Soneto da Mulher Perfeita
Doce Quimera
Tens olhos como que de anjo.
De ano caído que causa tormento.
Diante de teus olhos se torna excremento,
Toda a beleza de qualquer arcanjo.
Basta-me ver-te e minha mente se dobra.
Minhas vontades transmutam-se em brasas.
Não podes ser anjo, falta-lhe asas.
Disseram que deus não dá asas à cobra.
Teu belo sorriso nem parece de quimera,
Tens um encanto que, no entanto, dilacera.
Que faz alucinar até os mais sábios.
No último terceto um conselho te deixo,
Disfarçadamente limpa o teu queixo,
Tens veneno escorrendo dos lábios.
Lição de um cão putrefato
Certo dia a caminhar e pensar minha'mada,
Conjecturando se o amor me abatera pela beleza.
Não foi por serdes bela, esta foi minha certeza,
Após estudar um cão putrefato na estrada.
Parei à estudar aquela coisa torta.
Outrora criatura, agora poço de verme.
Transmutaram em piscina a antiga epiderme.
A vida surgindo da vida já morta.
É estado da mente a beleza encantada.
Muito aprendi em pouca caminhada.
Aprendi a lição e nisto sou grato.
Não sei se por justiça natural ou ironia,
Mas sei que tua beleza, querida, algum dia
Será semelhante à do cão putrefato.
Da família dos Anjos
Tudo o que tento se torna excremento.
Constato por fim que não posso esquecer.
Lembranças que me tornam um triste ser.
São correntes que, de fraco, não as arrebento.
Parece que sinto teu cheiro no vento.
Tamanho é esse meu desejo.
E quando te revejo me vem num lampejo,
Novamente todo esse meu sentimento.
Não pude esquece-la nem à custo,
Vendo-me criado, homem, marmanjo,
Creditei que havia algo mais em teu busto.
Em teus olhos haviam divinos arranjos,
Sei que não és da família de Augusto,
Mas certamente és da família dos Anjos.
O amor abortado
E viu com repúdio o que foi-lhe abortado.
E viu o parasita que lhe domara as entranhas.
Utopias antigas agora tão estranhas,
Sem os olhos do puro amor derrotado.
E viu encarnado em si mesmo este sol.
Sol este repleto de chamas valentes.
Valentes chamas tais quais mil serpentes.
Serpentes que dançam no próprio cheol.
E viu com repúdio o verme falante.
Bípede animal repleto de mal.
Abortara o amor e foi despertado.
"Não me impressiona um verme que cante "
Sem o parasita se viu racional,
E escarrou com repúdio o amor abortado.
Um certo verme
Há um certo verme impregnando-me a mente,
Com devaneios e sonhos embebidos em veneno,
Tornando-me impuro com muito que condeno.
Há um certo verme com beleza reluzente.
Há um certo verme escarrando-me esta dor.
Vomitando versos de longuíssimo sermão.
Andando num caminho e sonhando a contra-mão,
Na loucura controversa de quem vive o amor.
Há um certo verme que me faz desvairar,
Que mesmo não querendo vem me visitar,
Como anjo iluminado pra causar-me espanto.
Há um certo verme que me faz enlouquecer.
Querer não querendo e querendo sem querer.
Há um certo verme numa casca de encanto.
A luz que emana desses lindos olhos, cega ao mais forte coração e traz realeza a mais pobre alma, que se encontra em plena devastação
Quem é esse? Que segura a noite na palma da sua mão, e que em seu sorriso, se encontra a mais bela estrela de toda uma constelação?
Diga-me meu anjo, porque mostras tua grandeza a uma mera mortal?
E porque a carrega junto a suas asas sem a deixar cair? Sem a abandonar?
Pois juro, tão certo como a certeza de que todos um dia iremos partir,é a certeza do amor que essa imperfeita tem por ti
Acredite meu amor, não ha lugar mais seguro pra ti, do que aqui, no meu coração, e aqui eu te protejo da dor, do ódio e da solidão.
SONHO D’OIRADO
Peixe dourado d’oira
Os olhos da minha amada
Embelezando-os com o sentir
Com sua beleza d’oirada.
Ali na margem do lago
O peixe d’oirado eu vi
Expondo o seu lindo nado!
Que a meu fado consenti.
Nade meu peixe d’oirado, nade?
Nade... Nade em seu existir
Nade o seu d’oirado pra mim.
Sob o meu coração... É verdade
Que sempre estive junto a ti
No meu sonho... Assim, assim.
Antonio Montes
De um pra outro
Não consigo desfazer essa imaginação fértil ao pensar em você. Não quero sentir, mas existo apenas pra sentir.
É tão óbvio quanto os opostos se atraem, mas não se entendem;
É tão nítido quanto a luz da lua ou o brilho do sol;
Mais intenso que o amanhecer de um dia frio.
Ou a florescer das manhã de setembro.
Não peço mais que a verdade em seu olhar;
Talvez a sinceridade de suas palavras;
A clareza do nosso diálogo;
A verdade do nosso amor.
Quero a imensidão de alegria em nossa rotina.
A totalidade de liberdade
Generalização de verdades
A mais linda historia contada.
Verdes, cor dos seus lindos olhos; belos quanto esmeralda
uma joia de fato, cujo brilho é para poucos usufruir
distinto ao manejo, quem sabe um beijo de vossos lábios
assim anseio remanescer a vista do seu olhar
outrora pode-se lhe dizer, o quão belo é vê-la resplandecer
mas por caso inoportuno, tendo a padecer
a luz do luar , belos versos de amor irei vos prosar
mesmo que seja tênue, a linha cujas almas tendem nos tocar.
alva é a luz, que toca e ilumina tua pele
bela aurora, de tamanha beleza e benevolência
narciso invejas tu, por conseguistes almejar a perfeição
de fato por meio desta venho lhe falar
pois com palavras é conturbado me expressar
o quão esplendoroso são as curvas do seu olhar.
CLAUSTRO
No silêncio do claustro solitário
Do vazio acerado desta morada
Numa vastidão da noite calada
Sombria aflição urde o cenário
Nele vagueio, e levo vergastada
Da tristura, desfiada num rosário
De lágrimas, sem um destinatário
Em cinzas de uma época passada
Na cíclica ladainha do fado vário
Aí, rezada em oração desfilada
Os ás da solidão do proprietário
E pelo claustro, a lacuna é criada
Em saudades, ausente no sacrário
Silenciado em uma muda fachada
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
09/07/2018
A fauna do bem tem que ir além;
Além do que imagina nossa vã filosofia.
Nutrida à problemas e dificuldades num eterno vai e vem;
Causando transtornos e gerando utopia.
Chorar não resolve, brandir a espada é exagero;
Povo que grita unido jamais será calado.
Largue a espada, exerça os direitos com clareza e esmero;
Que o os próprios atos jamais ficarão de lado.
Direito é um bem tão antigo quanto a humanidade;
E só se nega onde prolifera mente promiscua.
Coisa de terra regada à temor, bandalheira e falcatrua!
Mãos hão de se unirem na garantia de lei maior e igualdade;
Onde direitos se instalam à bem do clamor e da verdade.
Para o felicidade do povo e plenitude geral da nação!
Bom dia anjo de amor....
Dia de alegria e semana de muitas emoções positivas, realizadoras.... inenarráveis!
Deitado Numa Nuvem
Edson Cerqueira Felix
08/02/2019 13:03
Para a Amiga Lídia
Voei com os ventos do céu
O seu desprezo foi sim, algo tão cruel
Eu só queria um pouco
Não, na verdade não
Eu queria era todo teu mel
E foi você que me levou ao céu
Doce recato
É desafiador seu recato
Para esse pobre rapaz
ingênuo e insensato
Que nunca sabe o que faz
Desafiador, de fato
D'um jeito que tira a paz
Quando sinto pelo olfato
O cheiro bom que tu traz
Me pede, que te acato
De um jeitinho fugaz
Através de um simples ato
Me vendo por bem barato
Assim, me satisfaz
Com o teu doce palato.
POR DO SOL
Essa luz, que brilha e me ilumina
de sedo, meio dia e ao por do sol
me assina essa sina é a mina rima
minha esperança, meu alvo farol.
Pinta as cores de todos meus dias
e as flores do meu verde jardim
espanta a minha sombra e agonia
e acalanta, essa tristeza em mim...
Meu por do sol, oh meu plainar!
Aconchego dos sonhos meus
amanhã, traga-me o meu amar.
Volte meu rei sol, com minha luz
me faça feliz, sorrir e cantar
não deixe, apendicular meu chorar.
Antonio Montes
A Maria, jardineira das flores do próprio túmulo.
Co'a lata na cabeça parte a moça,
(na estrada triste e torta ela se some)
que tem ela, Maria, senão força?
que tem ela, Maria se não nome?
A lata bate forte e se encerra
Um tambor ruge vulto no estombo
Mal se difere a moça e a terra.
Se entortece Maria e o seu lombo.
Enquanto pinga gota da lata
e gota até do corpo dela,
No chão vasto pisado nascem flores
Quando a noite cai co'a lua prata
E a morte desce rude em sentinela
morrem latas, Marias e amores.
SONATA DE OUTONO
Versos de folhas caídas
Circuito de vida, na vida
Folhas mortas, já vencidas
Num balé de vinda e ida
Vão ao chão, são paridas
Trilha de ilusão descida
Na melancolia, ouvidas
Numa inevitável corrida
Do fado, no seu instante
Duma outrora agonizante
Em apelos da mocidade
De tão veloz, e vai avante
No seu horizonte gigante
Os outonos e a saudade...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2018, 13 de março
Cerrado goiano
Um amor que não existe
Amor maior que o meu não existe
Pois não me deixa esquecer de você
Quando a noite chega fico triste
Pois você não existe.
E se a saudade bater forte
É o coração que se apaixonou
Me resta apenas a morte
Se você nunca me amou
Um amor louco, machuca!
Machuca, não apenas o corpo
Mas deixa a mente louca.
Constante fiel, és meu amor
Te quero, sem medida
Na minha vida, por favor.
Alexandre C.
Poeta de Libra
Aware
Não sei como explicar,
E talvez nem preciso,
Todos podem ver isso.
Meus olhos brilham ao te encontrar.
E nem de longe consigo disfarçar.
Que toda tarde te espero
Que em cada abraço eu te quero
Mais e mais e sinto o tempo parar.
Me atraso pra te esperar
Crio mil pretextos: café, pastel, gatos...
Só pra te ver chegar.
E para estar sempre contigo,
Te transformei em poema
E pra aonde eu for te levarei comigo.
Angustiado coração
Ainda sinto o cheiro
O toque, o beijo
Embriagado de paixão
Latente desejo
Melodia de arpejo
Dependente compulsão
Lascivo e imoderado
Anseia o ser amado
Sestrosa condição
Noite fria
Cama vazia
Enfim sós, melancolia.
Desse jeito é meu jeito
Eu fico aqui só no meu mundo
Você pode entrar nele se quiser
Pode até tentar me compreender
E não me ver como um ser absurdo
Sou autista sim e sou assim
Deus cuida de você e de mim
Me respeita e me queira bem
Eu sou gente e sinto também
Nós somos todos diferentes
Eu sou de tal forma ausente
Até mesmo sou um distante
Mas, me acolhe que existo
Tenho sim esse meu jeito
Mas mereço amor e respeito
