Tag sonetos

226 - 250 do total de 1209 com a tag sonetos

"Alguns sonetos não aceitam remendos — e, de toda forma, os que aceitam assumem-se lixo"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")

Inserida por mfeitosa

AVINDO (soneto)

Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio
Chave lá fora, cá dentro o peito chora
Embalsamado no tempo que implora
Por afago, neste dia de um céu bravio

Sobre o leito do meu olhar a aurora
Em lágrimas escoadas do verso vazio
Melancólicas, com suspirar e arrepio
Que consola com a lua, branca senhora

E nos olhos rasos d’água, palpitando
A saudade, que dá aflição se abrindo
Em lembranças, que ali vai resvalando

Não te rias de mim, ó agrado findo
Por ti, no rancor eu velei chorando
Mas, no amor, paz e renovo avindo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 04’37” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Fiz do seu sorriso retalhos coloridos de amor e paz, onde sua presença preenche o meu dia com sonetos de ternuras. A noite pode até chegar, mas a sua luz sempre mora cá dentro de mim e ilumina o meu jeito de olhar os encantos da vida.

Inserida por GilBuena

Todo dia

Todo dia com um sorriso falso
Para evitar que aconteça um olocausto
Todo dia com a postura impecável
Para que ninguém perceba que sou vulnerável

Todo dia acenando e sorrindo
Para que não percebam que estou fingindo
Todo dia concordando de cabeça
Para evitar que alguém me enlouqueça

Todo dia fazendo tudo de novo
Como um paradoxo
Como uma coisa de louco

Todo dia fazendo tudo igual
Como se estivesse em uma espiral,
Como se não existisse um Final..... 🌙🌧❄

Inserida por LaryMoon

Nostalgia

Na manhã que acordo sem o teu beijo;
é levantar-se, sem o bom dia que mais desejo.
Cama vazia, lençóis amarrotados...
A tua roupa de dormir deixada ali ao lado...

Acordar e não te ver, bate-me um desespero.
É um dia sem cor, é o amanhecer de um céu apagado.
Os lençóis exalam o teu cheio;
Vestígios que estivesse no nosso ninho.

Os fios dos teus cabelos traçando o caminho sobre sala;
A tolha molhada, a porta entre aberta;
O teu perfume acompanhando o descer da escada.

No quarto ao lado o nosso fruto ainda dormindo;
Me faz lembrar que fostes trabalhar e que logo mais irei reencontrá-la.
Tê-la nos meus braços e dizer: É impossível viver você...

Inserida por wesleygiovanny

Onde foi parar?

Tenho medo do amanhã, quando o tempo passar;
E, junto com ele, o amor levar.
No lugar do calafrio, a dor tomando conta do seu lugar…
Medo do fim da afinidade, de perder as vontades;
Do frio da barriga passar, do sabor do seu beijo cessar;
Procurar-te nos meus desejos e, não te encontrar.
Porquê, às vezes, tudo se parece distante;
O nosso amor relatado, apenas, por fotos, ocupando a nossa estante.
A magia que se perdeu com o passar do tempo;
No meu peito um descontento, nos meus pensamentos, só há nós dois, a todo o momento.
Se amanhã, tudo isso vier a acontecer, fico a perguntar-me:
O que será de mim, sem esse amor para preencher o vazio que irá se instalar?
Na utopia do dos meus sonhos, o fanatismo falando o seu nome:
Onde você estar?

Inserida por wesleygiovanny

A MINHA BÊNÇÃO
 
Vida nua... mariposa das noites, fria
Qual um rio corrente, sem nada,
Sem destino e desvairada,
De caminho torto... de ardentia...
 
Vagueando curvas de pecados, fugidia
Em preces dolentes, maculada
Rompendo o sol, e desgraçada
Como as rochas vagas... de agonia...
 
Silêncio de bênçãos... branca alma
Arrastando saudades... sem talma
Poisando os pés descalço em dor...
 
Vida além... Ah, pobre vida além...
A vaguear no mundo... sem ninguém...
No mendigar dum só pouco amor.
 

Inserida por acessorialpoeta

Não se feche para boas lembranças;
com medo de chorar por saudade.
chorar faz bem! Alivia a alma e faz lembrar de alguém.

Inserida por wesleygiovanny

Seja gente boa, seja amigo de alguém;
semeie coisas boas, faça sempre o bem;
pois, mais na frente, o tempo cobra, e não perdoa um vintém.

Inserida por wesleygiovanny

Sentimento de quimeras são sonetos para artistas, não para líricos romanos.

Inserida por RogerLima_br

A CHUVA

O dia é tão mais nobre. Nesse dia,
Rompendo o pulsar tremente...
E sobre o luminar, o sol ardente
É n'alma um beijar de alegria...

Lágrimas dispersam ardentia
Ao tempo, olhos de toda a gente...
Vida pós vida, completamente
Em ricas horas de infante magia.

No horizonte há pássaros ao hino...
Erguem-se o cantar, que pequenino,
Alegra-se ao silêncio do arrebol.

Ao dia dourado, despercebido,
Risos de esperança são concebidos
Únicos, perfeitos, ao glorioso sol.

Inserida por acessorialpoeta

⁠O AMOR ENRABICHADO

Como acho enrabichado o meu amor
após tua ternura, afago tão prazeroso
os beijos no meu desejo tão amoroso
com lábios rubro, da paixão tem a cor

A sensação, perfumada, tal suave flor
tem tempero, sabor, tão maravilhoso
n’alma grudado aquele olhar perigoso
de sedução, deixando anseio e tremor

Cativante! Tem tudo e em tudo toca
faz do sentimento solidária emoção
caso, baralhando o sentido. Há troca!

Fantasio cada sussurro que me arrepia
acelera a batida entusiasta do coração
que pulsa em cada veia desta poesia!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 de abril de 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Ó NOITE...

Ó noite, ampla noite, de insonolência
Noite umbrosa, de fado aos sofredores
Suspiros, preocupações e tantas dores
Nessa apertura tediosa e sem paciência

Socorre a alma ó repouso, com essência
De paz, suste a tortura e seus langores
Ó quimera venha a mim para dispores
Sonhos calmosos, e me tire da dolência

E o silêncio, que estronda a harmonia
Numa solidão que no breu se mistura
Insistente, e tão tomado de teimosia

Inquieto sinto o negror da amargura
Sobras frias, sinto áspera melancolia
Na rude poesia, canto! Ó noite dura!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 de abril de 2021, 03’23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PROTESTO

Ah! Cessai, que este redizer enfastia
estorva a inspiração e me importuna
e, embora com as sofrências se reúna
loa, não tem o frescor que eu queria

Chega de apertura unhando a poesia
cato um versar de amor e de tribuna
se com agrado o bem viver coaduna
então, venha mais prazer na melodia

Queixa, suspiros, tudo mais em estio:
noites longas, horas eternas, horrível!
onde está a trova que ao viver renova

Vem sempre versos do mesmo feitio
ou negro, piedoso, choro indefinível
ah! quem me dera uma treta nova!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/04/2021, 05’05” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AMARGURA

Dia e noite a lembrar de ti. Saudade
aperta o peito, e a emoção redobra
cada uma sensação de falta, ô sobra
no sentimento, ao sentir é vontade!

E, no sofrer que a tristura manobra
chora, implora, triste é a felicidade
e a dor, a ferralhar, traz calamidade
com solidão, notória, tão sem sobra

Dolorosa a recordação, o momento
a alma baixa, achacado de tal crime
assim, se vê, cair no esquecimento!

Tudo, ante ao fatal que afadiga tanto
o amor sem ter sua distinção sublime
vai se amargando sem ter o encanto...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/04/2021, 06’05” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O DIA DESFALECE

Forte e dourada, a luz do pôr do dia desfalece
Pequizeiro em brilhos de sol, de glauco radiante
E um cântico de ave vaga eletrizante em prece
Nas galhadas tortuosas no horizonte distante...

Maritacas inquietas, rumoroso frege acontece
Iris de brilho rubro no cerrado de céu gigante
Tudo, ante ao espetáculo a formosura oferece
Tudo, radiante, resplandecendo cada instante...

Eu melancólico, no entanto, sentimento afiado
Suspirando o meu pesar, exalo toda está poesia
E mesmo assim, a minha saudade não aquece...

E, não esquecerei os entardeceres do passado
Bem como, agora, a ventura, o amor e alegria
Profundos na lembrança que não se esquece!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/04/2021, 17’35” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INDIGENTE

Tenho um desejo: existe uma felicidade
que eu não conheço e no cobiçar tende
é o amor que no querer então me quer
como eu quero, enfim, que me entende

Nem um olhar, nem uma palavra sequer
peno sem que ele exista, e que detende
a minha vontade de ter. No falto pende!
é vazio que não se tem como preencher

É um amor sem fato: - e eu mesmo ignoro
donde? como eu saber se nem o há nome
das pessoas amadas nenhuma ocorreram

É um dessaber que a imaginação consome
na desilusão. É dor que vive a viver o choro
das tentativas que no pranto emudeceram

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 de abril, 2021, 05’45” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ENREDO

Sê bendito, amor, que o fado me deste
nesta poética de ventura e de tal valor
dá-me as armas que com afeto se veste
um sempre fiel, tal um devoto, amador

de ser o seu amado eleito, que apreste
as sensações de um romântico trovador
a ladear o vital e a amizade que avieste
quando queira e ao total inteiro dispor

a poesia que a paixão de símbolo servia
o olhar meu e seu que um dia se notou
num sentido que o sentimento incitou...

Pois nestes tempos bons, de companhia
emoção, ser, fantasia, jamais se esquece
amor. Cá no meu enredo é valia e prece

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 27/2021, 08’32” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CIÚME

Sei. Outros amores te gracejaram, bem o sei...
murmuraram o que meu versar já ti murmurou
até sorriram teu sorriso que sempre desejei
a lembrança da poesia, que eu não mais sou

Tudo que recordo me faz dor, e ali estarei:
na saudade, no sofrer, tortura, assim vou,
chorei, foi por tanto, o tanto que te amei
quis dar-te meu melhor. Pra ti já passou!

Eu quisera anular, por ti, qualquer querer
qualquer olhar, o toque, o singular prazer
que um dia fez reflexo na minha emoção

Como é sensação supor o teu beijo aleio
ler no teu coração, mil poemas de paixão
o alguém nas batidas dum suspiro enleio

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/04/2021, 11’26” – Araguari, MG.

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PARELHA CARICIOSA

O teu sussurrar têm melodia divina
Pianíssimo, ao sentimento vibrando
Acordes de sensação, gozo, quando
O teu olhar no meu, sede impregna

Então não palie o cheiro que ilumina
Teu beijo, de um olor lhano e brando
Que inebria o desejo que vai amando
Cada meiguice poética de canora sina

Eis, pois, o que tu fazes aos sentidos
Meus, assim, ouço-te tudo, contudo
Peregrinas são palavras aos ouvidos

Em pleno arrebatar, tu dás-me rosa
Na magia do amor, és um conteúdo
De agrado, minha parelha cariciosa...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 29/2021, 15’48” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠IMORTAL

Olhar, envelhecendo, vendo a ruína perto
reconhecendo vãs as palavras passageiras
lacrimejou, enxugou as ilusões traiçoeiras
e me avançou na prosa com o feito liberto

Meu viver tendo sonhado e o afeto oferto
a uma ventura e mais gentis alvissareiras
emoções, onde grafei poéticas fagueiras
ao coração, foi mais romântico, por certo!

Então, se já velho e jovial o pensamento
permiti mais poesias floridas, o portento
romantismo, o que torna o amor eternal

Devaneei na literária, fiz um soneto alado
me dizendo que o momento era chegado
envelheci! Porém, sorri, o verso é imortal!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 30/2021, 09’30” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SOLIDÃO ATROZ

Quando fores dormir, ó saudade tenebrosa
na noite negra insone de uma agonia, e não
tiveres por alcova o ardor e o abraço, senão
o silêncio, uma ausência dum dedo de prosa

Adormeça-te, enxugue tua lágrima medrosa
na vil dor, e me deixe nesta aflitiva lassidão
com o meu pranto e o arfar do meu coração
então, não venhas me consolar aventurosa

O suspiro que tem um confidente em mim
pois, o esbaforir há de adormecer o poeta
da insônia sombria dessas noites sem fim...

Dir-te-ei: de que serve a calma completa?
se os teus estardalhaços, nos faz mais sós!
E ao sentimento, falto, uma solidão atroz...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de maio de 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DOR DE AMOR

Ao pesar, o poema meu, pela solta saudade
do vosso encontro, onde o querer palpita
por vosso olhar extasiante, beleza infinita
triste afeto distante, de uma vil crueldade

É que, ai de mim! Aperto que no mal brade
me arde, sai exaltado, vai louco, em grita
sentidos vagos em sensações tão eremita
haurindo em mim a sorte duma felicidade

Eu choro, e choro... e sofro, tanto, tanto
no entanto cada gemido de dor é pranto
e cada pranto um gemido em canto e dor

O suspiro dado é desilusão e não apenas
o penar amargurado, são fados e penas
de um poeta em sua sofrência de amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de maio, 2021, 05’44” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠QUESTÃO

Sussurra: - para sempre! a vontade enamorada
E o tempo que dirá, no entanto, em qual sorte
Nós estaremos, no até a separação pela morte
Avivando o desejo e a sensação muito desejada

Mais e mais o olhar nesta agridoce caminhada
Num amor estar, ao querer ficar, de alto porte
Sul ou norte, cada estória, uma narrativa forte
De paixão dando emoção. Poética encantada!

Nada é mais primavera em flor, estar amando
Quando, até, sem importância, pois chilrando
Fica a vibrante alegria, sem querer sair jamais

Juras de amor, de eternidade, os votos soltam
Tem também os que dizem e não mais voltam
Por que promessas nas palavras de mortais? ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de maio, 2021, 05’15” – Araguari, MG
Coppéerando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CERRADO E EU

Céu, vastidão e ventos, encanto dispersos
Pequizeiros, buritis, campinas verdejantes
Sertão de cascalhos, fontes borbulhantes
Lenhosos grossos, galhos tortos diversos

Fascínio e graça. Místicos antros imersos
Gramínea, ipês floridos, relvas rastejantes
Abundante é a fauna, cristais coruscantes
E vós, cerrado, que velais os meus versos

Cá estou tomado, e então te faço saber:
Saudade eu senti, e não posso esconder
O tal sofrer que na saudade é sem fim...

Cá estou, e suplico, ao extenso horizonte
As cachoeiras, o entardecer no desponte,
Que te conte: - sempre estiveste em mim!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 de maio, 2021, 09’22” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol