Tag chão
GERMINAR
Sem respiração.
Então,
Te aviso de antemão
Que este verso será vão!
Mal cabe na palma da mão,
Que dirá em meu coração.
Gostaria mesmo que fosse grão
Para germinar neste chão.
Don Tiago da Rocha Sales Piauhy, Sampa, Sp, Outubro/2015
Eu sou a flor que o vento jogou no chão
Mas ficou um galho
Pra outra flor brotar
Ah, o firmamento que contemplamos um dia. Hoje, mesmo ele gritando-nos, miramos o silêncio do chão.
A vida é extremamente dinâmica. Aquilo que hoje é o teto de sua capacidade, amanhã pode se tornar o chão no qual você pisa.
Não te sei decifrar
Estou perdida entre o antes e o "nós"
E a minha vontade de voar
Faz-me voar é tudo o que te peço
Faz-me perder o medo das alturas
Faz-me sentir que não vou cair
E dá-me a segurança da tua mão se precisar de me levantar
Faz dessa serenidade que tens na voz uma constante
E ama-me
Ama-me como se fosse a única mulher que merecesse o teu amor
Permite-me o poder de te tirar o chão
E caminharemos juntos em caminhos infinitos
Porque se me souberes amar...
Onde não houver chão... voaremos
OCOS
sentado equidistante
vi no chão
dois pequenos buracos
furados equivocadamente
podiam ser, hoje, parafusos
fincados - ali estariam
por ora,
ali, apenas buracos
trazem dimensão y lastro
pr'eu ficar instigado
seria 'o Equívoco' uma modalidade estética de errar?
seriam os buracos a representação da espera de alguém que vai se importar?
dois pequenos buracos
que certamente caberiam os tantos parafusos de chave Phillips que saem dos meus cenhos y ouvidos
fossos oculares ocultos:
até o chão pode me olhar
mesmo qu'eu não mais
declame aos buracos
o vazio desses espaços fizeram-me
pular
*AS ESTRELAS NO CHÃO*. (Victor de Oliveira Antunes Nt)
O mundo de hoje parece um pesadelo. Tudo reflete dinheiro; tudo é volúpia e marketing sempre; pra fazer mais dinheiro. Nessa ciranda louca e desenfreada estamos nos metamorfoseando; viramos coisas e já se diz que somos CPFs. Cada vez mais nos desconstruímos como entes; seres criados imagem suposta de Deus. Hoje o império dos sentidos submete a vida de cada um de nós às regras da grana. Nas mídias, pulsa a cultura da juventude consumista e insaciável: todo dia se quer algo novo e descartável. Os automóveis, por exemplo, já nascem um ano antes do ano. Essa loucura exige submissão: a do poder aquisitivo... Você sempre precisará ganhar mais... Tudo é vivido e feito com um único fim: ganhar dinheiro pra poder comprar... Nós, como entes vivos, perdemos, portanto, nossa dignidade. E a propósito, nossa própria capacidade de ficarmos assombrados.
Somos marionetes e nos transformamos nas mercadorias anunciadas que compramos. E agora perplexos, verificamos que esse estamento de coisas se aprofunda, a cada dia. Hoje, cada um de nós vale o que produz ou o que pode comprar. Nós somos CPFs. E é esse tratamento que damos, uns aos outros. Não poderia ser diferente, portanto, o tratamento dado às famílias dos que morreram em Brumadinho; às famílias dos meninos incendiados do Flamengo, às vitimas das tragédias de Teresópolis, de Petrópolis, e também da Ucrânia.
Se por um lado os valores comprometidos com a segurança da barragem foram abaixo da linha do mínimo, tanto quanto a segurança dos meninos, das famílias dos municípios ditos que viviam nas encostas cujos deslizamentos se anunciavam nos vales ribeiros, sobranceiramente das vitimas da invasão da Ucrânia, é porque embaixo disso tudo só tinham CPFs... Simples números... Entes pífios e sem qualquer significado se observarmos a dimensão das tragédias em relação às falas dos “políticos” e “gestores”; amiúde o tratamento social, humano e financeiro dispendido. É sempre mais do mesmo e da mesma forma. Passado o susto publico do primeiro momento, eis que começam as ponderações sobre o valor destes “entes CPFs”, números...
Pois é: tratar essas situações com falácias e barganhas é francamente acima do "terrivelmente vergonhoso”. Nenhuma grana será suficiente para minimizar a absoluta destruição de tantas vidas. Nada poderá remediar tamanhas dores e perdas; e é certo que ficarão centenas de lesões de alma. Mas daí a um pouquinho, ninguém mais liga... E a coisa que nos vem a cabeça é isso: e o dinheiro?... Quanto deram, quanto se gastou... Será que tem gente doando?... Tudo já está girando em torno dele: o dinheiro... Hora de dar “preço” na dor e na perda. Vamos começar a medir a importância dos CPFs, mas não a importância da “pessoa”, que foi explodida na calçada. Vai rolar valor por baixo, mas, ainda assim, vai ficar bem abaixo do que vale a vida; vida de cada um de nós. Talvez por isso não tenhamos famílias seguras, boas escolas e bons atendimentos na saúde e segurança nas ruas. A gente não é mais humano... é numero, coisa, produto, lixo... É que a nós vale mais "uma joia”, um “carro zero”, do que centenas de mortes; não foi ao meu lado, então que se dane... É “vida que segue”... Aliás, que dignidade que nada; vamos salvar o dinheiro e indenizar por baixo, abaixo da dignidade de cada um... Aos meninos do Flamengo, às vitimas das Serras, aos explodidos na Ucrânia... Vale mais guardar pra gastar com a Copa do Mundo que está chegando; vamos viver a vida... a expectativa de vida; e quiçá da nossa alegria e sucesso; esqueçamos, foram só CPF’s... Vamos ao shopping comprar coisas que brilhem aos nossos olhos...
Para os que discutem dinheiro seguem as avaliações dos CPFs...
Para os comuns, apenas entes...
Para os que se importam, morreram pessoas tanto em Brumadinho, quanto no Ninho do Urubu, em Teresópolis, em Petrópolis e na Ucrânia; morreram e continuam morrendo sonhos de vida e esperanças; o que morreu e continua morrendo assim, todo dia, portanto, é gente, não são números...
Acho, portanto que passarei a me lembrar desses lugares, como lugares das Estrelas no Chão. É o mínimo de reverência e respeito que me ocorre. A cada anoitecer há que lembrar cada uma, daquelas significativas vidas; lembrar e vê-las como estrelas que brilham no chão. Até porque, não existe e nunca se fez retrato de um CPF. (Victor de Oliveira Antunes Nt).
A vida sempre será um desafio!! E se você tem medo de tombos...tem duas opções: não começar ou viver no chão.
Há de fazer ser leve, pés descalços, alma de criança que corre na rua, coração sem medo de errar, só coragem de viver, ser do bem, fazer o bem, sentir-se bem. Conexão com a vida, com a terra, com o chão. As vezes voamos alto, ainda que com os pés descalços.
É como se eu estivesse sendo carregado...
Para um lugar onde o vento não conhece,
Ao redor das maiores árvores,
Coberto pelas maiores montanhas
Onde o céu apenas observa,
Levado sobre o chão, sobre o mar.
Encontrando o amor
Quando se encontra o amor tudo muda,
os caminhos são sempre livres e suaves.
Ter um amor em nossa vida, nos torna mais
humanos, mais gente.
Assim comigo foi.
Quando passamos a vivê-lo, os dias parecem
outros, as dificuldades se tornam mais
fáceis de serem resolvidas, como crianças
em tudo vemos beleza e alegria.
O amor aquece como um sol, torna tudo mais
límpido e iluminado, e temos sobre nós sempre,
um céu sem nuvens onde só o azul impera.
Todos os dias parecem ser de primavera, as
horas passam, sem que se perceba.
Ver-te, é o motivo principal do dia.
Sentir-te nos braços então, é a céu chegar, e
por fim beijar-te, é já estar no paraíso.
Quando a tua ausência se faz presente, sente-se
que o chão sumiu.
Assim conto eu sobre o meu amor.
Assim entre nós dois foi.
Assim entre nós tudo se completou.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da A.L.B/S.J.do Rio Preto
Membro Honorário da A.L.B/Votuporanga
Membro da U.B.E
Acadêmico da Acilbras- Roldão AIres
Cadeira 681
Patrono Armando Caaraüra- Presidente
#PEREGRINO
Cortei as rosas...
Arranquei as dálias...
Joguei-as, tristes, sobre a calçada...
Tudo passa e nem tudo fica na história...
Às vezes nem sobra uma simples memória...
Tal qual bolha de sabão...
Ao longe uma canção...
Um caminho e nada mais...
Sem querer voltar atrás...
Um peregrino a sonhar...
Distinguindo das vozes os ecos...
Alma velha em traje de festa...
Cuja única esperança: orar...
Tendo andado muitos caminhos...
Tenho aberto muitas veredas...
Tenho vivido com minhas incertezas...
Se é bom viver...
Melhor é despertar...
Sabeis agora...
Que a verdade veste-se de ilusão...
Podeis voar...
Sem tirar os pés do chão...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Quando um genitor morre, é como se você perdesse o chão. Você acha que nada de bom acontecerá. Vive com medo.
Ìngreme
O justo pesar do exato conluio
do verso e do tema: luzir!
A expressão que se estampa na tensão da vida
em cada dia a sua eloquência desesperada.
Sucumbe o delírio num centésimo olhar
que me invade o existir
Sou eu, ainda sou e já sou e nem vi!
Olhar de miçangas e glitters, strass!
Que brilhos fatais, sou eu, é demais!
Tu, burilas atroz as sardas e os nós
E irrompe a fusão de sangue e energia
Mutilas a paz e esqueço o verniz,
te entrego então a raiz do ventre
que umbilical me fecha os olhos
a este sono que não vem
por que não sei, talvez eu tenha que esperar
outra vida
Antonio Carlos Machado
@machado_ac
