Texto sobre Sol
As cascas de Jacarandá
e as canoinhas estão
secando sob o Sol,
Prelúdio que o amor
paira no ar e na poesia,
Tenho certeza que
não vamos parar
porque agora é só alegria,
Pendurei a cortina feita
de Araparés para ninguém
nos distrair e da curiosidade
do mundo nos discretar,
Seja na terra, na água ou no mar,
chegou a hora da gente
se amar sem nada para atrapalhar.
Na nossa bela cidade
de Rodeio beleza sublime
do Médio Vale do Itajaí,
No dia seguinte o Sol
e a ventania estão por aqui
percussionando as matas,
Sigo capturando leveza
das flores azuis do tempo,
mantendo viva a poesia
como as águas encontram
a rota do Rio Itajaí-açu
numa paz ímpar, profunda
e amorosa como busco
nesta vida ainda ser sua.
Colher frutos e lições
da Paxiúba que cria
raízes novas sempre
em busca do Sol e inspirações.
Se ver como palmeira
caminhante que se
livra das raízes antigas
caminhando sempre adiante
sem recear as tentativas.
Ficar só com as sementes
que dão origens a novas
paxiúbas e também enfeitam
como se fossem sorrisos na vida.
Lidar com as emoções
como quem mira
a conta no fio do colar:
Viver sem medo e com
toda a poesia para te entregar.
As flores azuis do tempo
se abriram roçando
na pele e o Sol também,
o meu nome na sua boca
ainda há de ser o hino
mais bonito ser ouvido
até por quem não sabe
que na sua vida eu existo.
A minha bolsa, o leque,
o chapéu são feitos
com palha de Carnaúba,
e dia e noite desenho
rotas para me tornar tua.
Trancei duas pulseiras
de palha de Bananeira,
uma é minha e a outra é tua,
de alguma maneira
quem sabe vou encontrar
a chave para te despertar
e fazer-te sonhar com os olhos
abertos com o tempo de amar.
As Pastorinhas
Canta o Galo saudando
o Sol da Humanidade,
porque já está na hora
de cumprimentar a aurora
e de viver com intensidade.
Passou por nós a Borboleta,
as flores estão desabrochadas
e até no poema foram avistadas
para diante dos presépios
por nós serem apresentadas.
A Jardineira colocou as flores
na cesta e a partir dela
criaram a própria coreografia
para irmos juntos de casa
em casa alegrando cada família.
Confessora da Açucena
sonhando com o Amor-perfeito,
com a intenção de Rosa Branca
fui em busca do teu Beijo
mesmo sem saber que
por mim seria descoberto.
Discreta como a Violeta
me junto ao Lírio e ao Jasmim,
porque tenho certeza
que você caiu do Céu para mim,
meu bonito Querubim.
A Mestra, a Contramestra
e a Professora guiam
o Cordão Azul, sim, senhor!
Deste cordão eu sou apenas
uma singela Pastorinha
e fora dele sou poetisa.
Os músicos, os coristas,
o Anjo, o Caboclo, os soldados,
os pastores e o Rei Herodes,
sei que todos eles ainda hoje
chegarão de muito longe.
Eles estão vindo mesmo e dá
para ver cruzando a esquina
da alegria com muita
algazarra chamando nome
por nome para ir conosco
se espalhando jogando
confetes no caminho.
A Estrela gentil, os alegres
marinheiros, os Três Reis Magos,
o Sábio Simão, a Diana,
o Pastorzinho Benjamin e a Cigana,
ao som dos coristas e músicos
nos animando pelas ruas da cidade
e alegres vamos dançando.
No Cordão Vermelho descobri
você como quem descobre
o melhor segredo da cidade,
a Mestra, a Contramestra,
a Professora, a Pobrezinha
e os pastores são testemunhas.
Você estava absolutamente distraído
e ao seu redor estavam todos rindo:
o sutil Crisântemo, a exuberante
Rosa Vermelha, a Saudade Roxa
agradecida e a atenta Sempre-Viva.
Você que não gostava nenhum
pouco de participar disso
foi flechado pelo Cupido
bem no meio das Pastorinhas,
e acabou por mim sendo
encontrado: o amor da sua vida.
Arcadismo para Rodeio
Vejo o amor no Sol que nasce
que nasce no céu de Rodeio,
e a morte quando Sol se põe,
O casamento do Universo
quando o Céu se encontra aberto,
e a solidão da Lua que brinda
a nossa noite com poesia.
Vem, fuja da cidade e se permita
ter os olhos beijados pelo verde
das matas e dos arrozais,
E se deixe levar neste Arcadismo
feito para Rodeio e não queira
volta a ser o mesmo nunca mais,
você pode ser feliz e viver em paz.
Nos teus olhos encontro o amor,
a morte, o casamento e a solidão,
Podemos viver tudo na imensidão
e com o fogo perpétuo da paixão.
Amazônia Brasileira
O dia que pela primeira
vez me senti um pássaro
voando sob o Sol e a Lua
do Hemisfério Celestial Sul
jamais será esquecido,
porque nascer brasileira
nas estrelas foi escrito.
Sobrevive a profunda
e heróica Amazônia Brasileira
símbolo da nossa existência
enfrentando o pior
o nosso berço pátrio e protetor
até quando não sei vai resistindo
em nos manter vivos por amor.
Na sua marcha tumultuada
pelos nossos dias de vida
a nossa Amazônia Brasileira
continua pagando o mais
alto preço da existência
superando com sacrifício
os limites da própria resiliência.
Oxalá que não seja tarde demais
para que uns ganhem a consciência
de que um país com floresta de pé
é sinal de que ainda há um povo livre!
Sexta-feira Santa
A cada Sol que nasce
e se põe tenho percebido
que no giro do mundo
o julgamento, a paixão,
a crucificação, morte
e sepultura de Jesus Cristo
se renovam a cada
instante e com a desumanidade
de quem se cala e concorda
com as guerras da Humanidade.
Tenho andado a cada Lua
que surge e se despede
só o pó da Terra Santa misturado
com bombas de fósforo branco,
e mesmo assim de maneira sobrenatural
em cada ser ainda me esperanço
apesar de não ter tantos motivos para crer
de que haverá na consciência o alvorecer.
As araucárias do meu Sul
dançam com o Sol e a Lua
neste Solstício de Inverno
que coincide com o Lunistício
que está sendo vivido
pelos Hemisférios Norte e Sul,
Os dias serão mais longos
para sonhar com os meus olhos
abertos e traçar mistérios
para que todos os teus desidérios
no absoluto só encontrem os meus.
O poeta como súdito
do tempo sabe colocar
tudo no lugar: o Sol, a Lua,
a Chuva e as estrelas
sabendo muito bem ordenar
a memória nos seus poemas,
Assim ele segue guardando
o tempo, a memória
e o sentimento sempre necessário
que venha ser resgatado,
Tudo depende do coração que sente
estando ou não ao lado,
porque lidar com gente
pede jeito, amizade com tempo
e delicadeza com o sentimento.
.
O eterno herói ergueu a espada
onde as estrelas são mais visíveis
e onde nasce o Sol da sua Pátria,
resgatou o seu território histórico
e o equilíbrio no nosso continente
de poderosos sem honra e coragem,
e derrotou os traidores do povo
os derretendo na sua lição de fogo
perpétuo da sua ira mais profunda.
O principal é saber
que o Sol voltará
a brilhar e a noite
fatal descansará,
O ilegal será levado
com para sempre
para nunca mais voltar,
porque nós seremos
os nossos próprios casos de amor,
e sem tempo não prestaremos
nem mesmo condolências,
porque estaremos ocupados
com a vida, festas e poemas.
Com esse
abraço
caliente
de carinho,
Não será
tarde
vestir-me
de sol
Porque
na hora
exata
você virá,
e coberta
por ti
eu ficarei.
Deixa eu
te colocar
no meu colo
só para dizer
sem mistério
e nenhum recato:
-Tudo o quê
você quer,
eu também quero!
Por nós eu não
sossego e espero.
Pude observar a [dança]
- do sol e do luar -
No oceano de amar,
Para seguir a luz
De quem me ama...,
E de mim nunca se cansa.
Destarte, posso tanto,
- em segredo -
Sagrado com afeto,
Espalhar este canto.
Pude passar a tarde
- de sol e luar -
A observar o mar,
Imaginando você em cena,
Ditando poesia suave,
E um sussurrar com [arte].
Evidente, nesta poesia
- intimista -
A deslizar nas areias
Palmilhando as conchas,
Para tomares conta,
E para quando abraçares:
- Roubares o meu beijo
Deslizando no canteiro
Escrevendo poesias boêmias
Com as pétalas das gardênias.
Eu sou movida à paixão,
não temo caminhar ao sol.
Eu sou amante da vida,
te querer é a minha religião.
Em ti resiste a fogo brando,
- e a brasa mansa [recolhida
De uma paixão impensável
Por minh'alma [feminina.
Eu sou aquela [criatura],
que se perfuma para te ter.
Eu sou aquela [ternura],
que vira de verso para te ter.
Do melhor de mim para ti
oferto-te o meu inalterável:
o meu amor feito de poesia
Sublime, ardente e honorável.
O verde dos teus olhos esparramados
No balanço das ondas do balneário,
O Sol brinda o amanhecer enternecido
No limite do amor ainda desconhecido;
O amor flechou, e fez dois apaixonados.
O teu lugar ao meu lado está reservado
Na rede para ver o tempo passar...
Há um amor para nos entreter,
E uma doçura para compartilhar.
O mar escreveu o nosso destino,
Traçou a poesia nas areias,
Porque com arte escrevo o que sinto;
Semeio flores no nosso caminho.
Porque a arte explica tudo:
o amor, a saudades e o afastamento
Para viver de dor e de alento;
E de puro entendimento de não tê-lo aqui,
Bem junto de mim neste momento.
Eu te escrevo
como quem beija,
Só para ver se
você me (nota).
Eu vi o Sol desmaiar
de êxtase,
Para acordar nos
braços da aurora.
Nada me saciará mais
Do que você
como alimento,
Dono de um corpo
que me tira a paz;
E de uma fragância
cheia de sentimento.
Eu vi você amanhecendo
no meu peito
Como um lindo Sol
cor-de-coral,
Eu vi você
me levando...,
Para o teu abrigo
(espiritual).
Nada me aquietará
mais,
Do que ser calada
com o seu (beijo)
Pedindo de mim o segredo
que te satisfaz;
Sabemos quando
e como fazer do nosso jeito.
Tudo acontece
quando te vejo,
E até quando te ouço,
Talvez eu nunca te fale,
Embora, sei que
você percebe,
Que o meu corpo
pelo teu sempre ferve.
Neste círculo de condenação,
(íntima)
Cada momento seu sempre vira poesia,
(feminina)
Certamente encantada de vivê-la
Ao menos na (escrita).
Lembre-se de mim, assim:
como margarida vestida de sol.
Lembre-se de mim, assim:
como um sorriso sem fim.
Recorda-te que passei,
e que o amor um dia foi lei.
Agora, tudo mudou:
o tempo - implacável - passou.
Contente-se com a lembrança
Que não dissipou, e não passou,
Recorda-te da borboleta mansa,
- repousada na tua mão
Eu que fui verso e virei canção
Para sempre no país do teu coração;
Serei a tua razão,
- inesquecível -
Lembre-se de mim assim:
como o teu amor celestial
E de todos o mais incrível.
Libertei-me do ninho,
Sou o amor que voa sozinho,
Libertei-te para não voltar,
Viver para me amar
É tua responsabilidade;
Deixe-me no meu destino,
Sou o curso do rio de volta
Para a vida e para o mar,
Assim na poesia estrelar...
O mundo pode
até dormir,
O nosso sol
sempre abrirá:
Os mais lindos
caminhos
Nas noites
lunares no [mar.
O mundo pode
até esquecer,
O nosso amor
sempre existirá,
E a nossa música
jamais deixará
De tocar
o nosso coração,
e embalará
O nosso grande amor
em todo o [lugar.
O mundo sempre
tenta contestar,
O amor teimoso
sempre persistirá;
Ele escolheu
o teu coração
para morar...
Soneto escrito macio
em cada concha,
Soa como o cravo
que toca;
Deste país amor
sempre toma conta...
O mundo pode
até acabar,
O Universo que há
em nós não findará;
Neste abrigo sempre
há de constelar...
O mundo pode tudo,
e pode mesmo:
O mundo só não pode
acabar com
- o nosso desejo -
Nos trigais do alvorecer,
[e no poente.
O mundo não pode acabar com o que
há de mais bonito dentro
[da gente;
E com todo esse oceano de amor
que a gente sente - alucinadamente.
Não há como não cobiçar,
E muito menos não querer;
Ao ver o Sol dançando:
lembrei-me de você.
Não há como não deixar
De um só minuto de te amar,
Da aurora até o amanhecer.
Beijo doce, e imortal,
Trouxe-me um presente
- sem igual
Vendo o auge do passo doble
- mortal
O Sol dando no mar um beijo
- sensual
Acordes da [Tarragona] divinal.
Não há como não se curvar,
Vendo o azul do céu
- beijando -
Sensualmente o mar;
Não há como não querer
- passionalmente
Nessa festa não se misturar.
Para não parar de se
surpreender,
- ela sempre nos amando
A bailarina vida sempre
supreende:
ela sempre acaba nos [beijando
Seja através da balada da
- Catalunha -
- ou, mesmo através das andaluzas
Ela vai bailando, e [coreografando,
O seu passo de amor, coragem e juras,
Com a mesma coragem do Sol [dançando
Sobre as ondas do Mar Mediterrâneo,
Ao som de Paco de Lucia nos [tocando...
