Tag negro

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⁠Radin:
Sobre as redes que permeiam
Ventre negro em branca tela
Engrenagens estilhaços
Sementes flutuantes
Vultos da mesma esfera
Pontilhado centelha
Olhando pela janela

Inserida por mar_cello

⁠AMOR NO ESPAÇO

Astronautas comemoram,
num planeta bem distante,
o Dia dos Namorados,
porque eles são amantes.
Vendo um buraco negro
e todo o seu segredo,
se amando a todo instante.

Inserida por RomuloBourbon

⁠É urgente reagir se realmente desejamos integrar a sociedade brasileira de modo que, num futuro próximo, ser negro no Brasil seja, também, ser plenamente brasileiro no Brasil.

Milton Santos
Ser negro no Brasil hoje. Folha de S.Paulo, 7 maio 2000.
Inserida por pensador

⁠[O negro] tem que se dar o valor e não se olhar com pena. Nem usar a cor como justificativa para as suas falhas. A conscientização tem que começar na gente. Temos que saber nosso valor e nosso poder.

Glória Maria

Nota: Trecho de entrevista ao site Ego, em 2010.

Inserida por pensador

⁠Vozes da Periferia: Um Grito por Igualdade e Oportunidades

No camburão, o jovem negro foi levado,
E o repórter, com intenção cruel e desvairada,
Buscava audiência em humilhar o "Criminoso",
Mas foi a resposta do jovem que ecoou de modo grandioso.

"Já não sou nada mesmo", disse ele com pesar,
"Quem quer comer vale", suas palavras a ecoar,
"Aceito qualquer salário", um grito de desigualdade,
A juventude negra, periferia em dificuldade.

Oportunidades escassas, sonhos postos à prova,
A luta pela sobrevivência, árdua e renhida trova,
Sem carteira fichada, sem seguro de vida ou amparo,
A juventude negra enfrenta um caminho tão amargo.

Que ás periferia seja um eco, uma voz a clamar,
Por justiça, igualdade e oportunidades a brilhar,
Que todos tenham chances, que todos possam alçar voo,
E que a juventude negra encontre um futuro.

Inserida por Mykesioofc

Entre águas e encantos

O Boto

Deslizando  
Entre águas e encantos  
Sigo navegando pelo Solimões  
Não estou bicho nem homem  
Estou  
À tua espera

Num tempo  
Suspenso na correnteza  
Remos parados no momento  
De tua ausência

Não preciso de rede  
A me prender  
Tua falta é corrente mais eficaz  
A me segurar

Sou soma de encantos  
Amontoado de lendas  
Esperanças e sombras

Tudo o que me resta  
Pesado numa balança  
De um só prato

Seguindo  
O curso de um rio de histórias  
Não desisto  
De te buscar entre as águas  
Teu amor  
É o que me leva a existir

A Virgem

Meus passos ecoam as margens do Rio Negro  
Minha voz já é parte da floresta  
Meu coração habita entre vitórias-régias

Busca-me  
Perco-me em ti  
Para me tornar inteira  
O espetáculo  
Na junção de nossas águas  
Lenda viva  
Amazonas

Existiremos  
Como o encanto perfeito  
Horizontal  
Assim como o rio que rasga a floresta

Nossa fertilidade  
Garantida  
Na umidade dos dias  
Ecos de canções  
Rios, igarapés e os guardiões da flora serão testemunhas  
Os peixes e as feras verão  
Nosso mistério  
Existo, existiremos  
Apressa-te,  
Leva-me  
Para dentro da lenda

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Nesse mundo somos todos iguais. Feitos de carne e osso. O nosso sangue tem a mesma cor. Um dia todos nós teremos o mesmo destino nessa vida: a morte. Portanto, que diferença fará se somos de cor branca, parda ou negra?

Inserida por pensadorqueescreve

⁠Sem que eu perceba ou me dê conta, a noite chega de mansinho, pinta o dia de negro e enche o céu de estrelas. 

Inserida por ednafrigato

⁠Um encontro perfeito!
Rio que encanta e seduz, passeias por onde andei: São Gabriel da Cachoeira, Barcelos e lugares fantásticos, com um arquipélago no seu leito e uma floresta maravilhosa, próximo de montanhas e cachoeiras, até chegar ao encontro perfeito com outra grande força da natureza, tendo Manaus como sua cúmplice.

Inserida por isaiasribeiro

⁠Aquarela
Sob um céu negro o Chevette amarelo corria jogando barro vermelho pra trás, e ao longe estava em azul o lugar que ela foi de branco colorir sua vida. 

⁠Buraco negro
Seu buraco é negro, vorazmente profundo.
Seu apego gravitacional curva o tempo
e todo o espaço a minha volta.
Mesmo distante milhões de anos-luz
meu corpo cósmico é atraído voluptuosamente
por sua singularidade densamente infinita.
No seu horizonte de eventos me perco,
é a partir de onde não regresso
e as leis da física não mais existem,
nada mais faz sentido algum
e nada escapa do seu centro-coração
denso, gélido e sombrio.
No seu vácuo turvo e absoluto
é onde você guarda os segredos de tudo,
é onde se esconde multiversos
que se revelam em múltiplos versos. 

Inserida por robertosim

⁠O Olho Negro da Superação"

No centro da pequena vila de São Miguel, vivia um jovem chamado Pedro. Ele era conhecido por sua paixão pelo esporte, especialmente pelo boxe. Desde criança, Pedro sonhava em se tornar um grande pugilista, inspirado pela história de lendários campeões que superaram inúmeras adversidades.

Um dia, ao se preparar para um importante torneio, Pedro enfrentou um desafio que testaria sua resiliência como nunca antes. Durante um treinamento rigoroso, ele sofreu um duro golpe que resultou em um doloroso olho negro. Com o rosto marcado pela contusão, Pedro precisava decidir se continuaria ou desistiria de seu sonho.

Enquanto o mundo o aconselhava a descansar e se recuperar, Pedro não se deixou abater. Ele viu o olho negro como uma prova do esforço que estava dedicando para se tornar um campeão. Cada vez que se olhava no espelho, via o reflexo de sua coragem e determinação.

Semana após semana, Pedro treinava com foco redobrado, superando a dor e as dificuldades. A cada luta, ele deixava sua marca no ringue e nos corações daqueles que o assistiam. Sua persistência e dedicação inspiravam a todos, mostrando que o verdadeiro significado da vitória estava além de troféus e medalhas.

Chegou o dia do tão esperado torneio. Pedro subiu ao ringue, olho negro ainda visível, mas sua confiança e garra eram inabaláveis. Lutou como nunca, dançando entre os golpes adversários e revidando com coragem.

Ao final do torneio, a vitória não lhe foi concedida pelo título, mas por sua capacidade de se superar e enfrentar todas as adversidades. Pedro se tornou um símbolo de perseverança e coragem para sua comunidade.

A partir desse momento, cada vez que alguém via um olho negro, lembrava-se da história de Pedro e do poder da vontade humana. Seu espírito resiliente continuou a inspirar gerações, provando que, assim como o sol sempre brilha após a tempestade, a superação é possível mesmo nas situações mais difíceis.

Portanto, quando o mundo olhar para um olho negro, lembre-se da história de Pedro e permita que ela o motive a enfrentar seus próprios desafios com valentia e determinação, porque a verdadeira força está em nunca desistir de seus sonhos.

Inserida por MoisesRibero

A sua dança é que nem um buraco negro, que suga todas as outras danças.

Além do Guarda-Roupa (série)
1ª temporada, episódio 1.
Inserida por pensador

⁠O racismo faz do negro um ser sem completude ontológica no mundo construído pelos brancos. 

Inserida por Almeida2203

⁠No cetim negro das noites...
Os anjos só vem quando chamamos...

Breve é o coração acalentado pela inocência...
Que sonha e anseia...
Por viver e muito amar...

Ninguém sabe o que vai
por este mundo...
Com destino certo e sem destino aos tombos...
Cai o pó em dias assolados...
Enquanto o vento faz um rumor frio e alto...

E nada tem sentido...
Em nada que se queira ter...
Tudo são apenas momentos...
Não há nada a compreender...
Deixo que em minhas mãos cresçam os sonhos...
É o que posso fazer...

Haverá coisa que se lhe compare...
No mistério da inocência a perder?
Em vão já procurei me restituir...
O que duramente perdi...

Não sou mais que uma brisa...
Se vejo coisas que nunca antes tinha visto...
Coisas que sempre soube mas que nunca quis olhar...

Mas como se fosse o milagre pedido...
Nos destinos que não desvendo...
Os anjos me tem atendido...
Ensinando-me a sonhar...

Sandro Paschoal Nogueira 

Melhor que chegar primeiro é abrir o caminho⁠

Inserida por CleideEvelin

⁠Só avisa para o racista o seguinte: quando o corpo dele virar pó, terá a mesma cor que a minha.
Isso não me incomoda nenhum pouco!
Bem-vindo.

Inserida por lucianofeliciano

⁠Tenho orgulho de ser preta!
Amo minha ascendência!
Adoro a minha tonalidade de pele!

Inserida por TAISARAMOS

⁠Besouro Negro

Sou um gafanhoto verde, várias pernas.
Devoro plantações inocentes e indefesas.
O Besouro Negro me ajuda, na lerdeza.
Se revira, ali fica em tua agonia eterna.

Mas existem as danadas das rapinas
Que num sopapo arrancam-me as ancas.
As formigas cinzudas respeitam a rotina,
Não tardam a derrear minha matança.

Se não bastasse, ali vem as baratas:
Asquerosas e incompetentes companheiras.
Só trazem o nojo de sua forma e cor asca.

Nem são azuis, nem verdes, nem vermelhas.
São marrons... Cor inferior e sem graça.
Se fossem brancas, talvez tivessem alguma beleza.

(Besouro Revirado)

Inserida por venanciodesouza

⁠TODAS AS FORMAS DA ESCRAVIDÃO
.
.
Desde que somos país, já estava aqui este povo,
contraparte de sua carne, de sua alma e seus valores.
O último deles aqui chegou – proibido, em contrabando.
As correntes – do mar e ferro – trouxeram-no quase ao fim
da forma antiga da escravidão.
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Talvez fosse mulher, talvez homem...
Vou supor seu retrato: porém, jamais revelado;
vou pensar o seu corpo: ferido-acorrentado.
Para nome, darei Maria,
para não dizer que é João.
.
Vocês queriam canções: doce-brancas como açúcar...
Mas, do oceano que lambe as praias, eu só quero falar destas gentes:
dos males que lhes fizeram, do pouco que lhes demos, do tanto
que lhes devemos
(vou me ater, no entanto, a Maria – aos seus filhos e pentanetos
Vou lhes seguir cada passo, geração a geração).
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Deste povo, “Todas e Todos”,
todos nós temos um pouco.
Levante a primeira gota quem souber ou achar que não,
e depois disso se cale, ou se vá para a Grande Casa,
se não se sentir como irmão.
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Primeiro nasceu Pedro, já depois da Abolição.
Filho enfim liberto de Maria, quase ficou famoso
por ser primo do já célebre Operário em Construção.
Mas não encontrou trabalho,
e, por isso, roubou um pão.
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Foi linchado em via pública
por gente de bom coração,
e isso na mesma época, em que num país mais ao norte
– entoando canções patriotas – matava-se à contramão.
.
Pedro, coitado, nascera
na Era dos Linchamentos.
Já longe, entregue ao rio dos tempos,
ia-se a Era Primeira – a da velha Escravidão.
Ao norte, matava-se à farta – aqui, por um pouco de pão.
.
Mas então nasceu Jorge – de uma nova geração.
Chamaram-lhe para uma guerra, para defender o país
dos tais fascistas que nos queriam impor outra escravidão.
Como neto tão direto de Maria, não lhe deram qualquer patente,
mas lhe atribuíram missão: deveria buscar minas (quando fosse a folga
de ser bucha de canhão).
.
Em um passo em falso, pisou na morte!
Não teve sequer a sorte – o bravo soldado forte –
de merecer uma Missa Breve, ou de ganhar um monumento
(“É um pracinha desconhecido, de fato, mas não é da cor que queremos;
o mármore que temos é branco, passemos a honra ao próximo:
eis aqui a solução”).
.
Iam-se os tempos da Escravidão,
fora-se a Era dos Linchamentos,
acabara (de acabar) a Idade da Desrazão.
Abria-se novo momento: A Era-Segregação!
.
Datam de então as Favelas
tão próprias para todos; mas especialmente talhadas
para os bisnetos de Maria.
E ali, no calor de um dia,
nascia o nosso João:
finalmente um João!
.
Pouco sabemos dele
por falta de documentos.
Dizem que morreu das meninges
no mais duro chumbo dos anos tristes,
na época em que a doença – proibida nos jornais –
aceitava a segregação.
.
Só sabemos que foi pai
do Trineto herdeiro de Maria.
Este, por falta de qualquer emprego,
e por vergonha de pedir esmola,
tornou-se um bom ladrão.
.
Roubava dos ricos para dar a pobres,
ainda que nem precisasse tanto:
seu destino já fora traçado,
indiferente à profissão,
nesta Era da Prisão.
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Também ele deixou filho
– o brilhante e sábio Tetraneto de Maria –.
A vida deste bateu na trave: quase recebeu a cota!
Mas então soube que já chegava
a Era da Assombração.

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[BARROS, José D'Assunção. publicado na revista Ensaios, 2024].

Inserida por joseassun

⁠O bom humor mais crítico é o humor negro e com isso que os críticos se defendem da amargura 

Inserida por Luizdavi

⁠Fui à guerra e conheci o medo, a insanidade e a morte.
E foi no campo de batalha que descobri uma verdade:
Na guerra coragem nada mais é que desespero por sobrevivência.

Inserida por nyllmergello

⁠A mente de um inimigo sagaz é uma odisséia de maquinações,
mas nenhum mal pode se comparar ao coração frio de uma mulher magoada. O inimigo mata seu oponente dentro das regras e honra que norteiam as ações de um guerreiro. A mulher magoada, porém, é um oceano de ira ardente que só se aplaca com a insanidade.

Inserida por nyllmergello

Nós, negros, não descendemos de escravos
Nós, negros e negras, descendemos de reis e rainhas africanos,
de líderes tribais...
Somos a herança viva de um povo guerreiro!

Inserida por Polaria

⁠O negro que se empenha na conquista da ascensão social paga o preço do massacre mais ou menos dramático de sua identidade.

Inserida por pensador