Texto sobre Estrelas
'NÃO DESISTA!'
Não desista das estrelas quando elas se forem,
tudo ficará bem!
Insista nas boas lembranças dos tempos de outrora,
das brincadeiras atravessando ruas,
lagoas.
Não adormeça os lugares que se vai tão facilmente quando se estar triste,
faz parte viajarmos distraído respirando o ontem...
Não desista dos novos amores que baterão a velha porta empoeirada,
abra-o sem medo de ser feliz.
Não esqueça dos rastros perdidos na chuva ou dos pingos molhando o velho espírito,
as flores na varanda podem já não ter tanta importância,
mas elas continuam exalando vida,
abraços...
Não seja tolo confinando mágoas no escasso tempo,
ele é verdadeiro em curar dores,
angústias,
sofrimentos.
Seja fã dos temporais,
não pelos fortes ventos ou a violência dos estragos,
mas pelos rastros das aprendizagens,
ensaios...
A Arte de Viver.
Estrelas
No Céu da noite
Um fino véu azul
Ornamentando a luz do dia
A ultravioleta decanta em clorofila
Meus pés, sempre no chão
É que me dão
A firmeza de um voar
Sem rumo e nem medo
Inexplorado Universo invisível
Cintilando ao alcance dos dedos
Sem dar chance de ser percebido
Pelos cegos e surdos sentidos que vejo
Sentindo-se
Sabedores de tudo
Cumprindo o que estava escrito
Ases de paus, nos baralhos do mundo
Arcaicos retalhos de vida
A sua visão em mosaico faz lembrar
A lente suja e desfocada
Dum caleidoscópio de brinquedo
E eu me sinto sozinho no mundo
Enquanto a mente flutua em segredo
Meu olhar alcança a Lua
Sua luz refletida no chão
Eu vejo um pouco...bem pouco
Do muito que todo mundo pensa ver
...e não vê
Nem sequer imagina que existe
Atarefado e atarantado mundo,
Não pode dedicar-lhe
Sequer um ínfimo instante
O chão sob meus pés,
Muito acima do olhar
Firmamento infinito
Bonito é o momento
E eu o levo comigo
No abrigo do peito
Consciente e acordado
Pro fato que existo
Entre um Céu e uma Terra
A arte da vida ensinou
Em silêncio, a fazer parte
do conjunto das coisas
Que excedem, ultrapassam e existem
Aquilo tudo que em nenhum dia
Nem sequer sonhou em sonhar
As coisas que supõe saber
A vossa vã filosofia.
Edson Ricardo Paiva.
Com o tempo aprendi
A ouvir o que me dizia
O silêncio das estrelas
O cheiro da terra
e perceber o quanto custava
cada lágrima que reprimi
Naquelas bravas horas de tristeza
Que a ninguém mostrei
A vida sempre envia sinais
Mas tem horas
Que é inútil procurar respostas
Longe de mim
Quando parece que simplesmente
O mundo me vira as costas
Há momentos em que é tarde
Muito tarde
E só teu coração poderá te responder
Se nesse momento
Brilha a Lua
Cai a chuva
Ou arde o Sol
Esse momento existe em você
E não no Universo
Há coisas que estão longe
Há coisas ao teu lado
E há coisas
Que não estão longe e nem perto
Estas coisas estão em nós
São o que somos
Estão antes, estão após
São o durante
São o agora
São e não são
Assim como estamos juntos
e eternamente sós
Vivemos, choramos e rimos
sem nunca saber de verdade
Se realmente existimos.
As estrelas brilham no Céu
Durante a escuridão da madrugada
Cá neste lugar
Estão todos absortos em seus pensamentos
E não tem a chance de sentir nada
Não percebem que os olhos lá do Céu
Não estão completamente mortos
Apesar de serem frios
Eu crio pra mim mesmo um sonho
E coloco nele a todos aqueles
de quem eu gosto
Me encosto num canto escuro
E enxergo coisas coloridas
E as coisa bonitas
que a vida pode nos trazer
Na pureza dessa escuridão
Percebo
Que muita coisa não deixa de estar ali
Simplesmente porque não posso vê-las
Assim como os frios olhos das estrelas
Sabem me encontrar
Não importa a elas onde estou
Pois eu sempre estive com elas
e elas comigo
e conhecem meus pensamentos
Creio até que sejam os Olhos de Deus
Me dizendo
Que eu jamais estarei
e jamais estive só
Eu também olho pra Ele e digo
Que meu desejo era estar lá
e vejo seus olhos piscarem
e pedirem a mim que não desista
e jamais pare de crêr
Pois um dia a noite acaba
As montanhas desabam
Evaporam-se as águas do Mar
Porém essa promessa não passou
e jamais haverá de passar.
A vida é curta
Como é longo o dia
As estrelas estão perto
Mas as flores, por demais distantes
Minha infância, parece que foi ontem
Mas o dia de ontem
há muito tempo se passou
As montanhas parecem pequenas
antes, tudo pra mim
era mesmo assim, possível
Mas hoje
diante destas colinas
Que eu ainda não transpus
tudo me parece intransponível
Atrás das colinas tem guerra
mas estão tão longe
todos os amores que já senti
E, se voltar a sentí-los
Não vou mais amar como antes
Meu amor a mim mesmo me basta
e eu, a mim mesmo me basto
Longos são os meus segundos
Como é vasto o mundo
Me recolho a um canto, soturno
Agradeço ao dia, pelo fim de mais um dia
Adormeço lendo poesia.
O vento vai soprando
Estrelas brilham na noite
Mas a Lua está no comando
Cigarras fazendo farra
Vagalumes no desmando
O calor abranda
A saudade vem
A folha cai
toda folha tem
A sua hora de ir embora
E a noite demora a passar
Uma voz
Não sei de quem
Vem dizer
no vento sonolento
Que além daquelas estrelas
Existem muitos outros mundos
E outras vidas existem lá
Pode ser
Que neste momento
Um peito tão profundo quanto o meu
Esteja também olhando pra cá
Talvez aconteça
De nossos pensamentos se cruzarem
E Deus
Por pena, merecimento ou sorte
Permita
Que essa estrela brilhe mais forte
Assim, na próxima noite
Duas almas iguais e distantes
Saberão exatamente
Onde olhar.
Edson Ricardo Paiva
Criei por ela
Um Oceano de Estrelas
Em um plano mais profundo
Tentei fazer pra ela
Todo dia
As mais belas poesias
Já escritas neste mundo
Fiz projeto de Palácio
Com vitrais até o teto
e férias no paraíso
Autorizadas
Pelo Próprio
Arquiteto do Universo
Escrevi num livro meus versos
Tudo isso, pra conquistá-la
Mas meus planos malograram
Pois, quando a vi
Perdi a fala.
Edson Ricardo Paiva
Quem será que sou eu?
Aquele que sai na janela
E olha o Sol e olha estrelas
Conversa com elas
Mas não as conhece
Pois não sabe os seus nomes
Talvez todos nós
Sejamos aqueles que não conhecem
Nem a nós mesmos
Pessoas comuns
Bons sorrisos à janela
E sabemos que não é preciso
Sabermos nem ao menos
Os nomes dos passantes
Apenas alguns
E mesmo que não sejam
Os homens que eram antes
Não faz mal
O ser humano é sempre igual
Na sua mais profunda essência
Apesar de terem se passado
Alguns milênios
Basta olhar pros lados
Resta saber o escrito no verso
Somos todos passantes
Pontos acima e abaixo e ao lado
E nos denominamos
Como alguém que questiona
Pela enésima vez
E pela enésima nona, talvez
Sem atentar para o fato
De não se ter atido à resposta
Mas gosta de estar à janela
E cumprimentar os passantes
Conversar com estrelas
E nem ao menos saber os seus nomes
Sem prestar atenção na vida
Vivemos
Tanto faz
Assim como era antes
Alguns ainda estão à venda
Desde que o mundo é mundo
E como tudo na vida
Outros não .
Edson Ricardo Paiva.
Triste quem não tem pra onde voltar
Pobre de quem foi
Caçar estrelas
Coitado de quem se iludiu
E que seguiu na direção
Do primeiro arco-íris
Que surgiu depois da tempestade
Tenho pena, muita pena
De todo aquele que não causa mais
Uma saudade apenas
Mesmo que diminuta, pequena
Me apiedo de todo coração
Que não tem paz
Depois da estrela, arco-íris
A queda
Meus olhos se enchem de aflição
Por todo aquele que vive
E que não causa nenhuma afeição
Em ninguém
Deve haver lá no céu
Uma alma plena de luz
E que tenha em mãos
Um livro, um papel, uma pena
E a dura missão de recensear
Essas sombras vagantes
Viventes de alma escura
Que não sentiram pena de ninguém
Além de si mesmo apenas
E viveram sua vida pequena
Como se ela tivesse que ser eterna
Enfermas
Sempre vencer e ganhar e ser o melhor
Custe o que custar
Esse era seu lema
Seu meio a superar quaisquer problemas
Mas o tempo corre
A vida passa
As quedas vem
Sem ninguém pra estender a mão
Que pena!
Edson Ricardo Paiva.
Escreva uma canção bonita
Mais bonita que um varal de estrelas
Tente vê-la flutuante
Na noite de um sonho esquecido
Igual ao que existe
Na alma da gente
Escreva uma oração
Que seja bela
Tão bela, de acordar de madrugada
Uma imagem de paz
Uma nuvem de luz
Como a luz do luar na rua
Como a rua na janela
Um perfume de amor
Feliz de sentir
Que vem do nada
Pense nela
Que esteja lá
Lembra de sentir a calma
Bonita como passos
A pular quadrados da calçada
Somente a traduza
Numa imagem que lhe traga à vida
E que descreva
A vida, não pela vida
Mas uma vida bonita
Como se quer que ela seja
Pois essa vida está lá
Transparente e estampada
Estendida no calor
No momento em que a alma esfria
Fantasiada de dor, na alegria
Na dor do dia a dia
Que se deixa passar
...lá se foi mais um dia
E quem olha, não vê
Na incerteza da fé
é preciso transcender
Pra chegar a ela
Abandonar-se
Deixar de ser quem se é
Quando cansar-se de ser
Quem não é
Pois da vida se leva nada
Nada além da tristeza
De não tê-la sabido viver
Seja a vida essa canção
Como um vento leve
Que move um mar
Mas não desista
Existe uma oração bonita
Esperando pra ser declamada
De mãos dadas com a vida
Ela ainda está lá
Se você a acredita
Não permita que ela se vá.
Edson Ricardo Paiva.
Existe um Oceano de Estrelas ao redor de nós, para nomeá-lo os Homens encontraram uma maneira muito sutil de homenagear as mães de todo o Universo. As mães que existiram e que haverão de existir: A minha, a sua e também aquela filha que ainda não nasceu. As mães deste e de todos os outros mundos habitados, físicos ou espirituais.
Esta homenagem foi tão bonita quanto à vida, que apesar de não ser da maneira que imaginamos, a é da maneira que sentimos e se extende às fêmeas de todos os Reinos, filos, classes ordens, famílias, gêneros e espécies:
Via Lactea.
Siga eu um dia, finalmente
Para o infinito
Para muito além das Estrelas
Para muito além do pensamento
Siga eu um dia, alegremente
Para algum lugar
Que Deus tenha me destinado
Longe deste confinamento
Onde me encontro
Há muito, qual desarvorado aprendiz
Que não leve recordação
De nenhum bem
Ou qualquer mal
Que fiz ou tenha feito
Siga eu numa noite chuvosa
Ou alguma manhã tardia
E aos que permanecerem
Que eu deixe a alegria
De saber que eu vou em paz
Mas que não permita Deus
Que eu vá
Sem antes ter certeza
De que as sementes por mim espalhadas
Farão deste Mundo
Em lugar melhor
Que aquele que um dia encontrei
Senão
Que eu não deixe nada.
Faz um tempo que
eu não sei o que é chorar
Não por falta de motivo ou dor
Vejo estrelas prateadas
Vejo o Céu azul
Que filtradas na tristeza das retinas
de meus olhos
fazem tudo parecer tão incolor
E eu não ligo
Meu amigo
Faz um tempo que eu queria
Transformar
toda esta dor
em gotas lacrimais
que eu as derramasse
por caminhos
Onde não haverei de retornar jamais
Não consigo
A saudade conseguiu fazer
de meu coração
Seu abrigo
E ele agora
encontra-se
Fechado
Até pra mim
Eu desaprendi
ou simplesmente
não notei
que nunca consegui
abrir meu coração
pra libertar
esta tristeza
que nem sei se sinto em vão
tento então,
te dizer
isso que eu digo
Meu amigo.
Às vezes quero ver o Sol à noite
E olho as Estrelas,
que são Sóis distantes
Enxergo hoje as coisas
Como não as via antes
Hoje não adianta mais
Saber o que devia ter descoberto
No tempo em que nasciam flores
Onde hoje tudo é deserto
Eu, que desejava tanto a Guerra
Enquanto vivia em paz
As vicissitudes desejadas
Foram tão rudes
Quanto inesperadas
E hoje eu olho as coisas
Tão distântes e digo
Faz um tempo
Tanto tempo, Meu amigo
Que queria desviar-me
Dos caminhos que hoje sigo
Aprendi a caminhar
Conheci os segredos dos Mares
E dos Nós de Marinheiro
Esta noite eu enfrentei
Uma tempestade atróz
Querendo encontrar o caminho
que me conduzisse de volta
À ilha dos Girassóis
Uma fada dança em minha mão
Tenho esperança, ainda
De que tudo mude
E que o vento sopre em direção
Ao final deste Mar
Que não finda
E caminhar finalmente pela praia
Ao final de uma tarde linda
Antes que a vida se esvaia
Consumida pelo tempo
Tanto tempo
Meu amigo.
Toda Manhã
Bem antes que amanheça
E a Noite tecelã
Recolha o bordado de estrelas
Um Ar com aroma de hortelã
Me invade o nariz
Noite escura ainda
Puro breu
de vela que não se acendeu
Sucumbe aos Sóis que nascem
E a contagem dos dias progride
Toda noite
Páira-me sobre a cabeça
Uma lanterna acesa
A vida carrega nas ondas
O velho frescor da framboesa
O vento leva
As flores laranjeiras
O tempo vai passando
Quarta, quinta, sexta-feira
Um dia qualquer
Duma manhã à toa
Passou-se
A boa vida inteira
Estrelas que brilham no Céu
despertando-me a atenção
à Luz de tamanha essência
tornam injusta a interpretação
diante da excelsa justiça
pois ofuscavam-me a visão
e não permitiam que o coração
Percebesse que havia em mim
Um tanto assim de ingratidão
Por não ver a excelência
Do Deus, que na verdade
Em sua infinita bondade
Colocou-as no firmamento
Com o gesto de um pensamento
Simplesmente pra que a gente
Pudesse observá-las
Descobrí-las
Admirá-las
E, através dessa beleza
Perceber que o Pai nos fala
Conversa com a gente e ensina
Ocultando as divinas palavras
Por detrás de uma cortina
Pra que a gente então precisasse
dar um passo mais à frente
e sentisse o quente abraço
Na força do Eterno laço
Firmado com a Humanidade
como um quadro
Pintado no Espaço
Como haveria
de haver estrelas
sem noite
Como haveria
de haver as noites
sem os dias
Como haveria
de haver os dias
sem as saudades
Como haveria
de haver saudade
sem a ausência
Como haveria
de haver ausência
sem a distância
Como haveria
de haver distância
Sem um adeus
Como haveria
de haver adeus?
Pergunte pro seu coração,
pois o meu
parte sem culpa.
O sol beija o mar e o céu azul empresta o seu brilho ao fundo do mar, as estrelas são vistas na escuridão do mar e são confundidas com o cintilar dos olhos lanterna dos peixes e os cardumes que se movem para sítios incertos vão mostrando, um peixe duas estrelas, por fim um mar de estrelas no fundo do mar até o sol raiar.
Meu Coração, Reflete Amor!
As estrelas cadentes caem do céu e brilham aqui na terra quando batem em meu coração, porque nele existe amor.
A muitos segredos guardados sobre o jardim de amor que cultivo, nele a cumplicidade, a intimidade, a criatividade e as minhas realizações são o alicerce da minha vida e os fundamentos dos meus sonhos, desenhos, desejos e poesias.
Enquanto a luz do mundo ou a luz das ruas estão se apagando, a luz da minha alma brilha cada vez mais e reflete a grandeza do que sinto, pois ela reflete o que me move, o que me faz viajar, voar, parar o tempo, ela reflete o amor que sinto por você.
Mas Deus não está na capela, quando a noite arrasta para si as vigílias, as estrelas piscam mais lentamente no sono da noite e o breu se avança nas horas de silêncio.
A resolução desta equação está na luz, que ressurge na força de Deus, que estabelece um novo amanhecer, que abre nossos pupilos para ver, porque Deus habita em nós o "q" da equação.
