Talvez
Se Versálio não tivesse tido coragem, talvez até hoje não soubéssemos anatomia, porque ele roubava cadáveres para dissecá-los. É necessário coragem, como teve, por exemplo, o primeiro homem que pôs um cateter na veia e foi até à sala de raios X para ver o cateter no coração. (…) É fundamental ter esmero, dedicação e obstinação — sem isso não se anda —, em qualquer atividade.
Inescrupulosa. De coração frio e sem afetos. Insensível. Intransponível. É, talvez eu tenha me fechado mesmo. Talvez eu seja aquela garota que todo garoto quer fugir e tem medo. Talvez essa seja eu. Vagando num mundo de gelo. Atirando bolos de neve em todo e qualquer homem que ousar... Essa talvez seja eu. Mas eu não era assim, me tornei assim... Tranquei a porta desde então. Me desapeguei do castelo e das princesas com seus finais felizes. Não quero mais essa utopia. Quero apenas o que for verdadeiro. Apenas. E nada mais. Nada.
Tommy: Mas se está sozinho, você nunca será feliz.
Oliver: Talvez não. Mas ser feliz não é o mais importante no momento.
Eu posso evoluir a cada dia. A pessoa que eu fui ontem, talvez não seja mais eu, e hoje sou uma versão melhorada de mim mesmo!
Eu tomo decisões. Talvez não sejam perfeitas, mas é melhor tomar uma decisão imperfeita do que buscar continuamente uma decisão perfeita que nunca se encontra.
Quando duas pessoas se separam, não significa que o amor tenha chegado ao fim. Talvez exista a necessidade de provar que não possuímos a pessoa amada. Talvez a vida simplesmente não esteja fluindo...
Permanecer com a mesma pessoa por toda a vida é admirável, mas não significa que tenhamos aprendido a amar. Amar é muito mais amplo...
A vida é feita de ciclos. Aqueles que amamos algum dia irão partir. Mas retornarão, nessa vida ou na outra...
Sim, o amor é eterno, as relações é que são impermanentes.
Nós estamos aprendendo a amar incondicionalmente, pois o amor, assim como a felicidade, não possui idade, escolaridade ou estatus social.
Estamos diante do grande desafio da vida: compreender o amor.
Talvez a função do psicoterapeuta ou do psicanalista seja parecida com a de um carteiro que pega cartas embaralhadas, as cartas de nosso destino, e ajuda a entregar as que podem ser entregues, reenviar as que estão sem destinatário e cuidar daquelas que ainda não foram escritas.
Eu gosto de ser surpreendida, talvez seja pelo tédio rotineiro da minha vida, não costumo viver muitas surpresas, talvez a mais esperada esteja a caminho.
“Haverá um dia talvez bem lá na frente onde olharemos pro passado e sentiremos saudade onde veremos o quanto fomos estúpidos por deixar passar tanta coisa boa e não aproveitamos... não aproveitamos! - Por isso pense bem pois não vai adiantar invocar velhas fotos e ver o quanto tínhamos beleza e nem nos demos conta da tal felicidade.”
Talvez eu não choro, mas me dói. Talvez não digo, mas eu sinto. Talvez eu não demonstro , mas me importa.
Quem tem muita vergonha, não se liberta completamente...Quem não se liberta completamente, talvez não consiga ser feliz.
Bom, boa sorte. Talvez New York seja uma cidade grande demais. Quer dizer existem milhões de pessoas nesta cidade. Como, em toda essa bagunça, se supõe que o cara encontre o amor da sua vida?
Talvez, quando eu achar que não preciso mais de ti, tu venhas me amar
Talvez, quando a vida me mostrar o caminho certo a seguir, tu venhas parar pra me olhar
Talvez, quando o mundo girar tanto que eu ficarei cansada de esperar por ti, tu venhas pensar em mim
Talvez, quando os dias passarem tanto que eu vá embora pra sempre, tu venhas me pedir pra ficar
Talvez, quando um amor novo me chegue ao coração, tu venhas perceber que me ama
Talvez, quando eu deixar de fazer tudo o que tu quer, tu venhas perceber que precisa de mim
Talvez, quando na chuva tu estiveres sozinho na chuva e com frio, tu venhas perceber que precisa do meu calor pra te aquecer.
Porque é assim que estou hoje:Sozinha na chuva e com frio.Enquanto tu te divertes com tuas ilusões, eu fico aqui, a te esperar.Mas cuidado, no dia que tu perceberes que de mim precisa, TALVEZ seja tarde demais.
Até logo
Você me diz que é breve e talvez as coisas não mudem tanto assim enquanto você não estiver aqui. Talvez as coisas estacionem e congelem num tempo indeterminado que me faça parar de reparar nas faixas pintadas no chão que se desgastam. Você vai e eu fico nessa dependência irritante de quem espera, de quem não sabe se faz alguma coisa porque a consequência pode atropelar o que tá por vir, mesmo que você nunca mais venha. E eu vivo preso num milésimo de segundo de saudade, elaborado pra avançar aos poucos.
Você embala as caixas e eu observo atentamente, quase como um vício panóptico, só pra ter certeza de que você me leva, de que você me carrega com você pra algum lugar que não seja uma estante distante da cama. Me leva contigo e não me esquece num canto empilhado com cartas e e-mail e caixas de entrada lotadas de inboxes que você nunca mais vai ler? Leva e diz que se lembra de mim numa noite qualquer, numa terça-feira, por favor. Porque nas terças a gente não tem nada de importante pra fazer e se lembrar de mim num dia qualquer é garantir a minha sobrevivência na memória. Sem necessidade de grandes feitos ou noticiários brasileiros, é só lembrança que vem enquanto você lê numa poltrona qualquer. Lembra de mim por acaso e me ganha de longe com um sorriso na cara por não ter sido esquecido.
Te perco no sono depois da despedida. Já aprendi que me agarrar a escombros ou destinos fatídicos resulta em dor. Dor lancinante, daquelas dores que a gente aprende a evitar porque sentir é demais pra aguentar quando não tem alguém pra dividir. Te perco e te reencontro nos cochilos de domingo, na esperança da correspondência da caixa 45 do meu prédio, da campainha que toca inesperada e recrio você a partir de memórias. Quem não recria um sonho bom que se perde durante o dia em memórias? Do meu violino só saem as notas compatíveis com a tua voz e daí eu ouço diálogos que cortam, risadas que já não têm mais graça e me guardo em você.
Me transporto com o tempo pra todo lugar que me lembra você pra tentar, eu só tento, tento o tempo todo, pra tentar me retomar em você a partir de sorvetes, a partir de livros, a partir de pedidos num café estranho que toca o seu tipo de música favorita. Vivo uma saudade de quem já foi e promete voltar. É da promessa que eu me alimento e moça, se você for ficar pra sempre, me manda uma carta de despedida bonita? Me promete que me despacha numa carta e não me prende na sua estante se não for pra sentir saudade também.
E eu sinto falta. Falta é toda a companhia que eu aceito porque ela não me pergunta sobre você. Não me pergunta e não me repreende pelo desespero que era precipitado e agora se confirma. Na caixa postal vazia, na falta de conexão e na vida de quem eu não faço mais parte e vai muito bem, obrigado. Você vai e eu fiquei. Fiquei e não vi o tempo passando que tanto me esqueci de mudar o tempo verbal das coisas todas do meu dia a dia. Você foi e eu que. Jurava, jurava tanto, jurava dias e mais dias no pé do meu ouvido que só dói quando eu ouço a sua voz numa rua vazia em dias de chuva em que me esqueço do guarda-chuva e passo em frente ao seu número. Cê me disse um até logo, meu bem. Com solidão compartilhada com um fantasma, eu ouço ainda mais alto: eu nunca vou me esquecer de você. Até que os ponteiros descongelam e eu não ouço mais promessa.
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Se eu não tivesse você
Se eu não tivesse você pra me lembrar de limpar as mãos, os braços, o queixo e o lábio no seu, eu sairia por aí cheio de molhos, doces, sorvetes e de todas as coisas que lambuzam a gente quando a gente se permite lambuzar. Talvez eu tivesse mais dinheiro guardado na poupança e nada, nadinha, nada mesmo na agenda e fora dela por seus convites fora de hora e fora de padrão e você gosta de ver as estrelas? Só gosto delas quando aponto pra algumas e você toca no meu braço me mandando baixar a mão. Sem isso seriam só umas estrelas salpicadas num céu-azul-escuro-sem-graça-nenhuma-e-sem-você.
Se eu não me embaraçasse em você pra achar alguma posição confortável na cama, talvez eu caísse no chão fugindo de um sonho ruim em todas as noites frias. E tenho certeza de que engordaria menos, mas olha pra mim e diz se você se importa tanto com isso ou se prefere que a gente divida a sobremesa e divida os momentos e divida a nossa vida numa estranha divisão que não diminui e nem deixa cada um com só um pouquinho do outro. Se eu não tivesse você eu teria reprovado em álgebra porque não saberia somar. Não saberia daquelas coisas que você me ensina e nem me encantaria com facilidade quando você pega no volante e diz que vai me levar pra algum lugar bacana que eu ainda não conheço. Bobagem, meu bem, você é meu lugar-comum-especial-pra-vida-toda nessa noite.
Se você não tivesse esbarrado, me olhado, insistido em não parecer invisível e me dado aquela puxada sensível no braço eu nunca, nunca, nem mesmo hoje em dia, acreditaria que tem coisas erradas que precisam acontecer pra gente se encontrar lá na frente porque o nosso clichê foi assim. Foi no jeito com que eu paro subitamente de falar pra te ouvir disparando sentenças e se pegar constrangida, me olhando e se perguntando o que é que eu tô olhando. Eu tô olhando a sua forma desordenada, fora do tom, um tanto quanto desafinada de gesticular e me fazer rir no meio da praça de alimentação do shopping por ser você.
Se eu não tivesse você, eu ia ter aquele vazio que eu tinha faz tanto tempo e tanta chuva e tanta gente que passava e esbarrava e nunca ficava como você ficou. Você ficou e ficou mais um pouco, fica mais um pouco, vai ficando e não se acomoda, viu? Me incomoda, me acorda quando eu dormir no seu banco de carona e te deixar sozinha, me atordoa com a saudade que nem dura uns três dias direito e me diz que a noite só foi boa porque eu desejei que fosse, porque eu deitei com você do outro lado da linha. Me diz que não importa quão brega-apaixonado-bobo-despreocupado eu possa parecer, que importa é que dá pra ver como eu fico feliz e me faço feliz por ter você. Diz que me odeia, mas diz com aquela forma meio irritada pra si mesma porque você sabe que é uma daquelas mentiras mal contadas, daquelas que faria o seu nariz crescer e que nem entonação de atriz faria mudar. Diz que se eu não tivesse você, você daria um jeito de me acordar com voz de sono só pra eu virar pro lado e sonhar em ter você mais uma vez.
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Amor é pros fracos
Amor nunca foi recomendado pra gente grande que narra a vida com controle absoluto. Ele foi feito pra gente descontrolada, mal planejada, que deixa o tempo fugir pelas frestas dos dedos, e escorrega. Foi feito pra gente que desdenha do tempo e se permite convencer do contrário, não pra gente orgulhosa dos seus feitos metódicos e superiores.
Amor é de gente pequena, frágil, que fica quase sempre à mercê de um caçador. Gente essa que se defende como pode e perde de vez em quando, descobrindo que perda também é um jeito de levar a vida. Esses que ganham o tempo todo, ah… amor não é pra eles. Pra viver um pouco de amor é mais do que preciso aprender com a perda.
Amor é sentimento de gente que cansa, que recua, que chora e borra a maquiagem, que deixa cair pela barba pra contrariar o ditado, não de gente que põe um escudo na frente e se impõe como gladiador. É pra gente que sofre, sim, e continua sofrendo no dia a dia. Pra gente que aprendeu a desistir no meio da luta. Essa gente toda, altiva e com os sentimentos musculosos, não sabe sentir as agulhadas que ele dá no percurso.
amor
Amor é coisa de sonhador, sabia? De gente que flutua e tira os pés do chão o tempo todo, de gente que imagina, e imagina demais com um sorriso na cara, como se tivesse dormindo acordado. Gente boba, tola, com um quê infantil que deixa a coisa tomar conta e não se esvai. Não serve pra quem domina as situações e se mostra inflexivelmente adulto, formal, sério demais pra admitir uma brincadeira no meio de uma semana útil.
É pra gente que não sabe combinar cor e gente que já perdeu na queda de braço. Gente que só soube nadar depois de quase ter morrido afogado, e que ainda dá risadas disso, como se reprovar na vida não tivesse importância, sabe? É pra quem se importa, sim, com o que dizem, com o que pensam, com a ligação do dia seguinte.
Amor é daquela galera que vai mal, obrigado, quer me ouvir? É pra quem cria laços nas filas, na rua, no mundo. Pra quem sorri, mesmo que falte um dente da frente, e contagia o outro. Amor é de gente simples que enfrenta desafios todos os dias desde a hora que acorda e, mesmo assim, firma um compromisso consigo mesmo de que vai chegar até o fim do dia bem. É de gente que pergunta, mesmo podendo nunca ser respondida, se você quer ficar aqui ou ir embora pra sempre. Gente que depende, sim, um pouco que seja do outro – e que pode deixar de depender porque já aprendeu que pessoas vão na mesma velocidade em que chegam. Quem é forte demais não entende de amor. Não entende de fragilidade, perseverança, chuva molhando o terno, falta de proteção e abrigo, nem de imprevisibilidade. Quem é forte não sabe ser fraco, frágil, pequeno e, ainda assim, continuar. Não, isso não pertence a eles. É de gente que tem medo de escuro e passa os dias convivendo com medo e insegurança, nem sempre se dando bem. Gente que vai parar num canto e chorar até desabar pra acordar melhor no dia seguinte. Gente fraca (mesmo) que aprendeu a ser forte por causa do amor.
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Mas o paraíso está trancado e enclausurado. Precisamos ver se a porta dos fundos talvez esteja aberta.
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