Texto em verso
Clamor
Quando eu parar de criar verso salgado
Para elevar, por fim, o agrado na poesia
Nessa hora solene e de festiva alegria
Peço a ventura que fique firme ao lado
Não quero somente pelo desejado dia
Açoitando minha alma com o passado
Preciso de suspiro e olhar apaixonado
Nos versos, cheios de branda melodia
Depois que a poética tiver seu abrigo
No desfastio, tenha verso enamorado
Traga tom, gesto, num versejar amigo
Se o poema de um prazer foi separado
No clamor, então, quero sair do castigo
E, não mais ter o aprazimento negado.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 setembro, 2023, 14’46” – Araguari, MG
No silêncio da noite, a dor sussurra,
Como um eco que o coração atura.
Cada lágrima, um verso na escuridão,
A dor é uma canção, uma triste canção.
A saudade aperta como um nó no peito,
A dor, um fardo que carregamos com respeito.
Mas no fundo da dor, há força a brotar,
Como uma flor no deserto, a esperança a brilhar.
Pois na dor encontramos o nosso eu,
Aprendemos a ser fortes e a crescer ao léu.
Assim, a dor nos ensina a valorizar,
A alegria que um dia voltará a reinar.
Estarei eu errada por muito pensar?
Erro ao deixar fluir o que meu coração diz?
Transcrever versos, retratos de vidas ,
pessoas que eu possa ver, e sentir.
O retorno é a lei da ação,
pois toda ela tem sua reação.
Nao se Fadigue o 'Alma' aflita,
eu hoje me inspiro em você.
Transcreva o coração e permita o sentir.
Calesse, ó confusão!
É necessário esse por vir
Eu preciso sentir.
Poesia de Islene Souza
DEUS
Como poeta, analiso,
Descrevo e transformo em verso
Que cada lugar que piso
É parte de um universo.
Sinto, na luz dos meus olhos,
A flacidez dos abrolhos,
Céu distante, mar profundo.
Da Terra, esfera suspensa,
Deus marca a Sua Presença
Em tudo que há no mundo!
Conhecê-Lo, eu não conheço,
Visitá-Lo, eu nunca pude.
Mas Ele é o endereço
Que nos conduz à virtude.
Deus é poder invisível,
Abstrato, indescritível,
Difícil de se entender.
Do catedrático, ao anônimo,
Em tudo está o sinônimo
Do Seu imenso poder.
Deus está na nossa mente,
Na forma que a gente pensa,
Nas coisas que a gente sente,
De acordo a nossa crença.
Deus é a luz que aparece
Na hora que amanhece,
Prá nos trazer alegria,
Embelezando a aurora,
Quando a noite vai embora,
Dando vida ao novo dia.
Deus orienta o inculto,
Com força e perseverança.
Dá paciência ao adulto,
Prá conduzir a criança.
Deus está na flor cheirosa,
Na planta leguminosa,
Que alimenta a nação.
No vento, na noite cálida,
No rosto da lua pálida
Que embeleza o sertão!
Deus está mo movimento
Dos animais na floresta,
Nas aves fazendo festa,
No seu acasalamento.
Na fruta que cai do cacho,
Na fêmea que atrai o macho,
Na pétala que traz o brilho.
Está na ânsia do quarto,
Confortando a dor do parto
Do ventre que gera o filho!
Deus está na melodia
Do sabiá laranjeira,
Na fonte de água fria,
No grito da lavandeira.
No veneno da serpente,
No germinar da semente,
No mel que tem na resina.
Na ciência, na fragrância,
Na raiz, na substância,
No saber da Medicina.
Deus está no mel da cana
Que produz a rapadura.
Na casca da umburana,
No vapor da terra dura.
Na plumagem da arara,
No fruto da caiçara,
Na flor do mandacaru.
No espinhal do abismo,
Na beleza e romantismo
Da voz do uirapuru!.
Deus está, por Sua vez,
No calor da sequidão,
Na lágrima do camponês,
Que chora a falta de pão.
Deus está presente na dor,
Na angústia, no amor,
No lamento dos plebeus.
Deus está sempre de pé,
Prá dar um pouco de fé
A quem não conhece Deus!
Deus se encontra no pistilo
Da flor do maracujá,
No casco do crocodilo,
Na pena do tangará.
Deus é a água da chuva,
O mel da polpa da uva,
Que serve de vitamina.
É o ouro derretido
Do vulcão adormecido,
Que está no centro da mina.
Deus está na plenitude
Do sorriso da criança,
No vigor da juventude
E na velhice que cansa.
Na obediência do filho,
Tá na boneca de milho
Com seus cabelos compridos.
Tá na riqueza da alma,
Na paciência e na calma
Dos menos favorecidos.
Deus está na translação
Da Terra, em seu movimento.
Na força do furacão,
Na tempestade e no vento.
Está nos bosques sombrios,
Na confluência dos rios,
Na aridez do calcário.
Está no deserto enorme,
No beduíno que dorme,
No passo do dromedário.
Deus está na construção
Do joão-de-barro engenhoso,
Na plumagem do pavão,
Elegante e vaidoso.
Tá na forma conjugal
E no ato sexual,
Quando a libido é pura,
Sem químicas nem alcalóides,
Milhões de espermatozóides,
Gerando uma criatura.
Deus está entre os rochedos,
Nas estradas poeirentas,
Nas nebulosas cinzentas,
Nos alcantis e lajedos.
Deus tá na Fauna e na Flora,
Na araponga que mora
No mais alto da montanha.
Nos arbustos aromáticos,
Nos pontos enigmáticos,
Dos tecidos da aranha.
Deus é a única razão
Da nossa sobrevivência,
O pulsar do coração,
A voz, a inteligência.
Não sou nenhum pregador,
Não sou padre, nem pastor,
Não me entrego ao cansaço:
Sem religião nem crença,
Sinto, de Deus, a Presença,
Em cada coisa que faço.
Outrora o poeta☔ foi o verso
perdido no eco
Hoje és, a poeira das estrelas lucilantes, no qual o Mestre um dia, envolveu seu o olhar e o mesmo olhar se dirigiu ao apóstolo João, quando questionou ao Mestre:
"Senhor, que é Deus?"
Ernesto Saveiro - In Memoriam
(18/02/1948 - 18/06/1989)
Mulher
Que todas as mulheres do mundo
possam escrever um verso
sobre sonho
sobre liberdade
sobre o que almejam de verdade
sem repressão por ser mulher
sem medo de sair por aí
para enfeitar alguns jardins sem flores
com seus perfumes únicos de ser
Que encontre em si a força o amparo
o equilíbrio com a mãe natureza
dessa riqueza homem nenhum pode tirar
Mulher é tudo no mundo
é a arte
a inspiração
Mulher é a música
é a história
a mulher da criação
a verdadeira essência da vida
Mulher é a mais pura poesia!
Mulher poesia e verso
Tem beleza do universo
Mulher, poesia e verso
Lindas letras do alfabeto
É na vida um laço aberto.
Ela é sempre uma doçura
És um anjo de candura,
Mulher, poesia e verso
Lábios cor de rosa pura.
Fonte de amor e coragem
Minha sincera homenagem,
Mulher, poesia e verso
Guerreira de muito progresso.
Mulher é sempre ternura
Quando enfrenta amargura,
Não sente ódio ou rancor
É um ser que Deus criou.
Meire Perola Santos ©
Verso mudo
Um verso que seja terno
Levando meu abismo
de anseio puro para sereno
Como o primeiro olhar de paixão;
numa tarde de inverno
Nas paredes a mesma dúvida
Mas, o cenário é o que muda
É verão de pleno silêncio da noite
Batendo na minha cabeça dura
Justo eu que pedia tanto para crescer
Hoje anseio para ter a mesma força nos passos
Algo mudou, mas, ainda há sonhos
e brilho nos olhos
Talvez esses sonhos engavetados
É que não me deixa parar
Então eu engulo o choro
Limpo a poeira da sola
Remendo minhas asas
Porque o horizonte está lá fora
Poema autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 03/02/2021 às 19:00 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
ALUCINA! ....
Aprisiona em teu verso, a sonhar, tudo quanto
Te é encanto: o gesto, o olhar, a rosa ofertada
E canta em gentil amoroso e sempiterno canto
A prosa, a poética, e a inspiração enamorada
Que a rima, vibre e guie, que não seja pranto
E então somente de uma cobiça apaixonada
Onde o sentir pulse e sacuda o seu recanto
E haja aquele ardor no alvor da madrugada
Encarcere cada uma palavra dita ao dispor
Traga do coração a sensibilidade, e faça
Sensação, pra então ter cantigas de valor
E trove a tua paixão num surto de alegria
Gabe-a, exalte-a, alucina, é cheio de graça
Saber musicar a feliz emoção na poesia! ....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/01/2021, 15’42” – Triângulo Mineiro
Não se apague à mim amor meu, não sou teu.
Sou solto no universo, verso por por pedido, sou incógnita, escondido.
Não me ame que esse é o meu mundo, segue seu rumo, outro é o seu destino.
Deixe-me ser esquecido no não faz sentido, me sinta apenas como uma não espera, apenas em transitório não destino.
Poeta Nilo Deyson Monteiro
EM SEGUIDA
Depois do nosso olhar ter sussurrado
Depois do verso meu versar-te tanto
Depois de ter-te, cá, em um encanto
Depois de cada jura, de estar ao lado
Depois de ter teu carinho, ser amado
Depois da hesitação, e do entretanto
Depois dos desencontros, do pranto
Depois de tudo, tornamos o passado
Cada momento o instante apreciado
Cada instante aquele momento dado
Em seguida, a despedida, e o depois:
O silêncio numa sofreguidão, dor alta
E na dura ausência o sentir a sua falta
Na falta, o vazio do amor de nós dois...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22 de maio, 2022, 16’39” – Araguari, MG
Veio um verso de amor
que a brisa logo soprou
com ciúmes e mau humor
do meu verso não gostou
Disso eu já bem sabia
faço simples versos de amor
que nenhum coração extasia
ou bate feliz em clamor
Como poeta sou uma
e para escrever sou atleta
posso ser um verso de espuma
ou uma pedra que te acerta
Para ti Putin, aqui deixo em verso; só mais este apelar…
Eras respeitado em toda esta Terra;
até resolveres roubar a outrem;
o que sabias ser dele, tão bem…
mas mesmo assim optaste, pela guerra!
E agora que viste o mal que fizeste;
porque não te decides a parar;
com este em todos nós tão vil matar!
será que ainda não te arrependeste?!
Acaba putin, com tão grande asneira;
que te levou a decidires roubar;
o que sabias não te pertencia…
Daí caíste nessa vil ratoeira;
em que por burro decidiste entrar!
da qual só fugirás, na de em PAZ, via.
Liberta-te, pois, dessa vil matreira;
liberta-te desse pobre encontrar;
liberta-te do que em ti há, mas não havia.
Por ainda com esperança em ti, imploro-te:
Acaba com esta guerra Putin,
Pois, deste viver nada levarás;
Mas tudo cá deixarás, isso sim!
Daí; olha pra a frente, e não pra trás.
que o fim me carregue.
*
"Instiga o intrigante verso surrupiado do pensamento. Faltas ditas, e o instinto é um atuar intuitivo e o mesmo que roubou a flor dos dedos, e, como uma fera alarmada denunciou as farpas jogadas. Pensa! Romperam os laços afetivos e na contramão só se vê abismos. Se encontram naquele diálogo, esperneiam, e saem em um descompasso obturado dos lábios que desfiguram o espaço pasmo.".
*
Ricardo Vitti
SONETO ENAMORADO
Poético com um verso sentimental
Amoroso, manso na sua inspiração
Em suas linhas aquela afável paixão
O pensamento cuidadoso, especial
Sente o que sente a cada expressão
Sussurra, suspira, é prosa, um ritual
Tem a forma certa por ser visceral
A medida do sentimento, a emoção
Cada tom, o tom de amor na canção
Se ele se cala, o silêncio é confiança
E quando ele canta, uma doce ilusão
Cada compasso, o ritmo apaixonado
O olhar, o beijo, a singular lembrança
Aqui narrado no soneto enamorado...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12, junho, 2022, 06’26” – Araguari, MG
#DESTERRO
Cada verso que escrevo é uma esfinge a ser decifrada...
É um sussurro que o silêncio contradiz...
Do nada para um nada...
Na busca de um segredo...
Que aflorando o peito...
Vaga no deleito...
Arma-se a fogueira...
Fustiguem minha carne...
Cuspam em minha cara...
Invadam o meu corpo...
O tempo será meu aliado...
Levará meu sofrimento...
Fará jus ao que escrevo...
E até quando me mantenho calado...
Motivo de zombaria...
Dos desgraçados...
Por muitos e muitos poucos amado...
E no vento que sopra...
Levantando a poeira...
De costas para o sol então verei...
O fim de uma era...
De que me serve a razão?
Se não existe o que quero?
Desterro e má sina...
No que traço...
Estúpidos são aplaudidos...
Enquanto eu cá...
Em minha sorte...
Apenas sigo...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
.
AMOR AMODAÇADO
Te amo! se disser que não, é uma inverdade
E cada estória um verso, várias as memórias
Poetadas, cantadas, e tão prosas da saudade
As levo na sensação, são doces dedicatórias
O meu amor por ti foi mais que apaixonado
Pairou no agrado, e me fez muito contente
E se em algum lugar ele foi desencontrado
Foi o acaso, do causar que baralhou a gente
Meu sentimento por ti, um sentido e emoção
A direção de um coração poético e amoroso
E já sem morada naquela enamorada paixão
Então, por te amar demais, demais querer-te
Esse amor amordaçado tornou-se silencioso
E, se no fado advir, talvez, o porvir concerte!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 setembro, 2021, 05’50” – Araguari, MG
"As palavras que escorrem in-verso
não conotam o avesso e nem a aversão"
[...]
O apelo vestido em preterição
não terá deferimento ao receptor;
não há sentido distorcido
quando falamos de amor
A linguagem pode, sim, ser diferente
o toque pode ser substituído
por palavras de afirmação;
e palavras podem ser substituídas
por silêncio, em oração
A quebra do silêncio pode vir
num abraço caloroso;
transmitir o fruto sentimental
é tão personalíssimo
quanto uma digital
As vezes, é melhor sentir a pulsação
do que ouvir o que fora
filtrado pela mente;
As vezes, caminhar degrau abaixo
não é se distanciar,
e sim se escutar
para o curso da ascensão
Para percorrer a via sacral,
em busca de entendimento,
é preciso descer a ladeira
para depois ascender
no paraíso celestial
das inspirações
Louvável ouvir das lágrimas
que escorreram diamantes,
graças a elas, eles puderam existir;
não se pode falar em criatura
na ausência de um criador
Não existe recompensa sem labor,
e se há labor, há recompensa;
de uma forma ou de outra,
há um "feed back" sentimental,
recíproco e verdadeiro
Apelar e inferiorizar
Não é caráter do nono patamar,
talvez de um nascituro,
mas nunca de um prático
O Astronauta segue o rumo,
contando estrelas,
tocando, compondo e amando,
guardando boas lembranças
no coração das galáxias
Aprendi que o melhor
é sentir paz interior;
em minha sã consciência,
sigo amando firmemente
Farei parte,
quantas vezes for preciso,
do exército de quem
adoça minha boca
O que fora plantado
não será arrancado,
não murchará com o tempo,
permanece regado
[...]
"Não importa o volume
nem a frequência que se rega,
mas sim a essência
do que se deposita"
A PALAVRA MAIS BELA
Folheei a prosa e o verso pra buscar
A beleza de uma palavra a compor
Sem igual, pude, assim, encontrar
O deleite e a razão de uma: o amor
Perguntei ao coração, sem receio
A resposta é certa, farta de desejo
De fascínio e paixão, e tão cheio
De emoção, tal um suspirado beijo
Assim, interroguei a mansa sintonia
Com convicção conseguiu me trazer
Muito carinho e a inigualável magia
Então, perguntei ao singular agrado
E o sentimento veio assim me dizer:
Amor, bela palavra, a aquele amado!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12 de outubro de 2021 – Araguari, MG
ao meu amor
do pretérito imperfeito,
faço desse poema, e
seu sincero verso
sua eterna memoria,
hoje estou a caminhar
por esquinas e becos
onde existia amor
agora existe medo
não digo o que sou,
mas digo o que eu era
um eterno admirador
das suas artes, poeta
dos seus olhares,e
de tudo que restou.
e do que irei reciclar
ficara guardado
no lado esquerdo
do meu peito para
o amor do pretérito perfeito.
