Suja
Na rua suja segue a multidão.
No seu fim, um precipício.
Muitos caíram, outros tantos cairão.
Cabeças são o sacrifício.
Todo dia, mergulham no abismo sem fim.
Na primavera, o céu desanuviou sobre mim.
Dissipou-se a cinza névoa, revelou-se a turva terra.
Da jornada, a única consequência era vida insensata.
Vi corpos secos, o desespero e os chicotes da corrupção.
De olhos e bocas vendadas, sem saber matavam o irmão.
E há aqueles que lutam por isso,
Em todos, um coração submisso.
Tentei alertá-los, mas o ouvido sangrava.
Lutar já era tarde demais,
Pois primavera é cama arrumada
Que quando se deita, se desfaz.
O veneno que escorre nos lábios, emanam de uma alma suja, e pode encardir até mesmo as vestes puras de quem se arriscar a toçá-lo.
Amar sem Medo da Idade -
A manhã está suja de saudade!
E há lá coisa mais bonita
Do que amar sem medo da idade,
Viver, conforme o vento agita?! ...
Pois conforme o vento agita
Também se agita a saudade
E há lá coisa mais bonita
Do que amar sem medo da idade?!
A vida é feita de ansiedades,
Tantas vezes, de sonhos por cumprir,
Mesmo assim, nas dificuldades,
Ela ensina a nunca desistir.
Não importa de onde vimos
Nem tampouco com quem estamos
Só importa o que sentimos
E o lugar onde chegamos.
Para o pintor, uma parede branca, suja e esburacada...
Transforma-se em tela e fantasia...
Horizonte e linhas do céu...
Um pouco de tinta...
Um pincel...
Para o poeta...
Um momento...
Palavras ganham novos sentidos...
Em pedaços de papel...
O poeta tece em palavras...
Como o pintor retrata em cores...
A arte vai imitando a vida...
e a vida inspirando a arte...
Sandro Paschoal Nogueira
Comunicado de falecimento*
último suspiro de icarus.
Hoje às 23 horas da noite suja
repleta de marginais
o poeta que dormia feito coruja
foi baleado no beco dos irracionais
e em seu leito de morte
escreve na agonia
sua última poesia
relata que a morte é evento de sorte
pois liberta a alma da dinastia
de residir na prisão
lutando contra as correntes
e grades da condenação
bebendo veneno das serpentes
comendo a desnutrição
rabiscando nas paredes da cela
anagramas de um prisioneiro
clareando o escuro da mente à luz de vela
pagando o salário do carcereiro
esquece a rima de lado
ao falar de amor
embora prefira morrer queimado
do que se expor
logo finge sua loucura
ateia fogo no próprio reino
alegando insanidade à realidade dura
rosna dizendo que não ama
e grita "roma!" do avesso
assim constrói sua fama
os poetas que conheço.
ILHA AMARELA
Nem tudo são flores em Ilha Amarela, dorme suja, acorda bela!
Nem tudo são dores em Ilha Amarela, seus cortes são fundos, porém se supera!
Nem tudo são gritos em Ilha Amarela, sua voz não se cala, ecoa por toda janela!
Nem tudo é escuro em Ilha Amarela, suas cores são fortes nesta aquarela!
A vida renasce em Ilha Amarela, em forma de flores brancas ou amarelas.
Que rostos se vêem em Ilha Amarela, daqueles que lutam de forma singela.
Seremos todos Ilha Amarela?*
A mente se suja com pensamentos.
Vem como um flash escurecendo tudo.
A luz se apaga, não enxergo.
Mas creio nunca ter enxergado
A sujeira permanece horas, dias, meses
Comandando meu ser.
Tento escapar dessa armadilha...
E não consigo
Vejo paredes cinzas, trincadas, escuras e altas
Para o desespero do meu coração.
Sofro
Será que o sentir e sofrer também se consegue padronizar, massificar.
Quando o sofrimento se transforma em felicidade.
Estamos na gruta ainda
A gruta que era nosso lar
Queimada está
Toda suja pelo restos
Dos animais e das árvores destruídas
Queimadas, puro carvão
Estamos sem força
Estamos muito machucados
Cansados, com a respiração difícil
Num choro interno
Pela destruição da nossa floresta
Ela com o dom divino se reconstruirá
Mas as perdas foram grandes
Vou deixar ele descansar
Mas, na verdade, eu estou
Muito mais destruída
Sou humana
Ele é um lobo
E vai fazer de tudo por mim
Estou de olhos fechados
Sentindo seu pelo
Sua respiração falha
Mas está aqui
E isso que me importa
Logo nos encontraremos
Com a família
Força teremos
Para recomeçar
Não é do zero
Temos um ao outro.
POEMIA
Sobrevivendo em meio ao caos,
Em meio a uma sociedade suja e atemporal.
Com sabedoria,
Procuro saber quem são os meus.
Com angústia,
Vejo o sofrimento dos seus.
É o pobre fim de mês.
Passa tempo paratempo e nunca é a bola da vez!
Sabemos que o justo não prejudica nem mata.
E que aqui os ladrões andam de terno e gravata.
A esperança e o desejo, é de nos conhecermos mais...
Quando o respeito pela vida infelizmente já ficou para trás.
Em meio a um mundo que jaiz,
Me surpreenderia uma pandemia de paz!
Hoje estou bem, mas já fui desespero.
Fui jardim sem flor.
Fui fonte suja.
Mergulhado na dor.
Alma cuja não conhecia o amor.
A cegueira e a ignorância me tomou.
A lama imunda.
Sufocado na água que inunda.
Tinha eu cheiro de morte.
Violei a sorte.
Quando um vento soprou.
Uma cruz que fala.
Uma coroa de espinhos que louva.
Um amor que não se pode explicar.
Fui um pouco de lixo.
Uma pedra desprezada.
Um vaso sem forma.
Um aroma de carnificina.
Uma mente má demandando oficina.
Mas o resgate é real.
Uma vez a luz.
A cruz seduz.
Cessa todo mau.
Ainda no ventre do senhor.
Sou eu que peço pra sair.
Com a misericórdia do amor.
Uma vida a conduzir.
Voltei a existir.
Eu sabia, sempre alguém zelou por mim.
Meu pai, minha mãe, meus irmãos.
Meu senhor me ungiu e consagrou assim.
Giovane Silva Santos
Essa política suja nos deixa sem esperanças para o futuro, mas precisamos nos conscientizar de que, se não fizermos nada, a situação nunca irá mudar.
Assim como Jonas, já disse não para alguns propósitos, porém fui cuspida na areia, suja e fétida ao defrontar algumas mortes. Mágoas, ignorância, teimosias...tudo colabora para um fim.
G.M.
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