esta sabedoria e que o seu exemplo possa inspirar outros seres.
A pedra ao ouvir tudo que era dito pela formiga, entrou em profundo questionamento. Suas dúvidas naquele momento aumentaram, queria questionar mais a formiga, mas ela já ia embora. Ficou a pedra novamente sozinha com seus pensamentos.
Mas ela lembrou que a formiga lhe falara sobre o silêncio e a contemplação, sobre uma reflexão mais profunda sobre as coisas sem o julgo que carregamos.
E já era tarde quando a pedra pela primeira vez, de forma mais contemplativa observou o pôr do sol. Neste momento a pedra, entendeu a finitude da vida, com a escuridão que se aproximava. Durante a noite, refletiu sobre os mais diversos assuntos como: a escuridão, as estrelas, o universo que a cercava, a criação que tanto ouvira. E pela manhã ao nascer do sol, sentiu pela primeira vez o poder do sol, da claridade, da ampliação de sua visão pela luz do dia.
A pedra se transformara em outro ser. De questionadora implacável a um ser que procurava em si e ao seu redor todas as respostas sem barulho fazer. Aprendeu o poder do silêncio contemplativo e sua aceitação, entendeu que o barulho alheio era do outro e não seu, e que não carregaria para si, este ruído.
Em seu silêncio tornou-se sábia e começou a responder somente ao que sabiamente lhe era perguntado. Se as perguntas tivessem que ter um esclarecimento maior além da compreensão de quem perguntava, ela respondia; mas se as perguntas eram somente os gritos e os desejos do ser alheio, mergulhado em sua própria visão, a pedra ficava em silêncio, pois aprendera com o tempo que quem grita para si mesmo, não permite a si nenhuma palavra.
O tempo passou e em dia chuvoso, a pedra se deslocou da montanha, vindo a cair dentro de um rio com fortes correntes. O rio, por sua natureza, fazia muito barulho e ao sentir que a pedra caíra em seus domínios, questionou à mesma: O que fazes aqui? Quem te enviou? Por que me atrapalhas? Por que queres bloquear meu fluxo?
A pedra pacientemente pediu-lhe desculpas e disse que a natureza, através da chuva, a tinha feito cair no rio, e como não tinha condições de se mover, pediu que aceitasse tal condição.
O rio porém, não a aceitava e via na pedra somente algo a se questionar o por que? Por que me atrapalha? Por que me incomoda? Por que não responde? Por que não pergunta? Por que não faz nada? Por que o silêncio?
A pedra entendendo que os questionamentos eram somente os gritos internos do rio, nada respondia, ficando em silêncio. E isso incomodava ainda mais o rio, que começava muitas vezes, perguntar e dar respostas as suas próprias perguntas, chegando a conclusões muitas vezes equivocadas.
A pedra por sua vez, entendendo sua condição, apenas aceitou o seu destino, e ali, junto ao turbilhão de perguntas que o rio fazia, aprendeu a silenciar ainda mais a sua voz e a contemplar a beleza e a força que as águas traziam para a vida. Sentiu a extensão do rio, e a sua união com o mar, sentiu o quanto ela nutria a terra e saciava a sede dos seres vivos. Sentiu a sua grande importância.
Mas o rio, embora grande, ficava preso ainda a situação da pedra, aquela pedra pelo seu silêncio a incomodava. Gritava com a pedra todos os dias e nada de obter uma resposta.
Com o tempo, a pedra foi se desgastando pela força da água, foi ficando lisa, cada vez mais lisa, e diminuindo em seu tamanho, fragmentando aos poucos ela foi se findando, mas mesmo findando ela mantinha sua sabedoria, e quando seu último pedaço iria partir, ela finalmente levou sua voz para o rio: Tú és e sempre foi maior do que eu, eu estarei fazendo parte de ti agora e agradeço.
O rio sem muito entender e ainda gritando começou a lhe dizer: eu sempre soube que eu era melhor que você! Você é que esteve sempre errado! Você que foi um intruso em minha vida! Você! Você! Você! E naquele momento, a pedra sorriu e partiu.
Pense e reflita.
Obrigado, me desculpe, te aceito.
Massako 🐢
" Poesia é a minha dor
pelo teu amor que já não tenho
mas suponho, que mesmo distante e te amando
sou mais feliz,
pois o que é meu, nem eu, nem tu sabes mensurar
e certamente meu sonho, um dia haverá de te acordar
numa levada de desejos e toda molhada,
querendo amor
tu haverás de te encontrar
e eu estarei te esperando
querida...
"" Olho distante para entender a vida
é claro que não tenho projeção
há um mar azul em minha frente
há um brilho no olhar
existe um fardo pronto para ser levado
cheio de ouro e pétalas preciosas
o cavalo do doutor está brilhando
mas não entende a jornada
a vida me deu atalhos
e eu escolhi ir sozinho
depois que a beleza resolveu sumir,
não quis seguir o mesmo caminho
nasceu o sol e espera-se a chuva
terra seca não brota nada no chão
é manhã de outono
tempo de estiagem em meu coração...
LONGA ESPERA
Autora: Profª Lourdes Duarte
Vivo triste a esmo, quando estais distante
Esperando amor, o dia que irás voltar
O dever te chamou onde foi que te levou?
Mar adentro adentrasse, meu marinheiro
Meu amor!.
São as dúvidas de alguém que ama
E o medo aumenta a cada partida tua,
Sou ré confessa deste grande sentimento
Mas meu amor, entende,não aprisiona.
Simplesmente te espera.
Meu amor é paciente. Espero, então.
Meu amor tudo suporta. Eu suportarei.
A distância em que vivemos, na certeza,
De que um dia, juntos ficaremos,serás só meu.
Esse amor já fez de mim uma prisioneira,
O que me conforta e saber que sou correspondida
A saudade que em mim, maltrata e te maltrata,
Sentes o mesmo, pois nas paradas ligas pra mim.
Conto as horas, em total esperança,
Esperando, em aflição, meu amor voltar
Ha!! Dessa vez, não estou sozinha,
Um lindo presente te espera! Nossa filha,
Deus nos deu!
A distância
Tudo está tão diferente...
De repente me sinto tão distante
Na televisão é tanta violência
Ódio, mentira, incoerência
O que está bem aqui, parece tão ausente
E o que está longe, está bem na sua frente, presente
Havendo uma contradição
E qual seria a solução?
Que coisa boa que é essa era da informação
Estamos todos aproximados
Isso é coisa da evolução
Às vezes tão longe, mas trazendo para perto e para todos os lados
Às vezes num mero segundo,
Viajo 40 anos de distância
Chego perto, revivo, me sinto criança
Estou em pé ali, na minha infância
Essa sensação não me cansa
Do que vivi ontem, daquele retrato na estante
Tudo coisa da minha mente?
Será que é a solidão que se sente?
Acho aquele retrato perdido
Me vejo tão perto por trás da minha lente
Em frente ao espelho, longe, não me reconheço
De repente, desperto e volto ao tempo presente...
A distância nos faz assim...
Nos transcende, nos tira da realidade
Nos trazendo saudade
Uma nostalgia sem fim...
Um sonho distante, em silêncio a brilhar, nos corações e na mente fazia morada sem parar. Laura, o desejo que o tempo guardou, até que em amor, a vida te chamou.
Era sonho, da dinda , do papai , da mamãe e dos irmãos, promessa, doce ilusão, hoje és realidade, puro coração.
Cada sorriso teu é um milagre a cada amanhecer, és a razão de todo o nosso viver.
De sonho a verdade, vieste pra ficar,Laura, estrela que o céu, a Terra quis presentear.
És o presente que a vida nos deu, minha afilhada, o sonho mais lindo que se realizou e cresceu.
Pretérito
Um dia no futuro não muito distante , você ainda vai olhar pra trás e perceber que lá não é mais o seu lugar.
Vai perceber que os problemas foram degraus que você ultrapassou
Montanhas em que escalou
E que houveram muralhas, que com bravura você as derrubou.
E os dias tempestuosos, mesmo com medo você os enfrentou
Naqueles dias em que pensou que fracassou ou de fato você falhou.
Então rastejou-se!
Sofreu, chorou!
Silenciou, gritou até ruiu de se mesma e seguiu...
... mas não permaneceu no mesmo lugar.
Nunca, jamais em hipótese alguma, deixe de olhar para trás. para que não se esqueças que tudo vai passar e pra frente se deve andar, mesmo quando o chão lhe faltar.
Pra frente que se anda!
Te vejo lá.
Desde sempre, o mundo à beira do caos e não distante do precipício, enquanto outros lutam contra esse desequilíbrio. Entender a realidade é saber que não se pode vencer tal sistema, entretanto devemos estar um passo à frente de todos aqueles que prejudicam a paz e a liberdade individual.
Carlos Alberto Blanc
Quando você ler ou ouvir este poema estarei longe
mas não tão distante que não possa me sentir ao fechar os olhos
já sei que tu não vens
se foi como assim chegou
você me vê nas nuvens
mas a mim cegou
partiu como quem morre
não posso mais te ler
só posso mesmo morrer
foste tão de repente ainda não posso crer
se ainda estiver vivo
no reino onde vives
se ainda me sabes
acho penso e sinto
se ainda pensa ou sentes
é porque ainda te respiro
venhas logo não demore pois
perecer a cada dia a cada instante
e ainda ter a chama acesa
não é fácil estar na estante
se virei livro, poema ou piada
não importo com nada
se fui a primeira ou a última
às vezes triste ou magoada
se falas bem ou mal de mim
me basta saber que não passei impunemente assim
me afasto vou pra longe
oceanos de jasmim, alfazemas e capim
sigo meu caminho certo que um dia
hei de te encontrar sozinho
lá na frente mais contente
quem sabe me olhes sorrindo
quem sabe neste dia que ainda não existe
eu possa lhe dizer do amor que tive
eu possa lhe abraçar ao ar livre
onde haja apenas o verbo amar
pois sem amar não se vive
Hoje, fui até a janela...
E lá estava ela,
tão perto, mas tão distante,
entre o vidro e a luz que entra pela fresta.
A vi. Jovem, bonita,
como quem não quer ser vista,
mas é vista.
Sorriu. Acenou.
Acenou para mim, ou talvez para alguém
que eu não sou,
alguém que ela inventou,
ou apenas imaginou
do outro lado da rua,
junto a tantos outros que não significam nada.
Quantas janelas existem, e quantas são abertas?
E por um momento, me vi em outra vida:
um homem com coragem,
um homem que caminha até ela,
que diz o que nunca sei dizer.
Talvez um "como vai?",
ou apenas um olhar —
silencioso, sem palavras, sem promessas.
Mas não sei.
Nunca soube.
Eu sou só o homem do outro lado da rua,
um qualquer, um ninguém.
Quantos outros existem,
em cada janela, em cada lado, em cada rua?
E ela, tão real quanto o impossível,
como o céu, como as estrelas,
como esta metafísica que nos envolve,
que permeia o que somos e o que vemos,
mas que jamais entenderemos.
Como o mistério das coisas,
que olhamos e pensamos entender,
mas que nunca saberemos.
E eu, o estranho do outro lado da rua,
sem coragem de atravessar,
sem palavras, sem ousadia de ser:
um ninguém.
E ela, com aquele sorriso,
me vê por um segundo.
Mas será que me vê de verdade?
Ou será que me inventa,
como todos inventam a si mesmos,
como eu invento o que sou?
Então ela se vira.
Ela se vira e vai embora.
E com ela, meus pensamentos,
meus sonhos, minha vida.
E eu, aqui,
do lado de cá da rua,
vendo a vida passar —
a vida vivida e sonhada —
sabendo que nunca farei parte de nada disso.
Nunca farei parte de nada disso,
nem daquilo outro.
Nunca farei parte.
ALMAS SECAS
Trago no peito
Amarras de um passado distante
Lembranças simples
Como de um carro de boi.
Tudo era tão saudável
Que até as tristezas duravam pouco
Bastava alguns dias para esquecê-las
O relógio demorava, e o sol se ponhava lento.
Hoje as tristezas duram, e o sol se põe rápido
Não observamos mais o luar
Nem contamos as estrelas
Os rios no silêncio da noite
Ouvia se os sons das correntezas.
Hoje nem mais rios existem
Só as pedras secas
Até as avencas sumiram da beirada do barranco
Minha alma também secou
Junto com tudo que se acabou.
Busco prazer nas lembranças
Mas elas me ferem o peito
E me causam melancolias
O velho pilão, não mais existe
Nem o moinho que exalava o cheiro puro do café, torrado no fogão a lenha.
Minha mente virou um museu
Que ninguém pode visitar
Meu poema é estranho para muitos
Só para aqueles que lá viveu.
Hoje tudo é diferente, inclusive eu.
As procissões pelas estradas empoeiradas
Carregavam a santinha
"Hó virgem Maria"
A mulecada a barulhar
Era para pedir a chuva
Pras nossas roças molhar.
Deus estava tão presente
Que parecia nos falar
Vocês são abençoados
A chuva não tardará.
Hoje na modernidade
É difícil acreditar
Que Deus esteja presente
Pra fazer o povo sarar
As tristezas são mais longas
E o povo se perdeu.
Deus não se moderniza, assim como o povo quer
Pra quem já viveu na roça
É difícil acreditar
Que os milagres sumiram
Nem sabemos se vai voltar.
O povo ficou incrédulo
De Deus a se envergonhar
Saudades daquele tempo
Que nunca mais vai voltar.
Por. Otávio Mariano
Soneto de Despedida
Distante deste mundo vão
Agarro as minhas memórias
Para me consolar elas estão
Não esqueço velhas histórias
Sinto muito mas nada sinto
A não ser uma longa saudade
Eu não te amo e não minto
Por mais que tivesse vontade
Amo o que foi e ainda fica
Como a cinza que incendeia
Meu sentimento não se explica
Perdão mas tenho que ir
Meu pensamento ainda é teu
O coração nunca te pertenceu.
Velhos gibis
Quanto os gibis me entretinham? Demais!
Histórias de um mundo distante do real
A realidade confundindo-se à fantasia
Toda história inevitavelmente tem final
Seu nome, inesquecível, remete aos meus gibis
Aqueles quadrinhos infantis, um tanto cômicos
Tanto quanto foste infantil, sem o meu aval
Sua turma é toda fria, como você, é natural
Os velhos gibis alimentam a minha fogueira
Criada por eles mesmos, ingratos que foram
Nem ao menos deram "adeus", então que morram!
Enganaram-me por meses, foram uma besteira
Hoje são apenas restos que o lixo renegou
Que decepção, então, a quem muito os amou.
Desvinculado
Caso Deus pareça estar distante
E fé nenhuma possa tranquilizar
Com a progressiva secularização
Existindo muito o que questionar
Na família não haja de fato união
Na qual morem juntos estranhos
Cumprindo com suas obrigações
Dividindo momentos enfadonhos
Se os amigos virarem conhecidos
Evitando ao máximo um encontro
Só restará guardar as lembranças
E então torcer que desponte outro
Relacionamento nenhum dê certo
Na busca desenfreada por alguém
Talvez o problema não fique longe
Ou a realidade seja mesmo aquém
Calma, você ainda terá uma saída
Saiba suportar a própria presença
Guie a si mesmo nessa penumbra
Pois solidão não pode ser doença.
2011
Me sinto distante
Não sou como antes
Sou um mero errante
Que merece morrer.
Fiz coisas erradas
Dei minha alma por nada
Do longe uma estrada
Eu logo avistei.
Segui essa estrada
Vi uma encruzilhada
De longe um fantasma
Me disse vem cá.
Me fez uma proposta
Que eu pago agora
Com muita discórdia
Eu me encaminho pro fim.
REFLOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Um amor vem distante; já consigo ver;
uma brisa me beija e fica seu aroma;
minha soma de vidas revela o que sinto,
já no broto que mama no seio do tempo...
A minh'alma grisalha teme o verde amor,
um orvalho me cobre de sonhos dormentes,
vejo dentes-de-leite na boca do espaço
e a flor dos anseios está no botão...
Mas também me conheço e me vejo sofrer
até ver que o que tenho são muitas lembranças
e serão de saudades as outras vivências...
Quanto menos tiver pra recordar no fim
será menos em mim pra secar e ruir
ou morrer de morrer de sentir novas dores...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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