Texto de Solidão
BIRUTA
Tudo perfeito
Não fosse esse jeito
Da solidão do vazio
Gigante e esguio
Sol lindo que arde
Na sombra um aparte
Com a brisa uma parte
Daquilo que falta
Sopro de alma pura
Mantém a esperança
Daquela ternura
Que justifica e empurra
A vida pra frente
Silêncio carente
Que o mar nos indica
A prece que grita
Um acaso exigente!
A DICOTOMIA DA SOLIDÃO
Todo aquele que se conhecer a si próprio será imune ao caos organizado que a solidão acarreta.
Prisão para uns ou Liberdade para outros, a solidão é como uma espécie de faca com dois gumes. Ora mata e elimina as turbulências externas que entram pelos nossos poros adentro, ora corta e separa o trigo do joio quando estamos perante as nossas mais diversas dúvidas existenciais.
A solidão, por assim dizer, também revela uma sombria ou luminosa dualidade. Digamos que, uma espécie de arauto da desgraça ou fortuna, que invade o nosso espaço interior e exterior quando a própria nos persegue em modo de delito involuntário ou quando a procuramos incessantemente de livre e expontânea vontade.
Reza a regra que a solidão já matou tantos quanto salvou e já salvou tantos quanto matou se dela fizermos um amigo que nos escuta sem julgamento.
Reza também o dito que “mais vale só que mal acompanhado” mas no entanto também Amália Rodrigues um dia disse que preferia estar mal acompanhada do que só.
Eu por mim cá estarei para a receber ou procurar, sempre que os sentidos e os momentos assim ordenarem.
Daqui onde a moeda
e o ouro negro
ambos estão
indo entre os dedos:
A minha solidão
...boliviana...
É também chilena.
Não preciso nem
dizer o porquê,
nós não temos
nenhum receio.
A minha alma
...latino-americana...
É também bolivariana.
Não preciso nem
dizer o porquê,
entre nós nunca
houve mistérios.
A minha letra
caridosa busca
pelo paradeiro
velho General,
e pelo notório
teimoso Coronel.
Até onde a queixa
não se esgota,
reclamo sem parar
pelo General preso
em meio há uma
reunião pacífica
há quase dois anos
e que não teve
acesso à justiça,
e pela tropa sofrida.
Você previu a minha solidão,
Sou flor solar perdida na duna,
Em busca do teu lindo coração.
Não te acho porque livre não estás,
Estás confinado numa prisão,
Decepcionado com a minha decisão.
Você previu a minha infelicidade,
Pela minha falta de coragem,
De não ter mergulhado de cabeça
Nos braços do amor, nossa eternidade.
Você no fundo me conhecia
Melhor do que eu mesma;
Que na verdade, sempre fui poesia.
Não te encontro, porque me perdi,
Estou confinada nas letras,
E aprisionada na minha ideologia
- demagogia -
Eu deveria ter feito tantas coisas,
Mas não fiz, descumpri e me prendi.
Eu sou o caso mais complicado,
Que vi nesta vida,
Sou a 'tal mosca na sopa',
O 'dedo na ferida',
Sou ferida que não sara,
Dor que não para,
Ferida que não cicatriza,
Poesia que anarquiza,
Chave que liberta,
Loucura sem cura,
Amor que não passa,
Fera que reage mesmo ferida,
Um dia farei-me libertada,
Para de vez libertá-lo;
E resguardados do mundo,
Recuperarmos o nosso projeto
De viver de amor a cada segundo.
Sinto uma solidão em meu peito.
Sinto uma dor na alma.
Palavras parecem se machucar.
Palavras ferem.
Tudo em nossa volta está se destruindo.
A saudade afoga o coração.
A saudade dói no peito.
Não tenho vontade de sair da cama.
Não tenho vontade de me alimentar.
Odeio quando falam o meu nome.
Não suporto mais, me olhar no espelho.
E ver a pessoa triste e sem graça que eu me tornei.
Não aguento olhar para o sol.
Mas ninguém entende o que eu sinto no peito.
Ninguém imagina a minha dor, minha angústia.
A depressão não e frescura.
Depressão é viver dentro de si mesmo, viver dentro de uma bolha.
A depressão causa ansiedade, baixa estima e euforia.
Não consigo colocar os pés na rua.
Mas lágrimas não para de cair em meu rosto.
Mas um dia de tristeza e solidão em mim pobre vida.
Só peço a Deus coragem para sair disso logo e voltar a ter a minha vida normal.
A solidão não pode, me derrubar para sempre.
Poesia de "Sabino Tavares".
Escritor, Roteirista, Cineasta, Poeta, Diretor de cinema e ativista.
www.sabinartproductions.com.br
Sinto uma Solidão em Meu Peito
Carrego uma dor profunda na alma, uma solidão que aperta o coração. Palavras que deveriam confortar acabam por ferir, como se fossem lâminas invisíveis.
Tudo ao meu redor parece desmoronar. A saudade, como um rio turbulento, afoga meu peito, trazendo uma dor que nunca cessa.
Não encontro forças para sair da cama, nem vontade de me alimentar. Até ouvir meu próprio nome se tornou insuportável. O espelho reflete alguém que eu mal reconheço: uma pessoa triste, apagada, que perdi ao longo do caminho.
O sol, antes fonte de vida, agora me incomoda. Mas ninguém percebe a escuridão que carrego dentro de mim. Ninguém entende a dimensão da minha dor, a angústia que me consome.
A depressão não é frescura; é viver preso em si, isolado em uma bolha que sufoca. Ela traz ansiedade, destrói minha autoestima, e brinca cruelmente entre a euforia e o vazio.
Não consigo colocar os pés na rua. As lágrimas insistem em cair, marcando cada dia com tristeza e solidão.
Só peço a Deus força e coragem, para romper este ciclo e recuperar minha vida. A solidão não pode me derrotar para sempre.
Noite
Nas ruas abafadas de uma cidade esquecida, um garoto carrega no silêncio sua dor e solidão. Ele caminha apressado, envolto pela escuridão, tentando resistir, mas sente que está afundando em algo que não pode controlar.
A escuridão parece viva, abraça as vielas sem nome, onde ele se torna o rei de uma noite sangrenta, o princípio de uma história que ninguém ousa contar.
Seu nome é um mistério, como as ruas onde ninguém pertence. Mas seus olhos verdes revelam um segredo: uma tristeza que nenhum outro olhar consegue esconder. A vida para ele é uma batalha solitária, uma jornada interminável, uma dança cruel onde apenas os solitários sobrevivem.
Todos fogem da chuva— mas ele caminha em meio à tempestade, rezando por um fim que nunca chega. Pois a noite não é amiga; ela é impiedosa, pronta para devorar. Cruel, ela joga você em um abismo sem volta, em um caminho que você nunca quis trilhar.
Entre quatro paredes, há histórias que nunca deveriam ser contadas. Histórias sobre mentiras, dinheiro e fama. Esse é o preço que você paga pelos sonhos e pelos pesadelos que escolheu.
A noite impõe sua escolha: viver para enfrentá-la ou se perder em seu toque mortal. Sobreviva. Fique vivo. Ou fique em casa, protegido do caos que a escuridão traz consigo.
Minha sociedade atual é a solidão
Nesse mundo desigual
Onde o padre roubou o pão
Onde o pastor matou a ovelha e a comeu.
Onde o escapulário é vendido para se comprar o carro importado.
não consigo me encaixar nesse quadrado
Onde o peixe é o melhor namorado
Não é só no Brasil não
Onde se usa a verba com má intenção.
Agora estou ouvindo Train
Hey,soul Sister
É uma das minhas canções favoritas
Nessa estrada
Nessa vida!
Nesse mundo obscuro
Onde a música me faz versejar
Dando vida as vogais
Já que resolvi por unanimidade
Não gastar mais minha voz 🗣️
Em defesa do pobre coitado
Meus joelhos doeram
Dobrados
Idolatrando os fariseus
Ainda faço o sinal da cruz
E me vêem a tona
Que foram eles
Que mataram jesus!
Eu sou solidão em busca de companhia.
Carinho em busca de afeto.
Um homem em busca de uma mulher, uma mãe para meus filhos.
Alguém que queira amar, construir, trabalhar, viver em paz longe das loucuras desse mundo. Quero alguém pra dividir a aventura que é viver.
Eu sou a felicidade em busca de um sorriso, o teu.
Sou a escuridão em busca de uma luz, sou o amor em busca da perfeição.
Perfeição que apenas achei em você, que me encantou e me apaixonou.
A perfeição que só você tem em meio há esse expandido mundo.
Um homem apaixonado.
Haredita Angel
24.05.2012-Facebook
A GRAVIDADE INTERIOR DO EU QUE SE CONTEMPLA.
Do Livro: Primavera De Solidão. ano 1990.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
Conhecer a si mesmo não é um ato de curiosidade mas de coragem grave. É um chamamento silencioso que desce às regiões onde a alma se reconhece sem ornamentos. Nesse gesto há algo de ritual antigo como se o espírito precisasse atravessar sucessivas noites para alcançar uma única palavra verdadeira sobre si. Tal travessia não consola. Ela pesa. Ela exige recolhimento disciplina e uma fidelidade austera àquilo que se revela mesmo quando o que se revela é insuportável.
À maneira das grandes elegias interiores o sujeito que se observa descobre que não é senhor do próprio território. Há em si forças obscuras desejos sem nome medos que respiram lentamente à espera de serem reconhecidos. O eu que contempla torna-se estrangeiro em sua própria casa. E é nesse estranhamento que nasce a dor mais refinada pois não há acusador externo nem absolvição possível. O julgamento ocorre no silêncio e a sentença é a lucidez.
O sofrimento aqui não é ruído mas densidade. Ele se instala como uma presença fiel. Há quem o cultive com devoção secreta. Não por prazer mas por hábito. Sofrer torna-se uma forma de permanecer inteiro quando tudo ameaça dissolver-se. Assim o masoquismo psíquico não é escândalo mas estrutura. O indivíduo aprende a morar na própria ferida como quem habita um claustro. Conhecer-se plenamente seria abandonar esse espaço sagrado de dor organizada.
Quando alguém ama e tenta conhecer o outro por dentro rompe-se o cerco. O amor não pergunta se pode entrar. Ele vê. Ele nomeia. Ele permanece. E justamente por isso é rejeitado. Não porque fere mas porque revela. Ser amado é ser visto onde se preferia permanecer oculto. O outro torna-se espelho e nenhum espelho é inocente. Ele devolve aquilo que foi esquecido de propósito.
Há então uma violência silenciosa contra quem ama. Um afastamento que se disfarça de defesa. O amado é punido por tentar compreender. O gesto mais alto de amor torna-se ameaça. Como nos poemas mais sombrios da tradição lírica a alma prefere a solidão conhecida ao risco da comunhão. Pois compartilhar o precipício exige uma coragem que poucos possuem.
Essa recusa não é fraqueza simples. É lucidez sem esperança. É saber que o autoconhecimento não traz salvação imediata apenas responsabilidade. Ver-se é assumir-se. E assumir-se é perder todas as desculpas. Por isso tantos recuam no limiar. Permanecem à porta da própria verdade como sentinelas cansadas que temem entrar.
Ainda assim há uma nobreza trágica nesse esforço interrompido. Pois mesmo falhando o ser humano demonstra que pressente algo maior em si. Algo que exige recolhimento silêncio e um tempo longo de maturação. Como frutos que amadurecem na sombra a alma só se oferece inteira quando aceita a noite como condição.
Conhecer-se é um trabalho lento sem aplausos. Um exercício de escuta profunda em que cada resposta gera novas perguntas. Não há triunfo. Há apenas a dignidade de permanecer fiel à própria busca mesmo quando ela dói. E talvez seja nesse permanecer que o espírito encontra sua forma mais alta não na fuga da dor mas na capacidade de atravessá la com consciência e gravidade.
A solidão pode ser muito danosa, então, geralmente, não é vista com bons olhos, entretanto, muitas vezes, a sua presença se faz bastante necessária para se evitar alguns transtornos ao incomodar ou por ser incomodado pelos outros, um prisma que pode ser salutar até certo ponto.
Ela, na sua essência solitária, não se atormenta por causa de personalidades autênticas e complexas ou frustradas, não exige explicações, respeita momentos de fraquezas, que muito conforta sem palavras, sendo preciso que não ultrapasse um tempo plausível de permanência.
Já que quando a solidão é apreciada sem exageros, com a devida prudência, é transformada em solitude, ajuda no autoconhecimento, a preservar a lucidez, a paz, o amor por si mesmo, isso não se trata de um viver sempre isolado, mas de valorizar a própria companhia se assim, for necessário.
Numa terra pouco habitada,
havia Insônia,
uma solitáriaque odiava a solidão,
mas o fato de não ser tão amigável
só piorava a sua situação,
muitos preferiam nem se aproximar,
às vezes, até que conseguia alguém pra conversar,
entretanto, sua carência de atenção acabava sufocando
qualquer um que ficasse com ela mesmo que só por alguns minutos,
então, iam se afastando,
não queriam o desconforto
da sua presença,
Isso causava-lhe muita tristeza,
até que, um dia, teve uma grande surpresa ,
apareceu um forasteiro
e ela ficou muito encantada,
quis logo ir conhecê-lo,
poderia, finalmente, ter chegado
o fim do seu tormento,
então, não perdeu tempo e foi se apresentar,
"Oi, sou a Insônia, seja bem vindo
a Vila Madrugada, como posso te chamar"
"Oi, prazer, sou o Sono, muito obrigado, nunca tinha ouvido falar neste lugar"
"E como chegastes até aqui
com tanta facilidade?"
"Ah, sou um aventureiro e de muitos sonhos, ja passei por vários lugares,
sempre estou passando de cidade em cidade, mas acabei me perdendo desta vez"
"Entendi, tudo bem, você deve ter muitas histórias pra contar e você já tem onde ficar hospedado?"
"Sim, claro, estou acampando aqui próximo"
Não demorou pra ter uma afinidade entre os dois,
passaram a se encontrar
todos os dias pra conversarem
durante horas
na frente da casa dela que morava sozinha,
foram momento prazerosos,
entretanto, Insônia percebeu
que o Sono estava se afastando aos poucos,
o que causou-lhe uma interna agonia,
não queria perder aquela companhia agradável,
começou a buscar uma alternativa
e encontrou, no seu quarto,
um livro antigo de magia da família,
folheando achou um encantamento muito forte que, mesmo com efeito temporário, seria suficiente,
chamava-se "Distúrbius Mente"
que provocava vários pensamentos
avulsos na mente do atingido
deixando-o confundido e esquecido
de alguns pensamentos recentes
ou fatos inconvenientes,
Ela, portanto, decidiu tentar,
pra sua alegria, deu certo,
ele ficou confuso e agiu como
se nada tivesse acontecido,
era o mesmo do primeiro dia,
a partir de entao,
quando ela percebia que Ele ia se afastando,
aplicava-lhe o encanto
e assim, Insônia obteve paz
pra o seu coração
e nunca mais teve que suportar
a dor da solidão.
T Coronae Borealis
A solidão estará com
os dias contados
quando a explosão
da T Coronae Borealis
for avistada no Céu,
os seus olhos se
cruzarem com os meus,
a lira do Hemisfério
vier para nossas mãos
e o amor sem mistério
virar um cancioneiro
para ser cantado
por cada um onde
quer que se encontre
para que ninguém mais
morra por bombas ou de fome.
Propaganda de Guerra I
O mal do século é a solidão,
melhor mesmo ser poeta
que até sem sair do lugar
com a sua poesia sempre
acaba se entregando a multidão,
O poeta é quem acende
o lampião no meio da escuridão,
e está sempre presente
ao chamado para a rebelião.
Um poeta nunca fará nenhuma
guerra porque ele é a própria
guerra que com intimidade
chama o próprio Deus da Guerra
para dançar ou se afastar.
Não é qualquer um que coloca
um poeta no bolso
para dizer o quê é e o quê
não é propaganda de guerra,
Porque se escandalizar
com a violência, se solidarizar
com quem sofre ou pedir um
cessar-fogo jamais nesta
vida será propaganda de guerra.
Em um vilarejo, havia uma jovem que sentia uma forte solidão, tamanha tristeza,
Apesar de rodeada de gente e da bela natureza,
Até que, um dia, para sua surpresa,
No seu quarto, um pequeno ser lhe surgiu
Causando-lhe um certo impacto no começo, mas logo conquistou o seu apreço, tinha algo familiar,
Sophia pôde desfrutar da sua nova companhia,
não importava o lugar.
Com o passar do tempo, a cada situação
que a jovem enfrentava,
a criatura ia crescendo, sempre bem alimentada.
Para o transtorno de Sophia, aquele ser havia se
tornado um Grande Monstro
e, curiosamente, sabia falar,
"Oi, Sophia, sou a personificação dos teus medos e da tua falta de gratidão, obrigado por me criar."
A solidão enfraquece quando a solitude é fortalecida, tendo a sua companhia verdadeiramente apreciada depois de ser finalmente reconhecida, durante um momento necessário,
distante das críticas e dos julgamentos daqueles que acreditam saber mais da vida do outro do que ele mesmo, cheios de suposições que consideram verdades explícitas e irrefutáveis,
ainda que com as melhores intenções possíveis, graças a Deus, uma ótima oportunidade de se estar bem consigo, zelando pela própria integridade,
buscando por pontos particulares de equilíbrio após determinados desgastes, mentais, emocionais e espirituais que superam o nível do desgaste físico.
Não é a quantidade, é a qualidade…
A solidão, muitas vezes temida, é na verdade um refúgio para aqueles que se recusam a habitar o teatro das aparências. Não faço questão de moldar-me ao agrado alheio nem de ceder espaço a máscaras que fingem afeição, enquanto ocultam intenções vazias. Vivemos em um mundo onde o brilho das palavras é frequentemente maior que sua substância, e onde o preço de tudo é calculado com precisão, mas o valor das coisas — e das pessoas — se perdeu em meio ao ruído. É um cenário em que a falsidade veste trajes elegantes, mas não consegue disfarçar o vazio de um coração desprovido de sinceridade.
Prefiro a companhia do silêncio ao convívio com vozes que não ecoam verdade. Quem valoriza a própria essência sabe que nem todas as presenças são bênçãos; algumas são pesos que nos arrastam para um chão de ilusões e desgostos. Há momentos em que a distância não é apenas uma escolha, mas uma necessidade vital. Cada passo solitário, quando guiado pela autenticidade, é mais digno do que mil passos acompanhados por sombras que disfarçam intenções. E se o preço da minha verdade é a solidão, pago-o sem hesitação, pois a minha verdade é o único chão firme no qual posso caminhar.
Já dividi momentos, confidências e risos com pessoas que hoje são apenas lembranças distantes. Não guardo ressentimento; guardo aprendizado. Há lugares que já ocupei, mas que hoje não mais me pertencem, pois o tempo, esse escultor implacável, molda nossas prioridades e nos ensina a deixar para trás o que não nos alimenta. Carregar o peso do passado é recusar o espaço que o novo necessita para florescer. E há uma liberdade sublime em soltar aquilo que nos faz mal, em abrir mão do que nos desgasta, em dizer adeus ao que não nos respeita.
Cada despedida é uma porta que se fecha e, ao mesmo tempo, um portal para dentro de nós mesmos. A ausência do outro nos ensina a presença de quem realmente somos. É nessa solitude que encontramos a clareza necessária para discernir o que importa e o que é supérfluo, o que edifica e o que consome. A estrada da autenticidade pode ser solitária, mas é nela que o espírito encontra paz. Que o mundo siga amontoando falsidades; eu escolho caminhar leve, fiel ao que pulsa dentro de mim. Porque, no fim das contas, não é a quantidade de pessoas ao nosso redor que importa, mas a qualidade daquilo que carregamos na alma.
Sou tão pouco de mim o quanto poderia ser.Sou tão pouco em mim na falta do nós, eu e você. A solidão transborda mas fica na borda pois nunca conhecerá
o coração do grande oceano, o mar, parte do verbo amar.
É como a luz da penumbra que julga se erroneamente satisfeita
sem ao menos dar lhe a chance de conhecer o dia.
É o tênue olhar para os lugares distantes e não perceber que só caminha
se pelas águas ligeiro em pares,nem que seja por uma mão e um remo.
Enfim esparramar se aquoso e cultivar se sereno no mágico frescor
de ser, se perder e continuar ser.
Pois viver em pares é a justa posição e a transposição de fazer parte
que por demérito algum completa se e não mais se baste no equivoco
desgaste involuntário de se preservar e não mais sofrer.
Mas a solidão não fortalece em nada pelo contrário sensibiliza por muito
pouco. O ser solitário fica mais exposto aos fracos sentimentos, irreais e
não verdadeiros é uma falsa cura e o antigo e amargo remédio,
de só ser, nada cura, casta nos da gula e desapropria nos da
possibilidade de conhecermos ao menos uma vez a explosiva paixão
Doce solidão
Bastou você me dar a sua atenção para a minha amizade por você se tornar paixão, eu perdi o juízo com está minha mente sem noção, eu só queria poder mandar em meu coração.
Quando eu te vejo, tento disfarçar; mas já está em meu semblante que já comecei por ti a sonhar. Eu pareço um bobo apaixonado , com este sentimento em meu peito enterrado.
Ao mesmo tempo que eu quero para ti me declarar, eu tenho medo; pela sua extrema superioridade você me rejeitar. Neste caso eu só vejo uma solução, que é eu encontar um remédio para está minha doce solidão.
Nasci sozinho e morrerei assim.
A solidão não é escolha, mas estado de fato, quando o corpo abandona sua plenitude e a mente se isola em labirintos de dor, estar só se torna destino inevitável. No entanto, essa solidão não me define completamente, é apenas o pano de fundo contra o qual tento colorir minha existência com versos e memórias que ecoam além do vazio.
