Texto de Solidão
Estranhas Mágoas -
Ó poeta exasperado numa mágoa adormecida
que estranha solidão te adorna a fria fronte?!
Talvez seja a dor dos versos, consentida
em teu corpo, de onde jorram como fonte!
Os teus olhos são janelas de amargura
de onde espreitam cansaços, solidões,
teus olhos são negros, chorando, que loucura,
procurando amar na raiz dos corações.
Poeta! Este mundo não é teu ...
Não queiras fazer dele o que não é,
aceita aquilo que esta vida não te deu!
Aceita que o amor te vem apenas da cabeça,
acredita que p'ra ti não há outro real, perde a fé
e aguarda que um dia a vida te adormeça!
Pequena Ode à Solidão -
Ó tristeza! Ó miséria!
Tudo o que fui e ainda sou ...
Alguém que chegou e não sorriu.
Que partiu e não voltou.
Sonhos proibidos - então -
homens ocultos, dores em vão ...
Noites sem vida - diz quem viu!
Dias vazios, calados, sem água ...
Iguais às noites, iguais aos dias,
distantes do possivel - como cal -,
do eterno, do real!
E vós - ausentes, perdidos também-
fingindo- mas sós ... tão sós ...
"A arte do meu encontro"
E que contradição, poesia não deveria ser sinônimo de solidão?
Tudo o que Você é, se torna antítese perante a arte do desencontro.
Refuta com oque és, aquilo que deveria ser só consternação.
Hoje agradeço a nossa sina[?] A razão do nosso encontro.
Cautelosa e Serena -
Quando a morte vier
cautelosa e serena
haverá luto e solidão
no sentir de quem souber
que o seu toque deixa pena
no pulsar do coração!
Quando a morte vier
ninguém sabe quando virá
talvez traga algum encanto
no olhar de quem lhe der
aquilo que ninguém dá
a saudade como um canto!
Quando a morte vier
vem com ela outro destino
vem com ela outra vida
e se alguém a não quiser
terá dor no seu caminho
ao partir sem despedida!
E é mentira quem disser
que o morrer já não importa
só a vida que passou
quando a morte vier
de repente fecha a porta
e quem era terminou!
Chorão -
Ao pé daquela casa onde vivo
há uma árvore em vetusta solidão
da qual se escuta, ao passar, tanto gemido,
como se fora de um Poeta o coração...
Ninguém sabe de onde veio nem porquê!
O que faz ali num estático sossego?
Além da árvore que é árvore ninguém vê
que ela traz dentro de si a Poesia por apego.
Espalha pela rua a magia de um sorriso,
triste, só, ao vento, seja noite ou seja dia,
em diáfana presença procura alguém perdido
e seu corpo de silêncio embala tanta melodia.
E o que faz aquela árvore calada rodeada pela Era
no meio de uma rotunda ao pé da minha casa?!
Presença cinzelada que nada diz nem me revela,
que apenas sinto, na voz de um silêncio que me abraça ...
Que encanto dá à minha rua a alegria daquele mágico Chorão,
dança todo o dia, chora toda a noite e canta, canta e encanta ...
E minh'Alma, pejada de espanto, vê numa parede, alinhada com o chão
uma lápide de mármore que nos diz: Praceta Florbela Espanca!
Minha Vida é Solidão -
Minha vida é solidão
no cansaço da navegar
nela afogo o coração
como um náufrago no mar.
E mal cheguei à vida
não sabia que era assim
tanta gente, só, perdida
num caminho sem ter fim.
Fui galgando como um rio
tive pressa de chegar,
tantas dores, tanto frio
na loucura de m'encontrar.
Mal disse a minha vida
na procura de uma luz
alma aberta, alma ferida,
sob o peso de uma cruz.
Decisão da Morte -
De suspirar a cada dia já cansado
deitando no meu leito a solidão
eis que junto a mim pegando a mão
senti um toque longo e velado!
Era a Senhora dona Morte
mensageira de todas as nortadas
espalhando pela noite a cor do nada
trazia um tal silêncio no seu porte!
Tinha olhos frios e desgarrados
trajava negro luto sobre o corpo
vi-lhe traços pálidos d'um morto
passos lentos, tristes e pesados!
Falou da solidão onde me afundo
falou da dor que visto no meu corpo
disse que sou vivo mas estou morto
por isso não me leva deste mundo!
Gangrenas -
Ó empedernida solidão, estática, parada
num jardim desta cidade, sobre o busto que levanta
uma espera imortal! Fitando a luz do nada
ergue-se do chão, Florbela Espanca!
Minha vida é cor da sua! E ninguém me peça
pausa ou silêncio! Que a vida que me deram,
cor dos olhos dos mortos que morreram
é fria, porque os mortos arrefecem depressa ...
Só não arrefece a minha eterna e profunda solidão
cor da mágoa das Gangrenas do Senhor,
meu espelho ou ilusão de Ser nas necroses do coração
num sentir que está parado neste imenso mar de dor!
No Jardim Público de Évora frente ao busto da Poetisa.
Fiel Solidão
Sinto as retinas repletas
de ilustrações vivas,
que pulam na minha carne.
Deslocam-se subitamente
nas minhas veias
ao sabor das visões da memória.
Fiz-me refém
neste ponto de tempo.
Sequestrado pela sombra do silêncio
abandonado por mim,
desvalido e requisitado
pela irreversível circunstância.
Agradeço-te fiel solidão.
Quando todos partiram,
tu nunca me abandonaste.
Motim Plumitivo
A imortalidade é uma infinita solidão.
É necessário morrermos muitas vezes
para inferirmos que o íntimo da Vida
é um ápice cintilante, e renasce a cada instante.
As quatro subdivisões do ano morrem profundamente
no colo do mundo. Ressuscitam os seus padrões
climáticos pelas formas do sentimento:
perfumes melódicos que revelam o mundo interior
das almas. À superfície de um lúcido minério
todas as existências são instintivamente sublimes.
As pétalas da consciência coabitam os pensamentos
torturados pelas noites geladas dum solitário poema.
E assim permanece o motim plumitivo:
que escorre da minha pena.
“POEMA FELIZ COMPLETAMENTE”
Nem a incerteza, nem a solidão nada me impediram de sorrir...
Nem o medo,nem a depressão pôr mais que sofre meu coração...
Nada me impedira de sonhar...
Para sempre vou te amar.
Nem o desespero, nem a descrença...
Muito menos o ódio ou alguma ofensa...
Nada me impedira de viver feliz completamente.
Em meio às trevas, entre os espinhos...
Nas tempestades e nos descaminhos...
Nada me impedira de te encontrar.
Mesmo errando e aprendendo...
Tudo me será favorável...
Para que eu possa sempre evoluir e com meus sonhos sempre seguir.
Preservar,servir, cantar, agradecer, perdoar,recomeçar...
Tudo de novo.
Quero viver o dia de hoje como se fosse único...
Como se fosse o primeiro, andando de encontro ao amor verdadeiro.
Quero caminhar livremente, trazendo você sempre na mente...
Viver como tanta gente, momentos inesquecível de um grande amor.
Quero viver o momento de agora...
Como se fosse o primeiro encontro...
Nunca é tarde para ser...
Feliz.
Quero manter o otimismo dentro do meu coração como...
Uma luz iluminando todo meu ser.
Sentir isto é suficiente para eu ser feliz eternamente...
Meu olho se abre, agora eu posso ver o caminho que devo seguir em frente.
Não desperdiço minhas energias em coisas que...
Esvaziam todo meu ser.
Que possam roubar a luz do meu...
Olhar.
Abandonei o que me fazia sofrer, o que não me deixava...
Ver...
Quem realmente eu sou.
Deixei que meu ser fosse acolhido pelas mãos...
Calorosas do amor e senti que ai está a minha...
Alegria.
Meu preenchimento, a minha confiança...
Todo pensamento sem amor tem que ser desfeito para...
Que possamos contemplar a nossa verdadeira...
Realidade.
Uma realidade onde a luz é presente...
Mostrando que o amor é maior que tudo e que só...
Através dele podemos realizar o nosso crescimento.
Nossa plenitude para ser feliz...
Tem que ser de coração.
Conservo o equilíbrio e me sinto feliz.
Fortalecer a minha esperança...
Recompor minhas energias...
Para prosperar na minha missão.
Minha maior missão e ser feliz todo dia
Quero caminhar na certeza de chegar...
Quero lutar na certeza de vencer...
Quero buscar na certeza de alcançar...
Quero saber esperar...
Para poder realizar os ideais do meu ser.
ENFIM...
Quero dar o máximo de mim...
Para viver intensamente feliz verdade.
É trágico
Quando o pensamento foge
Desnorteia
E agarra
A profunda solidão rodeada.
Rodeada de pessoas e seus vazios.
Rodeada de um mundo
Que por ventura
Esqueceu a mim.
É tão triste agarrar-se
A tantos futuros
E infundáveis
Acontecimentos.
É tão terrível comparar-se
Com mulheres otimistas
E fogosas.
É degradante
Olhar seu reflexo
E ver apenas um corpo
Ali.
É assustador
Perceber-se em meio a uma escuridão
De si.
É a partir daí
Que um sentimento
Silencioso
Se acumula em seu coração
Este, encrosta em seus cabelos
E desce em direção aos pés
Rouba o brilho
E virtude.
É definhar
Em meio a tanta vida.
Não sou quem menos quero, estou ventando preso na frente entre a solidão arbitraria e impune de qualquer sentimento vago. Não quero ser o sinal e o símbolo da coca e dos gira-sois, quero limpar-me no serrado ventilando a ocasião querendo vaga na contramão e sol de verão nas contas não pagas.
A precaução da mente e das lentes que vagam pela velha esquina podre de sentimentos.
Hoje o que vejo é mera coincidência do murmúrio, das lâmpadas escurecidas nas velas esmaecidas, montanhas erradas em frente a porta dos fundos quem não vejo.
Soldado de ferro de gelo malicioso e horroroso modo se sentir alguma coisa.
Eu sou o véu da espuma quente, da luneta enfraquecida, das siluetas envolvidas do mal.
Sou falsa ocasião, falsa profissão, falsa conclusão, falsa idéia...sou as pílulas entaladas na garganta depressiva e audaciosa que esquiva a corrompida reunião festeira.
Me encontro nos desejos acalmado pela palavra, me metamorfoseio na bipolaridade, nas ilícitas recaídas que me envolve ao avesso de ave...estou por mim, pois meu maior medo o deserto explica.
A poeta de mim,
agora navega na solidão
mais serena
da cena
da beleza
que é ter a consciência cristalina
a poeta de mim, agora rejeita
toda a farsa, toda a descoberta
a poeta de mim, hoje descobriu
que o choro nunca valeu a pena
a poeta de mim se convenceu
que até o mais sujo humano
pode te ajudar a Ser mais Mulher
do que Era! Viva o ciclo, viva a Era.
Triste solidão
Pelo meu caminhar já não existe mais encanto ou aventura,
O tempo passou muito rápido anunciando o fim dos dias.
Eu vejo amigos partindo sem a chance de ver a Luz de Cristo!
E as conversas já não são mais as mesmas, tristes desatinos...
Nos meus passos me sinto como a única andorinha existente,
Que não faz mais verão por falta das antigas e belas companhias.
Triste solidão que me assola nesta vida que segue o seu rumo assim,
Como o rio solitário cortando a vegetação no seu curso.
Queria harmonizar o meu passado com o meu tempo presente,
Para ter um futuro mais agradável junto àqueles que cresceram comigo.
Mas nada é tão simples como aparece nas novelas da televisão,
Onde o mal é cortado para no final serem felizes em união.
Enquanto não dá certo, o filme não chega ao seu final,
Já na vida real, até a promessa fica em segundo plano...
O símbolo mais forte no momento da solidão apresentada
É a Cruz de Cristo que mostra uma vida totalmente rejeitada...
Então, eu me pergunto: Porque a surpresa da separação?
Todos buscam ter sucessos nos seus sonhos e projetos
E ninguém quer andar na contra-mão dos seus objetivos.
Uma pena que muitos não conseguem se livrar das armadilhas,
E se perdem em meio a uma vida imatura por causa da ilusão!
No labirinto da minha memória eu busco lembrar dos perdidos...
Aqueles amigos que se foram precocemente, sem se despedir!
Deixo de lado o meu orgulho inútil, para chorar as minhas saudades...
Acreditando que Deus de alguma forma possa tê-los salvos!
Creio que nos reveremos para recomeçar onde paramos a caminhada,
E juntos em harmonia, reconstruiremos uma nova história de amor e amizade,
Mas de maneira completamente diferente, junto a Jesus, em outra dimensão!
Se a Tristeza te abraçou, pra solidão se entregou,
sem coragem de lutar um mundo novo enxergar,
não deixe a chama se apagar um novo alguém vai encontrar,
e como uma flor irá nascer e com certerza vai dizer,
então se você quer amar, não faça como evitar pois,
a pessoa que te ama tem o mundo pra lhe dar.
Minha solidão é na verdade minha única esposa
Com a sogra chamada culpa
E o sogro de vulgo nome "Até que a morte os separe!"
Os dias são ligeiros espasmos luminosos que me assustam ao piscar dos olhos quando acordo.
As noite essas sim!
Essas são minhas irmãs...
Escuras e frias.
As vezes esquenta quando mergulho minha vida nas mais mórbida promiscuidade humana
Me entorpercendo e me tirando da realidade.
Mas quando passa os efeitos,
Mergulho em meu mar
De culpa e até que a morte nos separe.
Esposa solidão...
"A solidão me assombra até na parte de pegar no sono. A cama se torna enorme quando só um está deitado nela, parece que ao apagar das luzes a escuridão se tornou mais intensa do que de costume, a insegurança de está no próprio quarto me apavora, penso e repenso se todas as portas estão devidamente trancadas e janelas fechadas. Tento pegar no sono, mas só tento, pois sinto que existe algo a me observar mesmo sabendo que não há nenhum buraco para tal espio. Tentando dormir, nesse dia sozinho, tudo de estranho que poderia está guardado para acontecer, aconteceu. Ouço o barulho das corujas, imagino o som de passos de alguém estranho pela casa, o telefone no meio da madrugada toca, atendo, porém por uns instantes escuto o vácuo do outro lado e depois a ligação cai, coisas que não sei de onde, caem ao chão, uma tempestade começa a abominar do lado de fora, o vento fazendo tremer absurdamente tudo que toca. Isso tudo porque a solidão me faz lembrar que estou por minha conta em risco se algo acontecer terei de verificar e resolver sozinho, sem ter a ajuda de alguém. E toda essa insegurança sobre o que pode acontecer comigo quando estiver com os olhos fechados é que me mantém alerta nas madrugadas, tentando sonhar um belo sonho ou um terrível pesadelo. E quando sinto que consegui dormir ouvi o despertador tocar mais uma vez me chamando para viver."
— Minhas terríveis noites de solidão.
Solidão
Em um passado distante, estaria tudo bem,
Eramos bons amigos,
Sabe,
Eu e ela, ela e eu…
Não quer dizer que foi uma época feliz,
Nem uma época triste,
Mas foi uma época marcante,
Cheia de lembranças.
Ficava assim,
Como queria,
Sem se importar com o que os outros diziam,
Sem se importar com os dias.
Não queria saber dos “outros”,
O que importava era quem eu amava,
Família, sabe?!
Mas o tempo foi passando,
Muita coisa mudando,
Eu fui crescendo,
Até que deixei uma vida para trás.
Uma vida e uma amiga,
Uma amiga que tenta retomar uma amizade perdida,
Uma amiga que abraçava e amava,
Uma amiga que com o tempo aprendi a odiar.
Uma amiga que hoje,
poucos querem estar,
Solidão,
É a amiga de quem estou a falar.
@reehmo
http://reehmo.tumblr.com/
Sou saudade em noites frias,
solidão ao amanhecer.
Sou tristeza e fantasia
quando falo em você.
Na verdade não sei quem sou,
talvez melancolia
Quem sabe poesia,
verso ou poema,
escrito sem autor.
Tudo que sei é que nada sei,
só sei, que não sei quem sou.
Sem você, não tenho nome
menos ainda sobrenome.
Sem você, tudo é saudade
tudo perde a cor.
Sem você não sou nada
sem você, nada sou.
