Texto de reflexão
Hoje é o dia da melhor mãe do mundo: a minha! Mãe, como começar a te descrever, a falar de você? Com um alfabeto de 26 letras é missão impossível. Tudo em você é amor, é potência, é doação. Dentro de você cabem sentimentos que palavra nenhuma consegue representar.
Mãe, você é além. Além do amor, dos significados, até da própria vida. Dentro de mim você é infinita e sempre será. E o meu amor por você é eterno. Aliás, eterno é pouco. É além. Além da eternidade. E se isso não existir, tenho certeza que o nosso amor é capaz de criar.
Mãe, às vezes a gente recorre às palavras para tentar expressar tudo que estamos sentindo. E é tão difícil falar de você. Você é uma mulher maravilhosa, bem-sucedida, um exemplo e uma inspiração de pessoa pra mim. Sei que você se cobra muito e sei que tem defeitos, mas quero que saiba que, pra mim, você é perfeita.
Eu não poderia ter uma mãe melhor. Que me compreende muitas vezes só com uma troca de olhares. Que sabe como estou me sentindo mesmo quando tento esconder. Ou até mesmo quando nem eu sei o que estou sentindo. Você é única, mãe! E foi feita unicamente pra mim! Sorte a minha. Te amo!
A vida não pede licença, não pede permissão, e nem sempre leva em conta, a nossa vontade, ela simplesmente acontece. São momentos assim em que o coração aperta, a mente pesa, e o mais triste é pensar que momentos assim se tornarão mais frequentes. Hoje não há festa, só me resta o silêncio da distância, o mesmo silêncio que foi capaz de me calar em 2020, amente não raciocina, o ouvido não escuta, a boca não fala, os olhos não conseguem ver. A saudade toma conta.
"Sou capaz de falar para multidões,
mas vivi tragédias inteiras
dentro de mim mesmo
sem dizer uma palavra
-Bersani, Pedro"
Sempre disse, dou valor aos detalhes, aos momentos. Situações assim abalam, marcam, mas me conforta quando olho para o lado e te vejo me acompanhando, quando olho para mim e vejo seu pedaço em mim.
"E quando eu não ver você de novo
Sempre te levarei centro, fora
Na ponta dos meus dedos
E na borda do meu cérebro
E em centros
Centros do que eu sou
Do que restou
- Charles Bukowski"
Posso fragmentar alguns detalhes de como são os pensamentos de um verdadeiro homem, que chamarei de “LHANO”. Ele vem batendo palmas em todos esses anos, para mulheres, independente de classe, cor, religião, atributos físicos, ou qualquer denominação que a sociedade classifica...
Mulheres que ocupam cargos nas pequenas, médias e grandes corporações, na arte, no esporte, na política e a cada dia um novo avanço, e o LHANO fica satisfeito, pensando: “tem que ser assim!”.
Dificilmente encontro relatos de um LHANO reclamando por elas estarem a cada dia povoando o planeta e dando o seu toque mágico, regado com o milagre frequente da maternidade.
O LHANO chora também, mas chora por amor, não por motivos frívolos.
O LHANO gosta de mulher, basta ser mulher. Parece axiomático, mas é importante dizer também, que existem muitos homens, que não são LHANOS, portanto, não sabem notar uma mulher...
Esse vivem dentro de uma bolha do seus próprios prazeres... O homem LHANO gosta de mulher para tudo, para um bom papo, trabalho, bons livros, um bom filme, um bom restaurante, na hora do parto, momentos inesquecíveis, um bom vinho, diversão, arte e "e de fazer arte juntos". JMOURAJ
Os pensamentos idealistas iniciados por Platão e desenvolvido por outros epistemólogos no decorrer dos séculos, resultou na formulação das novas ideias do que o outro é ou as coisas são, e distinto da realidade. E como em um grande círculo, tudo retorna e continuam intrínsecos ao mundo das ideias de Platão.
A realidade material é o que existe como matéria e é apreendido pelos órgãos dos nossos sentidos, ou seja, aquilo que é observado, percebido através da visão, tocado, ouvido, tudo que provoca experiências sensoriais. E essa realidade ideal somente pode ser compreendida por meio do raciocino lógico, da razão.
O idealismo é a corrente teórica que coloca nas ideais a centralidade para qualquer entendimento da realidade. O idealismo é uma corrente filosófica que avança ao longo da história.
As características relacionadas pelos principais teóricos são: A existência de um mundo imaterial e possui um grau de abstração, ou seja, não é concreta. Alguns exemplos são valores, crenças, folclore, danças, músicas, artes plásticas, festas e religiosidade. Os patrimônios culturais imateriais envolvem os conhecimentos que são transmitidos de geração a geração.
Outra característica é a ideia ou o exercício racional como únicas formas de se conhecer a realidade ou o entendimento de que os fenômenos da realidade não se apresentam tal como são em-si, ou ainda em termos éticos, compreender que as normas e a ação humana devem ser fundamentadas em princípios racionais.
O que Platão chamou de mundo das ideias seria a dimensão em que o idealismo estaria estabelecido e o único conhecimento verdadeiro e confiável seria o conhecimento racional das ideias e formas. JMOURAJ
Nós não fomos criados a falar sobre morte e vida.
Nossos pais ou até mesmo todas as pessoas não costumam falar da morte e sim, da vida.
A morte e a vida são como um duelo constante, um sempre a desafiar o outro.
A morte a desafiar vida, e a vida a desafiar a morte.
Todos nós fomos criados apenas enxergando a vida, e não a morte.
Dai é o que causa todo esse sofrimento quando perdemos alguém que amamos. O que era para ser algo normal e corriqueiro, torna-se um sofrimento sem fim e não era pra ser assim dessa maneira.
Mas, ao perder um ente querido esquecemos que a morte faz parte da vida como um todo e desde da hora em que chegamos ao mundo o que todos enxergam é que temos que viver. Ninguém em nenhum momento pensa em morrer ou se a morte existe. Só se consegue pensar na vida.
So pensamos em viver como se a morte não existisse.
As vezes por pensarmos em ser jovens achamos que temos toda uma vida pela frente e o que acontece na maioria das vezes é que a coisa não é bem assim.
Não é assim que funciona a vida. Agente já nasce com um pé na frente e outro para trás, sentido figurado.
O de trás agente nunca enxerga. Ninguém consegue enxergar.
É a morte.
A morte que já se cria brigando com a vida o tempo todo e a vida com a morte como num duelo.
Vivemos nesse mundo em um constante duelo. Um duelo invisível que não conseguimos enxergar e só o criador é capaz de dizer que a sua hora chegou ou não.
E vivemos despreparados para esse dia, porque nós em nossa cegueira só conseguimos enxergar a vida. Apenas a vida. A vida e mais nada. Daí o sofrimento quando perdemos alguém e que teima em nós em não querer aceitar ou entender.
É a morte que venceu a vida em toda a sua essência e plenitude.
A onde a criatura volta para o seu criador.
Compromissos (dificuldade de ser fiel as prioridades)
Compromissos. Todos tem algum. Esta palavra tange diferentes áreas. Seja um compromisso familiar, matrimonial, pessoal, empresarial, enfim, as possibilidades são inúmeras. E ao conflitar comigo mesmo sobre a quantidade de compromissos gerados recentemente, surgiu este dilema: Qual é a dificuldade de ser fiel as/aos prioridades/compromissos?
Para alguns, escutar a palavra compromisso gera até calafrios. Assusta. Agora, por quê? Por quê esse medo e dificuldade de priorizar os compromissos que surgem na vida?
Compromisso, categoricamente, é ter um acordo com algo/alguém singular ou pluralmente. Compromisso é sinônimo de responsabilidade. – outra palavra que gera
sensações horripilantes para alguns. – O nosso cérebro gosta do que é fácil. De acordo com uma pesquisa da Journal of Leisure Research, assistir uma comédia por 20 minutos desestressa tanto quanto correr. Nosso cérebro não é onisciente, porém pelas experiências vivenciadas e automaticamente fazendo uma relação de tempo e esforço, ele opta pelo mais simples. Falar de responsabilidade remete a esforço, trabalho... características que o cérebro evita aderir ao saber de manobras mais simples.
Portanto, para sermos comprometidos com as nossas responsabilidades é necessário criar hábitos saudáveis aos determinados compromissos. Criar sistemas de recompensas para cada tarefa concluída é uma chave interessante para converter o compromisso em algo prazeroso. Se descobrir, se reinventar... nos fazem mais suscetíveis a seguir e concluir as responsabilidades. O autoconhecimento e entendimento do que nos move até nossas ambições... Sim. É difícil. No entanto, quando estiver nesta situação, faça assim mesmo. A vida necessita de compromissos. Olhe o que estamos sofrendo pela falta dele para com a terra. Ser feliz também passa por ter responsabilidades. Ter a sensatez de trabalhar, se aprimorar para obter seus desejos é fundamental na manutenção da felicidade. Além disso, tendemos a liberar as sensações de alegria ao concluir nossas responsabilidades uma a uma. Portanto, se ainda não sabe o porquê está em um projeto, tire um tempo e reflita. O que te move? Isso te faz feliz? Converse com alguém sobre, mas principalmente comprometa-se consigo. E quando encontrar a resposta, pode ter certeza de que não só o eventual resultado, mas inclusive o processo valerá a pena.
Três regras básicas para interpretação da bíblia:
1) Sinoticidade bíblica. Um versículo não interpreta um capítulo, um capitulo não interpreta um livro e um livro não interpreta toda a bíblia.
2) Textos fáceis é que devem explicar os textos difíceis e não o contrário.
3) Observar o que o texto não diz, pois isso destrói as inferências dos heterodoxos.
Todos estão me puxando para qualquer lado, sinto que não pertenço a lugar algum mais. Perdi minha referência, perdi meu lar, minha família, meus amigos, meus pensamentos, minhas memórias, perdi a mim mesma.
Quando estou com quem me ama, sinto que ainda não estou em lugar algum. Quando estou em algum lugar que amo, sinto que ainda não estou com ninguém.
O processo de mudança a qual tenho sido constantemente submetida anda me causando grande desconforto e como se não bastasse ter que viver com minha própria dor, com meu próprio desespero de alma, com minha própria tristeza, ainda tenho que conviver com a cobrança de que eu cresça, que é indireta, porém, constante.
Eu sinto que não entendo o que se passa dentro das pessoas, sinto que não sei exatamente o que esperam de mim, mas também sinto que esperam que eu faça mais, que eu seja mais, que eu realize mais, que eu evolua mais, que eu acerte mais, que eu cresça mais.
PERFUME
(Luís Felipe)
São tantos textos escritos por mim.
Como não me perco?
Nenhum contradiz o que fui, o que sou.
Talvez, minha maturidade sempre esteve aqui.
Apenas surgindo e surgindo a cada dia.
Cada vez que vou colocando as letras em ordem,
Formando as palavras, os escritos...
Nasce uma nova ideia. Um novo pensar.
Sempre agregando aos manuscritos passados.
Enriquecendo meu livro.
Acrescentando.
O meu legado já está sendo lançado.
Como folhas que caem duma árvore,
e se vão, com o vento.
Ou, como aroma das flores,
que perfumam e perduram.
Eternizadas pela extração,
colocadas num vidrinho...
Assim, são meus dizeres, deixados gratuitamente.
Meus pensares e pesares.
Como não me perco?
São tantos textos escritos por mim.
Eu morri.
Não sei exatamente quando nem onde
Mas eu morri
Olho no espelho, não reconheço este rosto fora do padrão, olhos assustados, cheios de lágrimas...
Penso comigo "essa sou eu?"
Engraçado, não me lembrava de ser assim.
Mas torno isso natural até a próxima dor.
Vivo em um corpo morto, cabelos ralos, unhas quebradas, dentes amarelos, um psicológico fraquíssimo, me pergunto: Eu morri?
Sim, eu morri ha muito tempo, mas meu espírito se nega a desistir de sua missão, porem, eu morri.
depois de passar um tempo a deriva
entregue a própria sorte
Chega um momento que aprendemos
A nos guiar pelo norte
E quando filnalmente há terra a vista
Um porto seguro para atracar
Eis que vem uma onda gigante
e nos arrasta de volta pro mar
Nessa hora não adiantar se desesperar
Ai você toma controle da situação
Mas percebe que lutar contra o mar
E perder por antecipação
Mas importante é não desistir, né ?
Mas, e se desistir for a solução?
E deixar a onda te levar de volta
Seja sua melhor opção
E se o mar for a sua verdadeira liberdade ?
E aterra firme, for pra você uma prisão
Talvez ser náufrago seja menos solitário
Do que ser só mais um na multidão
saborear a vida
Apreciar cada detalhe à minha volta já faz parte de meu modo de ver a vida . Passo momentos longos apreciando a natureza , auscultando seus sons , tentando discernir o som dos pássaros e outros insetos.
Nem sempre trago para casa apenas a "foto mental" daquele momento .É preciso registrá-lo para também deixá-lo registrado em arquivos .
Afinal , aquele pode ser meu último pôr do sol !
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A vida é um presente e é bom estar aqui .
Mas agora , mais do que nunca, apreciá-la em cada detalhe se faz necessário.
Tudo que você precisa são 20 segundos de coragem.
Eu sou aquele que esteve cuidando, cuidando de suas almas, reparando suas feridas e ouvindo seu choro, estive ouvindo seus gritos. Porém não sinto pena dos humanos, não sinto empatia ou comoção por eles, entendo seus sentimentos e o valor dos itens que acumulam durante suas vidas, e o valor que pregam às pessoas que mantém perto.
Há uma rachadura que em toda a minha existência e em todos os milênios que vivo cuidando me intriga, me interessa bastante.
Vinte segundos, não mais que isso
Um pico de coragem insana aplicado á mente humana pode criar rachaduras incuráveis no destino, das coisas mais simples até pecados imperdoáveis. O que leva um humano a esquecer toda uma jornada vivida por nada menos que vinte segundos de insanidade? E veja só, o que eles podem fazer é impensável.
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"Será capaz de encontrar-te em 20 segundos, ser humano? Tu que trata a ti mesmo com desgosto em pronomes ruidosos tão escassos de real comparação seria capaz?"
O humano baixa a vista. Não há esperança em seus olhos, não há espectativa. Ele procura atento nos nós de seus dedos calejados o sentido, mas não é como se eles fossem lhe fornecer alguma resposta, eles estão cansados e doloridos, assim como cada célula em seu corpo. Ele solta o ar em um suspiro cansado "Eu não sei, só imaginei que poderia ser suficiente. Afinal… não há nada que eu precise dizer, as pessoas me conhecem, sabem o que eu diria, e não há nada que eu queira fazer, pois não vejo esperança ou sentido, não vejo mais necessidade alguma de me mover."
"Então o que fará? Eu terei que lhe observar gastar mais de mim por mais vinte segundos? Eu te observarei se manter de pé e olhar o nada outra vez? Se não há nada a se fazer, não há sentido em deixá-lo por mais alguns míseros vinte segundos!"
O humano ri.
Do que está rindo?
"Qual a graça?"
O humano parece ter receio de responder, porém se ergue com petulância e um brilho antes inexistente queimando em seu olhar "Você." - ele aponta - "ficou bravo porque não vê sentido, como uma criança que ficou cheia de ter que repetir a mesma atividade"
A voz dele era firme, ele sabia que não haveriam consequências em barganhar como tempo
O tempo, sem motivos para negar os benditos vinte segundos ao humano ou continuar uma conversa sem sentido com um ser pequeno como um verme, lhe concede com desgosto. Com um leve sinal de dedos, o humano é levado de volta á terra, não antes de ouvir o tempo perguntar:
"O que é que você está indo realmente procurar em vinte segundos, garoto?"
Rindo outra vez, leve e calmo como nunca antes, responde:
"Eu encontrarei a paz."
Não poderia negar, vinte segundos. Há coisas que o tempo nunca entenderá.
Á uma da madrugada a imagem chuviscada e estática do televisor que provinha do pequeno cômodo adentro me sugeria que a hora de dormir havia passado, sentado no gramado eu absorvia reflexões que me eram trazidas através do vento em meus cabelos. Observava o céu, Lucky Strike em minha boca desajustado em quanto lia Journals of Sylvia Plath.
Na bancada de mármore da cozinha ao lado do meu datilógrafo o velho e empoeirado telefone toca, estava sem blusa, andava descalço sentindo a liberdade e a grama macia em meus pés. É verão e o clima árido me causa um leve desconforto.
R&B nos ares, despretensiosamente atendo ao telefone e lá estava você dando um olá casual depois de tanto tempo, o timbre em sua voz era deletério, a situação sardônica.
Me mudei para o Kalabansas na expectativa de deixar tudo para trás, de ver o litoral sem derramar lágrimas e mesmo estando há 1508Km de mim, você ainda encontra formas nada subjetivas de ressurgir. A promessa do amanhã, a troca de afeto por simples gestos, o dedilhar, o afago, e logo as desilusões ambientadas em noites dais quais dançávamos no chão amadeirado num ambiente lânguido. Dançávamos até morrer para ressuscitar depois, éramos selvagens dentro de nossos próprios corações.
Você me transformou no híbrido do intrépido com a solitude, sua voz me traz o pragmatismo, a memória, a intuição de me ferir mas preferi continuar. Eu não morri por não ter a amor a vida, mas porque a dor se tornou idiossincrática, vida sorumbática de altos e baixos, a guisa de inércia.
Meu maior erro foi te engendrar aos meus modos simplistas, conjecturei seu ápice, me moldei a sua forma e extraviei meu ser. Você agora é um fantasma e eu um idiota.
Hoje e o aniversário dessa mulher incrível que eu tenho orgulho de chamar de "minha amiga".
Te desejo todo a felicidade do mundo.
Se eu pudesse, tiraria toda a sua dor.
Te desejo toda paz do mundo.
Claro, se eu pudesse te daria toda a minha paz.
Mas você e a minha paz.
Que você continue com essa simplicidade de sempre.
Mesmo tendo pouco, você é feliz e compartilha.
Se eu pudesse, te colocaria em um potinho para te proteger de toda a maldade do mundo.
Amo o seu jeito de se fazer de durona.
Mas, no fundo, é frágil.
Você e extremamente linda!
Parabéns, amiga.
Amo muito você!
Conte sempre comigo.
Fora Orquestrada
Me pergunto se ela já fora orquestrada pelo universo. Se esses detalhes foram a vida que lhe dera, ou se ela conseguiu colecionar por conta própria. Fora uma metamorfose, não tão ambulante, vivera cada fase como deveria e como conseguia. E assim conseguiu, e também com algumas cicatrizes, que hoje são pinturas abstratas em sua pele. Mas ainda me pergunto se ela já fora orquestrada, com todos aqueles detalhes que virgula nenhuma saiba citar.
Roupa Amassada
A roupa amassada no chão e eu só querendo segurar sua mão, via pedaços da noite que entrava pela cortina refletindo em teu lábio descansado. Estava de olhos serrados, estava prestes a entrar no teu sétimo sono. Mas falava ainda comigo, voz abafada pelo peso do sono, porém levemente carregada de carinho. Me pedia cafuné, no meio de todo aquele cabelo em pé, era a bagunça mais linda que já descansara no meu peito. Se a felicidade tivesse lugar, seria naquele cantinho bem ali, da boca dela, onde uma fez eu já fui dela, e talvez aquela boca queira que eu visite ela mais vezes.
Em um universo paralelo
E em algum momento se criou um universo paralelo, em que você seria totalmente minha, que andaria nua sempre que estivesse comigo, sem nenhuma armadura, sem nenhum disfarce. Vestiria apenas o que você escondeu durante todos os anos, traria de volta a sua criança interior e suas melhores memórias afetivas. Em algum lugar onde haveria espaço para vários erros, afinal só se aprende assim. Um lugar que não haveria desencontros. Que eu quisesse voltar de onde eu estivesse só para encontrar com sua boca e o casal mais lindo de olhos que tive oportunidade de encarar. Seria um lugar paralelo que você não precisaria se sentir perdida nem com falta de nada, que a tristeza até tentasse ter suas vezes, mas que fosse embora antes de desfazer as malas. Seria um lugar que toda a imperfeição faria parte da perfeição. E que parasse de se pegar com olhar vazio, pensando em como as coisas poderiam melhorar. Um paralelo que você como beija-flor que é, teria todos os lugares e liberdade para ir, mas que só voltasse para o meu jardim porque quisesse, não porque tivesse que voltar.
Criou-se um universo paralelo, em que você, só queria estar toda em mim.
