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Intimidade é aquele esforço manso e contínuo de decifrar o outro, como quem lê um livro de páginas antigas, o cheiro de papel envelhecido subindo e misturando-se com o café quente da tarde. É quando o olhar se detém nas entrelinhas dos gestos, nos silêncios que falam mais alto do que palavras.
Viver a intimidade é entender que o outro é um universo, e a cada dia é preciso aventurar-se em suas galáxias, percorrer suas crateras, desvendar seus segredos mais escondidos.
É querer saber qual a música que faz o coração dela bater mais forte, o que faz os olhos dela brilharem e se encherem de água. É perceber as pequenas rugas que o riso desenha ao redor dos olhos, e amar cada marca como se fosse um mapa do tesouro. Intimidade é estar presente na ausência, é reconhecer o peso das palavras não ditas, é saber a hora exata de um abraço silencioso.
É suportar as tempestades juntos, sabendo que depois da chuva o sol sempre encontra um jeito de brilhar novamente.
É respeitar os limites do outro, sabendo que não se pode invadir sem permissão, mas também é ter a coragem de mostrar suas próprias fragilidades, desnudando a alma sem medo. É aprender a linguagem do toque, do olhar, do silêncio. Intimidade é, acima de tudo, um ato de coragem e entrega, um esforço constante para conhecer o outro, em sua essência mais profunda, e amar essa essência com toda a força do coração.
Tem dias que eu tenho motivos pra sorrir, em outros nem tantos e há ainda aqueles que não tenho nenhum, mas eu rio assim mesmo. Tenho o hábito de contrariar a tristeza e confundir as pessoas. Expor fragilidades e permitir que certas pessoas saibam da minha vida mais do que devem é dar munição para o inimigo.
Existe um momento de intimidade com Deus onde até mesmo o silêncio fala mais alto que o som de todas as vozes podem ecoar.
A parte boa da intimidade é dar risada junto. Fazer rir, e você rir. Tem que ter muita intimidade pra você rir gostoso, - assim solto; quando a pessoa tá rindo com você ou até de você, é delicioso.
Numa relação dividir o passado, ter um passado em comum, gera intimidade, cumplicidade e projeta o futuro.
Uma vida plena é uma vida na qual somos íntegros, ou seja, inteiros à luz do dia, ao longo do tempo e em qualquer circunstância, isso só é possível com graça e misericórdia. Uma imagem antiga que vi hoje em uma igreja me fez lembrar que o tempo deve ser nosso aliado na solidificação da esperança e no fortalecimento das intimidades conosco, com os outros e com Deus.
Intimidade tem a ver mesmo é com a verdade. Quando a pessoa percebe que pode contar a verdade para alguém, que pode se abrir, que pode desabafar totalmente e receber como resposta: “Comigo essas coisas estão a salvo”. Isso é intimidade.
Deus é um ser relacional. Não dá para ter uma vida intima com Deus sem leitura, oração, meditação e jejum. Esses quatro pilares, são os pés da mesa que a gente senta para conversar com Deus.
No fervor das multidões, na adoração coletiva e nas nossas obras diárias, é comum sentirmos uma sensação de proximidade com Deus, mencionando Seu nome com frequência. No entanto, é no silêncio e na solitude que percebemos um distanciamento sutil e um certo constrangimento. Em particular, surgem dificuldades em confessar nossas falhas, buscar orientação e desejar conhecer sua vontade. Falta-nos motivação e entusiasmo para compartilhar com ele todas as nossas realizações e projetos, o que nos faz questionar essa aparente relação de intimidade...
"Eu bem sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus."
Essa declaração extraordinária nem parece que foi feita por um homem que perdeu todos seus recursos materiais e financeiros... Um homem que perdeu todos os filhos em um mesmo dia... Um homem que perdeu sua saúde e conforto até para dormir... Um homem que perdeu toda sua dignidade e respeito que possuia... Um homem, cuja integridade, foi questionada pelo seus melhores amigos... Um homem, cuja esposa, tentou fazê-lo simplesmente desistir de sua fé e de viver.. Um homem de quem não se podia esperar mais nada a não ser ressentimento e revolta e, no entanto, esse homem tinha uma proximidade e uma intimidade tão profunda com Deus e isso mantinha sua confiança inabalável e por ela foi recompensado no final!
As pessoas frequentemente não compreendem por que não devem usar o pronome "VOCÊ" ao se referirem a Deus, ignorando a evolução sociocultural desse léxico, que sugere igualdade, não intimidade. Mesmo com intimidade, é essencial respeitar a hierarquia ao nos relacionarmos com alguém superior. Curiosamente, respeitamos essa norma ao tratar juízes e autoridades, mas muitas vezes esquecemos de aplicá-la ao nos dirigirmos a Deus. Os pronomes de tratamento refletem valores como respeito e submissão ou ausência deles, dependendo do contexto. Deus pode ser nosso amigo, mas também é nosso Senhor, e é importante não confundir relações humanas com nosso relacionamento com ele, pois existem diferenças...
A vida com Deus depende de termos constância. Sem constância não há relacionamento, sem relacionamento não há intimidade, sem intimidade não existe vida com Deus.
A vida nos conserva íntimos, para os amigos e para os outros um segredo, como abrir essa chave da minha decência conservando a minha intimidade..
Fora do ambiente da igreja, durante celebrações, momentos de entretenimento, conversas casuais ou até mesmo em momentos de descontração e solidão, podemos avaliar a verdadeira natureza da nossa relação com Deus, revelando se de fato existe uma intimidade.
Considerando a bondade de Deus, o que pode impedir alguém de desejar um vínculo mais profundo com ele?
Parte da intimidade é confiar em alguém o suficiente para abrir mão desse controle.
O amigo íntimo de Deus não é aquele que fala com Deus todos os dias; mas aquele que todos os dias Deus fala com ele.
