Texto de Solidão

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SOLIDÃO EM FUGA

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Teu olhar fugidio nunca pousa,
vai ao ar, desce ao chão, perde o caminho,
não faz ninho na luz dos outros olhos
que te buscam nas trevas do silêncio...
Tua triste caverna esconde afetos
acuados, confusos e feridos,
tempos idos invadem teu espelho
e corroem a ponte pra depois...
Quando sais do buraco é pra fugires
em viagens distantes, em glamures
que disfarçam quem és pra não sei quem...
Logo além já percebes que te aguardas,
vais por dentro e não podes te ocultar
nessas fardas perfeitas de turista...

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SOLIDÃO EXTREMA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Ele come almofada; poltrona; colchão;
azulejos do box, gargalos e canos;
a ardósia da pia, o vidro da janela
e também o seu rolo de pintar paredes...
Ele come até bucha de lavar vasilha;
sua pilha de roupas, os panos dobrados;
põe recheio nas mãos e logo após as come
como fosse o que sempre desejou comer...
Come o pão com manteiga, depois joga fora,
come a planta carnívora do seu jardim,
depois come o pudim que rebola na mesa...
Adoece e definha de tanto que come
sem matar uma fome que há muito não há,
por não ter com quem possa partilhar a mesa...

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SOLIDÃO UNIVERSAL

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Cada próximo à vista é uma nova miragem do vazio que habita os nossos olhos, janelas de nossas almas baldias. A distância do próximo está cada vez maior e contextualizada nas aparências; na plástica de uma multidão solitária. O ser humano se acotovela e não sente, porque não cabe ao tato a sensibilidade perdida. Cabe ao trato profundo, sincero e solidário que perdemos no tempo e no espaço de nosso egoísmo irrefreável.
Estamos separados por abismos. Imersos em prioridades palpáveis. Preocupados com o que teremos no dia seguinte, mas que jamais bastará, tanto faz o tamanho da conquista. Queremos o acúmulo; a coleção de bens, poder e unidades monetárias. O que tem de ser nosso e o que poderia ser de outros, mesmo que não tenhamos onde pôr e utilizar. Cultuamos o desperdício, em nome da ostentação e da vã imagem de superioridade.
Construímos o reino do egoísmo e perdemos a noção da vida. Parece que somos todo o mundo e todo mundo é ninguém aos nossos olhos. Os rumos da humanidade ficaram todos congestionados, porque há tantos eus no caminho para o nada. Já não há mais garagem para tanta solidão... no fundo, é tudo solidão.

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ANIMAÇÃO CULTURAL - SAGA E SOLIDÃO

Demétrio Sena - Magé

Dizer que o arte-educador (animador cultural, no sistema da Secretaria Estadual de Educação) não faz nada, é o hobby de alguns colegas regentes. "Não fazer nada" significa não promover festas diárias, e sim, oferecer conteúdos culturais mais profundos, cujo engajamento discente não é incentivado nas aulas convencionais. Em cada unidade que tem o luxo de contar com esse profissional, trata-se de um, no máximo dois. E a nossa função é oferecer "aulas" livres, oficinas e projetos não obrigatórios a jovens que, além do desinteresse em razão do que a sociedade lhes oferece, ouvem outros profissionais nos desqualificarem.

Há colegas formidáveis em algumas unidades. Onde sou lotado, conto com a compreensão e às vezes o apoio ativo de alguns docentes regentes, além da direção, sempre solícita, para que meu trabalho flua. Mas nem isso impede, por tantos outros, os olhares e até citações pejorativos, como forma de repetição da sociedade que sempre desqualificou artistas não famosos e ricos. Temos, sim, espaços fisicamente ociosos entre uma ação e outra, um projeto e outro... espaços em que projetamos novas ideias, recebemos alunos em nossas salas (quando as temos) e promovemos momentos de reflexão, bate papos e cultura geral desobrigada em seus horários também ociosos. Fora dos olhares oficiais.

E para quem desqualifica a formação dos animadores culturais, é justo sempre lembrarmos que além de nossa formação acadêmica, temos em nosso portifólio cursos e capacitações em diversas áreas culturais: na UERJ, UFRJ, UFF, Universidade Popular da Baixada , ABEU, UNIGRANRIO entre outras instituições. Tudo por exigência dos governos estaduais anteriores que nos tinham como essenciais. Para Brizola e Darcy Ribeiro, éramos "as meninas dos olhos" das unidades escolares.

Quem desqualifica o animador cultural na ausência ou "pelas costas", como se diz popularmente, não é covarde nem medroso. É prudente. Sabe que não teria como sustentar qualquer argumentação, perante os olhos e as refutações argumentativas e comprobatórias de qualquer um desses profissionais que há trinta ou mais anos existem e resistem bravamente no sistema da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

Nossa gratidão aos poucos professores e professoras regentes, diretores e diretoras, além de outros colegas que sempre somaram conosco. E que hoje nos apoiam na luta contra a extinção dessa categoria também odiada por alguns dos últimos governos e de forma ostensiva e contundente pelo governador Cláudio Castro e sua equipe. Cultura na educação realmente amedronta os governos fascistas, os grupos sociais e as massas populares de manobra que aprenderam a não aprender com o que sofrem por causa desse atraso sociopolítico de séculos e séculos.
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#respeiteautorias Isso é lei

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⁠SOLIDÃO INVERSA

Demétrio Sena - Magé

Faz-me falta sentir o próprio ser;
ter as minhas vontades à vontade;
ser a própria verdade à luz do espelho
que não mostre um olhar atrás do meu...
Tanto tempo sem choro solitário;
sem fazer um poema todo em paz;
aliás, tanto tempo sem meu tempo;
uma sobra na sombra das lembranças...
Tenho medo é de nunca mais me achar;
me deixar esquecido na vertigem
de não ter mais direito à solidão...
Sinto falta, quiçá, de sentir falta;
uma pauta vazia em minha folha,
pra deixar a grafia do meu sonho...
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#respeiteautorias É lei.

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⁠A HORA DA SOLIDÃO

Demétrio Sena - Magé

Tá chegando meu tempo de saber
com a minha verdade mais secreta,
que me resta caber no meu vazio
ou na minha maleta emocional...
Tem um sonho desfeito sob o caos
onde minha esperança curte o coma,
esta soma de perdas vezes danos
é o subproduto que me aguarda...
Vejo a hora em que minha solidão
será sólida mesmo que abstrata,
uma lata que anula vida inteira...
Vem o tempo da tampa sobre nada,
porque é no que tudo já resume
tanto lume que nunca iluminou...
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Respeite autorias. É lei

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⁠SOLIDÃO CASEIRA

Demétrio Sena - Magé

Exclusão social familiar
tem um truque de afeto consanguíneo
que nos faz duvidar do que vivemos,
pois assim se camufla nossa dor...
Preconceitos vividos em família
são timbrados por uma marca d'água;
é pecado sentir ou expressar
qualquer mágoa, tristeza, solidão...
Preferências domésticas ocorrem
como sabem dizer os preteridos;
os que morrem vivendo seus efeitos...
Exclusão social familiar
é amar solitário; "lamba os beiços"
quem "faz beiços" e sonha ser amado"...
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Respeite autorias. É lei

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BRIO PEDAGÓGICO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Respeite a solidão doentia de quem se amolda na sombra e tem profunda paixão por si mesmo. Se a pessoa não quer ser incomodada, não a incomode. Mas também não se acomode na espera daquele dia em que os caprichos e conveniências dessa pessoa intimem sua presença incômoda. Retire, uma vez ou outra, o cais de quem tem o vício do seu porto seguro. Isso não é cruel. É pedagógico.

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A SOLIDÃO DIVINA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Se Deus é alguém, ao invés de algo, imagino que seja um ser solitário e deprimido, mesmo com sua soberania. Creio até que precise de comprimidos para dormir e sonhar que tem amigos; colegas; turma. Sonhar que também é criatura; não Criador, Dono de tudo, Senhor de servos, o Rei dos reis, inalcançável para relações de contato.
Esse Deus dos pregões humanos deve ser bipolar. Deve brincar de dois. Talvez seja o próprio diabo, em um dos pólos, para interagir consigo mesmo como inimigo; alguém a quem valha combater para passar o tempo eterno de sua solidão. Uma vez chegou a inventar que tinha esposa mortal, filho metade humano, para ter pelo menos uma ideia do que significa ter uma família.
Mas Deus errou no aconchego. Na distância. Na medida e no contexto de afeto, presença e proteção. Superproteção, até, como em toda família existe. Sua tentativa terminou em tragédia, e com isso Ele achou por bem contornar. Deu à tragédia o contexto hábil de plano divino, para se salvar pela salvação da humanidade.
Deus continua solitário; afinal, Deus é Deus e não pode ser feliz com seus engenhos carnais. Criador não tem pai, mãe, cônjuge, filho. Não tem quem o ame apesar dos defeitos, pois nem defeitos tem. Só há quem o sirva e louve, não por sentimento, e sim, por gratidão e temor do inferno. Pelas bênçãos, os privilégios e a esperança em um futuro reino soberbo, milionário, luxuoso e ostentador. Tudo o que não combina com reino espiritual.

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REPOEMA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Já não resta o que dizer
sobre seja lá o que for,
solidão, espinho, flor,
que alguém mais não tenha dito...
Todo mundo já cantou
este mundo em verso e prosa,
o amor, o bege, o rosa
dos quais se pintam palavras...
Mas podemos refazer
a magia do sentido
que redizer já não faz...
A saudade, guerra e paz
se renovam nos engenhos
de remastigar a vida.

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⁠DORES E ALÍVIOS NA SOLIDÃO REFLEXIVA

Demétrio Sena - Magé

A maior mágoa que tenho do meu pai, e que será para sempre, é por ele ter morrido sem me dar a chance de perdoá-lo por todas as atrocidades que fez comigo, meus irmãos/irmãs e, principalmente, com a nossa mãe, que acho que o perdoou antes da própria morte.

Pensei a respeito, ao assistir mais uma vez a um filme sobre a trajetória de uma dupla de cantores. Depois de muitas mágoas, idas e vindas, decepções desastrosas e até ameaças entre pai e filho, um dos cantores teve tempo de conviver bem com o seu pai, antes de perdê-lo em definitivo. O perdão foi possível, porque um se deixou ser perdoado, para que o outro se deixasse perdoar. Houve arrependimento e generosidade, além da chance do tempo, que às vezes trabalha tão lentamente. Nem sempre nos contempla com a construção ou reconstrução de um afeto.

Hoje não perdoo meu pai, por eu não tê-lo perdoado. Tenho rancor por ter continuado rancoroso. Meu pai se foi sem eu ter evoluído o bastante para conseguir quebrantá-lo e resgatar sua humanidade. Fracassei por ter sido um filho que aceitou o fracasso do pai como tal.

Castigamos a nós mesmos, com a mastigação dos nossos rancores. Nem sempre conseguimos perdoar, sublimar nem esquecer o que vivemos ou vivenciamos e nos machucou, mas remoer é o pior que temos a fazer por nós. Quando não podemos perdoar uma pessoa que deveria ter feito parte dos nossos afetos mais estreitos, mas é o alvo direto das nossas dores, perdoemos a vida, o mundo e a nós mesmos. E deixemos que a pessoa em questão descanse nas nossas memórias. Sei o que é não fazer isso e não me ponho como exemplo do meu conselho.

Seja como for, administremos nossos buracos e tentemos encontrar equilíbrio, para que os momentos de solidão reflexiva não firam insuportavelmente. Há muitas memórias boas entre o caos das ruins. A lembrança do amor de minha mãe sempre me acode nessas horas.

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Respeite autorias. É lei

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DOR DE SOLIDÃO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Meu olhar serpenteia por entre seus olhos,
arma o bote na calma de minha tensão,
pra sugar no silêncio desta timidez
o que seu coração talvez queira dizer...
Novamente me acanho, só me assanho em sonho
e por mais que me chame pra fora de mim,
mais me ponho em meus medos de não ser feliz
nos engenhos guardados pra quando não sei...
Mas também pode ser que seu ser sequer tenha
uma lenha viável pra chama que trago,
um afago na força do meu bem querer...
Minha voz trai meus olhos e cala o calor,
volto cheio de nada, vazio de tudo
que tentei dar à dor de minha solidão...

Inserida por demetriosena

SOBERANA SOLIDÃO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Solidão enche a casa; o domicílio;
toma os ares de parede a parede;
desde a rede à cadeira de balanço,
desde os cílios à tela da tevê...
Reina sobre a pequena multidão
que se junta no sonho de vencê-la,
passa pela conversa coletiva
e se une à fumaça do churrasco...
Ela dança nas músicas batidas,
nas bebidas que rasgam as gargantas,
nas bravatas, nos risos e piadas...
Ninguém pode vencer a solidão
quando a casa em questão é só a casa;
domicílio; não propriamente lar...

Inserida por demetriosena

SOLIDÃO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Sempre achei que o silêncio dos anos a fio
calaria este grito que já calo em mim;
este frio na espinha, esta chama na pele
que não sei abafar quando encontro teus olhos...
Presumi que teria os favores do tempo,
dos empenhos do mundo ao abrir horizontes,
ao expor tantas pontes pra todas as margens
de verdades mais fortes do que meu segredo...
Tantos anos e o sonho de ao menos um dia
reservar um instante para ser só nosso
e fazer a magia tomar corpo em nós...
O que sonho é bem pouco, somente o rascunho
do cenário e da cena que desenho a esmo
com o punho cansado desta solidão...

Inserida por demetriosena

SOLIDEZ DE SOLIDÃO

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Percebi que a saudade só é minha,
só meu peito está dentro desse abismo,
sou mais só do que a linha do horizonte
ou a ponte que acaba sobre o nada...
Tenho a calma tristonha do leão
numa jaula de circo clandestino,
solidão é tão sólida que a tomo
e me faço menino em seu regaço...
Recolhi as lembranças para mim,
foi assim que arquivei as esperanças
nas estantes do sonho que morreu...
O amor foi só meu desde o começo,
foi o preço de crer nos olhos vagos
de quem nunca os usou num “eu te amo”...

Inserida por demetriosena

EFEITO SOLIDÃO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Vida inteira vivida pra ser meia;
um espaço que o tempo não preenche;
minha veia mais late que lateja
sob a lua vazia; sem luar...
Solidão que atravessa os anos gastos;
incha toda incerteza do meu ser;
seca os pastos carentes de minh'alma
e com eles as minhas vãs esperas...
Pororoca de sonhos e verdades
que no meio do embate são só meios,
as metades de ambos dão em nada...
Nesta rua da vida caio em mim;
há um fim cuja cara já conheço;
só há preço a pagar, porque cheguei...

Inserida por demetriosena

Minha única opção.

O vento sopra meu rosto,
E me lembro de você nessa solidão.
Ouço as palavras de conforto
Mas já não atingem o meu triste coração.
E as lagrimas da saudade me invade.
Mas essa é minha única opção.

E tentei fazer promessas a todos os santos.
Para te trazer de volta a minha vida.
Tentei não lembrar de você tanto.
Mas fracassei na primeira tentativa.
E sigo sempre sonhando,
Com você outra vez na minha vida.
E as lagrimas da triste saudade.
É minha única alternativa.

Sem você a vida se tornou triste em vão.
Meu lar solitário e gelado,
Fico tremendo com o frio da solidão.
E meu coração já esta frágil e cansado.
Pensando que se tivesse que para.
Gostaria de fazer isso tendo você ao meu lado.

Nesse triste teatro, eu sou o único ator.
E a dor do amor é minha apresentação,
O meu corpo deseja muito sentir seu calor.
Para o público aplaudir um final de reconciliação.
Mas as lagrimas da triste saudade, é minha única opção.
E a peça então se acaba, mas eu continuo na solidão.

A cada palavra falada duas é seu nome,
Se é que você me entende.
A cada sonho sonhado é um colchão molhado,
Se é que você me compreende.
E chora é a única opção, de um coração só e carente.

Os tempos bons que foram vividos,
Todos os dias se repetem, dentro da minha memória.
Os dias que passam aos poucos se convertem,
Em uma nova triste história.
E dentro de mim reflete a todos que encontro lá fora.
E chora é minha única opção,
É tudo que eu posso fazer agora.

Inserida por carolsg

O amor está na pele e a música no ar, e os sonhos e desejos
enganando a solidão
De repente você veio tão bonita e chamou minha atenção, No teu
jeito
Teu perfume, teu sorriso disparou o meu coração
Eu queria dominar os sentimentos mas não pode me conter as
coisas acontecem quando tem que acontecer
E a mágica do amor nasceu quando eu olhei você.

Inserida por MolequeConquista

estamos longe da solidão mortifica do nosso ser,
graduo esse desejos difuso que transcende...
o valor do coração,
sob a senhoras da revolta...
acendo o desejo de esperança...
a alma se perpetua na natividade do teu ser...
precinto a tempestade em teus olhos...
vagantes, sentimentos seja mortos,
pela solitude de um anjo...
morto pelo desejo de amar.
por celso roberto nadilo

Inserida por celsonadilo

Ansioso por Ti...

Quando a angustia a me chamar,
a solidão me faz delirar.
No desespero a ti encontrar,
ansioso esperando me amar.

O que impulsiona a viver
é teu amor que me faz compreender.
Que sem ti não dá pra viver,
e que sozinho se perder.

A solidão alcança o coração
quando estamos na ilusão,
De uma vida imaginária
que retoma e cai na mesma falha.

Inserida por Ueriques

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